A Dimensão dos Sonhos. escrita por Pakalia


Capítulo 31
Resgate das trevas!


Notas iniciais do capítulo

Oiii! Sim, essa fanfic chegou ao fim e espero que tenham gostado dela tanto quanto gostei dos comentários, sei que o final ficou em aberto e ainda não sei se haverá uma continuação, quem sabe né? Ninguém pode prever o futuro, espero que tenham gostado e deixem comentários e recomendações! Beijos!



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Fernanda acampava em frente a antiga bifurcação, estava preocupada com os amigos e lutava contra as lágrimas que teimavam em escapar para suas faces,ela lembrou se da ligação que sentiu quando estava prestes a desistir diante do monstro um pouco mais cedo, seus amigos lhe deram força e isso a tornou mais corajosa, eles eram sua força sem eles, ela se sentia fraca, sem vida...

–E é isso que eles querem – Ela murmurou para si não se dando ao trabalho de anunciar sua descoberta a seus leõezinhos que provavelmente já sabiam de tudo – Eles querem me ver fraca, sem forças para resistir a suas investidas, e assim tomando conta do meu corpo como aconteceu no primeiro dia, só que dessa vez me levando de verdade a morte!

–Onde vocês estão? Ela perguntou se referindo aos amigos, não lutou mais contra as lágrimas, deixou as cair para ver se sentia melhor. Não adiantou muito!

Mergulhando a mão em sua mochila retirou um pequeno lenço, ela se lembrava de ver esse lenço sempre junto de Alex, ou em seu bolso, ou em sua mochila, um dia ela perguntou o porquê e ele somente riu e disse nada demais e lhe deu o lenço, desde aquele dia Fernanda andava grudada no lenço, uma lembrança de Alexandre, na época em que ele foi para Londres por uma semana com os pais durante um eventual feriado, Fernanda sentia que se conectava com ele através do lenço, em pouco depois ela lhe deu um lenço no qual ela também sempre andara grudada, uma lembrança de sua avó Alice que a disse para dar para a pessoa certa, quando ela sentisse.

Desde então ela já viu Alexandre várias vezes carregando o seu lenço, ele um dia confessou que também conseguia sentir como se ela estivesse lá quando pegava o lenço.

Ela dormiu abraçada no lenço aquela noite.

*

Alexandre tinha um remorso muito grande no coração, ele havia deixado Fernanda sozinha por causa de seu instinto, por que ele havia dado atenção a uma sensação boba ao invés de ficar com sua amiga?Porque tinha sido tão estúpido?

Miguel tentava o ajudar falando que não ajudava ninguém ele ficar naquela depressão, e mesmo depois de um tempo, até Gabi, que estava furiosa com ele, passou a tentar ajudá lo mas nada tirava a angústia de Alexandre, era um sentimento possessivo que levava qualquer um a morte e que poderia ser muito perigoso naquela dimensão.

Alexandre estava cansado e lutava fortemente contra as lágrimas até que conseguiu secá las, enfiou a mão em sua mochila e retirou o lenço creme que sempre levava consigo, Fernanda o tinha dado a ele quando ele lhe deu seu lenço branco passado por séculos, ele apertou o lenço entre as mãos e adormeceu:

***

Alexandre abriu os olhos e se viu preso em um lugar maravilhoso, formas diversas tomavam conta do lugar, ele exibia uma paz incrível, ele se levantou, estava vestido com uma blusa branca larga e calças brancas e largas, descalço, ele caminhou pelo lugar inalando a paz para dentro de si quando se deparou com uma figura que parecia também perdida, ele olhou para seus olhos e os reconheceu: Fernanda.

Quando o viu a menina foi correndo em direção ao amigo e ele também não hesitou em sair correndo, abraçá la e suspendê la no ar, ele girou com ela até que ambos caíram na grama macia do lugar:

–Senti sua falta... Fernanda disse e foi aí que Alexandre percebeu que ela usava um vestido curto branco também.

–Também senti, fui um idiota ao deixar meus instintos falarem mais fortes, agora você está sozinha e eu estou preso...

–Não fala mais sobre isso... Ela pediu implorando com os olhos – Onde você está, vou te encontrar!

