Please Be Mine escrita por BlazingHeart


Capítulo 2
Capítulo 2 - Não fuja de mim!




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“Ele me pressionava pela parede, me deixando sem reação enquanto sua mão burlava a segurança de minha camisa e acariciava minha barriga por baixo da mesma e seus olhos focados nos meus. Então ele foi se aproximando, seus olhos fechando... Ele ia me beij...”

Acordei repentinamente, estava um pouco suado e as imagens não queriam sair da minha cabeça. Era meu telefone que tinha tocado, no meio da noite recebi a ligação de um número desconhecido. Um pouco irritado, pois aquela ligação atrapalhara meu sonho e interrompia meu descanso.

— Alô? — atendi com a voz sonolenta.

— Dave? Me desculpe te acordar. —disse Alex com um tom de voz triste.

— Sem problema.

— Eu só quero me desculpar por saído daquele jeito e te deixado lá sem te dar explicações... — sua voz realmente tinha um tom triste — eu só não consegui mais ficar.

Um silêncio instaurado nesse momento, um silêncio desconfortável.

— Mas, por que você chorou e saiu tão desespera... — disse, sendo interrompido por Alex.

— Tenho que ir dormir agora Dave. — disse ele, em seguida ele desligou.

Eu não consegui dormir, as imagens do sonho ainda perambulavam e passeavam na minha mente, brincando com minha imaginação e subitamente elevando minha temperatura corporal. Então eu fui tomar um bom banho frio.

A caminho da escola, encontro Clare com seus headphones em um volume cataclísmico. Com certeza ela não sabia que estava dançando enquanto andava, aquela cena seria terminantemente engraçada, se eu não estivesse parecendo um zumbi: meus olhos tinham olheiras logo abaixo, eu me movia como um zumbi e estava cansado.

— Ei! Daaave. — disse Clare, com sua típica felicidade incontrolável.

Eu acenei, estava sem ânimo para respondê-la a altura.

— O que aconteceu com você? Parece que foi atropelado por trinta cavalos gigantes! — disse ela enquanto se aproximava.

— Eu só não consegui dormir.

Ela olhou para mim por um instante e depois voltou para os headphones que estavam tão altos que no caminho ela quase foi atropelada.

Entramos na escola e ficamos falando bobagem na sala, eu observava cada pessoa que aparecia. Vários rostos, várias pessoas, mas nenhuma deles era o Alex e isso estava me deixando irritado e preocupado. Então ele me faz perder todo o sono e ainda não aparece na escola no dia seguinte, realmente isso estava me preocupando. E no fim: ele não veio, eu fiquei meio desolado, mas não mostrei isso e me distrai com Clare. Ele pode não ter vindo, mas uma novata apareceu, uma garota com quase um metro e sessenta de altura, cabelos castanhos presos num rabo de cavalo, olhos castanhos que agregavam ao rosto dela uma imponência que me fez ficar vidrado enquanto ela caminhava e escolhia um lugar. Percebi que não tinha só sido eu, Clare estava muito atenta nos movimentos daquela garota, como se ela fosse um de seus gatos de pelúcia que tinha criado vida e estava se movendo.

A aula foi normal, se ignorasse Clare estando inquieta grande parte do tempo, recebendo mensagens, olhando o celular e as lendo com uma expressão ruim. Estava realmente preocupado com o que poderia estar acontecendo.

Saímos os dois em silêncio, até que um professor me parou para conversar comigo, ele me conhecia de outros anos e fez as perguntas clichês quando se volta das férias. Fiz sinal para Clare ir adiante e nos encontrávamos lá fora, ela parecia meio triste e eu tinha que conversar com ela depois sobre isso, não gosta de ver ela assim, principalmente ela que é sempre feliz ao extremo. Devem ter abduzido a Clare que eu conhecia e trocado por um clone baixo astral dela.

Fui andando pelo corredor pensando no Alex, na Clare. Até que fui tirado de meus pensamentos por barulhos no final do corredor, tinha várias pessoas aglomeradas lá em volta, falando ao mesmo tempo, eu não conseguia entender nenhuma palavra sequer. Fui me aproximando do local, tentando entender o que se passava ali, empurrei algumas pessoas e fui visualizando a cena: um garoto estava zombando de uma menina. Não entendi o porquê das pessoas não impedirem, a pobre garota estava no canto da parede com o seu fichário na frente do rosto, o garoto a chamava de “estranha”, ”esquisita”, ”volte para o circo de horrores”. Espere, eu conheço aquele fichário, aquele é o fichário da Clare. Antes que eu pudesse reagir, uma garota cortou a aglomeração e se pôs entre Clare e o garoto.

— A deixe em paz! — gritou.

— O que você vai fazer garotinha? — provocou.

