Destiny (HIATUS) escrita por Rafaella Nunes


Capítulo 9
O Inquérito


Notas iniciais do capítulo

Oiii!!!! Primeiramente, quero desejar um feliz natal atrasado!!!! Muita paz e amor no coração!!!!!! E que Cristo possa nascer no coração de cada um de vocês! ❤❤❤❤❤❤
Me desculpem, por favor!!! Sei que, novamente, demorei mais do que o previsto, mas minha inspiração só resolveu dar as caras ontem de noite e prefiri não postar no prazo e fazer o melhor para que possam realmente apreciar o trabalho feito.
Peço que não desistam de Destiny, mesmo com minha demora, mas realmente estou tentando e para provar isso e tentar compensar vocês, irei postar o próximo daqui a dois dias. Ele já está quase pronto, só faltam alguns ajustes e uma boa revisão e estará nos trinques para ser lido por vocês logo, logo.
Agradeço a participação de todos vocês, pois estão me dando cada vez mais animação para escrever, principalmente aqueles que me dão uma força nos comentários, nem que seja para puxar a orelha.
Enfim, uma boa leitura para todos!!! ❤



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"Quem derrama o sangue do homem, pelo homem terá seu sangue derramado."
Gênesis 9:6

Assim que abri meus olhos, identifiquei o local como sendo não muito grande, pelo menos não como imaginava, mas o que me chamou mesmo atenção, foram os olhares dos dois homens que também ocupavam o cômodo.

O olhar de Daros era curioso, já o de Carl recaía sobre mim com o peso do sadismo e fui compelida, por minha natureza, a encará-lo firme, desafiante, como sempre fazia, em todas as nossas brigas, em todas as vezes que nos encontrávamos pelos corredores de casa.

— Então quis, finalmente, nos agraciar com seu estado de consciência. - Ironizou, ainda me encarando com um brilho de satisfação no olhar.

— Não tive como recusar seu "convite". - Respondi insolente, com um pequeno sorriso forçado no rosto, dando ênfase à última palavra dita, mostrando minha clara insatisfação com a ação dos Fortis.

Minhas mãos estavam presas, meu corpo se encontrava fraco, o que me impedia de me soltar, mesmo assim me esforçei e me sentei lentamente, mantendo meus olhos vidrados em meu querido padrasto.

— Se fosse você, mostraria um pouco mais de respeito. - Sugeriu Carl, com uma ameaça explícita na voz, não conseguindo me intimidar.

— Talvez se você fizesse por merecer, eu fosse um pouco mais respeitosa em relação à você. - Repliquei afiada, mesmo não estando em condições favoráveis.

Carl se aproximou de mim e me deu uma bofetada no rosto, do lado esquerdo, o que fez meu corpo tombar um pouco para o lado.

— É claro que se estivesse em meu estado normal e pudesse me defender, você não faria isso. - Afirmei com propriedade, abrindo um largo sorriso. - Você não teria coragem, sempre foi e sempre vai ser um grande covarde!

Mal terminei minha frase e senti outro tapa, desta vez do outro lado, mas ao invés de me encolher diante da agressão, eu simplesmente me pus a rir ruidosamente de sua reação, de minha manipulação, de sempre conseguir inverter as posições e obter a reação esperada, principalmente quando se tratava dele.

Recebi outro tapa, seguido de outros vários, mas não parei de rir, não me permitindo dar o gosto da vitória para ele, ainda que estivesse doendo e realmente me machucando, não demonstrei.

— Já chega. - Daros interveio e ele parou imediatamente. De início, não compreendi o motivo, mas assim que ergui o rosto, me deparei com sua mão sendo segurada pela do outro. - Basta. - Completou.

— Sim, vamos começar com o inquérito. - Carl se recompôs rapidamente, fingindo que nada tinha acontecido e acabei por controlar meu ataque de riso, mantendo o ar superior de antes. - Você já sabe porque está aqui. - Afirmou, pegando alguns papéis, que imaginei ser um dos registros para controle do Conselho.

— Na verdade, gostaria que me explicassem, porque não faço ideia. - Contrapus, levantando uma sobrancelha, pois mesmo que já soubesse o que tinha acontecido, ou tivesse uma leve ideia, não poderia dizer aquilo. Naquele instante, precisaria articular muito bem o que e como seria dito.

— Não se faça de ignorante, Katlyn. - Daros aconselhou. - Eu estou aqui para ser mediador dessa conversa, mas não dá para fazer muita coisa se você não colaborar.

— E que belo trabalho está fazendo. - Comentei com sarcasmo. - Já começamos com ele me agredindo sem um motivo real, quero ver como vai ser o final disso aqui.

— Não fuja do assunto, não estamos aqui para discutir a minha capacidade de mediador e sim para falar sobre a morte de Tácia. - Respondeu-me irritado, parecendo atingido por minha observação.