–Não sei onde estou, é parecido com um galpão muito apertado e extremamente quente, todo escuro, Fer me perdoa por favor...

–Não preciso te perdoar – Ela disse carinhosamente – Você não fez nada demais, apenas seguiu seus sentidos, não foi culpa sua ser uma armadilha.

–Devia ter ficado com você...

–Não ficou, mas isso não importa, Alex, encontrei o templo da coroa.

Alexandre ficou atento:

–Você está com a coroa?

Fernanda baixou os olhos e negou:

–Está dividida em cinco partes em nosso mundo,passamos por tudo isso a toa.

–Não foi a toa, aprendemos com quem estamos lidando e agora podemos encontrar as próximas partes da coroa.

–Não sabemos onde estão Alex e mesmo se soubéssemos, você está animado mas e os outros? Não vão querer passar por tudo novamente.

–Vão – Ele respondeu confiante – Posso perceber neles, eles nunca vão nos abandonar.

–Não sei...

–Confia em mim, mas como conseguimos nos encontrar aqui, estamos sonhando?

–Eu estou dormindo – Fernanda respondeu e depois corou- Abraçada ao seu lenço.

Alexandre sorriu satisfeito e disse:

–Também estou dormindo abraçado ao seu lenço, será que são os lenços que nos conectam?

–Provavelmente, estão cheios de emoções boas, nos conectam um ao outro.

–Acha que podem usar eles para nos encontrar.

–Talvez. Fernanda respondeu sorrindo mas logo percebeu Alexandre ficar transparente, ela olhou para si mesma, ela estava ficando transparente!

–O que está acontecendo? Perguntou desesperada tentando agarrar o Alex pela blusa.

–Estamos acordando eu acho... Alexandre respondeu preocupado também tentando agarrar Fernanda.

De nada adiantou, eles despertaram de seus sonos, confusos e determinados!

***

Alexandre despertou e olhou ao redor, todos dormiam profundamente, Miguel acordou com o movimento de Alexandre e perguntou:

–O que foi?

–Me conectei com a Fer, ela estava em meu sonho.

–Sério? Miguel se espreguiçou.

–Sim, e tenho a sensação de que não foi só mais um sonho, ela estava mesmo lá, eu senti isso, pude abraçá la, senti la.

–Hum – Miguel respondeu – Onde ela está? Vai vir nos salvar?

–Ela está tentando nos achar e isso me deixa preocupado.

–Porque?

–Porque se ela tentando nos achar acaba caindo na mesma armadilha...

*

Fernanda acordou exaltada, tinha sonhado com Alexandre e sentiu uma sensação boa, que durou por um segundo, ela olhou ao redor, agarrou sua mochila e acordou Akasha e Peter, ela sentia uma presença sombria perto de si, até que esta presença tomou forma, Lúcia?!

Lucia tinha um olhar maligno vermelho, seus cabelos voavam e se transformaram na frente de Fernanda em cobras que sibilavam e ameaçavam mordê la, Fernanda se afastou e bateu em outro corpo, ela se afastou, o outro corpo era Valéria, só que bem maior, Valéria abriu a boca e uma voz sobrenaturalmente desafinada e torturante saiu de sua boca: Medusa e Néia

Fernanda se sentia na Grécia Antiga, o que a Medusa e a Néia tinha a ver com seus inimigos? Ela recebeu a resposta em sua mente dois segundos depois quando relembrou as histórias – Néias haviam sido mortas pela própria inveja quando as musas foram escolhidas e não elas, Medusa havia sido transformada naquilo pela inveja e vaidade de Atena.

Fernanda sentia o corpo enfraquecer e rapidamente olhou para baixo, se encarasse medusa, seria petrificada, ao mesmo tempo em que a voz de Néia a deixava transtornada,Perseu derrotou Medusa usando o seu poder contra ela, ele usou de um espelho para fazer isso, mas Fernanda não tinha nada parecido perto, uma ideia iluminou sua mente derrepente, ela pegou a mochila e tirou de lá seu celular, a pequena telinha brilhava, Fernanda se voltou com olhos cerrados para Medusa e mostrou o celular, o pequeno reflexo foi suficiente para fazer Medusa gritar e se petrificar.

