Lílian estava no Salão Principal com Dorcas na hora do almoço. Ela estava sem o paladar devido a sua gripe então mal almoçara.
– Oras! – exclamou Dorcas – Vá logo pedir desculpas pra ele.
– Eu não tenho certeza se ele merece! – disse Lílian.
– Ele chorou ontem por causa que você brigou com ele por um motivo fútil – relembrou Dorcas – É claro que ele merece, você não percebeu como ele estava nas aulas? Tão desanimado, nem conseguia prestar atenção.
– Eu tenho cara de quem perde tempo observando o arrogante do Potter? Ainda mais em aula? – Lílian espirrou – Se bem que, sabe, sem querer, eu olhei pra ele na aula de Transfiguração e ele nem olhava para a Minerva.
– Sem querer, entendo. Pede desculpas para ele e aproveita e ajuda ele com poções, você me disse que ele te pediu ajuda, acho que é um bom começo para começar uma amizade.
– Eu não quero ser amiga daquele abominável, e acho que do jeito que está é melhor, o Potter ali no cantinho dele sem encher o meu saco. – Lílian teve uma crise de tosse – Eu ando batalhando por isso há 7 anos.
– Lílian! – exclamou Dorcas quase gritando – Você não é assim, você sabe que está errada. Depois do almoço você vai conversar com ele.
E no momento que Dorcas terminou a frase, as sobremesas que estavam na mesa desapareceram, e Lílian arregalou os olhos.
– A hora é agora, Lílian!
– Ta, eu... eu estou indo lá – disse Lílian ainda com os olhos arregalados – Mas você tem certeza? Quero dizer... ele é o Potter!
– Eu sei e você também, mas nós também sabemos que você deve ir pedir desculpas pra ele!
Sem dizer mais nada, Lílian se levantou do banco e foi atrás de Tiago aos tropeços.
Lílian pigarreou e Pedro, Black, MacKnonn e Potter olharam incrédulos para Evans.
– Potter, eu vim aqui para – Lílian hesitou – Para pedir desculpas para você. É, é isso mesmo.
Potter deu um sorriso de orelha à orelha e Lílian revirou os olhos enquanto os outros meninos estavam em choque.
– Ora, ora, ora – exclamou MacKnonn – Eu estou começando a caducar? – disse Marlene com um sorriso nos lábios.
– Na verdade eu que estou. – respondeu Lílian e Marlene riu.
Potter se levantou da cadeira lentamente e foi em direção à Lílian em passos lentos.
– Eu perdoo você, meu Lírio! – disse um Tiago sorridente olhando nos olhos de Lílian.
– Ta, obrigada, eu... eu acho. – disse uma Lílian confusa virando de costas para um Tiago ainda sorridente, uma Marlene ainda risonha e um Black e um Pedro ainda em choque – E – Lílian novamente virou-se de frente para Tiago – Eu te ajudo a fazer o tema de casa de poções, se você ainda quiser.
– É claro que eu quero – Potter apressou-se a dizer – Quando?
– A hora que você quiser, mas lembre-se que amanhã é a entrega do tema.
– Então vamos... agora?
– É, eu acho que sim – Lílian espirrou – Não tenho nada melhor pra fazer mesmo, quero dizer... não tenho mais nada pra fazer... mesmo. – Lílian sorriu amarelado.
– Ótimo! – Tiago ofereceu uma das mãos para a menina, ainda com o sorriso de orelha à orelha.
– Não Potter, não te dei essa liberdade – disse a menina com rispidez.
– É claro. – disse Potter no meio da risada.
– Onde você está indo? – perguntou Lílian.
– Oras! Não vamos desperdiçar esse lindo Sol na biblioteca, não é?
– É, tem razão.
E os dois seguiram silenciosamente em direção à uma árvore perto do lago. Quando eles finalmente chegaram, Tiago se escorou na árvore enquanto Lílian pegava os livros de dentro da mochila.
– Então, você sabe alguma coisa sobre a poção do azar?
– Eu sei que quem bebe fica com azar.
– É, Potter, até a minha irmã trouxa – Lílian tossiu – Iria descobrir isso sozinha.
Potter riu e Lílian amarrou a cara.
– A pessoa que bebe a poção do azar vira uma pessoa totalmente azarenta, como você acabou de dizer, mas quando a pessoa que bebeu fica perto da quem preparou, vira uma pessoa totalmente sortuda. A pessoa só consegue se livrar dessa maldição quando a quem preparou a poção do azar preparar uma certa poção que existe especialmente para acabar com a maldição. A poção do azar e a contra maldição do azar ficam da mesma cor da bebida que é misturada, por exemplo, se é misturada com suco de abóbora, ela vira laranja; o quê é mais fácil de enganar a pessoa que você quer amaldiçoar...