Vi uma raiva estampada nos olhos da menina, que mesmo antes do garoto ter alguma reação: ela socou a barriga dele. Eu corri para ver se estava tudo bem com Clare, ela acenou que sim com a cabeça, enquanto isso o valentão se contorcia de dor e todos olhavam em silencio. Eu e a garota, que era a novata da nossa classe, seu nome era Jullie tiramos Clare de La e a levamos para fora.

— Obrigado Jullie. Obrigado por defender a Clare. — disse abraçando-a.

Ela apenas sorriu em minha direção e imediatamente foi conferir Clare.

— Ei, Clare. Tá tudo bem? — sua voz era suave e compreensiva.

Clare não respondeu nada, apenas a abraçou e chorou. Eu estava me perguntando o porquê, de Jullie sem nem ao menos conhecer Clare, a defendeu daquele jeito, com garras e dentes, agora isso não importa muito, pois Clare estava bem.

A levamos para tomar um sorvete, ela ainda estava abalada e não tinha falado nada. Seus olhos ainda estavam muito vermelhos e eu estava muito triste por isso, não por não ter defendido ela, mas não conseguir alegrar ela. Um sorvete de flocos não animar Clare? Estava realmente começando a pensar na hipótese de abdução.

— Clare, quer que eu vá com você para casa? — perguntei.

Ela fez que não com a cabeça, então eu segui meu caminho e fui para a casa. Chegando em casa, depois de deixar todo o material lá e tomar um banho, eu fui para o parque, pois inconscientemente queria encontrar Alex lá.

Peguei meu caderno de desenho — desenhar era um de meus hobbies — e fui para lá, tentei achar o mesmo lugar para me sentar e desenhar, o dia estava ameno e tinha uma bela paisagem para desenhar: o lago bem na minha frente, algumas crianças lá e pequenas flores em arbustos próximos.

Mas eu não consegui desenhar o que estava a minha frente, eu queria desenhar um rosto. O rosto que estava me atormentando, mais especificamente aquele sorriso. Por que Alex foi faltar hoje? Por que ele me evitou quando o questionei sobre o motivo dele sair chorando? Eu queria beijar aqueles lábios, aqueles lábios que compõem aquela obra prima, aquela voz hipnotizante, melodia para meus tímpanos.

Eu consegui rabiscar o sorriso dele, deitei sob a grama com o caderno envolto em meus braços na altura do meu peito e o apertei e fechei meus olhos, me imaginei em seus braços. Passei um bom tempo ali, nos meus devaneios e pensamentos distantes. Ele talvez não curtisse garotos... Poderia ser só mais uma ilusão, ou uma simples atração que daqui a alguns dias ou semanas teria sumido.

Meus pensamentos interrompidos por uma voz, uma voz bem familiar.

— Ei! Dave. — disse Alex enquanto se aproximava e sentava do meu lado.

— Oi...

— Eu estou no começo do livro, me parece bom.

Ficamos em silêncio.

— Me diz, por que você não faltou hoje? — perguntei.

— Eu só acabei dormindo demais. — disse ele com um sorriso aberto.

— Por que você saiu chorando?

Aquela pergunta matou o sorriso dele, ele virou a cabeça para o lado e olhou para a grama. Ficamos naquele clima por uns minutos, ele mexendo na grama enquanto eu observava o pôr do sol que se instaurava.

— Minha ex... — disse ele num tom quase inaudível.

Eu olhei para ele e pus a mão em seu ombro, dessa vez, ele não recuou. Ele olhou para mim, a tristeza em seu olhar me bombardeou e foi transmitido para mim, eu também fiquei triste.

— Ela disse que me amava, mas acabou tudo, por telefone. — disse ele.

Eu não conseguia desferir uma só palavra, fiquei apenas observando enquanto ele me encarava e contava.

— Por que isso? Eu nunca dei motivos para isso.

Seus olhos começaram a lacrimejar, elas foram escorrendo pelo seu rosto e caindo suavemente sob a grama, toda a cena estava em câmera lenta na minha mente.

— Eu só queria ela, eu não deveria chorar! Sou um...

Ele estava se culpando, eu não aguentava isso. Fechei meus olhos e direcionei seu rosto, me aproximei e pressionei meus lábios ao dele, num beijo. Seus lábios estavam rígidos, ele estava relutante, mas aos poucos ele foi me deixando invadir sua boca com minha língua enquanto eu tocava seu rosto. Todo aquele momento estava em câmera lenta, tudo se passava vagarosamente e o pôr do sol presenciava o nosso beijo.

Tudo estava perfeito, até ele interromper o beijo me deixando lá, parado em sua frente e indo embora, eu fiquei sem reação, ele apenas se levantou e foi embora. Meu mundo ficou confuso. Fui errado em beijá-lo? Ele não gostou do beijo? Ele não gostava de garotos?

— Alex, eu realmente gosto de você. — sussurrei para mim mesmo, enquanto estava deitado na grama observando o pôr do sol.


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