A Dimensão dos Sonhos. escrita por Pakalia


Capítulo 18
A Busca!




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Alice pediu que os garotos arrumassem suas malas pois passariam a noite em sua casa no quarto onde Carol estava e esta ia para junto de Duda, enquanto conversava com os pais de Alexandre na sala, Alice os convenceu de que posar um dia na casa dela não seria pedir muito.

Após todos se acomodarem foram para a sala onde a avó pegou pacientemente o livro e a carta com cuidado junto com todas as anotações:

–Há uma parte da história que eu não contei para vocês, exatamente a parte da coroa de Genevive.

–Fer você não viu a coroa nas visões? Perguntou curiosa Kelly

Fernanda balançou a cabeça negativamente e se virou para a avó incentivando ela a continuar:

–A coroa de Genevive é totalmente ilustrada de diamantes e rubis, dizem que tem poderes sobrenaturais...

–Relacionados com sonhos talvez Alice? Perguntou Alexandre tentando juntar as peças do quebra cabeça.

–Não sei Alexandre, os poderes com toda a certeza tem a ver com esse mundo secreto mas não sabemos os seus exatos poderes e limitações.

–E sobre essa entrada para o mundo? Dessa vez foi Lucas quem perguntou.

–Disso eu não tenho muitas informações Lucas, ao contrário tenho pouquíssimas, mas Fer querida, você não disse que viu algumas outras coisas além de Genevive?

–Sim, mas não ajudam muito, eu vi o lago e peixes de luz brilhando, depois uma estrada de lava.

–A estrada de lava sem dúvida é do mundo secreto. Completou Carol

–Mas o que o lago e ...Bem...Peixes de luz tem a ver com tudo isso?

–Talvez, isso é só um talvez, o lago tenha a ver com a entrada, mas querida você lembra de algum período do dia? Não sei, Manhã, Tarde, Noite. Qualquer coisa?

–Não vó, não me lembro de período de dia nas visões, eu não reparo muito nisso, eu só lembro que estava no lago e o sol estava laranja, mas poderia ser tanto anoitecer quando amanhecer.

–Entendo, você não ficou tempo suficiente para poder identificar um período.

–Mas, senhora Alice porque você quer saber se a Fer viu algum período de dia nas visões.

–Porque eu já ouvi rumores quando era pequena que crianças brincavam no lago durante certos períodos diurnos ou noturnos e simplesmente sumiram como se nunca existissem, juntando os pontos talvez elas não tivessem sumido mas mudado de mundo, de dimensão.

O silêncio reinou, será que realmente tudo estava interligado?

Sem ninguém perceber até o momento, o corpo inerte de Fernanda caiu no sofá, no colo de Alexandre, ela estava inconsciente, mas não parecia ser visão, ela não amoleceu, ela simplesmente desabou no sofá, Alex pegou o seu corpo inerte e o deitou no sofá, todos a acudiram mas ela não dava sinais nem que estava viva, sua respiração era superficial e os batimentos estavam muito fracos mal dando para serem sentidos, as meninas começaram a se desesperar.

Alice levantou depressa e foi pegar algumas ervas em um pote, correndo, na cozinha, ela passou essas ervas sobre o nariz de Fernanda que reagiu de forma fraca, quanto mais vezes a erva era passada mais forte ficava os batimentos medidos por Gabi e mais sua respiração se aprofundava até que chegou em um ponto que ela abriu os olhos, um suspiro de alívio tomou conta antes de Kelly pegar a amiga e a chacoalhar:

–Quer me matar de susto garota!!! Eu podia ter morrido por infarto e...

Carol arrancou Kelly do corpo de Fernanda que ainda respirava fundo como se lhe faltasse ar, Alice sentou do lado da neta e perguntou:

–O que aconteceu?

–Eu... não, não sei ! Eu senti meu corpo ficar mole e desabar depois não lembro de mais nada, parecia que sei lá... Alguém estava se apoderando do meu corpo.

–Hum. Alice pensou por um instante – Interessante, precisamos analisar melhor essas suas visões e principalmente essa queda. Mas agora, vou agir como uma avó normal e fazer biscoitos de chocolate para vocês, peguem um filme e assistam, vamos parar com isso por hoje, já está estranho demais.

–Tem certeza que está bem? Alexandre estava realmente preocupado com o estado de Fer.

–Tenho. Ela sorriu – Você não vai se livrar de mim por enquanto.

Ele a abraçou enquanto ela corava:

– Assim espero.

O filme eleito foi um de vampiros, as meninas se aterrorizavam com algumas cenas e se agarravam aos meninos que para aumentar o clímax as abraçavam aconchegando e dizendo:

–Se nossa aventura continuar assim, acho que logo, logo, vamos enfrentar coisas do tipo.

Elas batiam neles de mentirinha e eles riam apertando ainda mais elas, o difícil é que eles sabiam que no fundo isso não era totalmente mentira.

Após duas seções de biscoitos com filmes e refrigerante, lá para a uma da manhã, eles foram para as camas, todos se deram boa noite e adormeceram rápido.

