Atraída por um Darcy escrita por Efêmera


Capítulo 23
Meu Namorado é o Papai Noel — Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Olá, queridxs!!!! Então, estou aqui liberando mais uma parte de Atraída por um Darcy. Eu sei, é bem pequena, mas é apenas para vocês não me matarem. haha Espero que gostem! ♥

Ps.: Avisando que decidi a música de APUD. Close to You, da melhor dupla de todos os tempos The Carpenters. Mas como não vou obrigar todos a terem o mesmo gosto que eu, tem na voz da linda Olivia Ong também (que também adoroooo). Indico a escutar sempre que estiverem lendo, exceto quando eu indicar uma outra. ♥



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Darcy estava indo morar sozinho?

Mas, se ele disse que não me odiava, por quê? O que está acontecendo?

Eu não posso dizer que estava bem mentalmente enquanto pensava sobre isso. Era como se um pedaço de mim tivesse saído. Não ver Darcy todos os dias era como se eu estivesse incompleta, pois ele era uma parte importante de mim. O que eu faria dali em diante? Por que aquela decisão tão inesperada?

Foi pensando nisso, e querendo ficar só, que eu corri para a sala de jogos. Eu sabia que ninguém ia até ali naquela hora, por isso assim que cheguei me joguei no sofá enorme que havia e fiquei olhando para o teto quase escuro, esperando que as respostas para as minhas perguntas surgissem.

Mas elas não surgiram. E eu me sentia cada vez mais perdida... indesejada.

E assim permaneci por um longo tempo que eu sequer notei quanto havia sido, até que ouvi um barulho vindo da porta e me levantei subitamente.

— Desculpe... — disse ele. E apesar da pouca iluminação eu pude notar que ele não parecia ter um semblante muito cheio de vida. — Não sabia que já tinha alguém aqui, volto depois.

Antes, contudo, que ele desse as costas, eu me ouvi gritando:

— Não! —, quando percebi o que estava fazendo, tornei com mais calma. — Pode ficar, eu já estava indo para o meu quarto.

Não consegui, contudo, dar um passo sequer, pois Darcy se aproximou e segurou minha mão para me virar para ele. Em seguida, ele elevou a mão direita e tocou meu queixo para levantar minha face a fim de que eu o olhasse.

— Não é por sua causa. —, sussurrou. Confusa, continuei o olhando sem nada dizer. — Eu sei que você ouviu minha conversa com meus pais. Eu quero que você entenda isso, Lizzie: não estou indo embora para me afastar de você.

Talvez essas palavras quisessem me dizer alguma coisa que ia além delas, ou eram exatamente aquilo. Eu não compreendi, estava inebriada demais pelo seu toque e pela forma sexy e atraente como seus lábios se moviam.

— Mas você está indo… —, eu tentei dizer, mas a bola que começou a subir pela minha garganta me impediu de continuar.

— Sim, eu sei… — Ele estava perto, muito perto, mas eu queria que ficasse mais perto ainda. — Eu preciso, Lizzie. —, continuou em um sussurro, seu rosto a centímetros do meu. — Eu tenho muito a pensar e preciso fazer isso sozinho.

Eu não consegui segurar a lágrima que desceu pela minha face, era mais forte que eu. E, totalmente inundada de sentimentos descontrolados, me vi inclinando minha cabeça para frente e capturando seus lábios com os meus. Eu fiquei parada, sem me mover, por tanto tempo quanto foi o necessário para me tocar do que estava fazendo, e me afastei bruscamente.

Eu havia beijado Darcy!  O que estava pensando na hora? Não, eu não estava pensando!

E então, quando enfim olhei para ele, meus olhos se abriram em choque. Darcy, com uma cara de poucos amigos, me olhava congelado. Eu havia estragado tudo com uma atitude impensada, o deixando com raiva. Por que eu sempre agia como uma estúpida? Eu precisava pensar um pouco melhor nas minhas ações, precisava amadurecer. Então, desejando me fechar em meu quarto e fugir daquela vergonha, apressei em sair do meu estupor e comecei a caminhar até a saída; eu não conseguia encarar a raiva do homem que eu amava, precisava fugir.

