Destiny (HIATUS) escrita por Rafaella Nunes


Capítulo 7
O Mistério


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus queridos!!!! Mil desculpas pelo atraso, mas me enrolei com a reta final de meu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) e só consegui voltar a escrever agora.
Prometo não demorar mais com as minhas postagens, assumindo um cronograma semanal, não tendo certeza de qual dia da semana irei postar, mas prometendo cumprir os prazos de no máximo sete dias.
Espero que gostem deste capítulo e que não me matem, por favor! Bjs!



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“Aquele que vive de combater um inimigo tem interesse em o deixar com vida.”

Friedrich Nietzsche

A rua estava movimentada, cheia de humanos e vampiros, como me lembrava, mas do lado de fora da boate, nada demais acontecia, todos, aos olhos ignorantes, eram "normais".

Não sabia para onde exatamente estava indo, mas não podia ficar presa naquela boate, precisava arrumar meu próprio jeito e local para me divertir, ou pelo menos me sentir um pouco livre, afinal, havia ficado meses presa dentro de mim, tinha que me excarcerar.

O único barulho que se ouvia, era o dos passos, risadas e vozes das pessoas que caminhavam por ali, contudo, não demorou muito para esse relativo silêncio ser interrompido.

— Para onde estamos indo? - Quis saber, o moreno ao meu lado.

— Para lugar algum. - Repliquei sem olhar para ele, não dando importância à sua presença ali.

— Então porque saímos da boate? - Insistiu.

Eu estou aqui para "tomar um ar", você eu não sei, realmente ainda não compreendi o que veio fazer aqui.

— Te acompanhar - Falou com um sorriso de lado. - É perigoso sair sozinha.

— Eu sei me defender. - Rebati sem o mínimo de paciência. - Você, se comparado a mim, é fraco, então se eu não puder com alguém, não é você quem vai me salvar.

— E quem disse que o perigo é para você? - Perguntou sugestivo, me fazendo revirar os olhos novamente. Percebi que enquanto ele estivesse por perto, repetiria aquele gesto diversas vezes.

— Como eu já disse, você é fraco. - Frisei minhas palavras para reforçar o que já tinha sido falado. – Se eu oferecesse perigo real para alguém, não seria capaz de fazer algo a respeito.

— E eu que pensava que lidar com Drew já era ruim... - Comentou com sarcasmo e tive que admitir que não era uma declaração falsa.

— Pelo menos em uma coisa concordamos. - Afirmei. - Eu sou BEM pior.

Não demorou para vermos a calçada da fama, onde muitos tiravam fotos enquanto demonstravam seu sentimento de êxtase por meio de toda sua linguagem corporal, o que eu achava uma verdadeira tolice, pois nem era algo tão importante assim, mas as pessoas tratavam aquilo como um lugar sagrado, na realidade, nem os lugares sagrados eram tratados com tanta reverência.

Decidi seguir sentido à Vine Station, no intuito de pegar o metrô, onde o movimento já estava um pouco menor por causa do horário. O Pantages Theatre estava fechado, então deduzi que não haviam eventos naquela noite.

— O metrô já está próximo ao horário de fechamento. - O garoto me informou, percebendo que a única opção que tínhamos era aquela.

— Não importa. - Respondi, me lembrando, mais uma vez, da época em que morava em Los Angeles. As coisas estavam tão diferentes e ainda assim tão iguais, não seria uma má ideia dar uma volta e matar a saudade.

Fui em direção à bilheteria, que se encontrava no primeiro nível, observando o local, não pela primeira vez, analisei a construção como um todo. Os pilares de iluminação da estação se assemelhavam à flores, tendo sido dimensionados para combinar com o teto curvo.

— Você tem dinheiro? - Inquiri ao garoto que me seguia, lembrando o fato de estar sem nada comigo, nem mesmo aquele utensílio tão importante para alguém que pretendia fazer um tour por aí.

— Você é muito folgada, sabia? – Perguntou enquanto me observava com descrença.

— Sim, já me disseram isso, agora me responde. - Exigi com voz um tanto quanto robotizada, não me importando com o que ele achava ou deixava de pensar sobre mim, desde que ele tivesse uma forma de pagar a passagem.

Ele balançou a cabeça e deu uma risada baixa, no intuito de demonstrar o quão atônito eu o havia deixado, mas logo em seguida pegou sua carteira e cedeu o dinheiro, que pelas minhas contas, daria para duas passagens e ainda iria sobrar.

Comprei os bilhetes para uma das últimas estações, a Civic Center / Grand Park Station, exatamente por causa da distancia e também por seus arredores serem extremamente agradáveis.

— O que? - Ouvi a voz do moreno exclamar, assim que conseguiu ver qual seria nosso destino. - E como voltaremos depois?

— E quem disse que voltaremos? - Disse debochada. - É só dormir por lá e retornar no dia seguinte.

— Drew não vai gostar de saber que te deixei fazer isso. - Falou mais para si, do que para mim, porém, pude compreender seus estranhos motivos para estar ali.

