Gypsy escrita por Arabella


Capítulo 4
Starbucks, Doritos e Coca-cola.


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo eu escrevi antes da minha depressão profunda, então ele está bem divertido!
Eu dei algumas boas risadas, fiquei até mais feliz um pouquinho hahaha
prometo que vou me esforçar muito pra continuar escrevendo razoável gente, prometo!



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POV Finn

Eu estava muito puto. Não, muito era pouco pra descrever minha irritação naquele momento. Estava entupido de analgésicos, sentado e, ainda assim, me sentia totalmente desconfortável. Havia acabado de sair do hospital com a costela e o pulso imobilizado e pra completar o show de humilhação em uma cadeira de rodas. Eu não sabia onde estava meu celular, mas sabia que devia ter umas mil notificações, estava totalmente ferrado, teria que dar um jeito de fazer todo meu trabalho em casa. Ou então me livrar daquela megera indomada que eu havia concordado que me supervisionasse em casa e fugir para a empresa, mas essa tarefa me parecia impossível uma vez que ela estava deixando bem claro que não tinha a mínima intenção de me deixar em paz, diferente da ultima vez que estivemos juntos.

Havíamos pegado um táxi em direção ao meu apartamento, pro meu azar o táxi com o motorista mais barbeiro de toda Nova York, ele conseguia me levar nas estrelas a cada virada de esquina, e não no bom sentido. Pra completar o pacote, Rachel vinha me fazendo perguntas que me deixavam cada vez mais estressado.

– Alguma chance de encontrar uma mulher de caráter duvidoso dormindo em sua cama, senhor Hudson? - Ela perguntou com um tom profissional, me fazendo arquear as sobrancelhas.

– Você já esteve em minha cama, deveria ter mais respeito por ela. - Rachel lançou-me um olhar matador que me fez encolher ainda mais no banco.

– Será que você poderia exercer sua educação e cortesia comigo? Afinal de contas eu sou sua médica, esse tratamento não vai ajudar em nada nossa relação.

– Tudo bem, não está aqui quem falou. - Eu disse dando de ombros.

– E em prol da sua recuperação, acho melhor fingirmos que nossa noite juntos nunca aconteceu. - Fiquei em silêncio por um segundo, virando meu rosto lentamente para ela, com meus olhos arregalados.

– Isso foi uma ameaça? - Ela limitou-se a dar um sorriso maroto e continuar calada, enquanto eu torcia pra o motorista sem noção de direção estar ouvindo aquilo e testemunhar no tribunal quando me encontrarem em estado avançado de decomposição em meu apartamento. Quando finalmente chegamos no meu prédio foi que começou o verdadeiro sacrifício. Eu não conseguia me locomover muito bem, me equilibrar era um sacrifício, então o que me restou foi usar o corpo de Rachel como muleta até o meu apartamento. Veja bem, usar o corpo de Rachel era uma idéia bem plausível, mas como muleta era algo totalmente fora das minhas fantasias. Depois de quase meia hora entre trancos, barrancos e reclamações, finalmente conseguimos entrar em meu apartamento.

– Pronto, pode me sentar aqui no sofá mesmo… - Eu disse respirando com dificuldade pela quantidade de dor que sentia.

– De jeito nenhum! - Ela disse pragmática. - Você pode estar em seu lar doce lar, mas ainda é um paciente e eu sou sua médica! Você precisa de repouso, então direto para cama, por favor!

– Só não queria dar trabalho.

– Nem vem com essa de coitadinho, eu sei que só quer ficar aqui por causa da TV!

– Hunf, mulheres… Não se pode esconder nada delas. - Eu resmunguei, fazendo o caminho até o meu quarto. Ela me acomodou na cama e passou mais alguns bons minutos botando mil travesseiros em minha volta para me deixar confortável. Não vou negar que amei todp o mimo, mas parar deitado ali me fez perceber que eu estava morto de fome. Resolvi abusar da minha enfermeira (nota mental de só me divertir com o termo "enfermeira" em minhas piadas internas, sinto que se usar essa palavra com ela terminarei carbonizado e não somente morto).

– Rachel… - Chamei e ela virou-se, estava ajustando a temperatura do ar. - Não que eu queira lhe incomodar, mas eu estou com muita fome. Acho que um dos seus trabalho aqui é me alimentar adequadamente, certo? Ouvi o Blaine falar algo sobre ferro, cálcio e tudo mais, tenho certeza que pode providenciar pra mim - "como uma boa enfermeira que é" - certo?! - Rachel me lançou um sorriso forçado, ela estava realmente se controlando pra não voar em mim e eu não pude deixar de sorrir por isso.

– Claro que sim, Finn. Verei o que posso fazer por você!

– Ah, e… liga a TV antes, por favor! - Pedi com toda a educação que consegui demonstrar. Ela ligou bufando e saiu pela porta, mas sem antes dar um sonoro suspiro que me arrancou outra risada baixa.

