Sangue Monstro escrita por Ytsay


Capítulo 21
Uma família, um bando... uma coisa assim ¬¬  


Notas iniciais do capítulo

Feliz novo mês! Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/489641/chapter/21

Encontramos Raphael e Diego em uma mesa de madeira no meio do gramado entre a casa e o celeiro quase sob uma arvore.

–Roan esse é Diego, sem classe ou dinheiro, mandante desse bando de displicentes descendentes sem casa ou simples humanos rebeldes. A família dele. Ele e eu somos os únicos que reunimos os descendentes nessa região. Mas eu sou mais seletivo. -ele deu um sorrisinho.

Diego riu e negou depois me encarou:

–Então você é aquele quetem o sangue de monstro puro. Deve ter tido uma vida interessante.

–Na verdade não. Nada além de fugir de policiais, continuar andando sem rumo e conhecer novos lugares. E é isso.

Ele olhou para Raphael que também prestava atenção ao que disse. Resolvi que não ia ficar de pé e fui me sentar ao lado de Diego.

–E sua família Roan?- Raphael me olhava.

–Eu não sei. - Jenn se ajeitou ao lado de Raphael, depois de dar uma olhando para onde os outros foram. –Não sei do que houve antes, não sei de onde exatamente sou, não sei nem se tive uma família.

Sentia-me confortável ali, calmo como o final da tarde que acontecia com o sol se pondo laranja. Olhei para o homem ao meu lado que tinha um sorriso no canto da boca, acho que só de olha-lo sentia que podia dar a ele alguma confiança e pude concluir que era o sangue, o poder dele. Diego podia controlar os sentimentos, mas quis até que gostei de ficar ali era uma sensação boa.

Não fizemos muita coisa depois das minhas falas. Diego e Raphael conversaram mais, enquanto tentava pela primeira vez me lembrar de algo de antes...Me lembro de estar no meio de um estrada vazia de asfalto, deitado e sujo de sangue, encarava sem sentido o céu sobre mim coberto por grandes nuvens azuis escuras e pesadas, era tão noite que não dava para ver nada do que tinha na laterais daquele lugar. E quando o primeiro raio cortou o espaço entre a terra e o céu iluminando tudo, não havia nada além de enormes campos abandonado de grama seca. Não demorou muito e as gotas grosas e geladas começaram a cair e lavar o asfalto tingido de vermelho. E foi a partir dai que iniciei a minha vida, sem me importar com o antes ou o depois e tendo consciência do que eu era e apenas isso.

– Roan... -Os três estavam de pé a meio caminho para a casa. Raphael me olhava sem entender o que estava acontecendo. -Vamos para dentro, Diego vai arrumar um lugar para nós.

A noite já tinha chegado então os segui. A casa tinha espaço, mas parecia que poderia despencar com os rangidos e paredes levemente tortas. Em todos os lados tinha um colchão ou sofá ou poltrona ocupadas, os jovens pareciam se amontoar onde bem entendiam, mas havia respeito entre eles. Às vezes alguém corria pela casa atrás de outro procurando por uma vingança inocente e outros riam ou conversavam. Diego nos direcionou até a cozinha onde nos liberou para comer apontando uma grande panela com algum líquido cheio de coisas. Não gostei muito da aparência, mas me servi e o negocio era bom. Depois mostrou um quarto com a porta meio solta.

–Se quiserem podem ficar aqui.-ele entrou e mandou uns três ou mais saírem da única cama grande que tinha li.

Raphael entrou na frente e nós o seguimos. Diego logo sumiu após um aceno e boa noite.

–Vamos ficar aqui?-perguntou Jenn com cara de que gostaria de estar errada.

–Aqui pelo menos tem uma cama. -disse e me joguei nela, era fofa e confortável – Melhor que sofá, sabe Raphael.

–Sim Jennifer. -ele respondeu. - É o costume deles, são irmãos e ocupam o espaço que bem entendem para dormir. Então tende ver isso como dormir com seus irmãos. -Ela olhou rapidamente para mim e depois para Raphael. -Se não se sentir a vontade podemos te deixar aqui e arrumar um...

–Não. –disse e eles me olharam. -Eu vou ficar aqui.

Depois Raphael disse algo que me incomodou mais do que ficar em um sofá, algo tipo de que iria arrumar um lugar para Jenn e depois voltava para compartilhar a cama comigo, me fazendo decidir que era melhor sair de lá. Ele ganhou e deu a cama apara Jenn me empurrando para fora. Raphael logo se jogou perto de alguns jovens que supostamente o conheciam e dormiu rapidamente. Continuei andando solitário pela casa. Eles iam dormir bem cedo...

Encontrei um colchão em um canto em um corredor que estava até que vazio, na verdade acho que o dono preferiu dormir mais no chão do que no colchão. Então me deitei e me virei olhando a parede. De repente alguém me empurra e se ajeita do meu lado e eu me viro para ver Mark olhando o teto tranquilo.

– Há é você- ele se vira para mim com um sorriso.

Me sentei desconfortável.

–Da para você arrumar outro lugar?

–Por que? Eu sempre venho aqui. -disse ele.- E não tem problema, pode ficar se quiser.

O olhei, é ruim que ia ficar ali, e me levantei. Mark não se importou e logo se acomodou no espaço livre.

Sai para a varanda sem mais opções dentro da casa. A noite estava lá, escura e azulada com a lua cheia espiando em janelas entre as nuvens carregadas. Fui até a mesa no meio do quintal e me deitei nela. Pouco depois, um vento frio começou a passar, balançando o topo da arvore próxima e das que compunham a selva logo atrás do celeiro. Fechei meus olhos sem pensar em muita coisa útil. Vários Minutos depois uma gota de água tinge meu rosto e o som de trovoes não muito longe ecoa.

–Roan você devia sair da chuva.

A voz feminina vinha do alto da casa, mas quando olhei não havia ninguém nas janelas do segundo andar. Só olhando mais para cima, quando a lua cheia iluminou melhor o local, vi a menina de cabelos pretos e lisos no telhado, ela desceu com um salto e pousou no chão se agachando, sem danos, e logo depois ficou de pé me observando. Não era impressão minha os olhos dela brilhavam no escuro como de um gato. Um raio trovejou mais perto e eu me encolhi com o susto rápido.

Jenn sorriu.

–É melhor entrar.

Concordei e comecei a andar em direção a ela, pronto para perguntar como ela conseguiu saltar tantos metros e porque os olhos dela ficavam daquele jeito, até que um raio veio sobre mim com seu som ensurdecedor. Eu me protegi ou pelo menos tentei.

Quando ele sumiu e minha visão voltou ao normal, me verifiquei rapidamente e estava bem. No meio de um circulo de chamas baixas, mas bem. Jenniffer tinha escondido o rosto nas mãos, certamente não querendo ver a cena de Roan em chamas. Atravessei os poucos metros até ela e quando a toquei para tirar as mãos dela do lugar, ela levou um susto e logo depois me perguntou preocupada se estava bem. Sorri em resposta e ela apenas deu um passo para trás ainda me encarando preocupada e com o rosto avermelhado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada por ler. XD