Aquela semana foi, de certo modo, cheia de duvidas tanto para Annabeth quanto para Percy.

Ela tinha o número dele.

Ele sabia onde ela morava.

Mas ambos hesitavam em entrar em contado um com o outro.

– Não é tão simples assim! – Percy disse para Nico, depois e ele ter perguntado, pela sétima vez.

– Não é tão complicado assim! – rebateu Nico.

No fundo, Percy sabia que Nico estava certo. Qual era o grande mistério? Ele sabia onde Annabeth morava, ele podia passar lá e se encontrar com ela.... casualmente. Mas e isso parecesse desesperado? E mesmo que Nico continuasse afirmando que era mentira, ainda exista o suposto namorado de Annabeth.

E se ela não quisesse falar com ele?

E ele não quiser falar com ela?

Annabeth queria ligar para Percy, mas... o que dizer? “Ei, como vai você? Ainda apaixonado pela sua melhor amiga?” Annabeth realmente não queria saber.

E além disso, Annabeth precisava se concentrar em estudar para sua grande prova. Ela não podia perder tempo com outras coisas.

Mas ainda assim... apenas um telefonema... qual seria a pior coisa que poderia acontecer?

Aquilo já estava virando uma brincadeira idiota. Ela pegava o celular. Começava a discar os primeiros números então desistia. Annabeth já estava começando a achar que aquilo era um castigo divino por ela ter jogado na cara de Percy que ele não tinha atitude.

– Ok Annabeth – ela disse para seu reflexo no espelho. Era uma quinta-feira a noite. – Essa é a ultima vez que você vai fazer isso. Ou você liga para ele dessa vez e acaba com essa palhaçada ou você...

– Annie! – sua mãe a chamou.

Annabeth levou um susto.

– Que é? – ela respondeu.

– Olha como você fala comigo!

– Mãe, eu estou ocupada, o que foi?

– Telefone para você.

– Quem é?

– Um garoto. Chamado Percy. Ele disse que... – antes que Atena acabasse de falar, Annabeth passou por ela, descendo as escadas correndo em direção ao telefone da sala.

– Alô – disse Annabeth um pouco ofegante e um pouco animada demais.

– Annabeth! Oi! – disse Percy.

– Por que não me ligou no celular?

– Então... você não terminou de digitar...

– Oh, eu suspeitei. Mas como você conseguiu meu número de casa?

– Hum... foi menos difícil do que você imagina – disse Percy.

Teoricamente, não era mentira. Percy apenas pesquisou o sobrenome “Chase” na lista telefônica. A coisa complicada foi ter que ligar para as 57 pessoas com esse sobrenome antes de enfim encontrar o número certo.

Um momento de silêncio constrangedor surgiu entre eles.

– Hum... – Annabeth começou. – E ai?

– Eu queria te falar que eu cheguei bem casa, e saber como você está.

– Estou bem.

– Bem?

– Bem.

– Oh, que ótimo. Tudo bem.

– Sim.

– Você tem alguma coisa para fazer amanhã a noite? – disse Percy.

– Eu não sei. Acho que vou fazer alguma coisa com Luke...

– Luke?

– Luke.

– Ok. Luke... seu namorado.

– Sim, esse mesmo. Acho que vamos sair para sei lá... patinar no gelo. – disse Annabeth.

“Meus Deus, o que estou fazendo?” ela pensou.

– Patinar no gelo? Eu e meus amigos vamos patinar no gelo amanhã. – disse Percy – Coincidência, não?

– Pois é... coincidência... – disse Annabeth, se sentindo cada vez mais idiota. Ela já sabia que Percy estaria lá.

– Então te vejo lá? – perguntou Percy.

– Vocês vão naquele ringue de patinação no centro da cidade?

– Sim, esse mesmo.

– Legal.

– Legal.

Outro momento de silêncio constrangedor. “O que dizer?” ambos pensavam

– Ok Percy, tchau.

– Tchau.

A conversa acabou sendo mais estranha do que Percy esperava. Ele não entendia o motivo de tanta expectativa e animação. Somente depois que desligou, Percy lembrou que esqueceu de pegar o número de celular dela.

– Você é um babaca. – disse Percy para Nico.

