Pov. Mia

Eu acordei com meu celular tocando, vi no visor que era Hector. Atendi com minha voz matinal de sono e ele apenas disse Dom está em Los Angeles, mas não me disse onde, não sei se era para falar que o enterro dela é hoje, mas eu falei, eu sentei na cama e respondi que tudo bem, afinal meu irmão descobriria de qualquer jeito. Assim que desliguei o telefone uma sensação de medo me invadiu, por mais que eu quisesse ver meu irmão, não suportaria ter que velo atrás das grades.

Levantei e coloquei uma roupa para ficar em casa, o enterro seria pelas cinco da tarde, eu ainda tinha oito horas para me aprontar. Peguei o vestido que eu tinha separado, mas como estava guardado decidi lavar. Logo que pus o vestido na máquina, fui para a cozinha fazer café, era o que eu precisava agora, e desde de que Letty morreu, um bom café forte. Enquanto o café coava a alguém batia na porta, eu sabia que era Brian ele tem sido bem atencioso desde o acontecido, acho que se sente culpado pelo ocorrido.

Abri a porta e realmente era Brian, ele deu um beijo em minha testa e perguntou como eu estava, respondi que bem. Fomos para a cozinha, ele sentou em uma das cadeiras na mesa enquanto me observava.

– Fico imaginando que vamos enterrar apenas um caixão sem nada dentro – eu disse, olhando para ele – também fico pensando que a qualquer hora ela vai passar por aquela porta..

– Para, para – ele disse interrompendo-me – só vai se torturar mais pensando nessas coisas. Você tem que descansar e pensar no que vai fazer a partir de amanha. – ele tinha razão nas coisas que dizia.

– Você se sente culpado? – perguntei, era uma coisa que tinha rondado minha cabeça nos minutos que eu o ouvia – Você ofereceu o trabalho, a ficha limpa quando concluísse o serviço... Você se sente culpado? – ele assentiu com a cabeça.

– Eu tentei me redimir pelos erros de cinco anos atrás e só piorei minha situação, eu me culpo, você me culpa e Dom irá me culpar – tentei argumentar com ele, mas de certa maneira uma parte de mim achava que ele era o culpado e que devia se afastar, mas a parte que o amava me fazia ter dúvidas sobre tudo. Ele se levantou indo em direção a porta – Descanse ok? – ele saiu sem esperar uma resposta. Talvez aquela fosse a última vez que eu veria Brian.

Pov Letty

3 meses depois...

Já faziam três meses desde que Shaw me encontrara na cama daquele hospital numa cidade perto da fronteira com o México, mas não demorou muitos dias para que saíssemos do continente americano. Viajamos pela Europa e Asia procurando a equipe perfeita para começarmos um trabalho novo. Apesar de mantermos contato com um cartel nos estados unidos que nos fornecia pilotos era difícil achar pessoas que aceitassem fazer serviços como os que fazíamos, ainda mais na Russia que era nossa próxima parada

– Shaw! - Gritei chamando-o para a garagem. – temos visita. – conclui ao ver ele parado na soleira da porta.

Uma mulher loira entrou pelo portão da mansão de Shaw. Eu ainda não havia me acostumado com o estilo luxuoso de vida de Shaw, mansão, carros caros. Tudo do bom e do melhor sempre. A Loira passou por mim observando cada espaço da garagem.

– Vegh não é? – ele disse e a mesma me encarou e assentiu. – Letty essa é nossa nova integrante.

Me desencostei do carro e joguei o pano no motor aberto. Andei até a mesmo analisando-a da mesma forma que ela fizera. Dei a volta nela e olhei para Shaw.

– Talvez sirva! – disse e sorri para Shaw ele sabia exatamente o que o meu sorriso dizia. – Mostre você as instalações a ela. Eu tenho mais o que fazer.

– Letty por favor – ele disse segurando meu braço no momento que tentei passar por ele – seja gentil.

Me soltei e continuei a andar para dentro da casa, eu não tinha ido com a cara da tal Vegh e muito menos com o jeito nariz empinado de ser. Eu sabia, Shaw sabia e ela sabia: teremos muitos problemas. Fui até a cozinha e abri a geladeira pegando uma garrafa de cerveja, me direcionei até a sala e sentei no sofá ligando a tv. Deixei num canal onde estava passando um Jornal.