Então era verdade, havia sido Tácia a me causar aquela confusão toda. Será que aquela vaca não me deixaria em paz nem depois de morta? Até quando me atormentaria? Gostaria de realmente ter sido eu a matá-la, pois, pelo menos, teria tido o prazer de ver seu corpo sem vida e então iria aceitar com honra as acusações, ou não.

— Oh! Ela morreu!? Gostaria de dizer que é uma pena, mas... Vai tarde. - Disse friamente, indicando não saber do ocorrido, ao mesmo tempo que zombava do mesmo.

— Tão cínica quanto seu pai. - Carl voltou a falar, como sempre, fazendo menções ao pai que nem conheci. - Sabe que não tenho paciência com você.

Sempre me perguntava o porquê dele fazer isso e o que meu pai havia feito para conseguir sua raiva, assim como eu mesma. - Sim, eu me lembro muito bem disso.

— Calma Carl, pelo menos por enquanto. - Daros interrompeu, impedindo o outro de responder. Ele se aproximou, se abaixando, até que nossos rostos estivessem próximos e segurando meu rosto, continuou em um sussurro. - Eu realmente gostaria de te ajudar, mas fica difícil assim. Seria uma pena que um rosto tão bonito fosse retalhado, mas se não cooperar, é isso que vai acontecer e não vou poder impedir mais, não por muito tempo.

Nada falei, afinal, realmente precisava da ajuda dele, mesmo que não quisesse, era um fator que aumentava minhas chances, quase nulas, de sair dali viva. Meus olhos se prenderam aos seus, que eram do mesmo tom negro que os do irmão e ainda assim, tão diferentes, menos tempestuosos.

Parei então, para analisar o que me havia sido dito. Estranhamente, seu tom não era de total repreensão, trazia mais uma cumplicidade, que não entendi de início, mas logo liguei sua frase ao que ele parecia realmente querer e, aparentemente, não era que eu me calasse.

Ele estava enrolando, esperando que algo acontecesse e apesar de não saber o que era, senti que ele tinha um plano. Enfim, acho que ele e Drew não eram assim tão diferentes afinal, mas isso não era realmente importante.

Precisava me manter na linha e fazer o que ele sugeriu, sem levantar suspeitas por parte de Carl, mas sem afrontar tanto quanto estava fazendo e isso não seria fácil, pelo simples fato de não existirem meios termos comigo.

— Então Katlyn, o que tem a nos dizer sobre Tácia? - Questionou-me, logo após se levantar e tentei entrar no jogo.

— Ela era uma vaca, velha, inútil... - Ironizei, entretanto, não demorou para a voz de Carl me interromper.

— Sobre a morte. - Enfatizou a última palavra.

— Oh! Sobre isso. Não sei de nada, mas realmente gostaria de saber, está me parecendo um assunto bem interessante. - Devolvi, não sabendo se estava indo no caminho certo, ou nao, resolvendo arriscar.

— Nós também gostaríamos de saber mais sobre isso. - Daros me respondeu de imediato, não deixando Carl voltar a falar. - E só quem cometeu o crime pode nos dizer.

Estranhei o fato de ter me questionado sobre o que aconteceu. Se tinham o corpo, tinham os meios para saber o que ocorrera. E só então percebi, que se não sabiam, havia algo de errado naquela história toda, afinal, não se dariam ao trabalho de tentar arrancar de mim mais informações, até porque, o melhor, seria não dar espaço para defesa, mesmo assim eu ainda estava ali, viva.

— Sabe... Mesmo que quisesse, não seria capaz de contar nada. - Rebati o encarando, com pesar fingido. - Permaneci em coma por três meses, não teria como fazer nada nesse período.

— Um vampiro? Em coma? Essa é a pior desculpa que já ouvi. - Argumentou Carl e, dessa vez, eu até lhe dava um pouco de razão, até porque, se não tivesse acontecido comigo, eu mesma não acreditaria.

Olhei para Daros, que não expressava nenhuma reação, apenas me observava, parecendo não ser uma novidade para ele, o que estranhei, mas não podia me dar ao luxo de me preocupar com aquele tipo de coisa.

Me concentrei no foco principal, enrolar meu padrasto ao máximo, para sabe-se lá o que. Apesar de não ter muita margem para confiar nele, era o único jeito, sem contar que a família dele tínha um histórico bom em relação a me salvar de problemas, começando por Drew.

— Sinceramente. Um coma? - Daros comentou, levantando a sobrancelha do lado esquerdo, como se não acreditasse, dando uma leve risada de descrença. - Isso é demais até para mim e olha que estou tentando ser o mais compreensível possível.

— Se não querem acreditar. - Dei de ombros, fingindo estar tranquila. - Perguntem para Rick. Ele cuidou de mim por todo esse tempo.

— Rick. - O nome de meu irmão saiu de forma debochada da boca de Carl. - Está cego por você, a pobre da irmã que precisa de cuidados. Sempre foi um tolo por te proteger, nem sua mãe quis saber de fazer esse papel.

