Destiny (HIATUS) escrita por Rafaella Nunes


Capítulo 11
A Proposta


Notas iniciais do capítulo

Olá! Desta vez consegui cumprir com o combinado e estou extremamente feliz por isso, principalmente porque minha inspiração parece ter voltado pra ficar.
Espero que estejam gostando dessa nova fase de Destiny e que se deliciem com o novo ritmo que pretendo estabelecer, com as revelações e também com um elemento bem importante da história, que vão perceber nesse capítulo.
Bom, é isso. Tenham uma boa leitura! ♥



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"Creio que quase sempre é preciso um golpe de loucura para se construir um destino."
Marguerite Yourcenar

Minha cabeça girava cada vez mais e dessa vez, não era por falta do sangue em meu corpo, pois tinha tomado o suficiente para aguentar um pouco mais. Mesmo assim, meu estado não era dos melhores e não em questão física, mas mental. Meu cérebro estava com uma séria dificuldade para entender e assimilar o que me era contado.

Tudo fazia sentido, ainda assim, me parecia totalmente surreal aquela explicação, principalmente a última parte, que era a principal e que envolvia diretamente a criação de nossa raça e a ideologia seguida por nossos antepassados e iniciadores. A parte mais quimérica de tudo aquilo.

— Quer mesmo que eu acredite em algo assim? - Perguntei atônita. - Não faz sentido o que você me disse, não tem fundamento algum, são só histórias, lendas, não são reais.

— Tecnicamente também somos lendas. - Afirmou com sarcasmo, mas sem deixar de mostrar firmeza na voz, mostrando realmente acreditar em tudo aquilo. - Olha, tudo isso é real, eu sei porque vivi, experimentei e posso te mostrar. - Terminou e sorriu, um sorriso convencido, que era bem conhecido por mim, por ser um dos que ele mais utilizava.

De súbito, senti uma dor de cabeça infernal, coloquei as mãos ao lado da mesma, apertando-a no intuito de fazer com que parasse, para tentar, inutilmente, diminuir a intensidade dela. Gritei, era excruciante, como se alguém estivesse comprimindo meu cérebro, apertando-o sem piedade alguma.

De repente a dor passou, não foi algo que aconteceu aos poucos, ela simplesmente, com a mesma rapidez que veio, desapareceu. - Precisa de mais alguma coisa para acreditar em mim? - Ou quer que eu te coloque para dormir por mais algum tempo? Talvez mais três meses baste. - Insinuou irônico, me fazendo ficar com raiva dele, muita raiva, que se sobressaiu até mesmo diante do sobressalto que tive ao compreender e acreditar naquilo.

— Porque me meter nisso tudo? Qual o sentido de me fazer passar por isso? - Quis entender, estava prestes a perder o juízo e voar em cima dele, mas simplesmente fechei minhas mãos em punhos e esperei por uma explicação que fosse, ao menos, um pouco plausível.

— Eu precisava de você ao meu lado. - Cameron respondeu sem nem pensar, dando de ombros com clara indiferença. - Mas antes precisava lhe provar algumas coisas, te mostrar o meu poder, do que sou capaz após aprender aquilo que já não é mais ensinado para nós.

— E precisava ter me colocado em coma? Bem quando me acusavam da morte daquela vaca? - Questionei com raiva, já me levantando e entendi o motivo de não me terem dado mais sangue, afinal, eu poderia reagir, apesar de que, pelo que pude perceber, nada seria suficiente para atingir aquele grande filho da puta que se encontrava a minha frente.

— Me desculpe, mas foi necessário. - Não existia culpa efetiva em seu tom, o que já era de se esperar. - Sabe que meu lema é de que os fins justificam os meios e tive que te usar para conseguir o que queria.

— Então, de fato os colocou contra mim? - Minha vontade naquele momento era fazer com que Cameron se juntasse ao meu padrasto, no chão, sem aquele insolente brilho no olhar, sem aquele sorriso cínico no rosto. - Você deixou aquela garota viva de propósito? A fez dizer que havia sido eu?