— Não tem como me impedir e ele sabe disso. Eu vou embarcar daqui a cerca de vinte minutos. - Disse após fazer as contas mentalmente. - E vou ficar por lá até que decida voltar.

— Sem meu dinheiro, não conseguiria um lugar para passar a noite. - Afirmou em forma de afronta, cruzando os braços em frente ao peito.

— Eu dormi por três meses, acha mesmo que terei sono neste momento? Provavelmente não vá querer dormir pelas próximas semanas. - Rebati, colocando uma mão na cintura e apoiando meu peso sobre a perna direita.

— Além do mais, se quiser dormir é só arrumar uma companhia. - Completei, dando de ombros e fingindo estudar minhas unhas, esperando que ele decidisse ir, me poupando assim, tempo e ânimo.

— Se isso acontecer eu posso ter certeza de que estarei morto amanhã... - Resmungou, passando uma de suas mãos pelo cabelo, me proporcionando um pequeno momento de diversão, com o vislumbre de sua indecisão.

— Bom... Deve faltar por volta de quinze minutos, então vou descer... – Pressionei e virei de costas para ele, dando passos lentos, tendo total certeza do que ele faria.

Senti uma mão firme em meu braço, e me virei vitoriosa. Seus olhos me diziam que ainda não concordava com a ideia, porém, não iria discutir e a única coisa que me passou pela cabeça naquele momento foi o dito popular: Se não pode com ele, junte-se a ele.

Sorri cinicamente e segui o caminho para o segundo piso, onde esperaríamos nosso meio de transporte chegar. O tempo parecia demorar a passar e por não ter nada para fazer, resolvi analisar as poucas pessoas que ainda estavam por ali.

Havia apenas uma senhora, com cabelos brancos e presos em um coque, um homem ao nosso lado, que aparentemente estava cansado, cochilando e ainda mais outro, um pouco mais a frente, que estava de pé, o que mais acabou me chamando a atenção.

Era um vampiro, eu bem sabia, me trazia uma sensação de reconhecimento, mas realmente não me lembrava dele, aliás, mal conseguia ver seu rosto, por causa da touca de sua blusa, que cobria quase que totalmente sua face.

Senti a presença de um outro vampiro adentrando ao segundo piso da estação, e apesar de não ter motivos, minha mente e corpo ficaram em total alerta. Sabia que não fazia sentido, mas uma luz, dentro de mim, parecia se acender em sinal de "perigo".

Tentei, discretamente, olhar para o que acabara de entrar e vi um homem também encoberto com uma touca, mas isso não me impediu de ver algumas das marcas que tinha em sua cabeça, ao invés de cabelo e também, boa parte de seu rosto.

Aquelas marcas em sua cabeça... Eu era capaz de identificá-las, eram as mesmas de alguns dos livros que eu roubava da biblioteca pessoal de Carl, aqueles que contavam sobre as batalhas que já enfrentamos quanto espécie, desde o começo.

As marcas eram colocadas nos guerreiros denominado Fortis, os melhores do reino, que viviam apenas pela luta e pela raça, ou melhor dizendo, pelo conselho, já que eram basicamente fantoches, que não questionavam uma ordem sequer, apenas as cumpriam.

Não sabia exatamente o que faziam ali, porém, com certeza a palavra "diversão" não se encaixava na resposta. Eram dois deles e eu duvidava que isso fosse uma coincidência, só não compreendia qual era o "problema" que teriam para resolver ali.

Me levantei e andei pelo caminho inverso ao que tinha feito a pouco, não querendo esperar que algum tipo de confusão acontecesse para me retirar, afinal, não seria interessante ficar entre eles e seu alvo, principalmente se levasse em conta que não importava o como eles fariam e por quem precisariam passar, eles sempre conseguia atingir seus objetivos.

Já estava próxima àquele que acabara de chegar, passando a uma distância segura dele, sem querer lhe interromper o caminho, mas algo relativamente imprevisível me deteve.

As mãos firmes do Fortis me seguraram e ele me olhou nos olhos. Já tinha visto olhares frios, já tinha dado olhares desse tipo, contudo, nunca havia visto algo parecido com aquilo, era tão inexpressivo que não consegui desviar minha atenção.

Não compreendi o motivo de estar me impedindo de continuar meu caminho, eles não costumavam se distrair com nada além de seu alvo e não era possível ser eu o foco, mas naquele instante, era o que me parecia.

O moreno que me acompanhava anteriormente - do qual não tinha nem mesmo me lembrado da existência até aquele presente momento -, tentou me soltar do aperto do vampiro, mas foi inútil, primeiro pelo fato de ser muito mais fraco, apesar do bom físico e também por não ter tido a metade do treinamento que o outro tinha.

O homem com tatuagens o jogou para longe, o deixando, aparentemente desacordado, ou morto e só então reagi, saindo de meu estado letargico, aproveitando o pouco tempo de distração que o mesmo teve, apoiando meu pé em sua perna e impulsionando meu corpo para trás.

