10 Coisas Que Eu Odeio Em Você escrita por Twiggy


Capítulo 9
Odeio quando dirige o meu carro.


Notas iniciais do capítulo

Demorei pra caralho, desculpa ai!



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P.O.V Kat

–Ainda não acredito que você saiu no meio da confraternização, você perdeu muita coisa! Lembra da Chastity? Aquela que era minha melhor amiga na época do colégio.

–Lembro sim.-Respondo a pergunta de Bianca que falava comigo pelo celular no horário de almoço do meu plantão no hospital.

–Ela casou com um velho rico! E ainda tem mais, Joey é amante dela!

–Minha nossa... como você soube disso?

–Percebi que eles passaram o tempo todo se entreolhando furtivamente, e então ouvi eles conversando na hora do término do reencontro. Eles deixaram claro naquela conversa que eram amantes.

–Você está se saindo uma fofoqueira de primeira em.-Brinco.

–Fofoqueira nada! Apenas uma acumuladora de informações.-Diz aos risos.-Mas e ai Kat... como foi com o Patrick?

–Ah Bianca, eu sabia que você ia chegar nesse assunto.

–Então acho melhor já ir contando, não?

–Ei! Não é bem assim... quem disse que eu vou te contar?

–O que?! Você não é louca de...-Antes mesmo dela concluir seu momento histérico eu desligo o meu celular e me levanto da mesa dando fim ao meu almoço. A última coisa que eu precisava agora era relembrar aquele momento apenas porque Bianca quer, eu ando fazendo muito a vontade dela ultimamente.

–Doutora Stratford, a senhorita tem um paciente a sua espera.-Uma enfermeira me alerta em minha passagem pelo corredor.

–Ok. Obrigada por avisar, já estou me encaminhando.-Digo prosseguindo até minha sala de atendimentos. E para a minha surpresa me deparo com o inesperado. Patrick estava sentado na maca segurando um buquê de rosas nas mãos.

–Patrick?! O que você faz aqui?!

–Eu tenho um probleminha. Estou ferido.

–Ferido é?

–Ferido, com o coração partido.

–Desculpe eu sou pediatra e não cardiologista.

–Ah, não fala assim se não os sintomas pioram.-Diz fazendo menção de dor no peito e me entregando as rosas.

–Deixa de brincadeira, estamos em um hospital, crianças estão esperando para ser atendidas por mim lá fora, e você está aqui tomando o meu tempo.

–Não seja tão dura comigo Kat. Não foi nada fácil para mim atravessar aquela porta do Pádua sabendo que você poderia estar lá depois de tanto tempo. E fiquei triste ao perceber que o momento que tínhamos para nos reconciliar foi por água abaixo.

–Ai meu Deus, Patrick...-Falo perdendo a paciência.-Diz logo o que você quer!

–Quero conversar com você!

–Vamos fazer assim, daqui a algumas horas o meu plantão termina, então você volta aqui, e podemos ir para algum lugar.

–Ok, perfeito. Mas tem um probleminha, eu vim sem o carro, acho que terei que ficar aqui... esperando.

–Não acredito... Ai Deus, eu mereço.-Massageio as têmporas falando comigo mesma.-Ta legal Patrick, eu saio em 3 horas, ali é a sala de espera, então se quiser falar tanto comigo assim e não quer ir para casa, você pode se sentar bem ali senhor Verona, mas tenho que continuar meu trabalho.

–E eu compreendo, por isso ficarei bem ali sentadinho por 3 horas esperando você. Mereço um doce por isso não é?-Brinca, e eu me viro para minha mesa e pego um pirulito do pote que havia ali em cima.

–Sim, merece um doce. Agora seja um bom garoto e se comporte.-Digo o entregando o pirulito e ele solta uma gargalhada que me fez ir no céu e voltar.
Durante o tempo em que ficou na sala de espera Patrick começou a brincar discretamente com as crianças que estavam aguardando meu atendimento, então a maioria delas entravam na minha sala sorridentes, e bem menos abatidas.

–Bom, está aqui na fixa que seu filho está com dores de cabeça forte, mas isso não é muito comum em crianças, por isso eu prefiro passa-lo logo por uma tomografia para garantir se tem realmente algo de errado, porque se não tiver o problema pode ser até na visão sabia? O não uso do óculos costuma causar dores de cabeça também, e essa é uma das possibilidades. Então depois da tomografia ele pode ser passado para um oftalmologista, o daqui do hospital mesmo.

–Obrigada doutora.-A mãe do garotinho agradece.

–Mas e você garotão, como está se sentindo nesse exato momento? A cabeça ainda doi?-Pergunto para o menino de cabelos cacheados e bagunçados.

–O moço de la de fora descobriu.-Ele cochicha.

–Descobriu o que?-Cochicho de volta.

–A minha identidade secreta, que eu sou o Batman.-Diz com convicção.

–Minha nossa, estou tendo o privilégio de examinar o Batman e eu não sabia disso?!

–Como não sabia? O moço disse que esse hospital era especial para super heróis, e foi assim que ele descobriu minha identidade.

–Ah, é verdade, eu esqueci que essa semana era aqui... Pôr que sabe como é né, uma semana no hospital das fadas, outro no das princesas, outro no dos super heróis... isso me deixa tão confusa.-Contínuo na brincadeira.

