Lágrimas escrita por Felipe Melo


Capítulo 14
Capitulo !4 - Sirena


Notas iniciais do capítulo

- Gente Linda... esse vai ser o último capitulo publicado... já terminei de escrever Lágrimas e ele foi para revisão.. e não posso publicar mais os capitulos por esse motivo... espero q tenham gostado até agora... caso possa ser liberado... eu publico o resto... Desculpem... Rs ... Vamos então.. obrigado a todos que me apoiaram... quem sabe não publico o resto escondido? Vamos ver... Tenho novos projetos.. rs... Obrigado a Todos... Me sentindo estranho e incompleto... Bjoos



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Capitulo Quatorze

Sirena

Alana dormia feito uma princesa em seu quarto. Há dezesseis anos ela observava. Há dezesseis anos todos achavam que ela estava morta. Há dezesseis anos ela mesma não sabia definir o sentindo de humanidade. Os ventos balançavam seus lindos cabelos escuros, quanto tempo não sentia esse ar carregado pelas trevas. Ela sabia que em breve a filha descobriria. E isso a torturava. Quantos a estavam protegendo e ela nem sabia. Ela na verdade se satisfazia olhando a filha de longe. Sua mãe Sylvia, pedia todas as noites que as sereias não levassem Alana embora. Mas elas mesmas sabiam que isso aconteceria. Cedo ou mais tarde.

O vento mudou de posição. Agora ele soprava mais rude. Do sul ao norte. Sirena observou os filamentos de trevas adentrarem o quarto da filha. Quem estava fazendo aquilo? Ela se concentrou ao máximo e toda a luz que emanou de seu corpo ela jogou na filha. Os filamentos de trevas vinham para matá-la. Mas graças ao escudo de luz, sua filha estava segura. Sempre ia estar. Ela não morreria. Ela escolheria seu caminho.

O crepúsculo já não tardava a aparecer. O sol caminhava lentamente. Como era doloroso deixar sua filha ali, sem ao menos dizer um oi. Isso machucava. Não importava o que acontecesse. Tudo era tão estranho. Nada foi mais o mesmo quando Lisandra arruinou sua vida. Desde muitos anos ela estava atrás do livro perdido. Só ele continha a chave de libertação de Alana. Mas ninguém o encontrara. Nem mesmo Kianda.

Sirena era carregada por marcas que não se viam exteriormente. Mas interiormente sim. Era tudo tão distante. Refugiada na ilha de Sykes ela aprendeu a controlar seus poderes e sua natureza. Os guardiões da ilha feminina não permitiam a entrada de homens. Nem adoravam a Deuses. E agora lhe ocorria que tinha que voltar. Tinha que descobrir mais sobre o livro. E como libertar sua filha. O cheiro de trevas ainda permanecia no ar. Havia muitas coisas que ela não poderia responder a filha quando chegasse à hora, mas ela acreditava em Alana. Em Sylvia, e no dia em que chegasse o momento certo, ela estaria lá para defender a filha.

A ilha de Sykes era tão bonita. Coberta de florestas intocadas e palácios gregos antigos e uma mar protegido, sereias ali também habitavam. A líder da ilha tinha quinhentos anos, o nome dela é Diana. Quando Sirena a conheceu ela estava acabada. Fugiu de uma perseguição de tormentas. Lisandra e ela haviam travado uma batalha de morte. Mas infelizmente o pai de Alana não sobrevivera. Ela pegara os dois desprevenidos. Claro, ela o amava. Ela jogara sua vida fora pela dela. E assim sempre seria. Ele seria o único homem. Seu Joseph. Pra sempre seu.

