Apocalyptic Love escrita por dramaqueenx


Capítulo 11
Chapter 11




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Quando já estávamos quase dormindo em frente às chamas que crepitavam na lareira e deixavam a sala quente, Rick mandou-nos para casa. Lizzie me pediu para dormir lá, então, fui pedir à Rick.

– Rick? - Chamei-o. Ele conversava distraído com Michonne. Esses dois, hein.

– Ah, olá, Mack. - Ele sorriu. - Já está pronta para voltarmos?

– Ah, era justamente sobre isso que eu queria conversar com você. - Sorri. - Posso dormir aqui hoje?

– Carol permitiu? - Assenti. - Claro que pode. Amanhã vamos nos juntar para ir procurar suprimentos e quero que vocês três vão, então durmam bem, okay? - Ele sorriu de canto.

– Okay, obrigada, Rick. - Sorri e lhe dei um abraço apertado.

Ele não parecia mais aquele cara que eu conheci há duas semanas, machucado, precisando do filho para tudo.

– E aí? Ele deixou? - Lizzie perguntou assim que eu voltei para a sala.

– Deixou. - Eu sorri. Olhei para Carl e ele me encarava. Se ele tivesse visão a lazer eu já havia morrido. - Vamos pro seu quarto. O clima está pesado aqui. - Disse, inclinando a cabeça para o lado que Carl estava.

– Aah, sim. - Ela rolou os olhos e me puxou escada acima. Andamos pelo corredor e entramos no quarto dela.

– Tá mais arrumado que dá última vez que eu vim aqui. - Eu ri.

– É, achamos algumas coisas nas casas do fim do quarteirão. - Ela sorriu. - O que aconteceu?

– Nada. Você acha que ainda temos muita coisa para explorar?

– Não muda de assunto, Mackenzie, o que aconteceu entre você e Carl? - Ela cruzou os braços. Bufei, caminhei até ela, me sentei na cama ao seu lado e deitei a cabeça em seu lado.

– Tudo... ou nada. - Suspirei. - Eu estou apaixonada por ele, Lizzie, mas eu não quero e nem posso me permitir sentir isso. O amor não tem lugar no apocalipse, não tem. - Já sentia meus olhos marejarem. A minha vista estava embaçada por causa das lágrimas. - Eu não posso me magoar, eu não posso, isso vai me deixar fraca...vulnerável...não posso. - As lágrimas já escorriam pelas minhas bochechas. - Ai, Lizzie, o que eu faço?

– Ah, Mack... - Ela acariciava meus cabelos castanhos. - Eu sinto muito... mas você não pode lutar contra isso, tem que aceitar. - Ela suspirou. - Olha pra mim. - Me sentei a olhando. Ela limpou minhas lágrimas. - Apenas... deixe rolar. Não planeje nada, apenas aproveite o momento, aproveite a tranquilidade do momento. - Ela sorriu. - E saiba que eu sempre vou estar aqui.

– Lizzie. - Sorri. - Obrigada... eu também vou sempre estar aqui, para o que precisar. - Lhe dei um abraço apertado. - Agora vamos dormir.

– Por que? Tá cedo... - Ela fez bico.

– Porque Rick quer que a gente vá atrás de suprimentos. E quando digo a gente, digo realmente todos nós. Precisamos estar descansadas. - Eu sorri e me deitei na cama. Ela se deitou ao meu lado. - Boa noite, Lizzie. - Sorri.

– Boa noite, Mack. - Ela sorriu.

[...]

Acordei com minha querida melhor amiga Lizzie fazendo cócegas em mim. Cócegas parecem legais, mas não são, eu estou morrendo internamente - e provavelmente irei chutar a sua cara. Me sentei na cama, me contorcendo e rindo.

– Ai, para, para. - Disse rindo.

– Aleluia, tava indo pegar um balde com água fria pra jogar em você. - Ela riu. - Levanta, temos que sair.

– Ah, verdade, me esqueci. - Me levantei, vesti meu casaco, penteei os cabelos e deixei-os soltos mesmo. - Pronta?

– Não, mas quem se importa? - Ela deu de ombros e riu fraco. Sabia que ela iria falar isso, sabia da dificuldade dela com aquelas coisas, mas amiga entende, e eu a entendia assim como ela me entendia.

– Vamos ficar bem. - Sorri colocando meu revólver no cinto. Ela fez o mesmo.

– Sempre ficamos. - Ela sorriu. Descemos a escada e vimos todos reunidos na sala.

– Bom dia, meninas. - Carol sorriu.

– Bom dia todo mundo. - Sorri.

– Olá. - Lizzie sorriu.

– Então, vamos? - Rick perguntou.

– Er.. vamos. - Forcei um sorriso. O motivo de ser forçado? Carl estava ali. Ainda me encarava como na noite passada. Balancei a cabeça e os acompanhei até fora da casa.

