Faça-me Acreditar escrita por Mary N Braga


Capítulo 9
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Heyyyyy!
Desculpem, demorei para voltar, não foi? Mas boa notícia para quem acompanha a fanfic pelo Nyah!; a partir de hoje, não vou mais postar no Insta, o que quer dizer que os capítulos sairão com um dia de antecedência aqui (grande coisa).




Aproveitem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/488757/chapter/9

Capítulo 8

Eu passei praticamente todo o domingo deitada na minha cama, tentando me preparar para a segunda-feira. Nada conseguiu me animar - nem Jacey, nem o sol, que ficou o dia inteiro no céu, tiveram efeito sobre mim.

O dia seguinte amanheceu ensolarado novamente. Eu me arrastei para fora da cama, e fiz tudo o que precisava fazer até a hora de ir à escola. Ainda estava cedo quando cheguei lá, então fiquei dentro de minha picape, os vidros abertos para deixar a luz do sol entrar. Eu me encolhi no banco, e lá fiquei por muito tempo, absolutamente parada.

Só saí do carro quando concluí que se ficasse mais um minuto chegaria atrasada para a aula de inglês. Fiz o mesmo com as outras aulas.

Eu estava indo para a aula de espanhol, que era depois de trigonometria. Assim que cheguei na sala, o sinal tocou. Me sentei em minha típica cadeira no fundo, e baixei a cabeça, fechando os olhos.

– Ei, Bella? - ouvi uma voz familiar.

Levantei os olhos para Jessica, que sentava-se na cadeira à minha frente.

– Oi Jess - disse, o tom de voz levemente deprimido.

– Então Bella, amanhã eu e a Ang vamos até Port Angeles, porque o baile é nesse sábado, e precisamos de vestidos. Quer ir com a gente? - perguntou, mas não parecia muito entusiasmada que eu pudesse ir, como se só estivesse fazendo aquilo por causa de Ang.
Eu normalmente daria uma desculpa qualquer para não sair, mas eu sinceramente não estava mais aguentando ficar em Forks, ficar num lugar onde Edward pudesse simplesmente aparecer a qualquer momento.

– Que horas?

– Depois da escola - seu tom de voz tinha uma leve surpresa por eu não dispensar de cara.

– Ah, ok, eu vou.

Ela arregalou um pouco os olhos, e sua boca abriu-se levemente. Fingi não notar.

A manhã passou rápida, e de modo torturante. A cada segundo eu estava mais perto do intervalo, quando talvez Edward quisesse sentar comigo de novo. Caso isso não acontecesse, estava mais perto da aula de biologia, onde obrigatoriamente ficaria perto dele, e então teria que dizer que não podia mais ficar perto dele, e que aquela chance que o prometi, seu mês para me fazer acreditar nele, que ele não me causaria dor, não poderia acontecer jamais.

Mas ele não veio se sentar comigo no intervalo. Olhei ao redor, e nem ele nem sua família estavam em lugar algum do refeitório.

Fui com ainda mais medo para a aula, mas ele também não estava lá. Meu nervosismo se estendeu até a hora da saída, quando não havia mais probabilidade de Edward chegar.

O dia se passou exatamente igual ao domingo, nada que eu pudesse fazer, somente tarefas escolares e cuidar da casa, mas isso eu acabei rapidamente, e então voltei a me enrolar em meu cobertor com Jacey. O dia continuou ensolarado, mas eu nem mesmo saí, como faria normalmente.

Eu voltei a ficar nervosa quando acordei na manhã seguinte. Isso era muito estranho, mas continuava uma manhã de sol, como era desde sábado.

Na aula de espanhol, Jessica me disse que depois da aula ela me acompanharia até minha casa, para que eu deixasse minha picape; nós três iríamos em seu carro.

Na hora do intervalo, tentei evitar, mas assim que entrei no refeitório corri os olhos por todo o local. Nada. Nenhum deles, nenhuma das garotas, nenhum dos garotos, fossem eles Hale ou Cullen. Me sentei de costas para a porta, mas olhava por cima do ombro a cada cinco segundos. Na aula de biologia, Edward não estava lá novamente e, em vez de ficar aliviada, minha paranóia só aumentava. Eu tinha o olhar quase fixo na porta, e aquilo estava me deixando louca.

Sair da escola foi um alívio. Mas não como eu esperava, pois eu ainda sentia um estranho peso nos ombros, como se eu não estivesse adiando aquilo mais do que um dia, como eu achava. Mais tarde, descobri que esse pensamento estava absolutamente certo.

Eu só estacionei a picape, entrei em casa para pegar uma bolsa para colocar a carteira, fiz um carinho rápido na cabeça de Jacey, que continuava deitada em minha cama, e fui embora.

