Megu e Hitaro escrita por Hi-chan09


Capítulo 7
Capítulo 7 - As férias dos irmãos Striker


Notas iniciais do capítulo

Sétimo capítulo, pessoal! Espero que gostem. o/



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            Fazia um lindo dia nublado lá fora quando os irmãos Striker estavam trancados dentro de um carro, indo direto pra casa do pai.

            _Por que não podemos ficar na casa da mamãe? _Megu parecia emburrada.

            _Acho que eles não nos acham maduros o suficiente... _o irmão a apoiou.

            _Vocês não parecem muito contentes, crianças. _a avó, no banco da frente, lamentou.

            _Desculpe, vó. Não é por causa da senhora que estamos assim. Mas é que ficar trancado na casa do papai não me parece muito divertido.

            _E se a vovó fosse para lá? Melhoraria alguma coisa? _a avó tentou um último apelo.

            _Seria bem melhor, vovó. Pelo menos, a senhora nos conta histórias, faz bolos, nos põe pra dormir com musiquinhas de ninar... _Ritsu já estava sonhando acordado quando a irmã o interrompeu.

_Desse jeito, até parece que escravizamos a vovó, Ritsu...

 

[flash-back]

 

_Vovó Nana, queremos bolo de cenoura com coberdura! _o pequeno gêmeo segurava a ponta do vestido da avó.

_Não é coberdura, seu bobo. É coberTURA. _a pequena Megu puxava o irmão pela perna.

_Claro, meus queridos gêmeos. A vovó já vai fazer o bolo de vocês. _pacientemente, levou os dois par a sala e sentou-os no cercadinho de brinquedo. _Esperem só um pouquinho que a vovó já vai fazer o bolo dos meus anjinhos, ta bom?

_Pode deixar, vó! Eu cuido da Megu-chan...

Após dizer isso, Ritsu foi acertado por um violento soco de Megu.

_E quem disse que vai precisar cuidar de mim, bebê chorão? _a pequena Megu ainda estava com o punho vermelho, mas não se deixava abater.

_Buáááááááááááááááááááááá! Vovó, a Megu-chan é tão cruel comigo... _ele chorava sem parar, com seu choro ensurdecedor de bebê.

_Megu-chan, por que bateu no seu irmão?

_Ele não faz o que eu mando, vó...

_Você só tem cinco anos... Como pode ter essa força toda? _a vó conversava enquanto cuidava do galo na cabeça de Ritsu. _E agora? Como vou fazer o bolo de vocês?

_O quê?! Ainda vou ficar sem o bolo da vovó?! _Megu falou enfurecida. _Ritsu, você é o culpado! _e voou no pescoço do irmão.

_AHHHHHHHHHHHHHHH!!! Vóvó, ela quer me matar! Ela quer me matar! _ele corria desesperado em volta da mesa.

_Sua culpa, bebê chorão! _agora os dois corriam em volta da mesa.

 

[fim do flash-back]

 

            _Então, vó. Pode fazer aquele bolo de cenoura com cobertura de chocolate pra gente?

            A vó olhou preocupada para Megu, que, na verdade, nem deu importância para o que o irmão havia falado. Parecia estar com a cabeça ocupada, pensando em algo mais importante.

_Claro, meu filho... Isso até me lembra uma história de quando vocês eram pequenos e a Megu saiu correndo atrás de você.

_Hã? Não lembro disso, vovó... Quando foi?

_Há muito tempo, Ritsu... Há muito tempo.

Assim que vovó Nana terminou de falar, o motorista avisou a todos que já haviam chegado ao destino. Desceram do carro, carregaram as malas, cada um para seu quarto e reuniram-se na sala de estar.

_Então, crianças, O que pretendem fazer agora? _o mordomo as abraçou.

_Acho que vou banhar um pouco na piscina até o papai chegar. A que horas ele chega hoje?

_Se meu relógio não estiver errado, ele não demorará muito.

Alguns minutos depois, sentado na borda da piscina, Ritsu avistou a irmã descendo o lance de escadas e vindo em direção a piscina.

_Megu-chan! _ele tentou chamar a atenção da irmã, mas ela nem mesmo olhou. _Megu-chan, não se faça de surd... _ele gritou, mas viu que ela estava com fone no ouvido. _Hunf... Ela é viciada em música...

