Messed up kids escrita por Khaleesi


Capítulo 2
Capítulo 2




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Por dentro a casa estava escura, mas Percy conseguiu perceber que estava na sala de estar.

– Seus pais estão em casa? – ele perguntou para Annabeth.

– Eu moro com a minha mãe – ela disse. – Vou ver se ela está no escritório, fique aqui. Exatamente aqui.

Annabeth segui pelo corredor da direita, então virou a esquerda e desapareceu. Ao se aproximar do escritório da mãe, Annabeth viu as luzes acessas.

– Droga – disse Annabeth para si mesma.

Sua mãe passou tantas noites trabalhando até tarde fora de casa, porque essa não foi uma delas?

– Mãe? Cheguei – ela disse se aproximando da porta. Sua mãe estava sentada na frente de uma mesa coberta de papeis.

– A festa foi boa? - Atena perguntou sem tirar os olhos dos papeis.

– Foi boa, mas eu estou cansada, vou dormir – Annabeth disse.

– Boa noite – Atena disse.

Annabeth voltou para onde Percy estava e o encontrou na sala de estar, perto da estante, olhando os porta-retratos.

– Ei, vamos – ela o chamou.

Percy segui ela pelo mesmo corredor, então viu uma escada. Subiram a escada e logo estavam no quarto de Annabeth. Percy não sabia o que esperar do quarto de Annabeth. Ainda havia uma chance de voltar atrás e ir para sua casa.

– O que foi? – Annabeth perguntou ao vê-lo parado na porta.

– Eu não sei... e o seu namorado?

– O que tem ele?

– Ele não vai se importar em saber que você trouxe um estranho para seu quarto?

– Relaxa, não é como se eu fosse transar com você ou algo do tipo. – ela disse rindo.

– É, eu sei. – disse Percy rindo, mas era uma risada nervosa, diferente da de Annabeth.

Ele entrou no quarto. As paredes eram amarelo-claro, mas grande parte delas estava coberta com fotos e recortes de jornais e revistas. A grande maioria eram de prédios e outras construções, de todos os tipos, formatos e cores. Acima da cama de Annabeth, folhas com desenhos estavam coladas na parede. Havia também uma estante, com vários livros, Percy se aproximou e viu vários títulos. Muitos eram de arquitetura, mas também tinha literatura. Annabeth era a primeira garota que Percy conhecia, que não tinha nenhum dos livros da Saga Crepúsculo na estante. Rachel tinha todos, e adorava, tanto os livros quanto os filmes, então era obvio que Percy também tinha lido todos. Na estante de Annabeth havia livros em francês, espanhol e alguma coisa parecida com alemão.

– Quantas línguas você fala? – perguntou Percy.

– Hum... francês, espanhol, alemão, um pouco de italiano e hebraico, mas sou um desastre em mandarim. E esperanto também.

– Esperanto, que língua é essa? De que pais?

– De um jeito bem resumido, é um idioma que foi criado por um polonês e o objetivo era que fosse o idioma mundial. Parece bastante com o espanhol e o português.

– Uau, isso é incrível. Você realmente gosta de aprender línguas – disse Percy se virando para ela.

– Eu gosto da ideia de ser capaz de se comunicar com qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo. Usar o idioma como uma ponte, não uma barreira.

Annabeth sentou na ponta da sua cama e avaliou seu joelho machucado. O sangue já estava seco e só tinha sido um arranhão, não muito profundo.

– Seu joelho, como está?

– Acho que vou sobreviver. Nada que um curativo não resolva.

– Você um kit de primeiros socorros? – Percy perguntou.

– Sim. – Annabeth foi até o banheiro e pegou o kit.

Antes que dissesse alguma coisa, Percy pegou a caixa da sua mão e a abriu.

– Não dá para fazer o curativo se você estiver de pé – ele disse.

Annabeth estava tão surpresa, sem palavras, sentou-se na cama. Percy pegou um pedaço de algodão e umedeceu-o com um liquido. Assim que ele encostou o algodão no ferimento, Annabeth contraiu a perna.