Agora nadando de volta para a ilha as lembranças vinham tão claras como flashes de filmes, quando os capítulos passam bem pausadamente. Ela se lembrava claramente quando disse à mãe que ia atrás de Joseph. O marido já estava morto. Ela na verdade não tinha coragem de contar a mãe. Se ela não abandonasse Alana, e nem a mãe todas morreriam aquele dia. A casa estava cercada. Eles só não adentraram pelo poder de proteção que ela emanara. Seus olhos estavam cheios de lágrimas, mas ela não chorara. Desde ai fugiu foragida sem paradeiro. Apenas destinada a descobrir mais sobre o destino da filha e como salva-la. E assim conhecera a ilha de Sykes e seu povo. E a líder Diana.

Lisandra era terrível. As imagens da batalha eram tons de cinza que ela não gostava de lembrar. Logo após a morte de Joseph, Sirena lutou novamente com a rival. Não tinha se saído tão bem, claro, - mas conseguira mostrar o respeito que Lisandra tinha que ter. As duas nunca foram amigas. Respeitavam-se, mas não chegavam a esse ponto. E naquele fatídico dia, a batalha finalmente aconteceu. Hoje ela apenas queria justiça por sua filha perder a família dos sonhos, e por esse cruel destino que Alana tinha que carregar.

Agora o sol já estava a postos. Ela viu a ilha se estender a frente e tratou de se recompor. Diana era muita dura com emoções. Não gostava de homens, e por isso se tornara gélida quando ela mencionara o nome de Joseph.

A ilha é coberta por barreiras poderosas. Seres humanos não conseguiam enxergá-las. Apenas quem fosse merecedor de entrar ali, podia passar pela barreira. E graças a deus a ilha era seu lar. Logo que a adentrou a densa barreira, sua cauda multicolorida desapareceu. E assim assumiu a forma humana. Ela tinha que conversar com Diana.

As guerreiras disseram que Diana estava na área central da arena de flechas. E foi assim que Sirena a encontrou. Diana tinha o cabelo ruivo cor de fogo, pele branca e lábios fartos. Seus olhos eram violetas, talvez por ser semideusa. Diana guardava sérios segredos por sua origem.

– Onde estava? – disse Diana virando-se para amiga.

– Estava protegendo minha filha – disse Sirena – alguém está manipulando as trevas. Eu defendi minha filha. Alguém quer matá-la antes da hora. O que faremos Diana... Temos que interferir... Diana...

Diana apenas analisara a amiga. Sirena era forte. Mas não pensava racionalmente no desespero. Sentou em um pequeno banco de madeira e olhou calmamente a situação que fora proposta. Segundo Sirena, elas não podiam alterar a ordem de alguma coisa. Alana tinha que descobrir sozinha. O mais conveniente a fazer era descobrir quem manipulara as trevas.

– Acalme-se Sirena - disse ela – temos que descobrir quem manipulou as trevas... Tem gente poderosa envolvida. Se formos ao encontro de sua filha agora vamos alterar o que não sabemos ainda. Tudo pode acontecer. Fomos avisados das conseqüências, mas não sabemos as conseqüências. Vamos raciocinar melhor. Quem tem um poder equivalente a esse?

– Lisandra – a resposta parecia certa para Sirena, mas algo ainda faltava.

Diana repensou, mas algo estava errado.

– Ela pode ser poderosa, mas creio que não. Ela manipulara as trevas antes?

– Nunca vi. Mas ela tinha poderes incomuns para uma sereia qualquer. O vento era carregado, seu canto era cruel. Os homens morriam apenas de ouvi-lo. Nada de ficarem hipnotizados. Isso era estranho.

– Temos a hipótese de que seja ela... Mas não temos certeza... Vamos tentar recobrar a consciência. Vamos aos registros infernais. Vamos agora.

Antes que o eclipse dali a um mês acontecesse, duas aliadas estavam revertendo à situação do caos que se instalara no mundo.

Geliel

Eu não encontrei nenhuma pista. Não sabia como ajudar. Valentina estava exausta. E eu não podia negar que não estava. Meus pés estavam como tijolos, e meus braços pareciam ter um peso de vinte quilos. Valentina fazia sempre seus comentários irônicos. Se eu não descobrisse nada sobre minha mãe, eu voltaria para Alana. Voltaria para minha vida. Voltaria para quem eu devia proteger.