Depois de passado algumas horas, Potter já acabara o tema de casa com a ajuda de Lílian, então eles começaram à se levantar do gramando.
– Nossa! eu estou com muita fome, não comi direito no almoço.
– Nós podemos ir arranjar comida para você.
– Como?! – perguntou uma Lílian incrédula e faceira.
– Eu conheço o caminho para a cozinha. – disse Potter em um tom de superioridade.
– Mas como – Lílian espirrou – se ningu...
– Podem voltando para os seus devidos lugares. – disse Marlene indo em direção à eles, acompanhada por Dorcas, Black e Pedro.
– Por quê?! – perguntou Potter.
– PIQUENIQUE! – exclamou Pedro.
Lílian e Tiago riram.
– Dorcas nos avisou que você não tinha almoçado direito, e eu, sendo Sirius Black resolvi assaltar a cozinha, e Pedro, sendo Pedro Pettigrew teve a ideia do piquenique para aproveitar e comer junto.
Todos riram.
– Ótimo – Lílian espirrou – Vamos – Lílian espirrou – Logo! – exclamou Lílian.
Então eles arrumaram o piquenique sendo um típico piquenique.
– Então, Lílian... o que passou nessa sua cabeça oca em pedir desculpas para o Pontas? – perguntou Black.
– Pontas? – perguntou Lílian.
– É do jeito que nós chamamos ele. – respondeu Black apontando para o Potter.
– Pois bem, eu me senti culpada pensando na possibilidade de ter brigado à toa com o Potter, e a Dorcas me ajudou a me sentir mais culpada.
– Agradeço a Merlim por você ser uma pessoa de bom coração – disse Pedro – Eu não iria aguentar mais uma noite o choro do Potter.
Todos riram exceto Lílian que ficou vermelha, e Tiago que ficou mais vermelho ainda.
– Para de mentir, Rabicho! – disse Pontas enquanto dava um chute na perna de Pettigrew
– AI! – exclamou Pettigrew.
Vários estudantes apareciam atrás da árvore para ver o motivo da grande toalha amarela no chão. A maioria se impressionavam pois das pessoas que estavam ali, uma era Lílian e uma Tiago, que era uma coisa que impressionava as pessoas, já que ambos eram populares na escola devido suas brigas. Então a tarde continuou assim. Foi impressionante para Lílian, pois ela nunca percebeu o quanto aqueles meninos eram divertidos.
– Está na hora da minha detenção. – anunciou Tiago enquanto consultava o seu relógio de pulso.
– Está? – surpreendeu-se Lílian – Tudo bem... então vamos.
– Tchau, novo casalzinho da escola! – exclamou Sirius.
– Cala a boca Black! – disse Lílian começando a ficar vermelha devido a raiva.
– Ah! Que isso Lily – começou Marlene – Todo mundo diz isso, que tal fazer isso se tornar oficial?
Lílian revirou os olhos.
– Vamos, Potter – disse Lílian se levantando e puxando Tiago pelas mãos.
Eles caminharam até a Sala dos Troféus em silêncio, em um silêncio reconfortante. Quando eles estavam à porta da sala e Lílian foi abrir a porta foi quando ela percebeu que ainda estava de mão dada com Tiago. Lílian olhou-o e ele estava encarando os seus dedos entrelaçados então Lílian puxou a sua própria mão com rispidez e logo abriu a porta enquanto Tiago estava tão vermelho quanto o cabelo de Lílian.
– Hoje você vai limpar os troféus ao em vez de lustrar eles.
– Começou a ter pena de mim, foi?
– Calado! – disse Lílian enquanto estendia um balde d’água à ele – Então, o que aconteceu com você?
– Como assim? – perguntou Potter enquanto começara a limpar um troféu.
– Você mudou, Potter, todo mundo diz isso.
– Todo mundo está certo.
– Tudo bem, mas... mas por quê?
– Você mandou eu calar a boca e é o que eu vou fazer.
– Essa foi a desculpa mais estúpida que eu já ouvi.
Tiago riu enquanto Lílian revirou os olhos.
– Você sabe mesmo convencer alguém a não te perguntar alguma coisa.
– Vindo do seu tom de voz severo, o que não é muito comum quando você está falando comigo, isso até parece um elogio. – disse Tiago olhando no fundo dos olhos esverdeados dela então ela retribuiu o olhar.