– Ardeu?

– Não.

– Não?

– Sim, um pouco...

– Vou tentar ser rápido então. Se não limpar direito você pode pegar uma infecção.

Como prometido, Percy limpou o ferimento rápido e fez o curativo.

– Então, como ficou? – ele perguntou quando terminou.

– Acho que vou resistir a esta noite.

– Hahaha, engraçada – disse Percy.

Annabeth sorriu para ele, e involuntariamente, ele sorriu também. Mas então algo passou na mente de Annabeth, e fez ela desviar o olhar. Percy fez o mesmo, na direção oposto e viu um aparelho jogado em cima do criado mudo.

– Fala sério – ele disse a si mesmo.

– Que foi?

– Você tem um walkman. Você realmente tem um walkman?

– Sim. Você nunca viu um na vida?

– Meu pai tinha um desses. Acho que nem funciona mais.

– Bem, o meu funciona perfeitamente – Annabeth disse orgulhosa.

– Você sabe que já inventaram o Ipod, não é?

– Eu sei, eu conheço essas tecnologias avançadas. Mas eu gosto do meu velho walkman.

– Você não consegue ouvir as musicas novam em um walkman.

– E esses é um dos motivos porque eu adoro meu walkman, usando ele eu não sou influenciada pela musica atual. Você sabe como é difícil achar uma banda realmente boa hoje em dia?

Percy sabia que era verdade. Concordava com Annabeth, mas não se sentia bem em expressão sua opinião porque lembrou que foi no último show do One Direction com Rachel e tinha gostado muito.

Annabeth deu a volta na cama e pegou o walkman e entregou para Percy.

– O que você está ouvindo? – ele perguntou.

Annabeth pegou o walkman , colocou um dos fones e entregou o outro para Percy. Percy se sentou ao seu lado e colocou o fone.

– Pode sentar mais perto, eu não mordo – Annabeth disse. Um pouco relutante, Percy se aproximou mais.

– Eu estava ouvindo... – Annabeth deu play. – Oh, essa é boa, Landslide do Fleetwood Mac.

– Eu já ouvi essa musica no Glee.

– Você assiste Glee?

– Rachel assiste Glee.

– Oh... agora faz sentido. – Annabeth disse revirando os olhos. – Eu adoro essa musica.

Lentamente os dois jogaram seus corpos par trás, deitando-se na cama. Percy teve uma agradável surpresa ao ver pequenos pontos de neon do teto, fazendo-o parecer estrelado.

– Eu não vejo a hora de formar – comentou Annabeth. – Eu realmente não aguento o ensino médio. As pessoas, o ambiente! Eu já estou preparada para a próxima fase, entende?

– Eu não sei... Existe tanta pressão...

– Pressão?

– É! Você tem que fazer tantas coisas antes de formar. Parece as pessoas sentem essa necessidade de ir em quantas festas conseguirem antes de sair da escola.

– Eles só querem aproveitar antes que a faculdade comece, porque sabem que lá tudo vai ser diferente.

– Eu sei, mas não é apenas sobre as festas... “Percy, você tem tirar boas notas esse ano” “Você tem que ganhar o campeonato de natação” “Você tem quer perder sua virgindade” “Você tem que ir para uma boa faculdade” “Você tem que ir em tal festa e ficar bêbado” Eles só me dizem o que fazer, nunca o que eu quero.

– Você é virgem? – Annabeth perguntou.

– O que? Não! Ãh... sinceramente?

– Não, minta para mim – Annabeth disse sarcasticamente.

– Bem... ainda não. Quer dizer, houve oportunidades, muitas...

– Oh, claro, porque existe uma fila de garotas esperando para fazer sexo com você?

– Não foi isso que eu quis dizer, é só que...

– Você pensa em fazer sexo com Rachel?

– O que?

– Calma, é só uma pergunta.