POV Rachel

Assim que entrei naquele apartamento percebi que não tinha feito grande negócio. Eu, basicamente, tinha trocado seis por meia dúzia. Coelho por lebre. Dá pra entender? Eu teria tanto trabalho quanto tinha no hospital, sendo que nesse caso não contaria com a ajuda das enfermeiras bondosas, nem mesmo auxiliares. Seria só eu e o garoto birra, no apartamento odioso dele. Além disso teria que correr praticamente umas três vezes pro dia até a casa de Finn e passar lá uma parte considerável parte do dia. Mas agora era tarde demais, já havia feito o acordo e não voltaria atrás ao menos que fosse o que me pedissem. Faria qualquer coisa pra terminar aquela maldita residência com a melhor postura médica possível ou não me chamo Rachel Berry.

Respirei fundo e me dirigi até sua cozinha, pensando o qual humilhante era aquilo. Teria que bancar a cozinheira, realmente é tudo que uma médica aspira quando entra na faculdade: ralar barriga na pia da cozinha de um empresário rico e mimado. Se fosse isso que eu almejasse teria botando implantes de silicone de 500 ml nos seios e me mudado para a academia mais próxima. Tentei me concentrar que estava fazendo aquilo por um bem maior e fui em frente com minha tarefa.

Enquanto me dirigia até a cozinha comecei a reparar no apartamento. Apesar de já ter passado por ali, não havia prestado muita atenção nos detalhes, já que a primeira vez que passei pela sala estava tentando tirar minhas roupas fora e na segunda estava tentando colocar elas o mais rápido possível pra poder sumir dali. Eu tinha que reconhecer, pra ser um espaço pra homem solteiro aquele apartamento estava muitíssimo organizado. Todas as superfícies estavam imaculadamente limpas e tudo estava posicionado quase que de forma estratégica pelo local. Senti vergonha ao lembrar do meu apartamento totalmente desleixado a algumas ruas de distâncias dali, mas afastei esse pensamento rapidamente. Afinal eu era uma médica apressada e ocupada, meu apartamento era somente o local em que botava o sono em dia. Já praquele cara o apartamento era o local onde ele levava suas presas para um lanche, então ele tinha que deixar tudo muito organizado mesmo, digo isso como uma presa que já fez um lanche por aqui.

Varri esses pensamentos da minha cabeça quando abri a geladeira. Eu já esperava ter que fazer uma limpa por ali e mandar todos os alimentos prejudiciais para o lixo. Só que a geladeira já estava limpa. Limpa mesmo, em todos os sentidos. Lá só havia umas latas de café gelado da Starbucks, Coca-Cola e um pedaço de bolo de aniversário que deveria estar fazendo aniversário ali. Pra minha surpresa os armários não estavam muito diferentes da geladeira. Pelo jeito ele só guardava recordações por ali, não comida de gente de verdade.

Bom, parabéns pro bolo de aniversário, mas agora ele faria uma festa em outro lugar: na lata de lixo. Junto com suas amigas Coca e latinha do Starbucks. Ela não iriam mais aterrorizar os ossos de ninguém, muito menos os de Finn, que, coitado, não veria nada dessas guloseimas nem tão cedo. Tudo ira ser substituído por alimentos ricos em cálcio. Muito nutritivos e não tão apetitosos quando a pizza de forno que eu tinha acabado de convidar pra festa na lata de lixo. No armário, encontrei alguns Doritos perdidos, além de quilos e quilos de variados tipos de café. Uau, estava lidando com um coffeeholic aqui. Quer dizer, um ex-coffeeholic. Porque disso eu vou cuidar. Após me certificar de que não encontraria nada comível por ali, voltei para o quarto de Finn cuspindo fogo.

– Não me espanta que tenha noventa e nove vírgula nove por cento dos ossos quebrados! Só come porcaria. - Eu vomitei minha frustação pela sua cozinha e sua presença logo ao entrar no quarto, fazendo ele se encolher na cama pelo susto. Segurei o riso pela careta de dor que ele fez, tinha que manter minha pose de enfurecida.

– Desculpe?! - Perguntando mais que afirmando, ele disse.

– Como você sobreviveu até essa idade comendo essas coisas? Deveria estar no necrotério uma hora dessas e não em uma cobertura com uma TV LCD em cada parede. No mínima circula café no lugar de sangue nas suas veias. - Falei irritada, começando a me movimentar impaciente pelo quarto, gigante por sinal. Ele ficou em silêncio enquanto eu dava uma bronca e de repente me senti a Sue. - Nada a dizer em sua defesa?

– Você se importa em sair pra fazer umas comprinhas? - Finn disse simples, como se o que ele dissesse não fosse uma banalidade e eu devesse estar prestes a jogar ele pela janela da sala. Apesar da minha raiva, ele estava certo, sem possibilidade de ele ficar ali comendo aquelas porcarias.

– Tudo bem, eu vou! Mas o senhor fica aí quietinho, ok? Se você mexer um centímetro pra qualquer direção eu te mando de volta pro hospital. - Ele levantou as mãos, como se mostrasse que estava rendido. Me virei, pronta para sair.

– Rachel! - Ele me chamou e retornei pisando fundo. - Vai rápido, vou sentir saudades! - Sem mais suportar o sorriso sarcástico que ele tinha no rosto, saí e fechei a porta.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Tô pensando em deixar essa fic mais focada na POV Rachel, fico mais a vontade...
Ah, se alguém aqui ler IAWEITPN, tô pensando em cancelar ela até eu conseguir voltar ao meu normal. Vocês iam ficar muito chateados?
Enfim, quero reviews lindas e animadoras pra me deixar feliz hahaha beijinhos!!