Fernanda abriu os olhos aliviada mas em seguida Valéria se aproximou rapidamente e cantou sua canção nos ouvidos de Fernanda, esta caiu para a frente de quatro com olhou cerrados de pura dor,seus ouvidos latejavam dolorosamente,o que ela poderia fazer para derrotar a Néia, a Valéria ou quem for que ela fosse.

Néias tinham inveja da voz das pessoas, Fernanda não sabia cantar, a única do grupo que sabia cantar era Duda, porém Fernanda estava sozinha dessa vez, outra ideia pareceu na cabeça de Fernanda e ela torceu para o volume do celular ser suficiente, ela caçou na memória do aparelho uma gravação que fez de Duda cantando um pouco antes de toda essa aventura começar, quando encontrou, seus ouvidos estavam prestes a explodir e ela pediu por favor que isso funcionasse, apertou o play na gravação e aumentou no volume máximo o som.

A Néia começou a ficar transtornada e competir sua própria voz com a voz gravada de Duda que cantava uma música em inglês, o combate dos sons fazia Fernanda gritar de dor até que Néia gritou, só que dessa vez de desespero quando seu corpo se desmaterializou diante da voz, Fernanda se arrastou até o celular e desligou a gravação, aliviada com a voz do silêncio!

Depois de respirar fundo várias vezes, ela se levantou e olhou em volta, onde Akasha e Peter estavam?

Ela virou o corpo em 360° e localizou uma calda `` vassoura ´´ atrás de uma pedra, chegou perto da pedra e viu Peter e Akasha encolhidos provavelmente tão transtornados quando ela com a voz de Néia, ela os pegou no colo e os abraçou contra o seu corpo, suspirando e murmurando:

–Já acabou, já acabou!

Akasha e Peter relaxaram e desceram do colo da amiga, seus olhos se voltaram para ela, Fernanda suspirou e procurou o lenço na mochila, quando o encontrou, colocou ele no meio do chão e se sentou, perguntando para si mesma em voz alta:

–E agora?

*

Alexandre sentiu uma vibração no seu lenço, ele pensava em Fernanda no momento, a vibração fez seu corpo tremer e seu coração saltitar, os olhos de Fernanda vieram a sua mente e ele não pode deixar de suspirar com o pensamento de seus lindos olhos madeira, o lenço que ele segurava exalava o seu cheiro, tinha cheiro de castanha com canela, era de tirar o fôlego, ele quis realmente sentir a pele dela contra a dele em um abraço.

O lenço vibrou de novo e dessa vez, Alexandre o soltou intrigado, o pequeno lenço brilhou em rosa e pareceu aumentar um pouco de tamanho, tamanho suficiente para o braço de Alexandre passar, curioso e receoso ele mergulhou o braço no lenço, sua surpresa foi que o braço atravessou completamente o chão, uma voz gritou de dentro do lenço e ele retirando o braço gritou também.

*

Fernanda tentava arrumar alguma forma de se conectar com os amigos pelo lenço, como fez em seu sonho quando o lenço brilhou em vermelho e uma mão apareceu dele, ela gritou assustada, a mão ao som de seu grito se retirou e gritou também, tentando controlar a repentina vontade de sair correndo, ela sussurrou se achando uma idiota:

–Olá, tem alguém aí?

Uma voz masculina forte falou do outro lado do lenço:

–Fer?

–Alex? Fernanda gritou em seguida tapando a boca – O que você está faznedo dentro de um lenço.

–Eu é que pergunto. Ele respondeu.

Fernanda de repente, viu o lenço n chão crescer do tamanho suficiente para uma pessoa passar por ele e uma ideia surgiu em sua mente:

–Alex? – Ela chamou – Seu lenço está maior?

O menino gritou um sim e Fernanda se ajoelhou ao lado do objeto brilhante, falando para dentro dele:

–Você acha que consegue atravessá-lo? Um silêncio seguiu a pergunta e o lenço brihlou mais forte quando um corpo miúdo feminino saiu lá de dentro, cabelos castanhos e olhos espantados, metade do corpo de Gabi atravessou o lenço e a outra metade foi impulsionada por uma força embaixo dela, a menina caiu no colode Fernanda e do lenço começaram a brotar pessoas, um a um foi saindo até o último membro dos dez estar fora da prisão:

–Para onde vamos agora?