– Eu.. não penso nisso. Sei lá, é estranho porque eu conheço um monte de caras que sem duvida, querem transar com ela. Mas eu... eu só queria pode beija-la, segurar a mão dela... isso já seria satisfatório para mim.

Annabeth não sabia o que dizer. Ela não podia negar o que achou fofo o que ele disse, mas também achou um pouco digno de pena, e isso tudo só provava o que ela disse, Percy tinha os sentimentos, mas não a atitude. Annabeth nunca conheceu um garoto de 17 anos, que gostasse de uma garota e não pensasse em fazer sexo com ela.

– Mas eu fantasio sobre fazer sexo com Silena Beauregard.

– É alguém famoso?

– Não. É uma garota da minha escola. A mais bonita, mas ela é bem cruel com a maioria das pessoas, e mesmo assim, todos os garotos gostariam de fazer sexo com ela. Mas com Rahcel é diferente, eu só queria... namorar com ela.

– A santa e a vadia, uma das historias mais antigas do livros das mulheres – Annabeth comentou.

– E você?

– Eu o que?

– Você é virgem?

– Não é da sua conta – Annabeth disse, calma com um pequeno sorriso.

– Sério? Eu respondi a sua pergunta.

– Por que você quis, eu não te obriguei.

– Ok – Percy disse.

– Virgindade foi só um termo que os homens inventaram para valorizarem seus pênis! Eu quero dizer, porque é algo assim tão importante? Por que existe tanta pressão sobre isso?

Percy não respondeu, ainda estava processando a parte sobre como os homem valorizam seu pênis.

– Como as pessoas escolhem a pessoa certa? Qual é o sinal? Ei, gostamos dos mesmo filmes e dos mesmo cantores, acho que vamos dar certo, e puf! Você se apaixona por alguém que é exatamente igual a você, qual é objetivo disso? Vocês se adicionam no Facebook sem nunca terem se visto pessoalmente, e em menos de 2 duras trocam juras de amor, se casam, têm dois filhos e se divorciam! É tudo tão rápido e sem sentido.

“Rachel não gosta das mesmas coisas que eu, essa não foi a razão porque eu me apaixonei por ela” Pensou Percy.

– Eu... eu simplesmente não nasci para isso. Não consigo fazer as coisas desse jeito. Eu só gostaria de encontrar um cara legal, como antigamente, do modo que meus pais se conheceram. Em um bar, numa noite de chuva, tocando uma musica legal...

– Ou nos fundos de uma casa durante uma festa? Um cara estranho falando sozinho? – Percy sugeriu.

Annabeth apenas riu. Seus corpos estavam bem próximos e suas mãos se tocavam, até que Annabeth aproximou mais sua mão da Percy, e eles entrelaçaram seus dedos.

– Quem eu sou?

– Hã?

– Santa ou vadia? – ela perguntou.

– Eu não sei. Eu nunca conheci ninguém como você antes.

– Essa é uma resposta muito boa...

Ele estava tão acostumado com Rachel, que pensou que todas as garotas eram como ela, ou pelo menos, gostavam das mesmas coisas que ela. Mas Annabeth era diferente, em todos os sentidos da palavra.

– Rachel é o seu primeiro amor? – Annabeth perguntou.

– Acho que sim.

– Como é?

– O que? Estar apaixonado?

– Sim.

– Você nunca se apaixonou?

– Não como você. Você tem essa paixão tão... pura e profunda...

– É complicado. Tem dias bons e ruins.

– Você está falando como um viciado em reabilitação.

– Acho que estar apaixonado é isso... você se tornar viciado na outra pessoa. Você sente a falta dela quando ela não está por perto...

– Você sente falta da Rachel agora? – Annabeth perguntou.

– Não – Percy respondeu e se surpreendeu com sua resposta, que foi tão direta, que saiu da sua boca antes mesmo que ele pudesse considerar a pergunta.


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Notas finais do capítulo

Para aqueles que são mais novinhos e não conhecem o walkman, é só pensar que era a coisa mais próxima que seus pais tinham de um mp3 e filiados, ok?



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