Alana

Senti que alguém me espionava enquanto dormia. Era uma sensação estranha. Mas ao mesmo tempo não me assustava. Sentia-me iluminada. Até com mais sorte do que o normal. Talvez pudesse passar na biblioteca hoje. Levantei-me e corri para o banheiro. Nada de sonhos de novo. Isso era animador. Os problemas haviam passado. Mas existia um que acabaria esse ano: A Escola.

Vamos retratar uma coisa, amo inglês, menos poesia. Nossa não minha praia. Vee estava recitando trechos de alguma coisa esquisita que eu só entendera o final que dizia “Pudim de Leite”. Iria se rir se não tivesse visto a enorme propaganda no corredor do colégio. OLIMPIADAS DE NATAÇÃO INTERESCOLAR. OS NOMES DOS INDICADOS AQUI EMBAIXO.

Quase pulei de alegria. Isso era tão bom. Amava natação. Eu sabia que estava na equipe. Eu era a melhor nadadora. Esse ano se dependesse da treinadora Ana ganharíamos o titulo. Eu queria fazer história. Era meu último ano e estava pronta para arrasar.

– Olimpíadas de natação – disse Vee para mim – arrasem, por favor.

Sorri para ela.

– Claro que sim – disse eu – amo nadar. Você sabe. Amo.

– Claro – disse ela – parece até um peixe ou uma enguia elétrica nadando. É surreal.

Não gostei muito do comentário. Ela poderia ter falado de um animal mais gracioso e belo. Mas uma enguia? Nossa me senti uma lacraia. Apenas sorri com os pensamentos que me transpassavam. Sem querer soltei...

– Onde está sua namorada?

Juro que quase me encolhi ou me enterrei. Ela me fuzilou igual um canhão atômico. Quase morri.

– Nós terminamos – disse ela – ele me trocou.

Oi? Como assim? Tentei soar solidária.

– Vee... Ele é gay... Ele não gosta da mesma fruta que você...

– Okay já entendi. Mas foi difícil encarar a barra. Ele me traiu com o Carlos aqui da escola.

Meu coração palpitou deu pirueta. Morreu e pulou do trem. E eu quase desmaiei.

– Vee é impossível...

Ela me fuzilou de novo e eu me enterrei.

– Okay. Não quer falar sobre isso. Entendi.

– Obrigada querida – disse ela entrando no refeitório.

– De nada – disse eu.

Aos poucos minha vida vinha se tornando normal novamente.

– Desconhecido –

Ninguém o conhecia, ele não precisava revelar seu nome. Era apenas um acaso do destino. Ninguém o reconheceria. Ele voltara para se vingar. Ele estava no limiar da morte. A adaga do passado era dele. O livro sagrado que tanto procuraram era dele. Ele não precisava se revelar até a hora certa. Que lado escolheria? Para quem se entregaria?

Na fenda de uma caverna negra pontos negros oscilavam lá dentro. Ninguém imaginava que o livro estaria nos destroços da cidade perdida. Ali se tornara seu esconderijo. Ele não abandonaria ali por nada. Todos brigavam defendendo seu ponto de vista nessa guerra desnecessária, quando se esqueceram dele. Claro todos achavam que ele havia desaparecido. Melhor assim. Ninguém descobriria.

Os outros não podiam alterar a ordem das coisas. Mas ele poderia. Ele era de fora. Ele conhecia as brechas daquela situação. Quanto tempo isolado. Como puderam esquecê-lo naquele confinamento, não era justo. Não era a verdade.

– Pagaram a todos – disse ele com sua voz rouca – será um por um. Menos a menina. A menina é minha.

Em uma caverna na Grécia, um desconhecido gritava e fazia artimanhas malignas. Seria possível derrotar alguém que superara as expectativas de Zeus e a morte? Como ele se sentia bem. Como se sentia poderoso para acabar com todos ao redor.


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