Elijah se retira, é óbvio que eu e Rebekah precisaremos de um momento a sós. Permaneço alguns segundos pensativo, refletindo se devo ou não fazer isso. Desempalar Rebekah me fará encarar problemas que eu tenho passado toda a minha vida fugindo e por mais que seja difícil admitir essa ideia me apavora.

— Nik….— Sussurra Rebekah assim que eu tiro sua estaca.

— Quanto tempo fiquei empalada dessa vez?

— Sequer um dia.— respondi sabendo que isso certamente a deixaria surpresa. 

— Não entendo…. Por que me trouxe de volta tão cedo?- Perguntou ela, confusa demais para demonstrar algum tipo de sentimento.

— Agradeça a Elijah, ele soube ser convincente.

— O que ele disse?

— Que eu tenho que deixá-la ir.

— E você vai fazer isso?- Questiona a loira com um sorriso desconfiado, é fácil ver que a loira está em conflito. A possibilidade de eu libertá-la é boa demais para ser desacreditada, porém ao mesmo tempo falsa demais para se acreditar.

— Talvez, mas tudo vai depender de você — falei seco, por mais que eu tente a grosseria sempre acaba falando mais alto que eu.

— Como assim?

— Sei que quer conhecer as opções que tem. Entendo isso e até posso aceitar, mas quero te oferecer uma outra proposta.

— Diga, Nik.- Pelo tom de voz de Rebekah posso imaginar que a ideia não a agrada muito, contudo eu continuo falando desconsiderando sua ignorância.

— Dê uma chance a nós dois, um mês, se depois disso você ainda quiser essa liberdade eu vou te dá-la.- Disse enquanto me aproximava.

— Klaus, nós não podemos….—Ela falou  em uma espécie de sussurro.

— Não podemos o quê? — questionei irritado, quero saber o que nos distancia, porque  na opinião dela não podemos ficar juntos.

— É errado, não sei se esqueceu, mas nós dois somos irmãos.

— Meio-irmãos - corrijo-a instintivamente.

— Isso não muda nada, Klaus. Fomos criados juntos pelos mesmos pais. Quem é seu pai biológico pouco importa, continuamos irmãos independente disso.

— Ainda assim não consigo entender toda essa hipocrisia.- Disse honestamente.

— Hipocrisia? Desculpe-me, eu perdi alguma coisa?

— Você mata, rouba, comete todos os pecados que pode por simples desejo ou luxúria, mas ficar comigo é demais para os seus princípios. Que espécie de moral é essa?

— Klaus….

— Estou esperando uma resposta, um verdadeiro motivo pra que isso não possa acontecer.

— Eu te amo, Niklaus, mais do que tudo, porém não consigo lidar com isso. Como encararei nossos irmãos depois deles souberem?

— Vai abdicar da sua felicidade por orgulho e medo? Estou falando com a mesma garota com que cresci, que costuma rir de mim quando eu temia algo?

— Me desculpe, Klaus, eu só…. não posso.

— Não pode…. Se o que você teme é que nossa família descubra, Elijah já sabe.

— O quê? Você contou a ele?

— Não precisei. Ele é um bom observador.

— Mesmo assim, Klaus, isso não resolve nossos problemas. Ainda resta Kol como encararei ele depois disso?

— Kol não se importará. Você sabe disso. Pare de brigar com a sua consciência, nos dê uma chance, eu sei que é isso que você quer.

— Como você sabe? Nem eu mesma sei…. - Me aproximo dela tão rápido que quando vejo já a prendi em uma parede. Não sei dizer quanto tempo passo olhando pra ela, contudo ao olhar para Rebekah sei que a mesma quer o mesmo que eu, mas tem medo de admitir. Seguindo essa percepção a beijo. 

— Viu?— Falei após beijá-la delicadamente.

— No caso de eu te dar uma chance: Como vou saber que sua promessa é válida? Que vai me deixar partir se eu quiser?

— Vai ter que confiar em mim, o máximo que posso te dar é a minha palavra.

— Você já mentiu tanto, Klaus, me enganou tanto... Mas mesmo assim uma parte minha insiste que sua palavra por enquanto é suficiente.— Minha irmã sorri pra mim e eu correspondo finalmente teremos uma chance.