PROLOGO

Era dia nas aguas dos piratas. Eram chamados assim os homens que eram valentes o suficiente para aportar em terra e coletar alimento, já que, os lobos selvagens eram sempre cruéis e sanguinolentos naquela área.

Porem, nesse dia, eles estavam em um navio particularmente pequeno. Mais pessoas estavam presentes, claramente ansiosas pelo inicio da reunião.

Um homem, com barba rala e olhos afiados entrou, observando as pessoas dentro da cabine do comandante. A sua direita, uma sereia, de cabelos castanhos na altura dos ombros, usando uma espécie de armadura feita de conchas para cobrir-se melhor. Ele notou que ela escondia as pernas com um casaco marrom, provavelmente do pirata a seu lado, que parecia estar prestes a cair no sono.

A sua esquerda, um jovem, aparentemente com vinte anos, brincava com uma ferramenta estranha, que emitia uma luz branca. Mantinha um sorriso convencido no rosto, os olhos direcionados para baixo.

Ao lado do garoto, um ser de pele escura, com olhos maiores do que os de um humano olhavam para todos os lados, tentando assimilar as informações e imagens a sua frente.

O homem de barba de nome Brayan suspirou baixo, e sentou-se em uma cadeira próxima a porta.

– Já que estamos todos aqui, creio que podemos dar inicio a reunião.

O pirata se ajeitou em sua cadeira, e o Alien voltou seus grandes olhos na sua direção.

– Pois bem. Qual é a razão para os recentes conflitos que vem ocorrendo entre o povo do mar e os espaciais?

Com uma risada arrogante, o garoto levantou seu rosto, contudo, quem falou primeiro foi à sereia á seu lado.

– Já lhe falamos Brayan. Os espaciais estão tentando tomar o controle de mais um meio de transporte, o nosso meio de transporte. Eles querem colocar os navios no ar, veja só!

Com as sobrancelhas juntas o jovem respondeu.

– Sinto muito, mas não vejo problema nisso. As confusões estão sendo causadas simplesmente pelo orgulho impenetrável desse bando de peixes.

A sereia ficou vermelha, mas o pirata a seu lado esticou o dedo magro na direção do garoto.

– Vocês são ambiciosos demais, já não chega a frota de aviões, pranchas e ate carros á sua disposição ?

Cedric, o garoto se limitou a franzir o nariz e bufar em desprezo.

– Só porque vocês não buscam o progresso, não quer dizer que nos temos que ficar estacados onde estamos, Elric.

O Alien, por sua vez, assentiu veemente.

Evelyn a sereia, fez um sinal que deveria ser muito ofensivo para o povo do mar, porque Elric, o pirata lhe deu um olhar surpreso e horrorizado, mas não disse nada.

– Muito bem. Eu falei com os lobos e os corvos da terra. Eles disseram que não pretendem tomar parte na luta. Vão ficar neutros.

Cedric, o jovem murmurou um Novidade sarcástico de onde estava, recebendo um olhar de reprovação da Brayan.

– Eu sugiro que resolvam suas diferenças de uma vez por todas, nos não queremos uma guerra, pois não afetaria somente vocês e sim todos os povos que vivem sob sua proteção.

– Você não compreende Brayan? Se nos chegarmos a ver um navio sequer no ar, iremos guerrear! – Seu tom era decidido.

O Alien, que se mantivera calado durante toda a conversa, finalmente falou, com dificuldade evidente no idioma.

– Nos não iremos desistir. Vocês não podem guardar para si os segredos para sempre. Os navios vão voar, lutar contra isso é perda de tempo.

A sereia ficou tão nervosa que seu cabelo começou flutuar ao lado de seu rosto, suas feições mudando para algo mais animalesco e bestial.

O pirata estava indignado, mas ao perceber a mudança perigosa de animo de sua amiga, pronunciou suas ultimas palavras e deixou o convés rapidamente, apoiando a sereia em suas pernas tremulas.

– Apenas tentem. Vocês ficarão surpresos com a força que temos.

Depois disso, o reitor, o Alien e o garoto deixaram o lugar, mergulhados cada um em profundos pensamentos para dizer algo mais que adeus.

Enquanto o sol baixava, um corvo pousou na terra distante, seus olhos negros brilhando com inteligência. Ele alçou voo uma vez mais, dirigindo-se as covas onde os lobos se preparavam para dormir. As noticias tinham que ser dadas.

A guerra estava próxima.

ΩΩΩ