Uma vez mais, eles estavam na Câmara Secreta. Pitch levantou-se de sua habitual cadeira e fitou todos com um ar superior.

– E então? – Declarou com um sorriso de deboche. – Eu não havia lhes garantido que lhes entregaria Hogwarts?

Os demais assentiram, com a exceção de Malévola e Jack, que permaneceram absolutamente quietos e parecendo estar com as mentes bem longe dali.

– Mas o que você vai fazer agora? – O Duque de Weselton se levantou de sua cadeira, falando em um tom acusatório e debochado. – Tomar Hogwarts? E quanto ao Ministério...?

Ele não terminou de falar. Foi interrompido por um clarão de luz verde e em um segundo jazia morto no chão. Pitch guardou sua varinha nas vestes e alternou olhares entre todos, que não pareciam nem um pouco afetados com o assassinato do Duque.

– Mais alguém tem alguma coisa a dizer? – Black arqueou uma sobrancelha, desafiando alguém a desacatá-lo.

– Eu tenho. – Jack se levantou, não tendo medo algum da expressão assassina que Pitch lhe lançou ao fazê-lo. – O que você vai fazer agora? Quero dizer, nós estamos indo tomar o Ministério, mas você disse que ia ficar. Por quê?

– Vou mostrar àquelas crianças o novo diretor de Hogwarts. – Pitch sorriu vitorioso.

– Ah, sim. Claro. – Jack revirou os olhos, não se surpreendendo. – E vai ficar aqui sozinho? Nós – Gesticulou para os outros sete. – Vamos juntos e podemos demorar a voltar. Ficar aqui sozinho pode não ser uma boa ideia.

– E do que eu teria medo? – Pitch arqueou uma sobrancelha e abriu um sorriso de deboche.

–

Pitch organizou todos os alunos e professores de Hogwarts no Grande Salão, retirando de lá as mesas, de modo que tivesse espaço para que todos ficassem de pé e organizados de acordo com suas casas.

Os alunos do sétimo ano, os mesmos que entraram na escola juntamente com os dez, foram os últimos a chegar, observando tudo como se esperassem que algo fosse acontecer. Pitch sabia que estavam aprontando alguma coisa, mas que mal estudantes poderiam lhe fazer?

– Imagino que já saibam o que está acontecendo. – Pitch começou, fitando os estudantes e falando com um tom impessoal e gélido, causando extremo nervosismo e medo em alguns. – Nosso querido Mickey Mouse – Apontou para o homem, que o olhava como se fosse matá-lo, e realmente queria fazer isso. – Não é mais o Diretor da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Sou eu. – Sorriu vitorioso ao ver alguns estudantes tremerem e outros darem um passo atrás. – A partir de agora, as coisas mudarão aqui em Hogwarts. Em primeiro lugar, a matéria de Defesa Contra as Artes das Trevas está extinta. – Murmúrios confusos percorreram o salão. – Em seu lugar, vocês estudarão Artes das Trevas. – Sorriu com ironia. – Em segundo lugar, as casas Grifinória, Corvinal e Lufa-Lufa também serão banidas. – Até mesmo alguns alunos da Sonserina começaram a reclamar em tom baixo quando ele disse isso. – Apenas a Sonserina ficará. – Pareceu contente ao ver que os alunos de todas as quatro casas iriam começar a protestar. – Calem-se. – Falou em um tom não muito alto, mas frio e autoritário que imediatamente fez com que todos ficassem quietos. – Muito bem. E, terceiro e último anúncio... – Parou por um segundo antes de continuar. – Qualquer um que tiver informações de Elena, Elsa e Anna Gryffindor, Jack Frost, Jackeline Slytherin, Merida Dunbrooch, Rapunzel Corona, Soluço Horrendous Handcock III, Alice Kingsley e Mirana Wonderland deve se reportar a mim.

Todo salão ficou em silêncio e alguns estudantes pareceram ficar mais tensos. Porém, aquilo durou apenas um único minuto, pois a porta do Grande Salão foi aberta e de lá entraram justamente aqueles que Black havia acabado de mencionar.

– Parece que mesmo com toda sua vigilância, você tem um problema com a segurança, Black. – Jack Frost declarou com uma expressão séria incomum para ele. – E isso é muito sério.

– Então vocês voltaram. – Pitch declarou com um tom de ódio na voz. – Estão me fazendo repensar a minha decisão. Acho que eu já devia ter feito o serviço há muito tempo. – Pegou sua varinha e apontou para eles, que estavam todos juntos.

Qual não foi sua surpresa quando Mickey se colocou entre os dez e ele, apontando a varinha para o homem.

Inicialmente, Pitch se surpreendeu, mas logo ele e Mickey começaram a duelar, usando feitiços não verbais. Mouse conseguiu ir empurrando-o até a janela de trás e, vendo que não poderia fazer muita coisa mesmo depois de derrotar Mickey, Pitch aparatou dali, passando pela janela e quebrando-a.

Assim, os alunos e professores restantes aplaudiram e comemoraram e só foram interrompidos pela chegada de alguém. Bafo, o zelador que assumira no lugar de Filch.

– Alunos fora da cama! – O homem gordo veio gritando. – Alunos fora da cama!

– É onde deveriam estar, seu grandíssimo idiota. – Elena revirou os olhos, falando em um tom duro, mas logo suspirou e pareceu se acalmar. – Mas já que está aqui, senhor Bafo, sua chegada foi muito oportuna. – Virou-se para Taffyta, que parecia em tempo de atacá-la. – Eu agradeceria se retirasse a senhorita Muttonfudge e os demais alunos da Sonserina do salão. – Disse, já sabendo que alguns apoiavam Pitch e o ajudariam.

– Você não tem autoridade para isso! – Taffyta exclamou com indignação.

– Eu tenho. – Jacky sorriu com ironia para a garota.

– E para onde, exatamente eu devo levá-los, senhorita? – Bafo sabia que, mesmo sendo estudantes, as herdeiras de Hogwarts podiam muito bem tomar algumas decisões, contanto que envolvessem apenas as suas casas.

– Para as masmorras, pode ser. – Jacky pareceu satisfeita ao ver Taffyta se remoendo de ódio enquanto seguia o zelador com os demais alunos. Porém, antes que eles pudessem sair, chamou. – Ei! – O zelador e os Sonserinos se viraram para ela. – Quem quiser realmente ajudar, não tem que ir com ele.

Os Sonserinos pareceram pensar por alguns segundos e Valentim foi o primeiro a caminhar em direção a ela, trazendo um sorriso no rosto. Como resultado, vários outros alunos começaram a voltar para o centro do salão e apenas alguns fervorosamente recusaram-se, seguindo Bafo, mesmo que contra vontade, até as masmorras.

No final, dos setenta Sonserinos em Hogwarts, cinquenta deles ficaram para ajudar, sendo aquela a primeira vez em que todas as quatro casas de Hogwarts deixavam a rivalidade de lado e se uniam para um bem comum.

Sem dúvida, aquela era uma Nova Hogwarts.