Eu já havia chegado na porta e estava quase saindo quando senti braços envolverem a minha cintura por detrás, me fazendo paralisar no mesmo instante. Ele então me levou para ainda mais perto, fazendo nossos corpos colarem. Senti-lo ali, como nunca havia sentido antes, me encheu de sensações nunca antes vivenciadas e eu precisei de um segundo ou dois até perceber o que aquilo significava.

Darcy, o cara que eu amava e que pensava não sentir nada por mim, estava me abraçando. E de uma forma nada esperada entre “amigos”. Essa constatação primeiro me causou choque, depois euforia, então a esperança de um dia poder ser retribuída não demorou a aparecer.

Ele poderia um dia me amar!

— Me espera até que eu esteja pronto —, ele disse de repente, fazendo-me quase surtar por dentro. — Eu irei voltar.

@@@@@

 Mas ele não voltou.

Lembro-me nitidamente o que aconteceu a mais de três meses atrás. Quando ele, depois de dizer aquelas palavras, me deixou sozinha na sala. Esperançosa de que aquele clima continuasse, eu acordei cedo e desci correndo para encontrá-lo, mas a primeira pessoa que encontrei foi Maggie e ela não parecia muito bem. Depois de algumas palavras em que eu tentava consolá-la, ela me falou que Darcy havia ido embora. Eu soltei um “já?” desesperado, afinal ele havia ido sem se despedir!

Mas o pior ainda estava por vir!

Nos dias seguintes o procurei pela faculdade. Era a minha única esperança e eu tinha certeza que se eu queria mesmo o encontrar eu devia ir até lá. Mas ele não estava em nenhum lugar para onde eu olhava. Era estranho, muito estranho. Encontrei Jane e Char e contei tudo, cada detalhe. Primeiro ela ficaram felizes por saber do meu encontro com Darcy (Jane bem mais que char), depois ficaram surpresas por ele decidir sair de casa, ficando então chocadas quando relato sobre a sala de jogos. Por fim, Char poderia matar ele por realmente ter desaparecido.

Mas eu não desisto, continuo à sua procura pelos dias que se seguiram. Eu não consigo compreender como ele havia conseguido sumir assim do nada, nem nas colunas de fofocas eu encontrava seu rosto. O que estava acontecendo? Eu já estava começando a ficar preocupada e a única coisa que me segurava era o fato dos próprios pais dele não falarem nada. Eu sabia como Maggie e o duque eram com os filhos, então sabia que um deles (ou os dois, apesar de achar que se Maggie soubesse me falaria) sabia onde Darcy estava.

Fui obrigada a engolir minha preocupação (e frustração) por várias semanas. Até que certo dia, enquanto estava em um dos bancos do campus lendo um livro qualquer, senti uma pessoa sentando ao meu lado. Primeiramente eu suspirei, mas logo levantei o olhar e não pude acreditar no que estava vendo bem na minha frente.

— O que você está fazendo aqui?

Eu não tinha motivos para ser simpática, não depois de tudo o que estava passando.

— Soube que estava procurando pelo Will. —, ela falou.

O que era aquilo? Que intimidade absurda era aquela? Para ela ele deveria ser Sua Graça, o Marquês de Derby, não Will. De jeito nenhum Will!

A olhei com os orbes semicerrados prontos para lançarem lasers. Ela pareceu não se incomodar e permaneceu calada como se estivesse esperando uma resposta minha que eu não estava disposta a dar. Então, com um suspiro, prosseguiu.

— Olha, como sou muito legal irei mandar a real, certo?

Eu não entendia nada do que ela estava falando. Onde Meghara estava querendo chegar?

— A real é que você não vai encontrá-lo nesta Universidade. Darcy foi embora do país, trancou a faculdade e foi viver a vida dele. Disse que as chances de voltar em um futuro próximo são muito pequenas.