Estavam na casa de Percy, onde supostamente deveriam terminar uma projeto de geografia para o dia seguinte, mas ligar para todas as pessoas com o sobrenome Chase parecia muito mais interessante.

– Não é a primeira vez que eu ouço isso. O que eu fiz? – ele perguntou.

– Ela tem sim um namorado. – disse Percy desanimado.

– Ele nem deve ser tudo isso. Deve ser um magrelo estranho. Não se preocupe, eu tenho certeza que você é bem melhor do que ele.

– Nico, acho que você está confundindo as coisas, eu não quero ficar com a Annabeth.

– Você pode dizer isso. Mas não se esqueça que foi você que ficou chateado quando confirmou que ela tem um namorado – disse Nico se levantando.

– O que? Não... não é verdade...certo?

Percy não sabia muito bem o que pensar. Sabia que não estava apaixonado por Annabeth, pois nem a conhecia direito, e além disso, já estava apaixonado por Rachel. Mas ele gostava da companhia dela, sentia que havia tanto sobre ela para descobrir.

E dai que ela tinha um namorado? Annabeth era bonita, interessante, inteligente, engraçada. Era totalmente compreensível que ela tivesse um namorado.

Isso não incomodava Percy nem um pouco.

Não, não. Nem um pouco. Talvez ele fosse até um cara legal, e Percy gostasse dele.

Talvez não.

**=**

– Patinar no gelo? – perguntou Luke, assim que Annabeth lhe contou o que queria fazer.

– Sim! É tão legal! E faz tanto tempo que eu não faço isso! – ela disse tentando anima-lo.

Luke era dois anos mais velho que Annabeth e já estava na faculdade. Annabeth não era do tipo que sempre se interessava por caras mais velhos, mas sim do tipo que se interessava por pessoas diferentes.

– Eu não sei... Essa semana foi tão complicada. Trabalho, faculdade, as coisas na minha casa também estão um pouco malucas, eu só queria relaxar – ele disse.

– Hum... ok. Vamos relaxar... o que você quer fazer? – disse Annabeth, visivelmente menos animada.

– Eu quero fazer o que você quiser. Patinar no gelo parece ser legal. Vamos lá – disse Luke dando partida no carro.

– Você não precisa fazer isso se você não quiser – disse Annabeth, agora se sentindo um pouco culpada. Ela só queria ir naquele lugar para ver Percy, e ainda por cima estava forçando o namorado a leva-la.

– Não, por mim tudo bem.

Annabeth sorriu e lhe deu um beijo no rosto.

**=**

– Ela vai pensar que eu sou algum tipo de stalker. – disse Percy. – Algum tipo de maníaco que segue ela...

Eles estavam do lado de fora do ringue de patinação, calçando os patins.

– Relaxa Percy – disse Grover. – Talvez ela nem venha. Talvez ela tenha mudado de planos e vá fazer alguma coisa mais interessante com o namorado.

– Algum bem mais “interessante”, se é que você me entende – disse Nico, levantando uma sobrancelha para Percy.

– Você é um pervertido, sabia? – disse Percy.

– Ok Percy. Não surte agora, mas Rachel está aqui – disse Grover lentamente para Percy.

– Rachel? Onde? – perguntou Percy olhando para os lados, como um cão de caça maluco.

– Meu Deus, você poderia ser menos patético? – pediu Nico afundando o rosto nas mãos.

– Você a convidou? – perguntou Grover.

– Não. Eu só comentei onde a gente ia estar hoje. – Percy disse quando finalmente avistou Rachel.

Primeiro ele viu seu cabelo, ruivo e cacheado caindo no seus ombros, e depois ele viu o sorriso que ela deu quando o viu também.

– Sr. Jackson olá! – disse ela o abraçando. Percy adorava o perfume dela e poderia segura-la em seus braços para sempre.

– Oi. Eu não sabia que você vinha aqui hoje.

– Noite das garotas. – ela disse apontando para algumas amigas.

– Noite dos garotos – Percy disse apontando para Nico e Grover. Beckendorf estava atrasado.

– Eu realmente preciso conversar com você. Tenho tantas coisas para falar! – ela disse sorrindo.

– Sim, claro... mais tarde?

– Perfeito.

– Senhoras e senhores – disse Nico. – Anuncio que hoje minha casa está aberta a visitação, uma vez que meus pais saíram para visitar minha tia e só voltam amanhã a tarde. Podemos ir para lá mais tarde. Todos estão convidados.