Agora novas noticias sobre o caso Deckard...

Chamei Shaw que veio literalmente correndo para a sala e eu aumentei o volume.

Há alguns meses Deckard Shaw deu as caras pelo sul do continente americano. A policia do Chile alegou que Shaw não estaria mais por lá, porem alguns moradores do país alegam que viram o meliante diversas vezes durantes esse mês. Policiais Norte-Americanos estão se deslocando para o sul do continente nos próximos dias.

– Seu irmão precisar sair do continente o mais rápido possível – disse encostando-me no sofá, tomando mais um gole da cerveja.

– Ele sabe se virar – disse Owen encostado na soleira da porta – vamos ir para a Europa, em duas semanas. Toronto não nos fornece mais nada além da Vegh.

Olhei para os olhos verdes de Shaw, dando de ombros e largando a garrafa de cerveja na mesa de centro. Disse lhe que iria sair, dar uma volta pela cidade, descobrir um racha. Pediu que eu levasse Vegh.

– Vamos logo então – disse caminhando de volta a garagem.

Eu e a loira passamos a tarde rodando a cidade, eu não tinha opção a não ser aceita-la. Se fossemos trabalhar juntas, precisávamos nos dar no mínimo bem. A ficha que nos foi passada era que, Vegh conseguia se livrar de qualquer perseguição e era boa em estratégias, tudo que interessava a Owen. Estacionei o carro em frente a um bar, o qual Sten sempre estava bebendo.

– Sten é o cara que organiza os rachas por aqui. – Ela assentiu com a cabeça – ele provavelmente dará em cima de você ele faz com todas.

– Já deu em cima de você? – Ela perguntou olhando a porta do bar. Eu destravei as portas e sai do carro, Vegh fez o mesmo e então eu olhei para ela.

– Não. Ele acha que eu e Shaw temos alguma coisa. – Ela voltou-se para mim, perguntando E vocês tem? Sorri – ele tenta.

Ela riu. Talvez eu me dispusesse a me esforçar para gostar dela. Entramos no bar, quase não se via espaço no bar, de tantas pessoas. Mas eu olhei diretamente para o balcão do bar. Vi Artie acenando. Veigh olhou me curiosa.

– Aquele é Artie, ele é nosso técnico. Digamos que não por muito tempo de acordo com os planos de Shaw – andamos até onde Artie se encontrava – Artie.. porque não estou surpresa por velo aqui bebendo? – o mesmo riu – Viu Sten?

– Claro que vi, estava aqui comigo a pouco – cruzei os braços olhando em volta – foi ao banheiro eu acho. – Sem demora Sten saiu do banheiro. Era alto e forte, branco (quase albino) com cabelo loiro escuro e olhos caramelo.

Ele olhou na direção de Artie e nos viu. Vegh olhou para mim perguntando se aquele era o cara e eu assenti com a cabeça enquanto ele aproximava-se com um sorriso enorme no rosto. Artie se levantou e despediu-se de mim e da loira alta ao meu lado.

– Preciso levar informações ao Shaw, nos vemos mais tarde Letty – acenou para Sten que já estava perto de nós em pouquíssimos segundos.

– Leticia como é prazeroso vê-la por aqui – ele disse pegando minha mão e dando um beijo na mesma, olhei de canto para Vegh que mantinha uma de suas sobrancelhas arqueadas – Quem é esta? Uma amiga encantadora que veio me apresentar? – ele sorriu e pegou a mão da mesma repetindo o ato que fizera comigo – Um prazer conhece-la, Sten Filenderf – ela assentiu com a cabeça sem dizer seu nome, o que o deixou bastante intrigado.

– Ok senhor galanteador, só vim saber se vai ter racha hoje – disse escorando-me no balcão enquanto ele e Vegh olhavam-se fixamente. Ele negou com a cabeça sem desviar o olhar. – Vamos loirona, precisamos achar outra diversão – dei um soco no braço de Sten fazendo olhar para mim – me avise se tiver essa semana, final de semana que vem não vamos estar por aqui então – sorri e sai andando para a porta atrás de Vegh – Como não tem racha programado para hoje, vamos voltar para casa pegar um carro do Shaw e correr. Vamos ver se é boa como piloto. E ai, topa?

Entrei no carro após fazer o desafio a ela que sorriu e disse porque não.