Lílian encontrava-se no dormitório feminino da Grifinória, fazendo os temas de casa que os professores passaram no dia anterior e naquela manhã. Ouvia-se apenas o barulho da pena se arrastando no pergaminho, das tossidas e dos espirros de Lílian. Ela estava fazendo o tema de Defesa contra as Artes das Trevas que o professor deu naquela manhã, Lílian adorou o professor pois em apenas uma aula ele a elogiou 6 vezes e acrescentou 20 pontos para a Grifinória. Mas a mente de Lílian não estava em Como conseguir conjurar um patrono. A mente dela estava em Lupin, ele não tinha saído da enfermaria ainda e quando Lílian foi visitá-lo ele apenas disse que pegou uma gripe forte, mas todos os anos ele precisa ir uma vez por mês na enfermaria, e o que será que Tiago quis dizer sobre probleminha peludo? Quando Lílian finalmente percebeu que não iria chegar a resposta alguma, ela decidiu ir para a Sala Comunal da Grifinória.
– Você tem certeza que está bem? – perguntou Dorcas.
– É só um resfriado, eu já disse. – respondeu Lílian.
– É que você está com uma cara, sabe, horrível. – disse MacKnonn.
– Ah, obrigada – Lílian espirrou – Obrigada mesmo!
– A Marlene tem razão, você tem que pedir pro professor Slughorn uma poção pra melhorar com essa... seja lá o que você tem. – sugeriu Dorcas.
– Eu já disse que o quê eu tenho é apenas um resfriado, parem de encher meu saco!
– Você que pare de encher meu saco! – respondeu Marlene enquanto se afastava de Lílian e Dorcas.
– O que – Lílian espirrou – ela quis dizer com isso?
– Ah – exclamou Dorcas – Você conhece a Marlene...
– Ela é louca! – completou Black enquanto estava se aproximando das duas – E Tiago é louco por você, ele está se enchendo de perfume no dormitório, para você!
– Ele – Lílian tossiu – É um nojo.
– Mas você está igual a ele, com esse nariz inchado cheio de ranho. – disse Dorcas. Black e Lílian riram.
– Estão falando de mim? – apareceu Potter descendo as escadas do dormitório. Lílian revirou os olhos.
– A gente falou “nojo” e “ranho”, acho que você se encaixa nesses padrões. – disse Lílian. Black, Tiago e Dorcas começaram a rir.
– Está quase na hora da sua detenção, Potter – avisou Lílian – Vamos indo.
– Mal posso esperar para lustrar troféus de 700 anos atrás. – disse Tiago num tom de voz irônico.
– Então da próxima vez, não seja ridículo de brincar com bomba de bosta na vinda – Lílian tossiu – de Hogwarts.
– Como queira, vou jogar apenas na ida.
– Ótimo – disse Lílian que nem tinha ouvido o quê Potter acabara de falar – Eu estou indo, se você vem ou não quem vai se ferrar vai ser você.
– Então vamos!
Os dois passaram pelo retrato da Mulher-gorda.
– Eu não estou conseguindo fazer o tema de casa de poções e eu sei que você é ótima em poções – começou Potter – Então eu pensei que você poderia me ajudar.
– Desde quando sabe alguma coisa sobre mim, Potter? Pensei que você estava ocupado demais em incomodar os professores – Lílian espirrou – e os alunos e em agradar seus amiguinhos.
– Como sempre, Evans, você se enganou ao meu respeito.
– Como sempre? Eu sei muito bem que tipo de pessoa que você é, você é um prepotente, Potter, uma barata asquerosa, um abomin...
– Eu nunca fui assim, e não sei se você percebeu mas eu mudei bastante durante as férias.
– Você tem certeza que não dará em nada a gente sair essa hora da noite, Moliuóli? – Ouviram-se múrmuros de um casal de ruivos da Grifinória, Molly e Arthur, desde que Lílian se lembra eles estavam juntos, Molly era uma garota ruiva, sardenta, baixinha e corpulenta enquanto Arthur era um rapaz ruivo, ainda mais sardento, alto e pançudo – Ah, olá Monitora, ótima noite, não acha? Nós estamos indo para a sala da Profª McGonagall, ela nos chamou, sabe como é, urgência!
– Entendo sim, aliás, ótima noite! – concordou Lílian, e logo quando o casal saiu da vista dela, Lílian continuou – É eu percebi. Eu percebi que você aprendeu a pedir desculpas DEPOIS DE JOGAR UMA BOMBA – Lílian tossiu – DE BOSTA NO TREM E DEPOIS DE INCOMODAR AS PESSOAS NO MEIO DA AULA, E CÁ ENTRE NÓS, POTTER, ISSO NÃO É – Lílian tossiu – GRANDE COISA
Eles finalmente chegaram na Sala dos Troféus.
– MAS VOCÊ NÃO ME DÁ UMA CHANCE PRA MOSTRAR QUE EU MUDEI, EVANS!
– Claro, pelo seu tom de voz eu percebi que você mudou bastante, Potter! Não enche meu saco – Lílian tossiu – E comece logo a lustrar esses troféus.
A detenção foi silenciosa exceto pelas tosses e espirros de Lílian, a mesma estava ocupada fazendo os temas de casa e Tiago estava ocupado cumprindo a detenção. Durante a detenção trocavam olhares raivosos mas ninguém falou alguma coisa.
– Sua detenção acabou, vá já para a torre da Grifinória! – anunciou Lílian.
Sem falar nada, Potter se retirou. Depois de Lílian guardar a pena, tinteiro e alguns pergaminhos ela foi em direção à torre da Grifinória.

– O que aconteceu? – apressou-se Dorcas a perguntar quando Lílian entrou pelo retrato da Mulher-gorda.
– O quê?!
– O Potter chegou aqui com olhos vermelhos e sem falar com ninguém foi direto para o dormitório.
– Ah – Lílian espirrou – Ele deve ter alergia com os produtos que estava usando para lustrar os troféus. E sabe como é o Potter, um arrogante, deve ser por isso que não deu boa-noite para ninguém.
– É, é claro. E falando em arrogância, Marlene não falou comigo desde aquela hora. – disse uma Dorcas chateada.
– Ela – Lílian espirrou – Vai voltar atrás, ela sempre volta.
Naquela noite, Lílian demorou para dormir pois ela não conseguia parar de pensar se Potter merecera mesmo aquela briga, e o por que ele estava com os olhos vermelhos? Seria alergia mesmo? Então porque ele não estava com os olhos vermelhos durante a detenção? Amanhã Lílian resolveria isso, talvez um “O que está acontecendo com você, Potter?” resolveria.