–Para o templo da coroa?

–Não – Fernanda respondeu – Temos que voltar, eu encontrei o templo da coroa e estava totalmente vazio, não havia coroa alguma, havia um bilhete de Genevive, indicando que a coroa está dividida em cinco partes idênticas no nosso mundo, e que necessitamos encontrá-la antes que as trevas as achem que dominem o que resta desse mundo e do nosso.

Fernanda esperou as reclamações e os pedidos de desistência, mas nenhum deles vieram, ela se deparou com olhares confiantes e determinados e Gabi falou por todos:

–Nós iremos com você, eu pelo menos, estava um pouco triste com esse fim de aventuras, fala sério – Ela olhou para todos – Vai ser difícil voltar à velha rotina depois de andar nessas dimensões.

–Concordo! Miguel riu.

–O que eu disse? Alexandre sorriu para Fernanda que não segurou a felicidade, ela amava aquele pessoal!

–Mas como voltamos para casa tipo agora? Vitor perguntou.

Dois ronronados seguiram a pergunta e quando todos se viraram para ver, Akasha e Peter haviam encontrado uma saída, o primeiro leãozinho a descer pelo buraco foi Akasha, depois Peter, logo em seguida, um por um desceram por ele até o pé da montanha, há vários kilômetros de distância, se enxergavam o portal e a saída, ninguém perdeu um segundo sequer, se pondo a correr, um atrás do outro e todos atrás dos leãozinhos, no final da noite, quase amanhecer, alcançaram o portal e seguiram por ele em direção ao lago que os trouxera até aquela dimensão, Fernanda virou para trás e percebeu que nem Akasha, nem Peter os seguiam e nos olhos dos mascotes ela encontrou as respostas, o destino deles ainda não era deixar a dimensão, eram ser um dos únicos meios que ainda protegem-na das trevas, atrás deles, surgiram o macaco e a águia e junto o quarteto brilhou e se transformou em uma energia poderosa que se espalhou pela dimensão, Fernanda deixou uma lágrima cair de seu olho antes de pular no lago.

*

O primeiro impacto foi frio, a pele quente e suada de tanta tensão com a água gelada do lago, logo depois, o azul deu lugar ao dourado e o dourado deu lugar à uma forte luz escura e quando Fernanda tomou consicência estava deitada na beira do lago próximo à chacára de sua avó, cansada demais para se levantar, acompanhou seus amigos no sonho.

Ela só acordou com uma voz chamando a todos e quando abriu os olhos fechou-os quase imeadiatamente, ela reconheceu a voz e se virou para dar de cara com a avó, levantou e abraçou forte:

–Que saudade! Exclamou enquanto todos os outros lutavam contra os fantasmas do sono, a mulher estranhou:

–Saudade? Vocês não ficaram nem dois dias fora.

Um coro de dez vozes respondeu no mesmo instante:

–O que?

–Ficamos muito mais do que dois dias! Gabi falou.

–No mínimo duas semanas! Alexandre completou.

–Não, não ficaram não – Alice falou – Inclusive, foi bem fácil encontrar uma desculpa para dar aos seus pais Alexandre, se eles perguntarem, vocês se divertiram muito acampando conosco. Alice piscou cúmplice.

–Mas, eu tenho certeza que...

–O tempo deve passar mais rápido na dimensão – Fernanda pensou alto – Isso explicaria a diferença de dias para semanas.

Um olhou para o outro confusos, mas no final, resolveram não questionar, era a resposta mais provável de qualquer maneira.

–Bem, e quando iniciamos a próxima fase? Duda perguntou esfregando uma mão na outra.

–Próxima fase? Alice perguntou e depois de uma aula de explicação sobreas cinco partes da coroa, Fernanda respondeu:

–Estão espalhadas pelo mundo, nem temos ideia de onde estão... Precisamos pesquisar mais, encontrar-mos dicas.

–E não se esqueçam, nenhum de vocês pode viajar para fora do país sozinhos antes dos dezoito anos.

–Parece que ainda temos dois anos para encontrarmos informações.

–E encontraremos, todos estão de acordo?

Um sim gritante seguiu a perguntou feita por Fernanda junto com um abraço do grupo e uma promessa: Encontraremos a coroa de Genevive.


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