O brilho dos olhos dele parecia esconder vários segredos; o som de sua voz ficava mais bonito dizendo Lily ao em vez de Evans, ela percebeu. Aquele momento parecia estar durando séculos para Lílian, ela estava se sentindo bem, a presença dele era tão boa. Então Lílian finalmente saiu do transe e percebeu que ele estava como ela acabara de estar, parecia que estava passando um filme na mente do rapaz, talvez o mesmo filme que passara na mente de Lílian, mas com certeza ele já tinha percebido tudo em Lílian, com certeza não fora a primeira vez que ele olhara para ela daquele jeito.
– O que você pensa que está fazendo, Potter?
– O... o quê? – perguntou Potter balançando a cabeça negativamente.
– Pare já com isso e comece a limpar os troféus, Potter, isso é uma detenção e detenção significa limpar troféus.
Potter começou a rir; a risada dele estava tão bonita como nunca, pensou Evans.
Lílian pigarreou.
– Eu disse para você COMEÇAR A LIMPAR OS TROFÉUS.
Depois de Potter se recuperar da risada ele continuou à limpar os troféus. A detenção continuou silenciosa, Lílian não tirava os olhos dele e ele olhava para ela de um em um minuto com um sorriso no rosto, e logo Lílian tentava desviar o olhar.
– A detenção acabou, vá para a torre de Grifinória e nada de trocar de rumo! – mandou Lílian com a voz mais grossa que o normal, pois a garota ficou muito tempo sem usá-la.
– O quê? – perguntou enquanto consultava o relógio – Mas ainda faltam 20 minutos.
– Sou eu quem dá as ordens aqui, vá!
– Ah – exclamou Tiago – Você vem junto, não vem?
– Não – Lílian teve uma crise de tosse – Vá... vá logo Potter.
– Você está muito tempo com essas tosses e espirros, por que não pede pro Slughorn prepar...
– ANDA POTTER! – berrou a garota.
Então Tiago se retirou da sala. Lílian esperou alguns minutos e foi para a torre da Grifinória.
– Oi Lily! – exclamou Black quando ela chegou na Sala Comunal da Grifinória.
– É Evans, Black! – avisou Lilian enquanto estava rolando os olhos pela sala à procura de Potter.
– Cadê o Pontas? – perguntou Pedro.
Lílian olhou para Pedro e percebeu que Marlene e Dorcas estava junto aos meninos.
– O Potter é meu chaveiro, por acaso?
– Vocês brigaram de novo? – perguntou uma Dorcas chateada.
– Eu não me daria o trabalho de perder meu tempo brigando com um arrogan...
Mas Lílian nunca conseguiu completar a frase, pois apareceu um clarão vermelho no lado de fora da janela da torre, que logo virou amarelo, verde-esmeralda, dourado.
– Fogos de artifícios! – exclamou Black no meio das gargalhadas – Só pode ser coisa do Pontas! O que você fez para o Pontas ficar tão faceiro assim? Deu umas beijocas nele?
Lílian revirou os olhos enquanto bufava, mas por dentro estava alegre, aqueles fogos de artifícios fazia ela se sentir bem, mesmo sabendo que era errado fazer aquele tipo de coisa, normalmente ela iria encher o responsável de detenção até o final do ano. Mas naquele momento a única coisa que ela conseguia pensar é que o brilho daqueles fogos de artifícios lembravam o brilho dos olhos de Tiago.
– Patético! – exclamou Lílian enquanto tentava parecer de mal-humor – Vou para o dormitório antes que a professora McGonagall apareça – apressou-se Lílian a anunciar quando percebeu que não iria conter por muito tempo sua vontade de sorrir.
– Saiba que o Potter irá me contar o motivo de você ter deixado ele feliz ao ponto de lançar fogos de artifícios no pátio da escola sem a minha presença, Ruivinha! – disse Black começando novamente a dar gargalhadas, e aquelas gargalhadas que mais pareciam latidos lembraram à Lílian vários momentos em que o rapaz gargalhava enquanto estava azarando alunos inocentes, e logo ela sentiu seu rosto queimar de tamanha raiva.
– Você é tão prepotente quanto Potter, VOCÊ ME DÁ NÁUSEAS! – disse uma Lílian decidida.
Quando Evans deitou-se em sua cama ela sentiu nojo d’ela mesma; como ela pode ter achado por um momento o Potter e seus amiguinhos, pessoas divertidas? Nada irá mudar tudo o que eles fizeram nos últimos 6 anos. Ela pensou.
E tentando ignorar a claridade que vinha das janelas do dormitório, devido aos fogos de artifícios, ela finalmente conseguiu adormecer.