*

Alexandre acordou pela manhã, olhando o celular: 8:00 cedo para um adolescente, ele olhou pela janela e encontrou a figura de Fernanda observando o pomar de cima da árvore, se trocando, subiu na árvore ao lado dela, ela sorriu e pegou a mão dele:

–Bom dia.

–Bom dia, que horas você acordou?

–Faz meia hora, estava sem sono.

–Poucas falas, falar baixo, pensativa. O que aconteceu essa noite?

Ela sorriu e franziu o nariz quando deu um soco no ombro de Alexandre:

–Está me chamando de tagarela e louca por acaso senhor Alexandre?

–Não coloque palavras na minha boca. Ele riu mas depois ficou sério- Mas, agora sério, o que aconteceu?

Ela virou para o horizonte e suspirou:

–Meu sonho ! Foi muito estranho, eu senti como se minha alma viajasse por um lugar com muitas árvores, uma floresta até chegar a um belo muro cheio de flores nas paredes, eu entrei por uma minúscula portinha e um monte de criancinhas me recebia e me chamava de rainha.

–O que isso tem de estranho?

–Elas me paparicavam mas eu sentia que estavam muito tristes e eu comecei a me ver contaminada pela tristeza deles, era como se faltasse alguma coisa no meu peito, uma parte enorme do meu coração. Uma lágrima escorreu pelos olhos de Fernanda.

Limpando a lágrima, Alexandre disse:

–Não esquenta, foi só um sonho!

–Parecia tão real...

– Mas não foi! Fique tranquila, vem quer treinar uns golpes marciais antes de todos acordarem?

Ela sorriu:

–Vamos embora !!

As horas não demoraram a passar, na colina, perto do lago, Fernanda e Alexandre treinavam, conversavam e riam um com o outro, ambos eram faixa pretas e eram ótimos ginastas,as manobras passavam quase como um sopro, nove, dez, e onze horas, ambos voltaram suados para casa onde oito amigos os esperavam conversando e assistindo televisão:

–Onde estavam? A pergunta foi de Duda

–Na colina, treinando movimentos de karatê.

–Não sabíamos que fazia karatê, Fer. Miguel começou.

–Ela não só faz como é faixa preta. Respondeu Gabi antes que Fer tivesse a possibilidade de pensar – Porque não mostra Fer? E o Alex pode aproveitar e mostrar as dele também.

–Não sei. Fer estava cansada.

–Vamos lá, amanhã ? Pedro insistia

–Ok, amanhã então. Alexandre respondeu e olhou para Fer com olhar inquisitório – E você?

Pressão nunca foi o forte de Fernanda que acabou cedendo tentando tirar todos aqueles olhos de cima dela o mais rápido possível.

Fer se sentou no colo de Kelly que reclamou mas foi logo calada quando Fernanda pressionou uma almofada contra seu rosto, Alexandre empurrou Miguel pra o lado e se sentou no sofá, todos começaram a prestar atenção na televisão, o programa era um programa de talentos:

–Quem dera se fosse programa de esquisitices em grupo, se fossemos participar seríamos campeões no primeiro round.

Todos concordaram com cara de riso, e voltaram as atenções para televisão até o corpo de Fernanda começar a amolecer no colo de Kelly e a visão de Fer se turvar transformando a tão conhecida sala de televisão em um coral.

O belo coral era cor de salmão e peixes nadavam por eles, um peixe feito de luz adentrou o coral em um lugar espaçoso o suficiente para humanos passarem, curiosa Fer o seguiu até chegar em um local totalmente seco, sair da água e dar de cara com um vale cercado por dez montanhas, cada uma com o que parecia ser um elemento: Fogo,água,terra,ar,eletricidade,gelo,sombras,luz,sentimentos e fauna, o vale parecia incorporar cada uma desses prazeres seguidos por um caminho de pedras com vários destinos.

*

Desespero,preocupação,curiosidade, esses e outros eram os sentimentos que Alexandre experimentava naquele momento, Fer tinha caído no colo de Kelly e esta tinha constatado outra visão ( Aváaaa ), o corpo da amiga estava inerte, seus batimentos cardíacos estavam normais assim como a respiração mas diferentemente de antes ela não falava nem demonstrava nada, somente sorria de forma encantadora.

Aqueles lábios, aquele rosto deitado no chão, o desejo misturado com a paixão tomaram conta de Alexandre que precisou manda los para longe, os lábios pareciam convidar os seus para se juntarem a eles em uma perfeita combinação, os cabelos castanhos dela estavam jogados para trás e ele jura ter ouvido: Me beije.

Mas como? Se ela estava lá deitada, inerte, a curiosidade tomava conta dele igualmente, qual seria a nova preocupação e decisão a tomar?

Tudo acabou quando aqueles lindos olhos castanhos se abriram e uma sensação de paz tomou conta do lugar até Fernanda se levantar e dizer:

–Já sei!


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Notas finais do capítulo

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