Meus olhos se abriram chocados. Então, quando a ficha caiu, eles se encheram de lágrimas. Ele havia me deixado, ido embora e não iria voltar. Suas palavras eram mentirosas. Afinal, se ele iria mesmo voltar, por que não se despediu de mim? Enquanto isso, além de se despedir, falou tudo para a Stefanski. Darcy a considerava mais do que a mim, eu estava perdendo meu tempo.

Eu devo ter assumido uma expressão deveras patética, porque Stefanski me olhou, arqueou as sobrancelhas e falou:

— Você poderia ser menos estúpida, Elizabeth. — Quando eu estava a ponto de responder, ela continuou: — Alguma vez você realmente pensou que Will iria olhar para você? Pense, o que tem de tão bom assim para oferecer? Você não tem beleza, charme, dinheiro, nem ao menos sua família tem alguma importância. Você seria um atraso para a vida dele, eu no seu lugar teria desistido assim que ficou sabendo que ele era um Marquês. Ainda não entendeu? Ele não é para você!

Aquelas eram palavras duras e, considerando tudo o que eu estava passando, eu poderia chorar se fosse mais fraca. Mas eu não era! E seria preciso bem mais que aquilo para me fazer chorar na frente de Stefanski. Então, elevando a face e fixando o olhar naqueles orbes que seriam bem melhores se fossem mais feios, eu não me segurei:

— Você tem certeza de que está falando isso para mim? Sério? — Eu olhava para o rosto de Meghara e podia ver que ela não esperava por isso. — Eu posso ter todos os defeitos do mundo, posso ser uma idiota sem um tostão no bolso que sonha em um dia vir a ser retribuída pelo cara que amo. — pausei antes de continuar: — Isso pode me transformar em uma estúpida sem limites, mas nunca, de forma alguma, eu iria desejar que algo ruim acontecesse a ele não importando a resposta que ele me desse quando eu me declarasse. Porque isso, diferente do que você sente, é sim amor. — Ela não parecia bem, os olhos presos em mim; eu sei que provavelmente estivesse passando dos limites, mas não era com se eu pudesse parar àquela altura. — Já o que você tem aí não. Não passa de um charminho criado por uma garota que está acostumada a ter tudo e que não aguenta uma rejeição. Você, Meghara, é tão infantil e mimada que me causa pena.

Depois de dizer essas palavras eu dei as costas a uma Meghara Stefanski muito da pálida, que logo mostrava sinais de que iria explodir a qualquer momento. Bem, isso não era algo que eu desejava ver, então fiz muito bem em ficar o mais longe possível. E consegui.

Já havia se passado semanas desde o nosso último encontro e eu não tinha muito a dizer para ela, até porque estava bastante irritada por Darcy se despedir dela e sair sem sequer deixar um bilhete com um mero “tchau” para mim. Eu sei, bem lá no fundo, que devia me contentar com nossa última interação, afinal ele havia me abraçado e pedido para que o esperasse. E eu iria esperá-lo, até mesmo se levasse uma vida para vê-lo novamente.

E mais algumas semanas se passaram. Como Jane e Char estavam bastante envolvidas em seus relacionamentos, eu não as vi muito. Georgie e Maggie também haviam desaparecido, mas elas eram porque estavam organizando uma festa beneficente que os Darcy davam todos os anos no Natal. Elas haviam pedido a minha ajuda, mas longe de mim me intrometer nessas coisas. Sem chance.

O fato era que, bem, o Natal estava chegando e nada do Darcy. Aquilo estava me deixando louca, mas o pior de tudo era que o Darcy pareciam não estar se importando. Eles eram tão assim antes e eu que não havia percebido? Era isso que não descia! Eu vivia em uma frustração horrível, não tinha jeito de melhorar, então quando encontrei Jane e Char, que também estavam tão tristes quanto eu, não teve outra e nós três nos abraçamos para engolir o sofrimento que parecia não ter fim.