–Existe o hospital das fadas?!-Pergunta curioso.

–Mas é claro! Eu trabalho lá. Mas acho que por hoje meu caro Batman, nossa consulta acabou, mas nos veremos em breve. Manda um beijo para o Alfred.

–Pode deixar doutora. Manda um beijo para as fadas também.

–Pode deixar meu bem.-Falo e dou um sorriso para aquela situação engraçada. Era gostoso usar a imaginação as vezes, e isso me faz ter gosto pela minha profissão a cada dia mais. Quando acompanho meus pacientes até a porta resolvo dar uma olhada para Patrick, que já estava com os olhos colados em mim, como se apenas esperasse ser retribuído. E além do olhar o brindo com um sorriso. Eu estava feliz por ele está ali, estava feliz pelo o que ele estava fazendo pelas crianças... meu coração voltou a aquecer novamente.

P.O.V Patrick

As 3 horas ali até que se passaram depressa. Porque parece que minha hiperatividade resolveu dar as caras, então dei uma olhada em volta... tantos rostinhos abatidos, talvez uma conversa fosse os animar! Foi ai que comecei a me divertir um pouco com as crianças dali. É incrível como eles fazem a gente lembrar de algo que cai no esquecimento quando somos adultos, a imaginação. Simplesmente com a imaginação eu podia transformar qualquer um deles no que eu quisesse. Heróis, sereias, vampiros, fadas... era uma infinidade de opções, que por incrível que parece fazia muita diferença, era fabulosa a fé que eles tinham nas possibilidades.

–Mas e você, o que você é?-A última criança que faltava ser atendida me questiona, sentada ao colo da mãe.

–Quem eu sou... eu sou um mero plebeu, que se apaixonou por uma princesa cheia de valentia e beleza. E que está subindo por uma torre a 6 anos só para ter o prazer de passar um tempinho perto dela.

–Então você a ama?-A garotinha pergunta.

–Você não imagina o quanto.-De repente apenas olho para cima, e Kat estava de pé bem ao meu lado... ouvindo tudo.

–Achei que seria legal eu vir aqui buscar o minha última paciente do dia.-Ela diz sorrindo para a garotinha.-Bela história senhor Verona.-Fala tocando em meu ombro.-Vamos princesinha?-Chama carinhosamente a menininha, que se encaminha ao lado da mãe rumo a sala de Kat. Então me deparei sozinho, e um tanto envergonhado por ela ter ouvido o que eu disse. Sei que é bobagem, mas... sei lá, fui pego de surpresa.
Aguardei por mais alguns longos minutos após a última paciente ir embora, até Kat voltar do corredor com uma bolsa na mão e sem o jaleco e segurando o buquê de flores que eu havia trazido a ela.

–Pronto, podemos ir agora.-Ela diz.

–Você parece cansada Kat, quer que eu dirija o carro para você?

–Nada disso "bom samaritano". Eu lembro de como você costumava dirigir, e eu odiava.

–Então ta legal, sabemos o que aconteceu quando saiu dirigindo depois de um plantão não é mesmo? Pelo menos aproveita que tem um advogado no carro que pode rebater os processos por você.

–Ta legal, você venceu! Toma a chave.-Me entrega a chave em minhas mãos e eu dou um sorriso vitorioso.
Ela me guia por todo o trajeto para a sua casa, e era um tanto longe do hospital, mas com a presença de Kat aquele caminho poderia ter durado uma eternidade que eu ainda assim iria adorar.-Bom... Chegamos. Você quer... subir?-Pergunta logo ao parar em frente ao seu prédio.

–Sim, eu adoraria.

–Eu espero que goste de whisky, porque além de água essa deve ser a única coisa que deve haver em casa.-Fala me guiando pelo hall de entrada rumo ao elevador.-Bom, pode ficar a vontade, eu vou botar as flores num vaso.-Diz logo ao entrar no apartamento.
A casa de Kat era repleta de quadros paro todos os lados. Pinturas de todos os tipos, desde retratos a arte abstrata.

–Não sabia que gostava tanto assim de quadros.-Digo quando a vejo voltando para a sala com as flores em um vaso o posicionando na mesa.

–Ah, todos esses quadros foram de presente da minha amiga Samantha, ela cursava artes na Sarah Lawrence, e era minha colega de quarto. Somos amigas até hoje, e mensalmente ela me manda uma de suas obras.-Kat diz enquanto eu continuava os observando até me deparar com um que me chamou atenção.

–Espera um pouco... aqueles ali somos nós?-Falo apontando para um dos quadros.

–Ah... sim. Foi o primeiro quadro que ela me deu. Eu e você ainda namorávamos a distância e ela disse que esse quadro era para amenizar a falta que você me fazia.-Falou abaixando a cabeça e eu cheguei mais perto dela e toquei seu queixo com delicadeza levantando seu rosto.

–Eu senti tanta a sua falta que meu coração chegava a doer. Não sabe como é precioso estar perto de você agora. Por favor, deixe-me fazer valer a pena.-E como resposta Kat apenas juntou seus lábios aos meus.


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Notas finais do capítulo

Desculpem qualquer erro ¯_(ツ)_/¯
Bjokas