Não demoramos para chegar em Port Angeles, e eu tentei me animar um pouco com o programa, mas o mais perto que consegui disso foi convencer as meninas de que eu estava feliz de estar ali, mas, infelizmente, não consegui enganar a mim mesma.

Quando chegamos na loja, a maratona pelos vestidos perfeitos começou.

Cada uma delas pegou pelo menos cinco cabides com vestidos em cada mão. Elas experimentaram tantos que eu perdi a conta lá pelos primeiros dez minutos de procura.

Ambas compraram dois vestidos, já que, em maio, teria outro baile. Jess comprou um vestido grafite longo, justo e franzido na cintura, que tinha uma espécie de broche na saia, que segurava uma parte do vestido que era mais longa, de alças cheias de brilhos prateados, para o baile das garotas - era esse baile mais próximo, em que as garotas convidavam. Ela, por acaso, convidou Mike Newton -, e, para o baile de primavera, um vestido longo, de um tom de prata muito bonito, tomara-que-caia, também com detalhes que se assemelhavam a brilhantes no peito, e o decote era em forma de coração. E Ang escolheu para o baile das garotas um vestido curto, na altura dos joelhos, tomara-que-caia, na cor pêssego, com o decote em coração e, para o baile de primavera, um vestido rosa-claro, longo, com detalhes muito parecidos com flores no mesmo tom do vestido, um cinto que ia ficando mais fino conforme chegava ao meio, e era sem mangas, com uma espécie de "tela" como tecido das alças grossas. O vestido quase não tinha decote. Então elas começaram a procurar sapatos e outras coisas.

Não durou muito, e já havíamos terminado. Eu não comprara nenhuma roupa, mas queria ir em uma livraria. Disse à elas que iria atrás de uma, e as encontraria depois. Fui andando, sem prestar muita atenção em onde ia. Eu demorei muito tempo para perceber que não havia mais barulho de carros ao meu redor. Só olhei por onde ia quando quase dei de cara com um muro de uma rua sem saída.

"Não acredito nisso! Vou ter que voltar o caminho inteiro! Por onde foi mesmo que eu vim...?!", pensei.

Estaria tudo bem para mim voltar, se não tivessem aparecido aquele homens.

Estavam sujos demais para serem turistas, informais demais para estarem trabalhando. Eu logo presumi que estavam alcoolizados. Ah, não. Eu conhecia essa história, mais uma vez. Uma garota em uma rua sem saída. Quatro caras bêbados. Na verdade, isso deveria acabar bem para a tal garota, mas eu não via minha salvação ainda, e já estava em cima da hora.

Antes que eles pudessem falar qualquer coisa, porém, a salvação veio, e quase atropelou um dos homens, diga-se de passagem.

O Volvo de Edward derrapou, de modo que a porta do banco do carona estava virada para mim. Ele a abriu por dentro.

– Entre! - ordenou, e eu não discuti.

Na verdade, nem deu tempo de acontecer muita coisa, mas eu agradecia por ele não ter demorado muito, ou poderia ter acontecido. Disso eu sabia bem.

Ele arrancou, e logo estávamos longe dali.

– Eu deveria voltar lá e...! - ele nem completou a frase.

– Está louco? É claro que não devia! - grunhi. - Como me achou e para onde estamos indo?

Ele não respondeu, e eu percebi que estávamos na estrada.

– Bella - falou. - pode, por favor, me acalmar?

Isso poderia ter sido confuso, mas eu sabia o que fazer. Tentei achar algo estúpido para falar.

– Ang e Jess provaram tantos vestidos hoje que eu acho que se vir mais um vou vomitar - foi o melhor que pude dizer.

Edward respirou fundo e parou o carro.

Ele fechou os olhos, e quando os abriu olhou para mim.

– Você está bem? - perguntou.

– Sim, você chegou antes que eles pudessem até mesmo falar, Cullen. Mas você não está bem - afirmei. - Ang e Jess vão ficar preocupadas Edward. Preciso encontrá-las, e...

– E garantir que não veja mais nenhum vestido sem um saquinho por perto - ele interrompeu, e riu de leve com a piadinha extremamente sem graça. Para minha surpresa, ri de leve também.

Ele arrancou e voltou para a cidade, costurando no transito. Em pouco tempo estávamos na frente do restaurante italiano em que eu e as meninas havíamos combinado de nos encontrar. Nem perguntei como ele sabia que era aquele; eu rinha certeza de que não queria a resposta.

Elas olharam para nós, e o olhar de preocupação delas sumiu.

– Bella, você demorou! - Ang disse. Pareceu surpresa por ele estar ao meu lado, mas logo disfarçou. - Oi, Edward.

– Oi Angela. Oi Jessica.

