P.O.V Ally

A pizzaria não fica muito longe, mas vamos de carro do mesmo jeito. Escolhi uma roupa não muito chamativa e fui tomar banho, demorei uns 15 minutos, no máximo. Desci as escadas e encontrei o Austin sentado no sofá. Ele está usando uma calça jeans escura com uma corrente do lado, uma blusa listrada e seus cabelos bagunçados como de costume. Ele está lindo, corrigindo: Ele é lindo.

–Vamos? – Perguntou balançando as chaves na minha frente e me acordando do “transe”.

–Vamos.

Depois de mais ou menos 15 minutos nós chegamos, o lugar era enorme e muito bonito. Nos sentamos em uma mesa no fundo e fizemos nosso pedido, enquanto não chegava ficamos conversando.

–Porque o seu pai não paga o Logan e todos ficamos livres dele?

–Porque não se trata só de dinheiro. A história é bem mais complicada.

–Você vai me contar?

A pizza chegou e nós mudamos de assunto, ele mudou de assunto, conversamos sobre: Música, comidas favoritas, entre outros assuntos aleatórios. Depois de um tempão rindo muito nós fomos embora, liguei o rádio e estava tocando “Capital Cities – Safe And Sound” cantamos o caminho inteiro.

–Estou exausta. – Falei me jogando em um sofá.

–Somos dois. – Ele se jogou no outro.

Já deviam ser 22h00min quando fomos dormir. Combinamos de amanhã quem acordar primeiro acorda o outro, eu não sou fã de despertadores e nem ele. Custei a dormir, mas acordei ás 03h17min da manhã chorando porque tive um pesadelo.

Encarei o teto por alguns minutos e resolvi levantar, não vou conseguir dormir de novo agora. Me levantei e fui para a varanda de cima – que dá vista para a piscina – e o Austin estava lá.

–Sem sono também? – Perguntei.

–É – ele me olhou – você andou chorando?

–Foi só um pesadelo.

A luz da lua iluminava toda a varanda e refletia na água da piscina.

–O que você quis dizer àquela hora na pizzaria?

–Falei demais.

–Não falou o suficiente.

–Você já deve saber que a esposa do Logan, a Sheron, morreu e tem muito tempo. – assenti – ele pensa que eu a matei.

–Por quê?

– Eles eram um trio: Logan, Sheron e a Miranda, uma semana depois da Sheron morrer eles conseguiram me pegar, começaram a dizer que eu tinha matado ela e que tinham provas. Até hoje ninguém sabe quem foi de verdade, mas o assassino ou assassina armou a cena de um jeito que qualquer um acreditaria que foi eu, faltou apenas minhas digitais. Naquela época eu namorava a Samantha, mas a Miranda matou ela e disse que as coisas iam ficar muito piores. Eu me culpo todos os dias pela morte da Sam.

–Eu sinto muito, de verdade.

–Eu também. Pra piorar ainda mais a situação meu pai ficou devendo muito dinheiro em um jogo para gente do Logan e eu fui para um reformatório, mas não fiquei muito tempo lá.

–Como você conseguiu fugir quando eles te pegaram?

–Eu quase morri, eles me amarraram, me bateram até me deixar inconsciente. Mas o Riker e a equipe do F.B.I. me acharam. – Ele me abraçou, percebendo que meus olhos estavam cheios de água. Tentei não chorar, mas não deu muito certo, me desmanchei em lágrimas.

–Eu não quero morrer.

–Eu não vou deixar você morrer – falou enquanto limpava o meu rosto – eu prometo.

–É uma coisa engraçada de se prometer. Mas eu acredito em você. – Minha voz saiu como um sussurro e depois ficamos nos olhando como naquela vez na festa, mas dessa vez ele me beijou de verdade. E, cara, como ele beija bem.

–Desculpa.

Por me dar o melhor beijo da minha vida? Pensei.

–Você fala como se fosse errado.

–Não é errado, é que...

–Que?

–Eu não posso me apaixonar por você, não quero que te matem também.

–Você prometeu que não vai me deixar morrer, então não tem problema. –Sorriu torto.

–Vamos assistir algum filme? – Assenti.

Ele segurou minha mão e me levou até a sala no andar de baixo. Fiquei escolhendo o filme enquanto ele fazia chocolate quente.

P.O.V Austin

Demorei uns cinco minutos pra fazer o chocolate e quando cheguei à sala e ela estava com dois filmes na mão.

– “A Garota da Capa Vermelha” ou “A Morte e Vida de Charlie Cloud”? – Se perguntou sozinha e eu ri observando a cena – Hm, “A Morte e Vida de Charlie Cloud”.

–Há quanto tempo você está aí?

–Acabei de chegar. – Menti.

–Sei... Vamos ver o filme?

–Vamos.

Nos sentamos no mesmo sofá e no meio do filme ela estava abraçada a mim, quase chorando. No final ela dormiu e eu a levei para o quarto. Fiquei a observando dormir nem sem por quanto tempo.

–O problema é que eu acho que já me apaixonei por você. – Falei enquanto afastava uma mecha de cabelo do seu rosto, devo ter ficado lá observando a luz da lua brilhando em seu rosto por mais uns 10 minutos. Fechei a cortina, fui para o meu quarto e fui dormir, quando o dia já estava amanhecendo.