CAPÍTULO 2

Dei mais uma olhada no espelho e vi que estava pronta pra descer. Eles estavam no quarto do Calebe, pude ouvir o som de instrumentos. Calebe com certeza estava se achando por tocar pra uma pessoa que queria montar uma banda, é seu sonho desde moleque, bom é meu também, mas não com uma banda que KEVIN esteja.

 Minha barriga soou estranhamente, lembrei que não tinha almoçado justo por causa do crápula do meu vizinho. Fui até a cozinha e abri a geladeira. Não conseguia acreditar que ele estava na minha casa. Por acaso ele queria me perseguir até a morte ou demência? Vi um delicioso pote de sorvete de chocolate. Chocolate supre as suas necessidades acredite.

 Por acaso alguém abriu a janela? Sentir um ar quente percorrer minha nunca e me dar calafrios. Irônico não? Virei pra ver o que era. Puts! Dei de cara com ele, ficamos centímetros de distancia, me perdi naqueles olhos azuis, vi o Oceano Pacifico, Atlântico, Índico, na minha frente.  Ele possuía os olhos maravilhosos, tenho que confessar.  Ficamos assim por segundos que pareciam bem longos... Ninguém ousou mover um músculo, eu não tinha controle sobre os meus e acabei-me esquecendo do pote na geladeira.

 - KEVINNNNNNNNNNNNN. – a voz do meu irmão chegou aos nossos ouvidos fazendo com que ele se movesse rapidamente em direção ao quarto do Calebe, eu o segui.

 Calebe estava atrás da bateria eufórico.

 - Consegui pegar o tom da música. – ele falava com um sorriso imenso. Meu irmão apesar de ter 15 anos era uma criança. Tipo, às vezes tinha hora que ele agia com maturidade, às vezes era um menino de 11 anos em pessoa, e quando conseguia fazer algo que um dia pensou em não conseguir, ficava todo feliz que nem um mongol [DÂ].

 - Mostra aí. – disse Kevin um pouco sério.

 Calebe pegou as baquetas e deu um show, ele tocava há uns nove anos, desde seis anos de idade. Kevin ficou impressionado embora tivesse disfarçado o sorriso.

 - Passou no teste. – meu irmão abriu um sorriso maior ainda de orelha a orelha. – Agora só precisamos de uma guitarrista. – nesse exato momento os olhos azuis dele caiu sobre mim e seus lábios tomaram um sorriso cafajeste. CRETINO! Detesto esses sorrisos e eu acho que já pensei isso antes.

 - Pega lá a sua guitarra. – o peste do meu irmão tava do lado do IDIOTA.

 - Não, eu não vou tocar com vocês. – disse firmemente.

 - Qual é Rê? O seu sonho é tocar em uma banda. Taí a sua oportunidade.

 - Já disse Calebe e não insiste.

 - Ela não consegue ficar perto de mim sem me agarrar Calebe.

 - Você se acha não é? – arquiei uma sobrancelha.

 - Confessa Rê.

 - É REBECA PRA VOCÊ.

 - A briga de casal vai começar.

 - NÃO SOMOS UM CASAL. – eu e ele dissemos em unisônio.

 - Okay e eu sou João do pé de feijão. - Calebe ou B2 como o chamamos, saiu da bateria e foi em direção a porta do quarto. ELE IA ME DEIXAR SÓ COM O KEVIN??? ONDE ELE TAVA COM A CABEÇA??? oO

 - ONDE VOCÊ PENSA QUE VAI? – nem me dei conta que estava gritando.

 - Tomar uma água, assistir TV... Algum problema? – ele falou com a maior normalidade do mundo. – Vocês já são bem grandinhos. – dizendo isso saiu do quarto e bateu a porta.

 É claro que eu fui bem atrás em direção à saída e sairia do quarto se o SENHOR QUE ME ENXE O SACO não empatasse a minha passagem para o ar livre.

 - Saí da minha frente, por favor. – eu estava bem nervosa e minhas palavras educadas saíam de forma ameaçadoras.

 - Qual é Rê? Rebeca. –ele se consertou ao ver minha cara de reprovação. – Toca com agente vai?

 - Já disse que não. Chama outra pessoa.

 - Você é a melhor que conheço. – desde quando eu e ele conversávamos CIVILIZADAMENTE? oO

 - Não seja cínico você nunca me viu tocar.

 - Não tenha tanta certeza disso. Vai tocar ou não?

 - NÃO. E para de dar uma de EU SOU NORMAL, você não é assim. Agora saí da minha frente e me deixa passar.

 - E se eu disser que não.

 - Você não me prenderia na minha própria casa.

 - Tem certeza? – ele se aproximou de mim, olhei pra trás e dessa vez eu não estava encurralada.

 - Você é um idiota sabia? – eu disse séria e ele parou bruscamente.