Enquanto isso, vó Nana tentava fazer algo para animar os netos, algo que realmente os surpreendesse.

_Ritsu-kun, o aniversário da Megu está chegando?

_Está sim, vó. Que por acaso, é o meu também. _ele saiu da piscina e sentou-se na borda, ao lado da avó.

  indo direto pra casa do pai. ntro de um carro, indo direto pra casa do pai. _O que você acha de fazermos uma surpresa pra ela?

            _Era o sonho dela ter uma festa surpresa, vó. Não sei se ainda é, não falamos sobre isso há um bom tempo.

            _Ela está triste desde quando?

            _Há um bom tempo. Pensei que ela tivesse superado, mas parece que não... O pior, é que ela não é muito diferente de mim.

            _É comum em gêmeos sentir o que o outro sente, até mesmo, em alguns casos, adivinhar o que o outro pensa. Já tentou fazer isso com ela?

            _Acho que não preciso. Já sei porque ela está assim, e nem mesmo tentei adivinhar o que ela está pensando.

            _Suspeito o que seja... _a vó olhou para Ritsu. _Mas isso é algo que creio não poder resolver. _e foi embora.

            Ritsu não tinha entendido muito bem sobre o quê a dona Nana havia falado, mas concordava quando nem mesmo ela poderia ajudar em alguma coisa. A tristeza de Megu era algo que não poderia ser resolvida a não ser que Hitaro aparecesse curado em sua frente e lhe dissesse que poderiam ficar juntos até a velhice. Ainda tinha também a história de que Hitaro queria achar um novo melhor amigo para Megu antes que seus últimos dias chegassem, e esse prazo estava se esgotando. Nesse momento, o pobre gêmeo viu-se perdido. O que poderia fazer pra ajudar a irmã e seu melhor amigo? Algo que nem mesmo eles sabiam... Ou talvez, soubessem...

            "Tchibum", alguém pulou no outro lado da piscina.

            _Megu-chan? _o irmão chamou, preocupado, mas não houve resposta. _Megu-chan! _ele começou a nadar, desesperado, tentando achar a irmã, mas nada parecia dar certo. Algo estava lá no fundo da piscina e parecia sua irmã em uma tentativa de suicídio. Alguns segundos se passaram, mas a pessoa não havia retornado a superfície ainda. _Megu-chan! _ele tentou uma última vez, antes de virar sua atenção para a borda da piscina.

            _O que foi, Ritsu?

            _A Megu-chan, ela pulou... _ele transformou, rapidamente, sua expressão de desespero em indiferença. _Você não tentou se suicidar?

            _Não... Por que eu faria isso?

            _Ufa... _um enorme suspiro de alívio saiu automaticamente de seus pulmões. _Nada não, mana. _e sentou ao lado dela na borda.

            _Crianças, a avó de vocês pediu que eu trouxesse o lanche de vocês aqui. É refrigerante a escolha de vocês com bolo de cenoura com cobertura de chocolate.

            _Bolo de cenoura com chocolate?! _os dois falaram juntos.

            _Sim, já está servido. Querem que eu traga aqui?

            _Não, precisa... Já estamos indo. _Ritsu falou enquanto ajudava Megu a sair. _O que acha de uma festa do pijama, Me-chan?

            _Você não me chamava assim há um tempão... Desde que o papai e a mamãe moravam juntos.

            _Nem percebi... Mas, não quer fazer uma festa do pijama?

            _Convidar pessoas pra bagunçar meu quarto e quebrar as coisas da vovó? Não mesmo.

            _Desculpem a intromissão, mas gostariam de dormir no mesmo quarto ou em quartos separados?

            _Juntos. _os dois falaram ao mesmo tempo novamente.

            _Então, irei preparar a suíte do segundo andar para os dois, tudo bem?

            _Pode ser. _e os dois foram para a cozinha.

            À noite, Ritsu mexia no computador quando Megu ligou o video game. Os dois estavam de pijama e preparados para dormir, mas o sono insistia em não vir. O pai ainda não tinha aparecido, o que ainda preocupava os dois.

            _Não quer ficar um pouco no computador, mana? _ele falou fechando todas as páginas.

            _Não, prefiro ficar jogando aqui um pouco... Ainda não descobri o que fazer pra conseguir zerar isso.