Jane estava irritada e magoada com Charles por ele ter optado por passar o Natal com a família, deixando a coitada sozinha no primeiro Natal que estavam juntos oficialmente. Char estava passando por algo semelhante, mas no caso dela era porque o tal namorado havia marcado uma viagem com a irmã e o cunhado para alguma ilha paradisíaca ou algo do tipo. Isso me fez ficar com a pulga atrás da orelha, quem será que era esse tal namorado da Char? Ela não queria falar de forma alguma!

Então, decididas a não deixar que os homens nos fizessem infelizes, resolvemos que iríamos passar o Natal juntas. E como a festa não seria na mansão dos Darcy decidimos que seria lá o local, bastava apenas pedir autorização de Maggie (que provavelmente iria ficar bastante chateada por eu não ir para a tal festa beneficente).

É, como eu havia imaginado Maggie não aceitou muito bem. Nem Georgie. Ambas eram do pensamento de que eu poderia convidar Jane e Char para a festa. E eu até tentei, mas as duas recusaram; não estavam no clima. Acabou que, depois de muito insistir, consegui tocar o coração das duas Darcy e elas aceitaram que precisávamos ficar juntas. Então o dia 24 chegou.

Naquele dia, como em todos os outros, eu acordei cedo e fui logo tomar meu banho matinal. Sabia que Georgie e Maggie teriam que sair cedo para irem a um spa, então saí rapidamente do quarto para ao menos tomar o café da manhã com elas. Eu não posso dizer exatamente o que senti. Foi algo muito grande, uma sensação maravilhosa que me tomou de forma tão absurda que eu não poderia dizer de onde havia surgido. Eu só sabia o porquê. E foi por ouvir aquela voz maravilhosa mais uma vez depois de tantos meses.

— Não estou magro, mãe, estou até um pouco mais forte.

— Que seja, precisa comer do melhor que tem na mesa para recuperar as energias.

— Se a senhora acha…

Ele estava de costas para mim e eu, parada no corredor que levava até a sala de jantar, observava as suas costas como se tivesse visto a coisa mais maravilhosa já existente. Mas foi nesse momento que Maggie me viu e chamou.

— Oh, Lizzie. Veja quem retornou ontem a noite sem avisar a ninguém! —, exclamou ela e eu podia ver em seus olhos como a duquesa estava feliz.

— Papai sabia, eu o avisei, mas você sabe que eu não perderia essa festa por nada. —, Darcy tornou, mas não virou-se para me olhar. Então, enquanto ele continuava comendo eu me aproximei e me sentei no meu lugar, bem ao seu lado, só então vendo que ele havia deixado a barba crescer além do normal; estava absurdamente ainda mais lindo.

— Er… Hmmm, quanto tempo. —, disse sem graça e me sentei de qualquer jeito, já avançando sobre a primeira coisa que via à minha frente.

— Bastante, não é?! —, ele replicou sem me olhar e eu assenti.

Não posso negar que eu estava triste. Parecia louco que a felicidade em o ver novamente havia me feito ficar tão infeliz só em ver a forma como ele me tratava. Por que estava sendo daquela forma comigo? Será que havia acontecido alguma coisa durante a viagem que havia o afastado novamente de mim? Será que essa coisa era a Stefanski ter finalmente conseguido o que queria? Eu não conseguia me imaginar voltando novamente para a estaca zero, não sei se continuaria persistindo em algo que parecia não ter futuro. Seria idiotice da minha parte, eu tinha que finalmente me tocar.


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Notas finais do capítulo

Bem, gente, nem vou dizer como minha vida anda absurdamente descontrolada. Eu não tenho tempo nem para dormir, que dirá ficar no PC sem ser para fazer coisas da facul. E agora neste último ano só tende a piorar. Espero que tenham paciência comigo, tendo também a certeza de que nunca deixarei essa história sem concluir. Amo escrever para vocês, até breve. ♥