City of True escrita por Raiol123


Capítulo 2
Enlouquecendo


Notas iniciais do capítulo

Então, muuuito feliz de ver que tem gente acompanhando, obrigada a todos que leram, e aí vai mais um cap. =)



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Olhei bem nos olhos dele, esperando que a qualquer momento eu descobrisse estar enganada. Mas não, ele não tinha feito puf! dando a deixa para que eu acordasse. Ele era muito real, disso eu tinha certeza.

Ao perceber que eu ainda estava parada e imóvel, me esforcei para esboçar uma reação. Peguei a mão que ele oferecia e dei o mais esforçado sorriso da minha vida.

– Clary Fray, muito prazer - respondi com a voz fraca. Dei um leve pigarro e me amaldiçoei por dentro.

O tal Jace não parecia me reconhecer. É estranho o suficiente entrar nos sonhos de outra pessoa, mas a situação piora se a pessoa faz isso involuntariamente.

– Então, podemos ir para a mesa? - Izzy perguntou. Quando todos concordaram, percebi que eu passaria a noite inteira ao lado deles. De Jace. Percebi também que ele era muito mais sexy pessoalmente. Meu Deus, eu preciso de ar.

– Ahn... Na verdade, Izzy, estou precisando de uma bebida.

– Vou com você, Clary. - disse Simon.

Andei rapidamente sendo acompanhada por Simon enquanto via os três se encaminharem na direção da mesa. A distância já estava me fazendo sentir um pouco melhor.

– Clary, você não bebe. Qual é o problema? - perguntou Simon parecendo preocupado.

– Simon, é ele.

Simon olhou em volta tentando entender. Depois ele se voltou para mim como se eu estivesse vendo coisas.

– Quê?

– Simon, o cara loiro, Jace, ele é o garoto dos meus sonhos - expliquei, tentando fazer com que ele entendesse.

– Tá, admito, ele não é feio. Mas você ainda nem sequer conversou com ele, como pode saber disso?

– Não, Simon, não nesse sentido. Sabe meu sonho-barra-pesadelo, que vem me impedindo de ter uma noite tranquila de sono há alguns tempos, no qual eu vejo esse anjo loiro? Eu não estou dizendo que eles são parecidos, estou dizendo que é ele. A mesma pessoa.

– Existe alguma chance de você estar enganada? - Ele finalmente pareceu ter entendido.

– Não. Absolutamente não. E agora, o que eu faço? Não é como se eu pudesse chegar lá e perguntar o porquê dele estar invadindo minha cabeça enquanto eu durmo.

– Você quer que eu pergunte?

– Simon, cabeças invadidas e senso de humor não se misturam - ele pareceu decepcionado - Isabelle está lhe esperando. Pode ir, dê uns belos amassos na pista de dança. Preciso beber alguma coisa forte. Encontro vocês na mesa.

Ele apenas concordou e saiu animadinho. Eu também estaria animadinha se fosse pegar uma gata como Izzy, mas eu não ia. E contando com meu pequeno problema de sonhos que se materializavam, meu humor não estava assim muito bom agora. Pedi uma coca ao barman e sentei. Pensando bem, isso não era um problema. Se tinha um cara que ficava perambulando pelos meus sonhos e agora também pela minha vida real, alguma coisa a ver comigo ele tinha. E eu iria descobrir o quê.

Bebericava minha coca quando o ouvi próximo ao meu ouvido.

– Moças indefesas não deveriam ficar sozinhas no balcão do bar. Elas podem rapidamente se tornar donzelas em perigo.

– Quem disse que eu estou indefesa? - eu estava, mas Jace não precisava que eu confirmasse isso. Já me sentia bastante intimidada pela sensação estranha que sentia quando ele se aproximava de mim.

– Foi o que eu pude presumir, Clary - sua boca fazia um leve biquinho ao pronunciar meu nome. Agora que eu não mais estava completamente tomada pelo choque, pude perceber como sua presença me afetava. Imaginar ele por horas a fio em uma noite insone era uma coisa, mas sua presença me afetava de uma maneira... nervosa. Sim, essa era a palavra. Eu estava terrivelmente consciente do seu corpo muito próximo ao meu, próximo até demais. Se eu me impulsionasse - mesmo que muito pouco - para trás, conseguiria sentir seu peito contra as minhas costas. Eu estava com a cabeça um pouco virada para a esquerda para conseguir olhar para ele com o canto do olho. Ele falava muito próximo ao meu ouvido, e junto com suas palavras meu corpo recebia arrepios estranhos que não eram totalmente desagradáveis. Mas o que mais me assustou foi que eu não me sentia nem um pouco inclinada a me afastar. E era por isso que eu precisava me afastar. Tracei rapidamente um plano na minha mente. Tento ser amiguinha dele, para descobrir porque ele está fuçando minha cabeça e enfiando aqui o mesmo sonho de novo e de novo, e depois eu me afasto dele. Parecia um bom plano.

– Então, Jace, você é daqui? - tentei puxar assunto.

– Não, sou europeu, na verdade.

– Hmm... Então, onde estuda? - Alguma coisa sobre ele teria que estar no mínimo suspeita. Pessoas normais não invadem mentes.

Depois de vários minutos de conversa, fiz sua ficha mentalmente. Europeu, nascido e criado; segundo anista que começaria as aulas amanhã, assim como eu; tocava piano, comia de tudo menos da comida de Izzy, odiava patos - é, também achei estranho, mas cada louco com sua mania - dirigia motocicletas e era lindo de morrer. Minha consciência gritava para eu me afastar desse seu ar de bad-boy, e eu planejava substituir minha consciência por outra mais divertida. Além do mais, ainda tinha algo de muito suspeito com esse garoto - como se o fato de eu sonhar com ele desde semanas antes de conhecê-lo não fosse suspeito o suficiente - e eu não me afastaria dele até saber o que era.

No final da noite, Simon estava me deixando de volta em casa, no horário permitido. Fui dormir com a esperança de ver meu anjo amanhã. Pela primeira vez, em séculos - pelo que parecia -, tive uma noite maravilhosa, sem sonho algum.


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Notas finais do capítulo

Está aí, com muito carinho. Então, seria muito abuso se eu pedisse por coments? Sim? Ah, então deixa pra lá. Obg e bjinhus



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