 - E você é a garota mais mimada que eu conheço. – ele disse tão serio quanto eu. MIMADA eu??? Muah??? DESDE QUANDO???

 - Sabe o que eu acho? – resolvi virar o jogo, tava cansada de sempre ser botada contra a parede hehe (66. Me aproximei dele cada vez mais e dessa vez quem ficou com cara de tacho foi ele. O encurralei na porta e mirei seus olhos tentando enxergar sua alma, só que não deu [DÂ]. ME aproximei de sua nunca e disse em seu ouvido - Que você tá louco por min. – mordi o lóbulo da sua orelha e o empurrei pra longe da porta pra me dar passagem e BINGO passei.

 É tenho que admitir, ELE ESTAVA CERTO, foi bem mais divertido do que eu pensei. UAHSUAHSUahsuAHS. Agora eu precisava do sorvete. XD

 **

 Subi pro meu quarto com o pote de sorvete, [eu não sou gulosa], é que estava com muita ansiedade. Eu devia descer e jogar (66 um pouco com o CARA DE TACHO, mas preferir ficar no meu quarto saboreando meu delicioso sorvete. TÁ EU CONFESO, eu sou uma covarde. Não desci porque fiquei com medo de ele me agarrar, tipo eu mordi o lóbulo da sua orelha, pude ver seu tecido epitelial se eriçar, ninguém faz isso com um homem que não queira ser agarrada, [EU AGI SEM PENSAR OKAY!!!], homens são doentes.

 Mas foi bem divertido, FOI MUITO. Precisavam ver a cara dele. Por essa ele não esperava.

 ***

 Não sei o que é pior nessa vida, acordar cedo ou com o barulho do despertador. Acho que os dois pois se não fosse o despertador, eu não acordaria cedo. XD Tipo, quando você escuta aquele barulhinho te incomodando pra acordar, aí você ver como é bom dormir.

 Tomei um banho rápido, vesti uma bermuda não muito comprida e meu uniforme. Hoje tinha Ed. Física, eu já disse que DETESTO? Pois bem eu DESTESTO ED. FÍSICA ¬¬’. Peguei minha roupa de ginástica e enfiei na mochila e calcei meu tênis.

 Tomei um rápido café da manhã e vi que meu irmão ainda estava dormindo, é sempre assim, ele sempre se atrasa. Ele não estuda na mesma escola que eu, a dele é pra um lado a minha pra outro.

 Meu pai já havia saído, eu quase não encontro com ele na minha própria casa, minha mãe estava terminando de arrumar a bolsa pra ir pro escritório. Terminei meu café e saí.

 Fiquei uns segundo esperando o elevador e quando ele chegou percebi que ele não estava vazio em plena 06h50min da manhã. Meu coração bateu irregular. Não me pergunte por que, eu não sou cardiologista e te dou uma bala de maçã verde se você adivinhar quem é que ocupava o nosso pequeno elevador -. -‘

 Entrei calada sem dar um oi, ou um ai.

 - Bom dia Rê. – é era pra me irritar.

 Ignorei. O que eu diria? Bom dia Kevin, ah e a propósito, me perdoe por morder seu lóbulo. u.ú Como não respondi ele falou:

 - Nossa não conhecia esse seu lado. Você sabe como deixar um homem maluco.

 Ãn? O quê que eu perdi??? oO RESPIRA/INSPIRA. Preferi continuar calada só ouvindo o batimento de meu coração acelerar, eu não tive a intenção de o deixar "maluco". Por acaso ele havia ficado TENSO??? Acorda Rebeca, é claro, homens são doentes ².

 - Só que quando você for fazer de novo me avisa, por que eu não esperava que você me agarrasse no quarto do seu irmão. Tive que conta até 10 pra não perder o controle.

 Sentir todo meu sangue subindo, minha face queimou. O que ele pensava que eu era? UMA VADIA? RESPIRA/INSPIRA.

 - Vai se fu...

 O seu dedo indicador ficou posicionado na minha boca, pra me impedir de lhe dizer uns ‘agrados’.

 - Tsc, tsc... – ele maneou a cabeça negativamente. – Calma.

 O elevador abriu e eu saí exasperada sem olhar pra traz. Ai que ódio que eu estava sentindo. E ele me pedindo CAlMA???

 - Rebeca espera. – ele segurou meu braço direito.

 -Me larga Kevin. – eu tentei em vão puxá-lo, como eu havia dito, O DESGRAÇADO ERA FORTE.

 - Você me entendeu errado.

 - E desde quando você se importa com o que eu penso de você? – as palavras saíram um pouco rancorosas e eu não sabia bem o motivo.

 Vi que ele falaria alguma coisa que não seria aquilo que eu ouvi:

 - É verdade. Eu não me importo. – ele soltou meu braço e me deixou ir. E foi o que eu fiz. Com uma dor no peito que eu não sabia explicar.