– Parece incrível. Vamos entrar na pista? – disse Percy, pegando Nico pelo braço e jogando-o dentro do ringue de patinação.

Percy já estava começando a pensar que Annabeth não viria. Talvez Grover estivesse certo. Talvez ela tenha mudando de planos. Mas tudo bem, ele passaria a noite inteira com Rachel... ouvindo ela falar sobre seus problemas, e sobre outros garotos... Mas talvez aquela fosse a noite em que ela olhasse para ele e visse algo mais que um amigo.

– Oi Percy – disse Annabeth atrás dele.

– E ai? – ele disse sorrindo. – Você veio.

– Eu disse que estaria aqui.

– Oi, sou Rachel – disse Rachel se aproximando.

– Annabeth.

– E seu namorado?

– Ele está alugando os patins. Olha ele ali – ela disse apontando para a esquerda onde Luke estava.

Quando viu Rachel, Annabeth não quis acreditar que aquela era a grande diva de Percy. Rachel era... linda. Ruiva, com a pele clara e sardas, com os olhos verdes e um sorriso encantador. Parecia que ela tinha acabado de desembarcar da Irlanda!

Luke não era um magrelo estranho como Nico havia dito. Ele era... como explicar...? Alto, loiro, bonito. Mais velho. Simplesmente o sonho de consumo de varias garotas.

– Oi gente – disse Luke. De perto ele tinha uma certa expressão cansada, ou talvez fosse apenas desinteresse.

– Luke, estes são Percy e Rachel.

– Oi - disse Percy apertando a mão de Luke.

Ok. Luke era forte também. Percy percebeu isso quando seus dedos quase foram quebrados durante o aperto de mão.

– Vamos lá? – disse Luke para a Annabeth, entregando-lhe seus patins.

– Até logo – disse Annabeth para Percy.

Na opinião de Percy, era ridículo o modo como Annabeth e Luke patinavam juntos, de mãos dadas e em perfeita sincronia. Era como se eles dois fossem patinadores profissionais, que viviam um grande romance.

Annabeth achava completamente desnecessário o modo como Percy, sem perceber, patinava atrás de Rachel. E o sorriso bobo que ele tinha no rosto quando falava com ela. E como o rosto dele ficava um pouco vermelho quando ela segurava o braço dele.

Annabeth se cansou mais rápido do que Luke, e decidiu sair da pista um pouco, para recuperar o fôlego.

Percy era estupidamente apaixonado por Rachel. Isso era visível de longe. E Annabeth tinha um bom namorado, legal, inteligente...

– Já cansou? – perguntou Percy sentando-se do lado.

– Que nada, apenas estou dando uma chance para os outros se divertirem antes de eu mostrar meus talentos – respondeu Annabeth rindo.

– Claro.

– Você está bem? – Annabeth perguntou.

– Sim. Sim, muito bem. Quer dizer, acho que vou precisar de alguns anos de terapia para me recuperar do trauma que o cachorro do seu vizinho me deu, mas tirando isso, estou ótimo.

– Eles realmente precisam dar um jeito naquele cão.

– Eles precisão exorcizar aquele cão – Percy disse.

Annabeth riu e Percy percebeu como o som da risada dela era diferente. Não era uma linda nota musical como a de Rachel. Era um pouco estranha na verdade, mas ele gostou.

– Me desculpe por fazer você passar por isso. – Annabeth disse.

– Ok. Hum, quero seu celular – Percy disse.

– Acho que você merece – disse Annabeth, falando seu número.

– Agora sim eu te perdoo.

– Então... – disse Annabeth.

– Então... – disse Percy.

– Rachel é muito bonita. E parece ser muito legal.

– Sim , ela é.

– E do jeito que vocês patinavam juntos, ela segurando seu braço...

– Não se engane. Mas...

– Mas...?

– Recentemente eu comecei a ter pensamentos mais ousados sobre ela, graças a você.

– Uau. Na verdade isso bom. Assim você para de idolatrar ela tanto assim. Faz bem para os dois. E além disso, todo aquele seu sentimento por ela, parecia um romance do Nicholas Sparks...

– Eu gosto de Nicholas Sparks.

