Eu estava sentada com Jully na hora do intervalo esperando Lucas, hoje faremos 3 anos juntos, isso é tão bom, só de pensar nas coisas que mudaram nesses 3 anos, me tornei amiga de Jully, minha tia parou de ofender tanto a minha mãe quanto os tios de Lucas, eu mudei, estou mais madura e muito feliz, lamento ver que Jully não compartilha desta felicidade, até hoje não a vi namorar com uma menina que preste, que sirva pra ela. Jully esta sempre com a gente, sendo a vela, não acho que ela se sinta bem com isso, não amando ou não sendo amada por águem que não seja seu amigo. Não estou sendo cruel, mas talvez seja assim que ela se sinta sem ninguém, ou não, Jully é o tipo de pessoa independente, ela sempre mostrou que só precisa dos amigos para ser feliz, temo que o que ela mostre não seja a realidade de seus sentimentos. Eu sinceramente não sei.

– Romy, que tal cabularmos a aula de história? Não gosto do professor, e estou com sono. – sugeriu Jully.

– Eu não sei, você sabe que não gosto de perder aula. – uma coisa que não mudou foi o fato de eu continuar sendo a aluna nota 10.

– Vamos vaaaaai! – Ela fez a cara de “cachorro pidão” e não resisti.

–Okay, mas só essa aula.

Lucas chega finalmente com uma caixa.

– O que é isso? – pergunto curiosa.

– Abra e verá. – então ele me deu a caixa. Era pequena. Abri e vi o que era, uma aliança, com nossos nomes gravados. Fiquei totalmente sem palavras, não tinha comprado nada para ele, ando meio sem dinheiro ultimamente...

– Ain, amor, eu não consegui comprar nada para você... Me desculpe...

– Relaxa amor, o maior presente é saber se você gostou.

– Se eu gostei? Eu A-MEI!

Ficamos então abraçados e nos beijamos até Jully nos interromper.

– Então casalzinho, o sinal já bateu, e eu e Romy temos uma aula para cabular.

– Ah, então quer dizer que as duas vão cabular no banheiro? Suas más-alunas. – Comentou Lucas zuando a gente. Jully segurou minha mão e me puxou. Fomos para o banheiro, ficamos no mesmo Box, pois o outro estava ocupado. Ficamos em silêncio por uns minutos e eu acabei deitando no chão, como era o Box de deficientes tinha muito espaço e Jully deitou do um lado e ficamos conversando.

– Jully, você não se incomoda em sempre ser... – não sabia a palavra certa sem ofendê-la.

– Em sempre ser a vela? Não, as vezes sinto uma inveja, mas não me incomodo, vocês são meus melhores amigos, eu me divirto com meus rolos com outras garotas.

– Eu sei, mas eu fico mal sabe? Eu e Lucas lá e você...

– Sem ninguém? – ela riu. – Romy, eu tenho você e o Lucas, não estou só.

Nós sorrimos uma para outra em silêncio, agora eu compreendia, ela era feliz do jeito dela, e eu do meu, a felicidade é diferente para cada pessoa.

– Mas, Jully, você nunca gostou de uma garota, e a quis para ter mais de um simples rolo?

– Romy, vou ser sincera, eu pensei que seria só mais uma fase, mas tenho já 16 anos, e nunca me interessei por um cara que seja, mas também nunca olhei para uma garota e me apaixonei por ela. Já cheguei perto disso, mas matei este sentimento antes de ele nascer completamente.

– E por quem você já sentiu isso? – perguntei me arrumando no chão e me aproximando dela.

– Bom, por uma pessoa que nunca se interessaria por mim.

– Eu conheço?

– Sim, e muito bem.

– Quem é?

– Você Romy. – Ela disse e eu fiquei sem reação, mas ela se aproximou de mim e me beijou, eu correspondi o beijo ficamos nos beijando, ela segurou em meus cabelos, e meio que subiu em cima de mim, e continuou a me beijar, eu segurei sua cintura e a puxei pra mim. Quando finalmente a larguei, ela me olhou e perguntou:

– O que fizemos?

– Não sei. – respondi. – Mas não quero parar.