Vida Difícil escrita por PrisTchonga


Capítulo 19
Capítulo 19- Amigos


Notas iniciais do capítulo

Gente tem muitos erros de ortografia depois eu corrijo tá?Obrigada pela compeensão!



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Capítulo 19 Amigos

Com todas aquelas confusões deixei de lado meus melhores amigos. Pode até parecer meio estranho, pois, deveria ter me aproximado ainda mais.

Mas, tentem se colocar em meu lugar, tudo estava muito complicado...

Brigas, discussões, tudo junto! E eles não são da minha turma. Meio que me esqueci de pensar em quem realmente importava... Eles.

Isso martelou em minha cabeça durante horas afim. Decidi então procurá-los na hora do intervalo.

O sinal tocou e desci ignorando Camylla que me perturbava com um teste de revista sobre o garoto perfeito. O que, que deu nessa garota? Fazem dois dias que ela fica tentado me empurrar o Fernando de qualquer maneira. Isso já está me irritando...

Não tinha como não dar de cara com um dos dois nos corredores... Ao sair da sala vi Nando conversando com Bruno, outro gato da sala dele. Virei o rosto, não estava a fim de me machucar por ainda estar em dúvida. Depois foi a porcaria do Luis sentado na poltrona da secretaria – aposto que tinha feito merda– com aquele seu sorriso tentador pra mim.

Dei dedo, com vontade, e virei o rosto. Logo em seguida ouvi suas gargalhadas altas.

 Não parei, continuei meu percurso sem mais distrações. Chegando ao pátio, muita gente; várias tribos... A tribo das lésbicas, dos gays, dos skters– que se mistura também aos surfistas–, dos hippies, dos nerds, dos populares– que são os mauricinhos e patricinhas–, dos normais– que praticamente passam batidos, porque ninguém os repara–, entre outras lá, está a nossa tribo a dos estranhos que deveriam estar nas outras tribos, mas que por serem amigos preferem estar unidos.

Cada uma tinha um lugar certo no pátio e a nossa geralmente ficava em frente à escada que dava acesso as quadras.

Então fui cega naquela direção e lá estavam os 4 – Felipe, Milena, André e Diana. – sentados nos degraus conversando rindo sem parar e ao mesmo tempo prestativos uns ao outros, dividindo lanches, amarrando tênis e várias outras ações de amigo pra amigo.

Aproximei-me e recebi um gelo, como era de se esperar. Queria que eles entendessem que apesar de tudo não queria que aquela situação permanecesse.

Depois de um longo momento de silêncio de nossa parte, resolvi falar.

–Gente... Vocês vão continuar agindo assim? –Perguntei encarando-os.

–Foi você que quis... –Disse André.

Fiquei sem o que dizer. André era o gay mais lindo que eu já conhecera. Ano passado na audição de calouros do Ensino Médio, fiquei encantada com ele, sua beleza mexeu tanto comigo... Ele é alto, moreno, dos olhos verdes azulados. Não muito musculoso e muito, mas muito estiloso... Nossa como eu desejei que ele fosse da minha turma. Mas não rolou e decidida a conquistá-lo joguei todo meu charme... Pessoa, quando ele me disse que não gostava da minha fruta... Minha cara foi ao chão, um dos piores micos que já paguei. Depois disso passamos a ser amigos inseparáveis ele me entendia, ajudava com várias coisas relacionadas à moda. Adorávamos ir ao shopping.

Várias meninas davam em cima dele. André nunca pareceu gay impunha respeito onde passava, chamava, e ainda chama atenção por sua beleza e por se vestir impecavelmente bem. Quando fiz 15 anos ele foi meu príncipe. Todas as garotas morreram de inveja pensando que namorávamos ou algo do tipo.

Riamos tanto disso...

André odeia vacilos, então tive certeza que se quisesse voltar ao grupo não poderia começar por ele.

–Milena... –Supliquei. –Poxa, eu posso explicar direitinho o que aconteceu, é só me dar uma chance.