Me encolhi, mesmo não tendo sentido nada, nem raiva pelo que foi falado, ela nunca havia realmente sido minha mãe, então não fazia diferença. O motivo real para minha reação era o teatro, não devia lhe afrontar mais que o necessário e era difícil para alguém como eu aguentar calada tais desaforos.

Consegui me conter, mesmo após ver o sorriso satisfeito de meu padrasto e ainda que fosse difícil ignorar aquilo, era para meu próprio bem, que era a única coisa na qual eu pensava naquele instante.

— Diga o que realmente aconteceu, Katlyn e, talvez, nós teremos um pouco de clemência. - Carl pediu com a voz firme, carregada de sarcasmo. Era óbvio que não teriam "clemência", talvez na escolha de como minha morte seria, mas duvidava até mesmo disso.

— Se quer tanto saber, sugiro que procure o real culpado. - Sugeri, permanecendo firme em minha posição.

— Você não faz ideia do quão irritado está me deixando. - Avisou.

— Na verdade, faço sim, mas não vou confessar um crime que não cometi. - "E mesmo que eu tivesse cometido, não admitiria.", acrescentei em mente, dando de obros, com um sorriso querendo despontar.

— Está vendo? Ela não vai colaborar. - Disse ele para o outro vampiro, que observava como se fosse uma estátua, parado bem no meio do cômodo. - Não temos muito tempo para gastar com isso e eu já estou farto dessa garota.

— Qual a novidade, então? - Questionei irônica. - Se tem tanta certeza do que aconteceu, me mata. - Incitei, lembrando-me de que precisava de mim e se quisesse saber algo, mesmo que eu não tivesse nenhuma informação, teriam de me deixar viva. - Vamos logo acabar com isso.

Olhando de esguelha para Daros, percebendo de imediato a mensagem explícita em seus olhos, dizendo para parar, que estava abusando da sorte, mas eu sabia bem o que fazia. Ele me pedira tempo e eu o daria.

— Ainda não. - Replicou, sentando-se novamente em seu lugar, obviamente tentando manter a calma. - Antes, queremos saber como fez aquilo.

Com a palavra "aquilo", me deu a entender que não tinha sido uma morte tão comum assim, ou pelo menos não era nada do que estavam acostumados. Imaginei mil e uma coisas, mas nada se fez tão diferente, ou intrigante para justificar a pergunta em si.

Estava me interessando cada vez mais pelo assunto, queria mais detalhes, mesmo que estivesse naquela situação. Não podia imaginar o motivo para estarem tão interessados em como aquela criatura decrépita tinha passado dessa.

"Espero que para pior", foi a frase que me veio em mente involuntariamente, interrompendo momentaneamente meus devaneios, me fazendo voltar a realidade, me obrigando a pensar em algo para responder.

— Talvez se eu soubesse o que aconteceu, contaria. - Respondi, mas mesmo que soubesse de algo, não me incriminaria. Já cansada de dizer a mesma coisa, acrescentei. - Na verdade, estou com a mesma curiosidade que você, ou até mais.

— Não espera realmente que acreditemos nisso, não é? - Carl se manteve irredutível, como previsto.

— E o que te faz ter tanta certeza de que fui eu? - Questionei, desafiando-o a argumentar sobre minha suposta culpa, o que provavelmente resultaria em um enorme discurso.

— Não vou discutir isso com você. - Falou simplesmente, sem dar importância ao que eu havia dito.

— Claro que não, não tem argumentos suficientes, não é? - Continuei, tentando fazer com que ele caísse em minha provocação. - O único motivo de eu estar aqui, é porque convenceu aquele bando de idiotas, que não sabem nem raciocinar direito, de que havia sido eu, mas quem não me garante que não foi você mesmo? Tão sedento por ferrar com a minha vida, sempre, que não é de se duvidar. Você não tem como provar nada, nem sabe o que foi que aconteceu.

— Como ousa me acusar, se foi você mesma que a expôs em plena reunião? - Começou alterado e tive que conter o sorriso que ameaçou surgir. - Que por diversas vezes criou atrito com cada um dos componentes de nosso conselho? Principalmente com ela.

— Ora, não se faça de inocente! - Alertei. - Não me lembro de ser a única que a confrontou, na verdade... - Disse bem insinuante. - Me recordo bem das tantas vezes que disse querer matá-los, mesmo que essas palavras não tenham sido proferidas diretamente para mim.

Estava dando certo, o tempo estava correndo, mas esperava que Daros soubesse realmente o que fazia, e que independente do que fosse, acontecesse logo, pois não escaparia por muito tempo de Carl.

— Sua... - Ele não terminou sua fala, apenas colocou a mão na garganta, como se sufocando. Caiu e seus olhos se reviraram em suas órbitas, já sem vida.


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Notas finais do capítulo

Meus lindos e minha lindas, espero que tenham gostado e que realmente me perdoem pela demora. Mesmo assim, fico na esperança de vê-los nos comentários.
Bjs mil!!!



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