 **

 As aulas foram bastantes tediosas e EU ESTAVA UM SACO. Jessy me perguntou o que eu tinha milhares de vezes, e nem eu sabia bem o que tinha. Só sabia que estava magoada, mas com o que? PRECISAVA DE UM ANALÍSTA!

 O troglodita idiota, estúpido do meu vizinho, chegou no 2° horário. Onde será que ele estava? Ele estava bem atrás de mim, bom até ele largar meu braço, depois é claro que eu não olhei pra trás. Ele chegou com uma cara de CÚ, oh desculpe-me essa era a CARA DELE.

 Me concentrei naquelas contas de matemática e não conversei com Jessy, bom eu sempre converso com ela, a professora enche o saco por causa disso, mas quer saber que se DANE. Hoje com certeza eu não estava bem.

 Tive uma vontade louca pra olhar pra trás onde o troglodita estava sentado, estava curiosa, ONDE SERÁ QUE ELE ESTAVA? É eu não disse, mas eu sou a CURIOSIDADE em pessoa, muito prazer. XD  Só que contive todos os meus impulsos e me concentrei nos deveres. Depois de uns minutos o sinal bateu e pra piorar minha vida era ED. FÍSICA -.-‘

 Eu e Jessy fomos pro vestuário pra nos trocar. Eu vestir a minha bermuda de cóton curta, [GENTEEE o sólão de Floripa não é brincadeira] e ela vestiu uma bermuda um pouco maior que a minha, mas ainda assim era curta. Coloquei uma camiseta branca um pouco folgada e ela pos uma rosa bebê e fomos pra maravilhosa aula de animais, onde você soa, fede, soa de novo e fede mais um pouco. 

 Quando estava jogando vôlei [até que não é tão ruim assim], percebi um olhar em mim, [bom você percebe quando está sendo secada por alguém] o troglodita me olhava sério e confesso mais uma vez que eu não sabia o porquê e advinha o que eu fiz??? O IGNOREI. Na verdade eu nem tava jogando, estava mais fazendo número na quadra.

 Quando faltava uns 10 min a professora super ‘FASHION’ nos liberou. Estávamos indo pro vestuário quando...

 - Hei Rê posso falar contigo? – era o Alec. Nossa senhora da bicicletinha me segure, cara ele é super gato. Já havíamos conversado algumas vezes. Ele não era da minha sala, estava ajudando a professora com sei lá o quê.

 - Claro Alec. – um sorriso bobo tipo: ‘Será uma honra’ estampou na minha face.

 - Tá a fim de sair na sexta comigo? Vai estréiar um filme ótimo e tava louco pra ver. Você tá livre?

 - Sexta? – fingir pensar um pouco, É CLARO QUE EU TAVA LIVRE NÉ, mas tinha que fazer uma encenação básica. – É acho que to livre sim.  *.*

 - Okay, eu te ligo, aí você me passa o endereço da sua casa pra eu te buscar. – ele esbanjou um lindo sorriso ‘eu-tenho-32-dentes-na-boca-e-eles-são-brancos’ e eu desmoronei todaaaaaaaa.

 Nisso ele me deu um beijo na face e saiu. Fui pro vestuário e contei pra Jessy o que ele havia falado comigo.

 Jessy saiu na frente e me deixou só no vestuário, quando havia acabado e saído do mesmo, fui puxada pro lado onde havia uma pilastra que empatava que alguém que viesse do lado de fora visse quem estava ali. Tomei um grande susto quando vi quem era e consegui ficar calada sei lá por quê.

 - Você anda saindo com o idiota do Alec? –ele perguntava furiosamente como se tivesse algo comigo, como se fosse meu namorado...

 - Primeiro, o idiota aqui é você. Segundo, a minha vida não te diz respeito e Terceiro, vai se ferr... – eu falei tão furiosa quanto ele e fui interrompida por ELE ME BEIJANDO oO Alguém pode me contar O QUE EU PERDIR???? O/

 Ele tentava aprofundar mais e mais o beijo e eu tentava evitar aquele ato, só que o VADIO beija super bem e foi quase impossível RESISTIR e eu NÃO resisti.

 O beijo foi rápido e avassalador, ele aproximou mais ainda meu corpo do dele, E QUE CORPO ERA AQUELE??? oO Como eu disse foi bem rápido, porque o pingo de razão que debatia dentro do meu ser, falou mais alto e eu o empurrei com força e como ele não esperava isso ele foi empurrado por min.

 - Você só pode sofrer problema psicológico. – disse por fim e saí.

 Ó céus alguém pode me responde o que fora AQUILO??? E devo admitir AQUILO FOI ÓTIMO. Acho que vou ligar pro meu analista ainda hoje o/.

CONTINUA...

Brenna Dabella