Pov. Klaus Mikaelson

Olho para minha irmã nos meus braços e não consigo acreditar no que acabei de fazer. Passo minha mão pelos seus cabelos com lágrimas nos olhos. Não consigo entender porque sempre faço isso, porque tenho tanto medo de deixá-la seguir com a sua vida sem mim.

— Eu sabia que isso aconteceria. Tentei avisá-la, mas a mente teimosa de Rebekah não quis me ouvir —disse um Elijah desapontado.

— É, ela sabe ser muito teimosa quando quer.- falei sem tirar os olhos dela. Me sinto culpado demais para fazê-lo.

— Traga a de volta, Klaus….—disse meu irmão num tom tão pedinte que eu estranho.

— Não. — Falei sem nem pensar, a ideia do ódio que Rebekah terá por mim quando acordar é o suficiente para me imobilizar.

— Nik, eu lhe peço perdão se ela disse ou fez algo que o irritou, mas leve em consideração você matou mais um dos amores dela. É normal que ela tenha ficado envaidecida.- disse Elijah calmo. Por algum motivo que eu desconheço ele ainda acredita na minha redenção.

— Ela me odeia, Elijah - sussurrei, mas meus olhos não perdem o foco. A única coisa que vejo é o corpo inerte de Rebekah, meus pensamentos são claros e diretos, eu sou um monstro e mereço cada segundo dessa culpa agoniante.

—  Não fale besteira. Ela te ama mais até do que deveria...

— O que quer dizer com isso?- Olhei para ele nervoso, nunca pensei que alguém soubesse do que há entre mim e Rebekah.

— O que eu quero dizer? Você pensa mesmo que eu sou idiota? Que eu não sei do que aconteceu aqui hoje e do que já aconteceu centenas de vezes? Não que eu pense ser certo o que vocês fazem, mas nunca achei que fosse da minha conta intervir.

— Não é da sua conta agora, mas parece que isso não te impede.- Digo sarcástico, enquanto encho um copo de Whisky. Posso prever que será uma conversa difícil.

— É da minha conta sim. Você empalou nossa irmã, a mulher que você ama, não consigo entender o porquê de você sempre fazer isso.

— Ela quer ser livre. Não posso permitir.

— Você está sendo extremamente egoísta, Klaus.

— EU SEI! Desculpe-me por isso, humilde Elijah, mas não posso fazer nada a respeito. Não posso viver sem ela.

— Olhe para você Klaus. Tem tanto medo da solidão que se condena a ela.

— O quê?

— Dê uma chance a Rebekah ,Klaus. Deixe a ser livre, conhecer o mundo da sua maneira. Só assim você poderá tê-la de verdade, deixe-a conhecer as opções que ela tem.

— Eu tenho medo, Elijah....- As palavras são delicadas e tão sinceras, que não consigo me reconhecer nelas, como se pela primeira nesses anos eu estivesse sendo realmente sincero.

— Medo de quê?- A pergunta me mata, não quero responder, o meu eu diário não responderia.

— Você sabe….

— Eu entendo, meu irmão. É um risco a se correr, o que você tem que perceber é que manter ela empalada não é a solução.

— Eu sei que não, mas doí menos que deixá-la ir. Elijah, não consigo suportar a ideia dela ter outro homem.- Falei enquanto dava mais uma enorme golada no meu Whisky.

— Sei disso, mas enquanto você matar todos homens por quem ela se apaixona mais raiva ela sentirá de você. Você está plantando ódio e quando se planta ódio não se colhe amor.

— Não posso acordá-la agora. — Falei seco, por mais que eu queira trazê-la de volta, isso não é uma opção.

— Vamos lá, Klaus. Você consegue, é o melhor a ser feito.

— Não….- disse firme.

— Por favor….

— NÃO….— Gritei, tentando assim causar medo em Elijah. Qualquer outra pessoa, até mesmo Kol já teria se afastado, mas Elijah não.

— Quanto mais tempo passar pior vai ficar.

— Não brinque com a sua segurança, irmãozinho. Posso te empalar no segundo que eu bem entender.

— Eu sei.- Olho bem pra ele e posso perceber que desistência não está em seus planos. E pela primeira vez em anos eu simplesmente me deixo levar por sua insistência.

— Ok, Elijah. A trago de volta.