Os Winchesters & Os Olimpianos - O Deus Perdido escrita por H R Martins


Capítulo 2
I. Sam


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, cupcakes!



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Capítulo 1: Despertar... Onde diabos eu estou?

ANTES MESMO DE ABRIR OS olhos, Sam sabia que havia algo errado.

Ele conseguia ouvir murmúrios de pessoas conversando ao longe, arrulhos de pássaros e carros buzinando próximo dali – uma movimentação típica de cidades grandes. O que era bem estranho, pois em seu sonho ele estava num lugar pacato e silencioso. Quando ele abriu os olhos soube que definitivamente algo muito errado estava acontecendo.

Primeiro, ele não fazia ideia de onde estava e nem de como chegou ali. Segundo e mais importante, ele não fazia ideia de quem era. Quer dizer, sabia que se chamava Sam e sabia que tinha um irmão mais velho chamado Dean. Mas, de onde ele veio? Onde ele morava? Nem ao menos se lembrava da própria idade, talvez dezesseis ou dezessete anos? Sentiu-se deslocado e enjoado enquanto seu cérebro tentava processar as informações perdidas.

– Mas o que... Que lugar é esse? – perguntou alguém.

Só então Sam percebeu que não estava sozinho. Sentado ao seu lado havia uma menina. A princípio ele teve a certeza de que não a conhecia, mas depois de analisá-la por alguns instantes ela lhe parecia estranhamente familiar. A menina devia ter a sua idade ou talvez fosse um ou dois anos mais nova que ele. Tinha cabelos cacheados cor de mel e os olhos eram incríveis e assustadores. Um era azul claro como águas cristalinas de uma piscina e o outro era violeta. Vestia uma regata preta, calça jeans e bijuterias antiquadas – como pulseiras de camurça marrom e um colar de couro com um pingente redondo cheio de símbolos estranhos.

Ela piscou parecendo tão desorientada quanto Sam e arregalou os olhos quando o viu. Naquele momento ele teve certeza de que ela o conhecia. Mas antes que pudesse perguntar alguma coisa, outra pessoa se mexeu ao seu lado esquerdo.

– Eu sou inocente... Eu juro – murmurou o menino ao seu lado.

Definitivamente Sam não o conhecia. O menino bocejou como se tivesse tirado uma soneca e olhou para os dois franzindo a testa. Ele parecia ser o mais jovem, talvez treze ou catorze anos. Tinha a pele sardenta e cabelos ruivos cacheados. Usava um casaco de moletom marrom e bermudas jeans gastas. Os olhos âmbar olhavam de Sam para a menina sem parar e as mãos não paravam quietas. Por algum motivo o olhar do menino fez Sam sentir vontade de verificar os bolsos. Ele tinha uma expressão malandra como se estivesse pensando em pegar alguma coisa emprestada que não fosse devolver por um bom tempo, como um celular ou sua carteira por exemplo.

– Tá legal, o que está acontecendo aqui? – perguntou ele com sorriso nervoso, olhando de Sam para a menina. – Vocês por acaso me sequestraram?

Sam franziu a testa, aparentemente os estranhos também não sabiam como chegaram ali. O que só deixou a situação ainda mais confusa. Ele olhou ao redor tentando entender alguma coisa. Estavam sentados numa mesa redonda no lado de fora de uma lanchonete. As pessoas sentadas em mesas próximas conversavam entre si sem os notarem, outras passavam por ali seguindo sua rotina. No outro lado da rua era possível ver um parque de gramas verdes rodeado por árvores.

Não um parque qualquer, era o Central Park, percebeu Sam. Ele estava em Nova York, embora ele não soubesse como sabia disso já que não se lembrava de nada. Certo, ele sabia onde estava. Agora só precisava saber como chegou ali e principalmente: quem ele era.

– Saibam que sequestraram o cara errado – continuou o menino se levantando. Ele indicou os bolsos mostrando que estavam vazios. – Não tenho grana.

– Como se alguém quisesse sequestrar você – retrucou a menina.

Sam olhou para ela e novamente teve a impressão de que a conhecia.

– Eu conheço você – disse ele incerto.

As bochechas da menina coraram e ela o encarou com aqueles olhos bicolores, mas não disse nada. Sam desviou sua atenção para o menino que se levantara e estava prestes a ir embora quando teve seu caminho barrado.

– Eu disse que os encontraria, cupcakes!

Um homem musculoso e baixinho, vestindo uma camisa polo laranja e calça de náilon azul apontava um dedo para o peito do menino que o olhava assustado. Atrás dele outras duas pessoas surgiram. Um menino louro segurando uma espada dourada e uma menina de cabelos castanhos cor de chocolate. Ambos usavam uma blusa laranja de algum lugar chamado: Acampamento Meio-Sangue. Sam se perguntou se seria um acampamento para doadores de sangue.

– Meu faro nunca me engana! – exclamou o homem sorrindo triunfante ainda com o dedo no peito do menino. Ele usava um boné enfiado na cabeça de modo que tufos de cabelo saltavam pelos lados, devia medir um metro e meio de altura, tinha um cavanhaque ralo e uma cara mal-humorada de alguém que fosse lhe dar um chute no traseiro a qualquer momento.

– Foi o que você disse das outras cinco vezes, treinador – murmurou o menino loiro. Ele ignorou a encarada que o homem lhe deu e se virou para eles. – Então são eles?

– Sim, sem dúvida! – disse o homem. – Posso sentir o cheiro deles. Principalmente desse aí – Ele apontou o dedo para Sam quase tocando seu nariz. – Esse tem um cheiro bastante desagradável. Será que você não toma banho rapaz?

Sam engoliu em seco sentindo seu rosto corar. Discretamente cheirou sua blusa e a jaqueta que usava, estava cheirando a suor misturado com desodorante e terra. Não era o melhor cheiro do mundo, mas não parecia tão desagradável quanto o homem insinuara. Quer dizer, havia cheiros piores.

– Quem são vocês? – Ele perguntou olhando do homem de calça de náilon, para o menino loiro e a menina. Era impressão dele ou os olhos dela mudavam de cor como um caleidoscópio? Ele não saberia dizer se eram verdes, ou azul, ou castanho.

– Ah, certo, desculpem – A menina sorriu para eles e Sam percebeu o quanto ela era linda, embora tentasse parecer simples, quase tão linda quanto alguém que ele conhecia. Quando tentou lembrar mais, a memória lhe escapou. – Meu nome é Piper – prosseguiu a menina. Apontou para os outros. – Estes são Jason e Hedge. Viemos resgatar vocês.

– Nos resgatar? – perguntou a menina de olhos bicolores que estivera observando àquilo tudo estupefata. Ela se levantou. – Isso é alguma brincadeira? Vocês são do... Saint Eliot?

– Saint o quê? – perguntou o homem, que devia se chamar Hedge. Ele coçou a barba rala.

– Não temos tempo para explicações agora – interrompeu o menino loiro, que Piper dissera se chamar Jason. Seu tom era urgente. – Temos que sair daqui, antes que...

O que quer que ele fosse dizer foi interrompido pelo relinchar de cavalos. Atrás dele havia meia dúzia de garanhões negros e marrons batendo os cascos no chão como se o estivesse chamando para a briga. Isso em si já seria uma cena bastante bizarra, se aqueles cavalos não tivessem olhos sinistramente vermelhos como sangue. Sam não se lembrava de já ter visto um grupo de cavalos tão organizados antes, pelo menos não sem um amestrador.

– Antes que os cavalos carnívoros nos encontrem? – sugeriu Piper engolindo em seco enquanto encarava os cavalos a frente deles.


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