–Espera um pouco... Reunião. –Disse ela.

Todos foram se chegando e formaram uma roda de conversações. Cochichos indecifráveis eram as únicas coisas que conseguia ouvir. Esperando impaciente por mais de dois minutos, minhas pernas doíam e meu nervosismo aumentava a cada murmúrio alto e ininteligível, por culpa das conversas paralelas ali existentes, faltava pouco pra minha paciência acabar...

Já estava prestes a ir embora aí ouvi:

–Nós decidimos dar uma chance a você, por ter praticamente criado nosso grupo... Contudo não esquecemos que nos ignorou por completo nesse último mês. Só que apesar de tudo, todos aqui –falou ele apontando para todos do grupo- ainda te amam. Queremos que nos conte tudo o que aconteceu nesse meio tempo. –A voz de André foi amaciando a partir do ‘‘todos aqui ainda te amam...’’ e seus olhos foram marejando levemente.

Quando o discurso acabou o abracei.

–Sua boba. Porque fez isso com a gente? –Todos se chegaram para um abraço único.

–Desculpa gente, não sabia que eu fazia tanta falta pra vocês.

–Desencana... –Falou Milena ignorando meu momento ‘‘sou importante’’! Eu esperava isso vindo de sua parte. Milena é uma garota de personalidade forte, que odeia melodrama e tem gostos super exóticos. A conheci quando tinha meus quatro anos, ela era uma criança normal –não que agora ela seja maluca, quero dizer que sem essas esquisitices de roupas doidas e batons pretos– , morávamos no mesmo prédio em copa. Costumávamos brincar frequentemente, mas ela se mudou após completarmos seis anos.

Nosso reencontro foi no ano passado, quando ela veio fazer o Ensino médio aqui. Sinceramente não a reconheci, Milena que veio até mim. Aquela criança linda, de cabelos negros, super angelical, agora estava com o cabelo rosa azulado toda trabalhada no estilo gótico, com correntes na calça e skate na mochila. Na hora me assustei com sua aproximação, mas a reconheci logo assim que pronunciou a primeira palavra... Meu apelido tão íntimo que só meus amigos de infância e minha família conheciam: Fafa, esse apelido não tem haver com meu nome, mas sim porque eu adoro farofa.

Desde então não perdi o contato com ela. Apresentei André, e logo se deram bem. Quando o próprio, se declarou gay, pra ela foi um choque, demorou pra menina acreditar. Apesar das roupas e seu jeito meio "desencanado" de ser, Milena é muito aberta a opiniões construtivas em relação a sua feminilidade. Quem a conhece descobre que por baixo de sua ‘‘capa protetora’’ há uma menina supersensível.

Ainda tinha 30 minutos de intervalo. Apesar de estar mega a vontade sentada ali com eles, alguns olhares me incomodavam como os dos melhores amigos dos Exs... Pareciam que estavam me vigiando. Odeio que não me dêem o espaço que necessito isso realmente me irrita.

Por esse motivo adoro de paixão como se fosse um irmão meu outro melhor amigo o Felipe.

Minha mãe é amiga de adolescência da mãe dele, elas nunca perderam contato. Então somos amigos de berço, lembro dele desde que me considero por gente. Nunca brigamos, apenas conversamos sério. Ele me dá o espaço que necessito, me entende e eu o entendo, temos uma cumplicidade que até me emociona. Ele seria o príncipe da minha festa de 15 anos, mas como sempre fazemos tudo perguntando se o outro gosta ou quer, ele não quis porque é muito tímido e envergonhado então preferiu renunciar ao posto.

O estranho, agora é que a gente já namorou, dos 10 aos 13 anos. Eu o achava perfeito e ele também me achava perfeita pra ele. E assim perdi minha virgindade com 12. Foi muito especial, ele foi perfeito! Foi muito natural, tudo foi rolando, a atração aumentando e simplesmente aconteceu. Nós terminamos por ciúmes de ambas as partes, quando digo ‘‘nós’’ é ‘‘nós’’ mesmo, porque chegamos juntos a essa conclusão e desde então nos tratamos como irmãos, eu sinto ciúmes dele e ele sente de mim mas é obvio que é ciúmes de irmãos.