– Oi... Ah, Bella, o que aconteceu? - Jessica estava obviamente com vergonha de Edward.

– Me perdi. Não prestei atenção no caminho, e Edward me achou, e me trouxe aqui. Nossa, quanto tempo me atrasei? Uma hora, mais ou menos...

– Exatamente uma hora e quatorze minutos - Ang disse, olhando no relógio. - E, nós já comemos, desculpe...

– Ah, sem problemas, não estou com... - por causa do olhar de Edward, nem completei a frase.

– Se quiserem, posso ficar com Bella para que ela coma, e vocês podem ir. Eu a levo para casa - disse.

– Estou sem fome, Edward - disse séria. - Mas obrigada por...

– De jeito nenhum! Estou ouvindo daqui seu estômago!

Neste exato momento, meu estômago roncou, para meu constrangimento, e eu corei.

– Ok...

As meninas foram, e nós entramos no restaurante. Depois de passar pela garçonete que tentava desesperadamente dar em cima de Edward, nos sentamos, pedimos uma coca, e eu pedi um raviole de cogumelos para comer. Quando ficamos sozinhos, o encarei.

– Acho que temos algumas coisas para falar, não?

Ele desviou o olhar, e eu concentrei o meu furiosamente em seu rosto, de modo que, não muito tempo depois, ele teve que olhar para mim.

– Edward, como você me achou? Não tente esconder, sei mais sobre você do que você imagina.

Ele me olhou com curiosidade.

– Como sabe de coisas sobre mim?

– Isso não vem ao caso Cullen. E mesmo que viesse, tem coisas muito mais secretas do que o que você vai me falar.

Ele ergueu uma sobrancelha.

– Tem alguma teoria?

Respirei fundo.

– Tenho, leitor de mentes.

Ele arregalou os olhos. Nesse momento a garçonete chegou com meu prato, e logo saiu.

– Como sabe?

– Já disse que não vem ao caso Edward. Só me diga se minha teoria está certa ou se eu estou ficando louca. E deixo bem claro que não vou explicar nada! - disse, apontando um dedo para ele. - Você me seguiu até aqui.

Ele assentiu.

– Você consegue ler mentes, não consegue?

Ele hesitou, mas assentiu novamente.

– Bom, então tudo resolvido. Não preciso de mais explicações. Como eu disse, conheço você, mesmo que eu não ache essa a melhor opção.

Provei a comida - estava uma delícia. Tinha comido quase tudo quando percebi que estava sendo um pouco - na verdade muito - grossa com ele.

– Obrigada. Por me salvar. De novo, aliás.

Ele olhou-me.

– Sabe como te salvei daquela vez também?

Olhei-o, analisando sua expressão.

– No fundo, eu sempre soube, só não queria admitir.

Inclinei-me para ele por sob a mesa, e ele fez o mesmo.

– Aquela lenda quileute sobre sua família é verdade, não é?

Ele me olhou, como se perguntasse algo. Dei de ombros.

– Pesquisei na internet, muitos anos atrás.

Ele pensou por quase um minuto inteiro, e eu esperei.

– É verdade.

Eu sabia que essa seria a resposta, mas ainda assim, foi como ser atingida por uma geladeira.

Quando acabei de comer, e depois que Edward não me deixou pagar a conta, fomos para seu carro. Foi ali que percebi que tinha deixado o casaco no carro de Jessica, mas nada falei.

Passamos boa parte do caminho em silêncio.

– Como sabe tanto sobre mim? - ele perguntou.

Sacudi a cabeça.

– Eu disse que não explicaria, e mantenho isso.
Não demoramos para chegar em minha casa.

– Obrigada. Por tudo, Edward - eu ia saindo do carro, quando senti sua mão fria em meu pulso. Olhei-lhe, as sobrancelhas franzidas.

– Durma bem - ele sorriu.

Assenti, e saí do carro.

Quando chegou a hora de dormir, percebi algumas coisas.

Primeiro, eu não queria admitir, mas Edward, e provavelmente toda a sua família, eram vampiros.

Segundo, eu não queria admitir isso também, mas ele era exatamente quem eu pensava ser.

Terceiro, eu não podia ficar longe dele, porque não tinha mais forças para evitá-lo, mesmo que ele me causasse dor.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então? Finalzinho cagado, hein? Mas tem um pouquinho de suspense. Mereço um review por isso?
Sei que já é tarde - aqui são 22h16min -, mas estou me esforçando para publicar o mais rápido possível para vocês.
Espero escrever muito mais durante as férias, que estão chegando, para quando as aulas voltarem vocês já terem descoberto o segredo da Bella. Por falar nisso, alguém já adivinhou?
— Mary.
P.S.: vou dormir antes que eu morra amanhã.