– Um amor para recordar, Diario de uma Paixão e Querido John. O que eles têm em comum?

– Toda garota chora assistindo os filmes. – Percy disse convicto.

– Além disso.

– Hum... não sei.

– O casal principal nunca fica junto no final. É como se o romance deles não fosse destinado a ser eterno.

– Só porque eles não acabam juntos não quer dizer que não existe mais o amor.

– Seleção natural. As fêmeas sempre escolhem os machos mais fortes, isso garante uma maior chance de sobrevivência.

– Por isso que você está com Luke? Quer dizer, ele se encaixa no perfil de macho dominante.

– Não! Eu estou com ele por outros motivos!

– Por exemplo?

– Por exemplo... sabia que ele já iniciou um projeto que cuida de animais de ruas? E que ele doa sangue todo mês? Eu conheci ele quando me voluntariei em um hospital de crianças. Ele estava fantasiado.

– Fantasiado do que? – Percy perguntou, já imaginado Luke fantasiado de palhaço, ou de sereia, qualquer coisa ridícula servia.

– Batman.

– Batman. É claro – Percy disse, lembrando-se da casa do Batman que Annabeth usava como pijama.

– Só porque eu não me encaixo nessa sua teoria biológica, não quer dizer que eu não tenho uma chance.

– Essa teoria não é minha. É Darwin.

– Darwin? É seu professor?

– Charles Darwin. Pai da evolução.

– Ah ta, esse Darwin – disse Percy disse sentindo-se o maior idiota do mundo.

– Percy, você precisa de mais confiança.

– Eu sei disso.

– É sexy.

– Também sei disso.

– Não parece.

– O que eu posso fazer?

– Pense! Olha, eu acho que eu vou voltar para o ringue.

– Ok. Vai lá. Ei! Depois daqui, nós vamos para casa do Nico, meu amigo. Sinta-se oficialmente convidada.

– Vou falar com Luke.

– Faça isso.

– Ok. – disse Annabeth.

– Ok. – disse Percy.

– Ok – disse Annabeth mais uma vez.

– “Meu Deus, pare de flertar comigo.” – disse Percy.

– O que?

– Nunca leu A Culpa é das estrelas? – ele perguntou.

– Acho que não...

– Um personagem, Gus, fala isso.

– Talvez eu leia esse livro.

– Rachel adora esse livro.

– Talvez eu não leia essa livro – ela disse em um tom mais baixo, e Percy não ouvi. – Enfim, eu já vou. Te vejo no ringue.

Annabeth era a primeira garota que Percy conheceu que nunca tinha lido A culpa é das estrelas. Percy também gostava do livro. Nunca admitiria, mas chorou no final.

Luke realmente não estava afim de ir para a casa de Nico. Ele queria apenas ficar com Annabeth, não com um monte de outros adolescentes babacas. Mas no final das contas, lá estavam Luke e Annabeth, na sala da casa de Nico Di Angelo, junto com os outros.

Aconteceu que um dos garotos começou a puxar assunto com Luke, e este inspirado começou um grande discurso sobre como a geração atual é pobre em valores e bla bla bla.

Annabeth já conhecia aquele discurso de trás para frente. Foi a primeira grande conversa deles. Na primeira vez que você ouve Luke falando sobre isso, você se sente inspirado a mudar mundo. Mas isso começa a ficar chato quando ele começa a falar pela oitava vez. Ela se afastou um pouco dele e começou a rodar pela casa.

**=**

– Eu realmente não sei mais o que fazer... Eu estou completamente cansada de todos esses caras! – disse Rachel.

Eles estavam no quarto de Nico, Rachel sentada na cama e Percy na cadeira perto da escrivaninha.

– Não é a primeira vez que você fala isso – disse Percy.

– Falo sério dessa vez. Não quero mais saber de homens. Principalmente dos gostosos.

– Tudo bem você se interessar por eles. É a seleção natural – Percy disse.

– Seleção natural?

– É, fêmeas optam pelo macho dominante por chances maiores de sobrevivência.

– Eu sei como a seleção natural funciona Percy. Só estou surpresa que você saiba. Você é péssimo em biologia. Você é meio lerdo para essas coisas.

– Como assim? – perguntou Percy confuso.

– Exatamente o que eu quero dizer.