— Sim, mas também te salvei. - Se defendeu, tentando inutilmente equilibrar sua declaração anterior, com aquela outra. - Porque você acha que estava a salvo? Porque pensa que durou esses três meses, mesmo em coma? Acha que seu irmão conseguiu te livrar dessa sozinho?

Pensei bem no que ele falava, meu irmão deveras não tinha condições para isso, Rick não seria capaz de fazer o que fez sem ajuda, apesar de sua inteligência e o envolvimento de Drew nesse meu "salvamento", depois de tantos anos sem fazer contato, era verdadeiramente estranho e facilmente explicável pelo envolvimento de Cameron e isso foi o suficiente para que eu acreditasse.

— Não, e você já deve ter se atentado à isso, afinal, eu te treinei muito bem para ter sido tão desatenta. - Alegou e não pude negar, realmente já tinha estranhado a situação e como Rick nunca havia passado pelas mesmas coisas que eu, não teria conseguido articular algo tão depressa que pudesse me salvar.

— Sim, eu percebi. - Concordei, mas ainda não via motivos para ele ter feito tudo da forma como fez. - Você me explicou tudo, menos suas escolhas de ação. - Inquiri, com bastante diligência..

— Como assim? - Quis saber, aparentando curiosidade.

— Você poderia ter o poder que quisesse depois de descobrir como funciona esse tipo de habilidade. - Comentei, não podendo deixar de questionar aquilo. - Você controla sua mente, totalmente, tem o controle da de outras pessoas, pode fazer o que bem entende e sabe-se lá o que mais consegue realizar. Não precisaria de tudo isso para tomar o conselho, poderia ir direto ao ponto, ser um pouquinho mais direto.

— As coisas não funcionam assim, Katlyn. - Disse, após ficar alguns instantes analisando meus argumentos, com um olhar distante. - Você não pode fazer tudo impulsivamente, mesmo que tenha meios para que tudo dê certo, porque um erro apenas e tudo vai por água abaixo e aquilo que você tinha nas mãos, é destruído. - Ele explicou, mas seus pensamentos não estavam mais naquela sala e independentemente de não saber para onde tinham ido, sabia que a distância era grande. Ele pegou um objeto qualquer de decoração, situado próximo a ele. - Vira pó. - Terminou, enquanto olhava fixamente para a peça em suas mãos e a mesma se desintegrava.

Aquilo não tinha me dito o que eu queria saber, mas ignorei este detalhe, pois me senti tão impressionada e também interessada com aquilo. Queria saber mais, como era possível que algo assim pudesse acontecer com apenas um olhar, quais eram as limitações daquilo e também se eu seria capaz de fazer algo daquele tipo.

— Você, como uma boa aluna, deveria entender isso. - Apontou, me acordando da fascinação e me fazendo revirar os olhos. - Mas isso não vem ao caso, pelo menos não por enquanto. O ponto é, vai fazer parte disso? A escolha é sua.

— Não posso ver exatamenteonde me encaixo em seus planos. - Comentei e realmente não conseguia me ver dentro daquilo que me era exposto, mas tinha a impressão de não ter realmente o poder de escolha e apesar da tomada de poder que estavam realizando ser insana e extremamente interessante, não podia imaginar uma parte que me incluísse.

— Ora, isso é simples. Quero alguém em quem eu possa confiar, alguém que eu mesmo treinei, para ficar do meu lado, uma aliada poderosa e que possa servir ao propósito de uma forma direta e indireta. - Explicou-me, me deixando ainda confusa, porque eu podia imaginar a maneira direta, mas a indireta me era completamente desconhecida.

— E do que se trata essa maneira indireta? - Questionei, analisando minuciosamente sua proposta, querendo saber cada pró e contra do acordo proposto, para que pudesse saber exatamente quais seriam os meus reais benefícios nisso tudo e qual seria o dano colateral, porque mesmo que não pudesse escolher, queria saber no que estava me mantendo.

— Quero que mantenha seus olhos abertos, afim de me informar de tudo, seria alguém que me passaria toda e qualquer informação relevante. - Informou. - Não gosto de confiar nas pessoas, mas você eu tenho certeza de que é uma boa pessoa para o serviço.

