A História não contada de Apolo e Ártemis escrita por Biah


Capítulo 1
O Nascimento e o Ódio


Notas iniciais do capítulo

É a minha primeira publicação no site e confesso que estou nervosa...Mas espero que gostem,pois tive que estudar muito sobre mitologia e há algumas partes que deixei a imaginação voar...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/488541/chapter/1

Era uma silenciosa noite de inverno. Ouviam-se apenas os animais noturnos (as corujas, morcegos, felinos e lobos que saiam para caçar à noite), o vento acariciando as folhas úmidas das árvores suavemente como uma leve brisa; já passava da meia-noite pois a lua não estava mais no centro do céu e as estrelas, tão deslumbrantes e luminosas, estavam quase sumindo. Geralmente o inverno era mais rigoroso; a grama, a floresta e tudo que se encontrava por ali eram cobertos por uma espessa camada de neve. Mas não naquela noite, pois era uma noite especial. Era a noite invernal que, ao amanhecer, transformava-se em uma linda manhã primaveril.

Em Delos, a titânide Leto acabara de dar a luz à pequena Ártemis, e o coração de Zeus logo sorriu, mas não por causa de Ártemis e sim de seu irmão gêmeo Apolo, que nascera assim que o sol da primavera raiou. Mesmo tendo muitos filhos, Zeus sempre elegeu Apolo como seu favorito. Apesar de Ártemis às vezes sentir ciúmes do irmão pelo pai, sempre que podia falar com Zeus uma nova lição era aprendida, sobre honra, respeito, coragem ou compaixão. Mas eram raros os momentos em que a menina podia conversar a sós com ele, já que Apolo não pretendia abandonar sua posição de filho predileto.

Mas a menina também não se importava pois era mais ligada à mãe. Pelas regras estabelecidas no Olimpo, infelizmente Leto nunca poderia ser rainha, já que Zeus era casado com Hera e, embora o Rei dos Deuses odiasse admitir, Leto era apenas uma de suas amantes. Para Hera, todas as amantes de Zeus eram iguais e nunca se comparariam a ela nem em beleza, inteligência ou habilidade. Mas pela primeira vez uma amante conseguiu o que nenhuma outra havia conseguido: fazer Hera sentir-se ameaçada. Ameaçada de um jeito que toda a mulher traída, ciumenta e vingativa se sente.

Leto possuía esses três dons (e muitos outros) excessivamente, mas também era famosa por suas grandes habilidades em magia. E Hera com certeza a invejava, pois, apesar de ser a Rainha dos Deuses, sabia reconhecer quando não possuía as mesmas qualidades das amantes de seu marido: enquanto Leto era dotada de discrição e modéstia, Hera não possuía nem uma, nem outra. Muito pelo contrário: Hera adorava chamar a atenção e gabava-se das qualidades que tinha. Isso fazia com que Zeus buscasse conforto nos braços de outra; Hera sabia e era por causa disso que sempre procurava investigar a fundo suas rivais: para descobrir as qualidades que nela faltava e as outras tinham de sobra. Às vezes tentava ser uma melhor companhia para o marido, utilizando as qualidades descobertas sobre a amante, mas desta vez percebeu que não havia como competir com Leto.

Ártemis preferia ficar com a mãe em uma floresta isolada, onde poderiam se divertir juntas sem restrições de ninguém, enquanto Apolo preferia ficar com o pai no Olimpo, vendo-o liderar e sendo incentivado por Zeus a ser um guerreiro valente. Apolo sabia que Hera desprezava a ele, Leto e Ártemis e, com o passar dos anos, o ódio e a desconfiança que ele nutria por Hera só aumentavam.

Certo dia, quando acabara de voltar do treino de combate, Apolo acabou vendo Hera conversando com um homem de aparência peculiar: cabelos loiros com olhos castanhos, um sorriso vingativo no rosto, trajado em uma armadura com um símbolo que Apolo não conseguiu identificar, pois estava um pouco apagado. Não conseguiu ouvir a conversa direito, mas ouviu palavras como "invadir", "pôr-do-sol" e "matar". Apolo percebeu que estava ficando cada vez mais difícil de respirar, então deitou-se no chão lentamente e fechou os olhos.

Pegou o medalhão que ganhara de presente da mãe e apertou firme contra o peito. Fixou seu pensamento na imagem da irmã até conseguir obter total concentração nela. Era uma das poucas magias que o menino sabia. Ártemis também ganhara um medalhão da mãe, que, conforme Leto explicou, os medalhões eram somente em casos de extrema urgência, para assuntos realmente importantes, e, para que a magia deles funcionassem, era necessária a total concentração.

O menino tentava manter a respiração e os batimentos cardíacos estáveis, mas, como podia ouvir os passos do homem se aproximando, sentia-se mais nervoso ainda. Tentava manter-se concentrado, mas o medo começou a tomar conta de seu ser. Quanto mais os passos se aproximavam mais ar lhe faltava, e quando sentiu que iria desmaiar, viu um clarão vindo do céu, com uma cor levemente azul e movida nas sombras como um vulto. Logo, rastejou até a janela e fechou a cortina, usando toda a força que lhe restava. Aquele clarão se transformou em um vulto, que se aproximava rapidamente ao corpo da criança. Era uma mulher usando uma capa longa preta e coturnos enormes.

A mulher, que estava com o rosto coberto por um lenço azul-escuro, chegou mais perto do rosto de Apolo para fitá-lo melhor; quando ela ia tirar o lenço, o menino sentiu uma pancada na cabeça e desmaiou. A última coisa de que se lembrava é uma voz grossa masculina pronunciando a palavra "Nyx".


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E agora...O que acontecerá com Apolo?Por que a mágica do medalhão não funcionou?Quem eram o homem que conversava com Hera e a mulher com a capa preta?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A História não contada de Apolo e Ártemis" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.