–Enfim, foi Annabeth quem me explicou.

– Annabeth? Ah sim, aquela sua amiga. Ela é fofa.

– Fofa.

– Eu vi vocês conversando. Você gosta dela?

– Gostar dela? Quer dizer, ela é super interessante, mas ela tem um namorado.

– Isso não responde minha pergunta.

– Viemos aqui para falar de você.

– Josh Milles. E todos os garotos antes dele. Eu sabia exatamente o que ia acontecer e como ia terminar e mesmo assim eu decidi ficar com eles. Por que? Por que eu faço isso? Por que eu sempre acho que comigo vai ser diferente?

– Você não é diferente. Por isso o resultado é sempre o mesmo... – Percy disse. Ele falou sem pensar, as palavras fugiram de sua boca.

– O que você quer dizer?

– Hum... eu quero dizer que... hum... esses caras sempre ficam o mesmo tipo de garota. E as garotas sempre ficam com o mesmo tipo de cara. Você sempre fica com os gostosões e sempre dá errado, e eu não sei o que preciso fazer para você entender que talvez, se você ficasse um cara diferente, as coisas dariam certo. Um cara que não fosse o mais bonito, nem o mais popular, mas talvez, alguém mais normal....

– Onde eu vou achar alguém assim? – Rachel perguntou.

– Eu realmente não sei Rachel – disse Percy levantando-se.

– Onde você vai?

– Eu vou... sair.

– Não quer conversar comigo?

– Desculpe Rachel, mas não está noite.

Assim que saiu do quarto, Percy encontrou com Grover no corredor.

– Aquele namorado da sua amiga é de outro mundo.

– Luke?

– Acho que esse é nome dele. Cara, ele me contou que ele a namorada vão transar essa noite. Assim, do nada. E ele nem me conhece.

– O que?!

– Verdade.

– Onde está Annabeth?

– Eu não sei, não vejo ela faz um tempo.

**=**

– Então você é a garota que o Percy conheceu na festa – disse Nico para Annabeth, quando a encontrou na cozinha.

– E você é o amigo que esqueceu dele, quando a policia chegou, acertei?

– Já disse que ele vai ter que superar isso um dia.

– Ele vai, com certeza. Sou Annabeth.

–Meu nome é Nico. Seu namorado tem algumas ideias bem interessantes sobre como a nossa geração está perdida.

– Você acha?

– Na verdade não. Vocês gosta do Percy?

– Defina “gostar”.

– Você sabe o que eu quero dizer.

– Não... acho que não...

– Eu só estou perguntando isso porque eu já cansei de ver ele rastejando pela Rachel, e eu não quero que ele pare de gostar dela, para começar a gostar de outra garota que não vai conseguir retribuir o sentimento.

– Percy gosta de mim?

– O que? Nunca disse isso. Só estou me prevenindo, para caso futuramente, ele comece a gosta de você.

– Percy tem um jeito muito... profundo... de gostar.

– Percy é dedicado. Se ele gosta de você, ele vai até o fundo do mar por você. Você já o viu com o irmão?

– Ele tem um irmão?

– Sim, um irmão mais novo, Tyson. Percy realmente ama ele. Uma vez, teve uma competição de natação na escola, e um cara que fazia parte da comissão técnica da equipe nacional de natação estava na plateia para ver Percy. Quer dizer, se o cara gostasse de Percy, ele ia para as Olimpiadas, entende? No mesmo dia, Tyson sofreu um acidente. No momento que Percy soube disso, ele saiu da escola sem pensar duas vezes. Ele só se importava com o irmão.

– Nossa...

– Ele perdeu uma oportunidade incrível por causa do irmão. Eu só estou te contando isso, para você perceber que Percy é realmente um cara incrível e que....

– ... ele merece uma garota que realmente goste dele... – Annabeth completou.

– Exatamente.

– Não sei se posso ser essa garota.

– Talvez...

– Annabeth, te encontrei, eu queria falar com você! – disse Percy entrando na cozinha.

– Eu vou saindo. Foi legal conversar com você Annabeth – disse Nico, lançando um olhar bem significativo, então saiu.

– Sobre o que vocês conversaram?

– Sobre o clima. – disse Annabeth. – O que você precisa falar comigo?

– Não faça sexo com Luke hoje. Por favor.