            _Não é tão difícil assim. Posso jogar com você?

            _Claro! _e estendeu a mão, dando o outro controle pro irmão.

            _É só fazer isso, isso, pular em cima dos guardas imperiais, passar nadando pelos crocodilos depois de pegar a faca atrás do caixote e descobrir o que é a senha.

            _Só isso?

            _É, você é que tem o dom de complicar tudo.

            Os dois desligaram o jogo e foram deitar.

            _Já estão deitados tão cedo? _a vó entrou no quarto.

            _Só deitamos, vovó, mas ainda não estamos com sono.

            _O que acham de uma festa do pijama, meninos?

            _Descobri pra quem eu puxei... _Ritsu sussurrou. _Mas a Megu disse que não quer fazer uma festa do pijama, vó.

            _Não gosta de festas do pijama, minha neta?

            _Não é que eu não goste, só não quero quebrar suas coisas, vó. Só isso.

            _Hum... Acho que vocês dois tem muito que conversar. _ela aproximou-se de Ritsu, cochichou alguma coisa para ele e saiu. _Vou trazer um lanchinho pra fazermos a noite do chá.

            Depois de alguns minutos em silêncio, Megu olhou para o irmão e percebeu que ele estava de olhos fechados.

            _Ritsu?

            _Hum... ?

            _Desculpa, é que pensei que você tivesse dormindo.

            _Só estava esperando a vovó chegar. _os dois ficaram em silêncio por mais alguns segundos. _Não consegue dormir?

            _Isso também, mas... _ela parou por alguns instantes. _Ritsu-kun, de quem você gosta?

            _De quem eu gosto? Pensei que já soubesse.

            _É que tive uma conversa parecida com o Hitaro outro dia, então, lembrei que não converso com você assim há algum tempo.

            _Hum... _ele sentou-se na cama. _Promete não contar a ninguém?

            _Pra quem eu poderia contar? O Hitaro-kun já deve saber de tudo mesmo...

            _Tá bom, ta bom... Eu conto. Mas promete não contar nem mesmo a ela?

            _Prometo. _e fez um gesto de promessa.

            _Ta, eu gosto... _fazendo todo o suspense. _Da Yuki-chan.

            _Ok, boa noite.

            _O quê?! Como assim “boa noite”? Não vai dizer nada? _e pulou da cama.

            _Tava brincando. _e abriu um sorriso. _Eu tinha uma certa suspeita de que você pudesse gostar dela, mas queria ter certeza antes.

            _Você já tinha percebido? _Ritsu baixou o rosto e deixou que o cabelo cobrisse seus olhos.

            _Já sim... Mas, por que a tristeza?

            _Não estou triste... _ele fechou as mãos com força, rapidamente. _Acha que alguém já percebeu que eu gosto dela?

            _Não é isso que você quer me perguntar, não é? _ela levantou-se da cama e caminhou até a porta de vidro da varanda, apoiando uma das mãos sobre ela.

            _Acha que... Ela já percebeu?

            Ritsu parecia apreensivo e continuava apertando com força o edredom. Megu baixou o rosto também e viu que havia formado o contorno no vidro por causa do calor de sua mão.

            _Acho que ela não percebeu nada. Não precisa se preocupar... _e percebeu que o irmão ia acalmando-se lentamente.

            Ritsu deitou-se novamente na cama e cobriu-se com o edredom, virando o rosto para a porta. Megu abriu a porta de vidro e ficou olhando a mão que agora voltara para a frieza cotidiana. Apoiou os braços sobre o corrimão da sacada e olhou para o céu estrelado, sem nenhuma nuvem.

            “Dizem que quando nossa mão é fria, significa que nosso coração é aquecido...” Tendo esse pensamento, ela baixou o rosto e foi quando sentiu o primeiro pingo de chuva no rosto.

            _Chuva...? _ela sussurrou. _Como... é possível? _e olhou para os pingos de chuva sobre as mãos frias.

            Correu para dentro do quarto e fechou a porta. A chuva havia engrossado repentinamente e agora o céu não estava mais estrelado e sim, cheio de nuvens carregadas de chuva. Meio confusa, ela deitou-se na cama, cobriu-se com o edredom e dormiu.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Reviews, por favor!



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