Felipe é bonito; não tanto quanto André, mas ele também tem seu chame, seus traços são de uma beleza forte, diferente de seu corpo. O que realmente me chamava e ainda chama atenção nele, são suas lindas pernas. Nossa que garoto das pernas bonitas são tão definidas. Hui... Perfeitas. Outra coisa que adoro nele é o desprendimento com as coisas... Quando namorávamos perguntei se ele rasparia o cabelo por mim. Na hora ele respondeu que sim. Mas não acreditei que ele estava falando sério. Horas mais tarde me aparece o indivíduo sem um fio de cabelo. Huiii! Eu adorei. Ele ficou super sexy, nem acreditei no que estava vendo, o puxei pra dentro e transamos ali mesmo na sala. Parecia outra pessoa. Aquela foi a melhor transa de todas, me levou a loucura, ele estava mais confiante e eu mais excitada do que nunca, parecia até uma realização de uma fantasia sexual que nunca tive. Depois dessa maluquice que nós adoramos, ele não quis mais ficar cabeludo, adotou o estilo rolon. Apesar de ser zoado pelos caras, faz o maior sucesso com as garotas.

Principalmente com Diana, a última dos ‘‘os melhores dos melhores’’. Ela me confessou que o ama, mas, sempre me faz jurar que não vou comentar nada com ele. Eu na verdade arranquei a confissão dela. Comecei a perceber seu desconforto ao nos ver brincando com mais intimidade, quando ele se dirigia a ela, seus olhos brilhavam e seu rosto corava. Ao notar esses pequenos detalhes comecei a preciona-la jogando uns verdes... E acabei colhendo maduro.

Toda vez que estamos reunidos, tento jogar umas indiretas, mas, que garoto desligado...

Diana é linda de rosto e corpo, só que seu cabelo atrapalha, pois é seco e muito volumoso. Além do cabelo suas roupas não a ajudam em nada. Sempre que podemos eu e Pablo –em nossas visitas semanais ao shopping– compramos alguns acessórios da moda pra ela.

Geralmente ela usa nossos presentes de um modo nada há ver, mas Pablo está pensando em fazermos o esquadrão da moda com ela algum dia desses.

Esse é o meu grupo estranho... Apesar de serem de diferentes gostos e personalidades, nos completamos exatamente por isso. Tentamos entender todas as partes, tipo, o Felipe é o ÚNICO cara que sabe sobre a sexualidade de Pablo e guarda segredo muito bem. Milena apesar de parecer rude é super amigável com nosso grupo pelo menos. Todos nós adoramos as reuniões que rolam quando temos tempo na biblioteca da escola porque lá podemos nos abrir já que é Zona Morta, pois praticamente não tem ninguém.

No começo as conversas giravam em torno de André e sua opção sexual, como ele se descobriu gostando dos caras... E várias outras perguntas muito indiscretas e que André às vezes discordava em responder.

Lembro-me de achar um máximo que André tivesse tanto apoio dos pais, ao ouvir ele contando que sua primeira vez foi com um amigo do irmão.

Que seus pais sem querer o viram transando‘‘freneticamente’’com o cara no banheiro do seu quarto de e não os interromperam. E que após estarem vestidos seu pai adentrou o quarto e os alertou do perigo da AIDS e a importância do uso da camisinha. E os deu o maior apoio enquanto o namoro durou.

Geralmente as pessoas ficam com um certo receio de se abrir umas com as outras, mas com eles é tão diferente, a ponto de nem parecer que estou contando algo tão pessoal e constrangedor pra alguém. Prestam tanta atenção aos mínimos detalhes e comentam após refletirem... Sei lá, mas parece que somos muito maduros pra nossa idade.

Eu os amo e agora tenho certeza de que esse sentimento é recíproco.


***



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Notas finais do capítulo

Espero que gostem!



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