— E isso implicaria em... - Deixei a frase no ar, tinham mais coisas por trás dessa parte e eu queria saber de tudo, afinal, havia ficado no escuro por muito tempo e a partir dali, realmente procuraria me manter devidamente informada.

— Ficar com Daros. - Revelou com expressão serena.

— Não confia em seu "companheiro"? - Zombei, não podia deixar passar. - Que coisa mais feia...

— Não, não confio em ninguém. - Afirmou, ignorando meu tom de brincadeira, se mantendo sério.

— E o que te faz pensar que pode confiar em mim? - Desafiei, pois realmente não haviam motivos para que ele o fizesse comigo, justamente comigo.

— Porque te conheço. - Cameron explicou, me encarando com seus olhos verdes, quase do mesmo tom dos meus. - Sei que fará um bom trabalho, sei que não vou me decepcionar, nem me arrepender por isso, porque eu sempre vou estar de olho em você e você estará sempre de olho nos meus outros aliados.

Considerei por um momento o seu argumento. Ele realmente me conhecia, havia me treinado por anos, sido meu tutor, meu mestre, havia me ensinado muito do que eu sabia, inclusive a ser como eu era. Ele me ajudou a formar aos poucos os traços mais fortes de minha personalidade e a conhecia como a palma da mão.

— Além do mais - Continuou, vendo que eu nada diria. - Ele não esconde muito a fascinação que tem por você.

— Está mais para obsessão. - Argumentei e o ouvi gargalhar, me levando a acompanhá-lo.

— Você nem faz ideia. - Disse assim que se recompôs. - E é por isso que você seria perfeita, para ambas as partes.

— Não tenho certeza quanto a isso. - Repliquei, querendo saber mais sobre o assunto, antes de me decidir. - O que eu ganharia com isso? Quero dizer, além de dor de cabeça?

— Deixe-me ver... - Fingiu pensar um pouco, colocando a mão em seu queixo, coçando o mesmo. - Poder. Vingança. - Essa última me chamou atenção, pois seus olhos brilharam um pouco quando a pronunciou, mas resolvi por não me importar com aquilo, em um momento mais oportuno, procuraria compreender o porquê. - Afinal, foram eles quem decidiram que você era a culpada e também já haviam a sentenciado.

— Está começando a me interessar. - Falei, como se não estivesse sedenta por aquilo e não exatamente por terem feito aquilo, mas porque sempre quis realizar algo como o que estava me sendo proposto.

— Não se faça de difícil. - Pediu. - Eu sei que você não é muito fã da parte de se casar, mas é por uma boa causa e se resolver me livrar dele depois... Você fica livre disso. - Ele pode desaparecer depois que eu alcançar meus objetivos, então essa não é uma medida efetiva.

— Entendi. - Disse sorrindo, me decidindo por cooperar, pois eu só tinha a ganhar e digamos que Daros não era de se jogar fora, então a ideia de me divertir com ele por um tempo, não era de todo sem atrativos. - Mas eu quero algo a mais, em troca de meus serviços.

— E o que seria? - Inquiriu, mas por sua expressão, já sabia minha resposta.

— Quero que me ensine. - Informei minha condição. - Quero saber de tudo, como funciona, quais são as limitações, do que preciso para utilizar isto. Tudo.

— Isso não vai ser problema. - Disse sorrindo e estendeu sua mão para mim. - Chegamos a um acordo?

— Espero que sim. - Concordei, apertando a mão dele, que estava com um sorriso grandioso no rosto, o sorriso de quem acabara de fechar um grande negócio.


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Notas finais do capítulo

Oi de novo!!! E aí? Gostaram? Estou louca pra saber o que estão pensando sobre este capítulo e sobre a história em geral! Agradeço muito a todos vocês por acompanhar Destiny e espero atender às expectativas de vocês! Bjs mil!!!
P.S.: Vou viajar, não sei para onde, nem por quanto tempo, muito menos se terei internet para postar, então se, mais uma vez, eu demorar uns dias, o motivo será a indisponibilidade do meu lindo 3G, que tem a mania de me deixar na mão, por isso já peço desculpas antecipadas, se isso acontecer, mesmo tendo quase certeza de que até lá, o próximo capítulo estará pronto, pois já está encaminhado.



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