(Elena)

Eu havia acabado de chegar na casa dos pais da Júlia, eles insistiram para que eu ficasse lá. Eu entrei no quarto e sentei no sofá tirando os meus sapatos, suspirei com o alívio de deixar meus pés livres, eu já me sentia muito bem, mas Damon insistia em repouso. Eu decidi tomar um banho tirar aquele cheiro de hospital de mim.
Eu fui até o banheiro tirei a roupa e encarei a minha imagem no espelho, os roxos enormes na minha testa estavam bem melhores, talvez um pouco esverdeadas, os pontos no meu braço, bom, ainda estavam lá, mas minha aparência já estava ótima.
Eu enchi a banheira e coloquei sais de banho na fragrância de morango, suspirei sentindo o aroma maravilhoso que eu tanto gostava invadir minhas narinas, entrei na banheira sentindo os músculos do meu corpo relaxarem.
Sai da água me sentindo renovada, andei ate a minha mala e coloquei um vestido azul marinho meio transparente nas costas e nos ombros haviam detalhes bordados em dourado sequei os cabelos com o secador e depois enrolei as pontinhas, passei uma maquiagem leve mas bonita, calcei sapatos scarpins pretos com taxas douradas no salto. Me avaliei um segundo em frente ao espelho, o resultado me deixou bastante satisfeita, eu estava linda.
Desci as escadas encontrando Júlia e Kol sentados no sofá, eles se amassavam e Kol estava deitado por cima dela, eu ri baixo e disse alto tentando assusta-los:
– Vão pra um quarto!
Kol saiu de cima dela em um pulo, e Júlia arregalou os olhos numa careta engraçada, eu não pude evitar uma gargalhada. Júlia levantou do sofá alisando o vestido vermelho extremamente colado, Kol passava as mãos pelo cabelo, eu disse:
– Nossa Ju que vestido lindo!
Kol olhou fuzilante para mim, ele encarou novamente o vestido dela e disse num tom de deboche:
– Lindo?! Eu posso ver até o útero dela nesse vestido!
Eu deixei escapar uma risada enquanto Júlia olhava brava para ele, ela fez um biquinho fofo e disse para ele:
– Poxa amor, toda a produção foi pra você e vai falar assim!
Ele suspirou colocando as mãos na cintura dela deu um sorriso, e disse depois de um longo beijo em sua bochecha:
– Tudo bem princesinha, você está linda! Eu vou subir me vestir e já saímos Okay?
Ela sorriu meiga e disse:
– Okay!
Ele subiu às escadas enquanto ficávamos olhando, assim que Kol saiu do ponto de vista ela sorriu sapeca e disse:
– Eu sou uma diva... Não deveria ter feito enfermagem, eu deveria ser atriz consigo tudo o que eu quero!
Eu abri a boca surpresa e disse:
– Menina, não é que você é boa mesmo!
Ela riu e disse:
– Uh mas não é só o meu vestido que é bonito em Elena, você está uma gostosona nesse vestidinho!
Eu sorri e disse:
– Damon estava falando sobre um racha no qual ele não ia por que eu estava machucada... Mas a questão é que eu quero ir!
– Eu também vou no racha... Vai ser divertido!
Eu apenas sorri.
(Brian)
Eu estacionei o carro à três quadras da mansão estilo vitoriana que Lizzie estava morando agora, tenho que admitir que a loura sabia como escolher um lugar para morar, eu fiz sinal para que Enzo acertasse o guarda na guarita de segurança, Enzo me deu um sorriso convencido, ele não era muito normal adorava matar, ele acertou em cheio a cabeça dele que caiu para o lado. James levou somente algumas horas para conseguir um controle que abrisse o portão da casa de Lizzie, ele abriu uma pequena parte para que pudéssemos entrar, eu passei primeiro esperando aqueles dois entrarem logo depois de mim.
Dois seguranças tentaram nos deter, James acertou um com a ponta da arma e o outro logo em seguida com o cabo, eu assenti pra eles e continuamos, eu disse:
– Fazemos assim, eu entro pelos fundos, James você entra pela frente e o Enzo fica de vigia aqui na frente, Okay?
Eles somente assentiram e fui para os fundos da casa, fazia de tudo para que meus passos fossem menos barulhentos que as batidas do meu coração. Mesmo antes de encontrá-la eu já me sentia mal, Lizzie sempre quis filhos, quando era adolescente, antes de engravidar, ela vivia cuidando dos filhos dos vizinhos, ela sempre quis isso e eu estou prestes a acabar com tudo isso.
(Lizzie)
Eu me sentei na cama que Daniel estava deitado, eu podia ver que o pequeno estava cansado mas ele não se rendia ao sono, eu passei de leve a mão em seus cabelinhos e ele me encarou com seus lindos olhos, sempre que olhava ele eu via um pequenino pedaço de Damon comigo, o meu pedacinho de gente.
Eu sorri pra ele confortando-o, ele segurou minha mão colocando-a perto da bochecha, e disse com a voz rouca de sono:
– Mamãe...- seus olhos estavam confusos e cansados, eu respondi enquanto alisava os cobertores sobre ele.
– Hum...
Ele puxou de leve o meu rosto pendido minha total atenção, ele continuou falando:
– Mamãe olha pra mim... Por quê eu não tenho um papai? - Senti meu coração parar por um segundo, meus olhos ardiam e meu rosto estava pegando fogo, eu sabia que a pergunta viria, Daniel é um menino esperto demais para a idade dele, mas não esperava que fosse tão rápido! - Não chora não mamãe... Não queria você brava... Desculpe.
Eu sequei rápido às lagrimas que teimavam em escorrer e dei o meu melhor sorriso para ele, que tentou retribuir mas mesmo assim saiu como uma careta fofa. Eu sorri mais uma vez respondendo:
– Querido, todos temos um papai, e você também, mas... -suspirei e respondi- Mas o seu papai trabalha muito, por isso ele não vem te ver...- Eu andei até a minha bolsa sobre a poltrona da escrivaninha, abri ela pegando minha carteira aonde tinha uma foto minha e de Damon, ele tinha um sorriso enorme e abraçava meu corpo enquanto eu estava levemente virada para a câmera somente o suficiente para ver metade do meu rosto. Eu voltei a me sentar ao lado dele e disse apontando para Damon- Veja como se parecem, ele é seu pai, o nome dele é Damon...
Ele olhava maravilhado para a foto, era incrível ver a reação dele, ele observava cada detalhe do rosto de Damon e parecia fascinado. Eu coloquei a foto nas mãos dele e fui de leve empurrando de novo para os travesseiros, ele me olhou um pouco mais satisfeito e disse:
– Mamãe, um dia eu ver ele?
Eu encarei seus olhinhos faiscantes e disse:
– Sim querido, um dia você vai vê-lo!
Ele sorriu feliz, mas o sono ainda o dominava, e disse:
– Você canta pra mim?
– Claro meu amor!
Eu suspirei e comecei a cantar uma música da Taylor Swift:

" In backyards winning battles with our wooden swords"
Nos quintais, ganhando batalhas com nossas espadas de madeira
" But now we stepped into a cruel world"
Mas agora entramos num mundo cruel
"Where everybody stands and keeps score"
Onde todos resistem e contam os pontos

Os olhinhos azuis dele já estavam ficando pesados e ele me encarava segurando a foto em suas pequenas mãos.

"The tricky thing is yesterday we were just children"
O curioso é que ontem éramos apenas crianças
"Playing soldiers just pretending"
Brincando de soldados, apenas fingindo
"Dreaming dreams with happy endings"
Sonhando sonhos com finais felizes

Eu olhei de novo para ele e já estava capotado, eu suspirei e passei a mão no cabelo dele.

(Brian)
Eu ouvi um barulho vindo do fim do corredor e andei rápido empunhando a arma para frente, eu avistei ao longe Lizzie se escorando na porta e descendo até o chão, eu caminhei com o máximo de silêncio o possível, ela estava com os olhos vermelhos e irritados, provavelmente chorando, eu segurei o ar dentro dos meus pulmões e parei por um segundo planejando, olhei de novo e vi James parado no canto escondido, ele acenou com a cabeça e rendeu Lizzie que agora chorava muito, ele a guiou até a sala, provavelmente a renderia enquanto eu procurava por Daniel.
Eu suspirei e abri a porta do quarto que ela acabará de sair, eu olhei para dentro do quarto que parecia o céu, com as paredes cobertas por um papel de parede azul com nuvens desenhadas, e uma cama branca no centro, nela dormindo como um anjo estava Daniel, ele estava coberto por um cobertor branco.
Eu caminhei até ele e quando encostei em sua perna ele abriu os olhos e segurou minha mão, eu o encarei e ele sorriu, eu suspirei aliviado e disse:
– O quê você acha de um passeio surpresa?
Ele assentiu com a cabeça, e eu o enrolei pegando no colo, saímos do quarto com Daniel agarrado no meu corpo. Eu fui até a sala e Lizzie estava presa à uma cadeira ela chorava baixo enquanto James a encarava com repudia, eu apareci com Daniel e seu choro baixo começou a ficar muito alto, ela gritou:
– Brian pelo amor de Deus não faz isso comigo... O Daniel é a única pessoa que eu amo no mundo! Por favor não tira ele de mim!
Eu olhei para ela desesperada e respondi com uma ferida aberta:
– Eu sinto muito Elisabeth, sinto muito mesmo, mas isso tem que acabar, tudo tem que voltar aos eixos pra nós dois... E o Daniel não faz parte disso!
Ela me olhou chorando muito e se chacoalhando na cadeira, ela gritou:
– Você tinha prometido que faria de tudo para que eu fosse feliz, mas agora você está arrancando a minha felicidade e levando-a embora, eu preciso dele, ele é o meu bebê!
Eu estava sentindo o meu rosto começar a arder, sabia que se ela dissesse mais alguma coisa eu não conseguiria agüentar. Eu a olhei mais uma vez e dei às costas ouvindo os gritos e o choro desesperado dela atrás de mim.
Enzo deu um sorriso malandro e me seguiu até o carro, eu coloquei Daniel no banco de trás, ele havia pegado no sono novamente, e fui até o volante, dirigi direto até a casa se Katherine.
Vinte minutos depois eu parei na garagem de qualquer jeito, peguei Daniel novamente e corri para dentro com ele dormindo como um anjo em meus braços, eu sorri olhando-o.