Rick, Michonne, Judy e Carl entraram em um carro. Ty, Carol, Liz, Mika e eu em outro. Iríamos até uma loja de departamento que havíamos visto em um bairro a alguns quilômetros daqui. Ficamos a viagem toda em silêncio, eu encarava as árvores cobertas de neve que passavam como um jato do lado de fora. Poucos walkers estavam na estrada. A neve os afastava. Por fim, chegamos. Saímos do carro e entramos.

– Carl, Lizzie, Mackenzie e Mika vasculham a parte de roupas e outros. Ty e Carol vão até os utensílios domésticos, vocês ficam com Judy também. Michonne e eu vamos ver os alimentos. - Rick ditou e eu bufei. Teria que fazer grupo com Carl. Aff.

– Okay. - Mika assentiu, assim como Lizzie, Carol e os outros.

– Vamos. - Carl disse e deu as costas. O seguimos.

– Precisamos de roupas de frio. - Disse.

– Deve ter algo no fim desse corredor. - Liz disse. Nos embrenhamos no meio daquele tanto de roupas derrubadas no chão.

– Achei! - Disse, alto, ao tropeçar em um monte de casacos. Carl pegou um carrinho e jogou todos lá dentro, assim como algumas luvas, cachecóis, gorros e meias.

– Ei, aqui tem brinquedos! - Mika disse, apontando para outro corredor escuro. Ela saiu correndo em sua direção. - BRINQUEDOS. - Ela gritou.

Então eu vi uma sombra, e outra, e outra, surgindo do corredor escuro. Já era tarde demais, Mika já estava cercada. Ela erguei a arma e deu um tiro no ombro de um, e acertou o outro na cabeça. Mas um, sorrateiramente, veio por trás, mordendo seu ombro. O sangue jorrou, tingindo seu casaco rosa de vermelho. Lizzie gritou. Mika caiu no chão, gritando. Agora haviam dois walkers sobre a menina. Por fim, Carl atirou na cabeça dor dois e aqueles corpos nojentos caíram no chão, causando um baque molhado como o de um pano molhado caindo. Lizzie correu até a irmã, seguida por nós.

– Lizzie... - Mika sussurrou.

– Vou atrás dos outros. - Carl disse. Assenti e me abaixei, abraçando Lizzie.

– Você vai ficar bem, Mika. - Ela sorriu fraco, as lágrimas molhando seu rosto.

– Você...promete? - Mika perguntou.

– Prometo. - Lizzie disse.

– Então jura de dedinho. - Ela ergueu o braço trêmulo e arqueou o dedo. Lizzie envolveu seu mindinho no da irmã.

– Eu juro de mindinho. - Naquele momento os outros apareceram.

– Precisamos levá-la para casa. - Carol disse.

– Ela vai se transformar logo. - Ty sussurrou, mas eu pude ouvir.

– Não importa. Rick, me ajuda a carregá-la. - Carol.

– Claro. - Rick pegou a menina no colo. Logo sua camiseta branca estava tingida de vermelho. Corremos para o carro. Colocamos Mika deitada no banco de trás, deitada em meu colo e no de ,Lizzie.

Dirigimos feito loucos pela estrada. Mika estava consciente, mas aparentava que iria desistir logo. Chegamos na casa de Carol e Ty. Rick levou Mika no colo até seu quarto e deitou-a na cama. Lizzie desabotoou o casco da irmã com cuidado. Fez o mesmo com o cardigã e deixou-a apenas de regata, expondo a mordida no ombro. Carol se ajoelhou ao lado da cama.

– Rick, pegue um pano molhado com álcool, por favor, ela já está febril. - Carol disse. Rick assentiu e desapareceu, apareceu logo depois com o pano em mãos. - Obrigada. - Ela disse e colocou o pano na testa de Mika.

– E-eu vou morrer? - Mika perguntou.

– Não, meu amor. - Carol sorriu. - Você vai ficar bem...

– Lizzie... - Ela olhou para a irmã. Lizzie pegou um vaso com algumas flores e colocou na escrivaninha ao lado da irmã.

– Apenas...apenas olhe para as flores, Mika. E você vai ficar bem. - Ela mordeu o lábio inferior, procurando impedir o choro.

Mika olhou para as flores.

E fechou os olhos.

E parou de respirar.

Lizzie começou a chorar compulsivamente, se virou e me abraçou com força. Carl se juntou a nós. Sentia minha camiseta ficar encharcada por causa de suas lágrimas. Acariciei seus cabelos.

– Vamos, Lizzie. - Sussurrei e a guiei para fora do quarto. A levei para seu quarto. Me sentei na cama e ela se deitou em meu colo. - Tudo vai ficar bem...

– Não. - Ela disse, firme. - Nada vai ficar bem. - Sua voz estava embargada pelo choro. - Nós perdemos Mika.

Não disse nada, apenas continuei acariciando seus cabelos enquanto ela chorava em meu colo. Mas ela estava certa de uma coisa.

Nós perdemos Mika.


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