Consegui sair de seu aperto, explorando a dor que lhe causei com a força feita, um pouco para baixo de seu joelho. Observei ao meu redor, procurando pelo outro, para me armar contra ele também, percebi então que estava tomando o sangue da velha mulher, que mantinha uma expressão aterrorizada em seu rosto, enquanto morria drenada.

Entendi por fim o motivo de estarem em dois. Um para fazer o serviço e o segundo para eliminar testemunhas, porém a resposta que mais importava, não me foi dada. Voltei meu olhar para aquele que tinha me atacado primeiro, mas este já estava em cima de mim.

Não fazia o menor sentido estarem me atacando, eu era a enteada do chefe do conselho e eles não faziam nada sem as ordens dele. Mesmo sabendo que Carl somente me suportava, tinha plena certeza de que não faria isso e o que estava acontecendo fazia me perguntar, “O que eu perdi nesses três meses?”.

Geralmente, nos casos em que queria obter respostas, mantinha meu oponente vivo até conseguir o que queria, mas neste caso, seria impossível. Ou era eu, ou ele e não havia dúvidas de qual escolher.

Empenhei-me ao máximo em tirá-lo de cima de mim o mais rápido possível e também em bolar algo para acabar com ele de uma vez, o que seria demasiado complicado, mesmo após tantos anos me dedicando a meu treinamento

Ele era bem treinado, mas eu também e apesar de não ter conseguido obter o que queria, inverti nossas posições com um movimento rápido e forte de quadril.

Levantei suas pernas, que estrategicamente se posicionavam em meus quadris e o puxei para cima, no intuito de imobilizar ambas, mas ele utilizou a perna esquerda para mederrubar, dando uma chave de braço por trás, girando até ficar em cima de meu braço esquerdo e finalmente sentando em cima de mim, tendo uma disposição maior para o que quisesse fazer.

Ele pegou perto de meu pescoço, indicando que se reposicionaria, porém, antes que pudesse se situar, peguei em sua mão, prendendo-a e dobrei seu braço, forçando com a outra mão, de modo que não pudesse retomar a posição.

Meu rival tentou me estrangular com sua mão livre, contudo, não seria possível, até porque, logo após o ter tirado de sua colocação, peguei no pano de sua blusa, na parte de suas costas e virei, ainda por baixo, mas domando a situação.

Dominei seu punho esquerdo, imobilizando seu braço direito, com meu peso. Meu oponente me impulsionou um pouco, me fazendo girar levemente para frente, no intuito de inverter novamente as posições.

Apoiei meu ombro no chão e passei minhas pernas por cima de seu ombro, abraçando seu braço e perna, imobilizando-o quase que completamente. Ele usou sua canela em meu bíceps, me jogando novamente no chão, mostrando categoria em seus movimentos.

Afastou-se levemente, me empurrando com força contra o piso gélido, deixando-me apenas a opção de apanhar seu braço, sem deixar que movesse sua mão de onde se encontrava, sentei-me desta forma, rapidamente, somente para colocar meu pé em seu quadril, fazendo força com meu joelho, dando uma chave de braço, me deitando em cima do mesmo, terminando o movimento com o entrelaçar de minhas pernas em volta dele, de forma que o mantivesse ali.

Aquele era o famoso movimento Jegueplata, como era chamado no Jiu Jitsu e sinceramente agradecia muito por tê-lo aprendido, pois não era a primeira vez que se fazia útil.

Não foi difícil quebrar seu braço depois disso, só puxei um pouco mais e pronto, já havia saído do lugar, claro que não era tão doloroso quanto para um humano, mas certamente era um atraso na vida de um lutador, mesmo um vampiro.

Isso não iria exatamente o parar, mas já era o suficiente para deixar a luta mais fácil, pelo menos era com o que eu contava, mas o que eu não esperava naquele instante era a presença do outro Fortis em cima de mim, entrando na luta, me tirando de cima de seu colega e me arremessando para o lado.

Meu erro havia sido ter me esquecido momentaneamente dele e isso podia me custar a vitória.

Tentei me levantar, porém, meu novo oponente não me permitiu, vindo como se fosse me dar um soco, mas quando estava preparada psicologicamente para a pancada, passou sua mão pelo lado de minha cabeça, pegando em meu pescoço, o puxando para baixo.

Caí no chão, um pouco atordoada com a colisão contra o chão duro, recebendo logo após, um golpe no pescoço, se fazendo suficiente para eu esmorecer. Não vi mais nada, não senti coisa alguma depois disso, apenas caí nas profundezas da inconsciência.


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Notas finais do capítulo

E aí? o que acharam? O que pensam estar acontecendo? Me respondam pelos comentários, ou por MP, ok? Não se sintam acanhados, afinal, como disse anteriormente, eu não mordo, nem arranco pedaço, podem ficar tranquilos. ;-)
Bjs mil!!!!!!!!



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