Cold Afternoon escrita por Lola Carvalho


Capítulo 1
Surpresas


Notas iniciais do capítulo

Boa noite pessoas *-*
Eu comecei a escrever essa fic num surto de criatividade que me deu aqui... Não sei se vou continuar, mas por via das dúvidas vou marcar como não finalizada.
Mas se eu for continuar vai ter mais um capítulo ou dois :3
Espero que curtam e comentem também depois :)

Boa leitura!



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Frio. Na maioria da vezes ele é solitário e triste. Sempre nos convida a ficarmos enrolados nas cobertas, de preferencia na sala, que tem uma lareira quentinha, com uma deliciosa caneca de chocolate quente e biscoitos para acompanhar uma tarde inteira de filmes na televisão.

Mas aquela tarde, onde a neve castigava a cidade de Austin, no Texas, prometia trazer algo diferente consigo.

Uma companhia. Meu melhor amigo e ex-consultor, Patrick Jane.

Há poucas horas ele havia me surpreendido quando batera na porta da minha casa, pedindo abrigo, já que aquele “casa enlatada sobre rodas” dele, estava com o aquecedor de ar quebrado.

E por mim estava tudo bem acolhe-lo. De verdade, não havia problema algum... Se ele não tivesse feito o que fez e tivesse me deixado com a dúvida do tamanho do universo.

“É legal te ver assim, de moletons... Sabe?! Sem as roupas do trabalho” ele disse iniciando um assunto em um silêncio um pouco constrangedor

“O que há de errado com as minhas roupas de trabalho?” eu perguntei. Primeiro erro meu.

“Não há nada de errado, é só que...” ele parou um momento para bebericar seu chá fumegante e então prosseguiu “Eu sempre imaginei como seria acordar pelas manhãs ao seu lado e te ver sem aquela armadura...”

“Como assim “acordar pelas manhãs ao meu lado”?” Meu segundo erro.

“Oras, Teresa... Como um casal. Sabe?! Duas pessoas que se amam e que também se odeiam as vezes, mas que lutam para se manterem unidas para sempre” era incrível como ele dizia aquilo com tanta naturalidade, enquanto eu parecia que ia explodir.

“Jane, não somos um casal...” Meu terceiro erro.

“Bem, isso vai depender...”

“De quê?” Meu quarto e maior erro.

“Para sermos um casal, precisamos nos amar... Eu já te amo, Teresa.” Ele constatou me deixando de queixo caído no chão “Aliás, eu te amo já faz um bom tempo” eu continuava inerte, sem palavras. Ele deixou sua xícara em cima da mesa de centro da sala, e sentou-se no chão, perto da lareira, onde eu estava, ficando muito próximo do meu corpo encolhido nas cobertas.

Ele retirou da minha mão a minha xícara de chocolate quente com marshmallows e a colocou junto a sua xícara de chá.

Olhando profundamente nos meus olhos, sem nunca quebrar o contato com eles, ele se aproximou ainda mais, e passou uma mão atrás das minhas costas, repousando-a em meu ombro direito, e a outra ele segurou uma das minhas mãos, embora eu abraçasse as minhas pernas.

“E você, Teresa?” ele sussurrou “Você me ama?”

E agora aqui estou eu, deitada na minha cama, relembrando cada pequeno detalhe daquele dia, desde quando tudo começou.

A pior parte, e a que faz meu coração acelerar dentro de meu peito quando me recordo, foram as atitudes de Patrick depois da pergunta dele.

Ele aproximou seu rosto do meu, a ponto de eu poder sentir o hálito quente com cheiro de camomila e leite em sua boca. Os meus olhos nunca deixavam os dele, e os dele nunca deixavam os meus.

Gentilmente, Patrick acaricia meu rosto com as costas da sua mão direita e coloca uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha, como se fossemos namorados há anos, e isso fosse uma coisa comum entre nós.

De repente, em um pequeno momento, a consciência me atingiu, e me fez lembrar de como se respira, e de que existiam outros lugares que eu podia direcionar o meu olhar.

Mas já era tarde demais. Os lábios macios e doces de Patrick já estavam contra os meus, me impedindo de ter qualquer outro tipo de pensamentos racionais.

Então eu fecho os meus olhos e aproveito aquele momento único.

Ele começa a mover sua boca, e eu correspondo, abrindo a minha boca para que o beijo se aprofundasse ainda mais.

Com sua mão livre, ele segura o outro lado da minha face, fazendo com que meu rosto parecesse muito menor entre as mãos dele.

O beijo continua, cada vez mais apaixonado.

Eu toco em minha boca com essa lembrança doce.

“Não” eu manejo dizer entre o beijo quando, finalmente, a consciência me atinge novamente, separando minha boca da dele “Desculpa, Jane... Eu vou para o meu quarto” e eu saio, deixando-o sentado, sozinho, em frente à lareira, com uma pergunta não respondida.

Afinal, eu o amava?

Esta mesma pergunta sonda a minha cabeça, já faz horas.

Como? Como eu posso amar um homem como Patrick Jane? Que sofreu tanto, que foi tão machucado?

Mas não posso negar... O beijo foi bom.

Talvez o melhor que já tive.

Não porque ele seja um bom “beijador”, mas porque foi ele quem me beijou.

E então eu caio na mesma dúvida: Eu amo Patrick Jane?

Uma batida na porta me tira dos meus devaneios.

Só pode ser ele... Quem mais seria batendo na porta de meu quarto à duas e meia da madrugada?

– Teresa? – eu o ouço me chamar – Me desculpe pelo o que eu fiz, eu... – eu o ouço respirar fundo – Eu vou embora. Cho me deixou ficar na casa dele até o aquecedor do trailer ser consertado. Só queria que soubesse – ele não faz nenhum barulho por alguns segundos, e eu chego a pensar que ele foi embora, até que ouço um pequeno soluço – Achei que se preocuparia se eu saísse sem avisar, mas... Desculpe, foi bobagem minha

Estaria ele chorando?

Eu o ouço suspirar mais uma vez, se preparando para partir, provavelmente enxugando as lágrimas (se é que elas existiam).

– Não foi bobagem – eu falo, surpreendendo a mim mesma pela espontaneidade das palavras

– Não? – ele soou esperançoso. Eu me levanto e caminho até a porta, mas não a abro.

– Eu me preocuparia se não te visse aqui pela manhã... – eu o respondo

– Ok... Nesse caso, como já te avisei, eu vou embora. Tchau, Ter- Lisbon – ele se lembrou do profissionalismo que eu fiz questão de manter em tantas ocasiões, apesar dos inúmeros anos de convivência e amizade.

– Eu me preocuparia, porque... – eu falo antes que ele pudesse sair – porque... Isso significaria que... – antes de terminar meu discurso, eu percebo que não posso conclui-lo de portas fechadas, sem olhar para aqueles olhos azuis. Então eu abro a porta, e constato, pelos olhos avermelhados e rosto levemente molhado, que ele estava, de fato, chorando - Eu me preocuparia, porque isso significaria que não somos um casal que se ama e que também se odeia, mas que luta para se manter unido para sempre... – eu repito as mesmas palavras que ele me dissera há pouco – Acho que encontrei a minha resposta – eu penso alto propositalmente.

Eu dou mais um passo em direção dele e coloco as minhas mãos em sua nuca, bagunçando os cabelos loiros dele. Me aproximo ainda mais para sussurrar minha resposta em seu ouvido

– Eu também te amo, Patrick!


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Notas finais do capítulo

E então, como foi?
Se tiverem alguma ideia para continuar a fic, por favor, coloquem nos comentários *.* Amo receber sugestões :3

Beijinhos :3