– Certo... – falou Harry, respirando fundo para tentar adquirir o bom senso e a razão. – Vou perguntar mais uma vez... onde está Hermione?

– A salvo! – respondeu Malfoy com um ar zombeteiro.

O resgate de Hermione fora conturbado. E Harry sabia que nada teria dado certo sem a ajuda de Malfoy. Eles invadiram o Ministério da Bulgária pelo sistema de esgoto. Invadiram as masmorras em três equipes diferentes. Malfoy liderava a primeira equipe, Harry a segunda e Henriette a terceira.

Os capangas de Malfoy eram realmente bem treinados e agiam com bom senso. A equipe de Harry avançou por um dos corredores e se perdeu entre tantos lugares que haviam no Ministério. Atacaram quem encontraram no caminho e libertaram alguns dos reféns. Em determinado momento, escutou uma grande explosão. Correram para o lugar de onde o barulho vinha e encontraram a equipe de Henriette numa batalha frenética com Valashei e seus homens. Tudo aconteceu muito rápido e antes que Harry pudesse evitar, Valashei fugiu com alguns homens. Muitos reféns morreram no processo, mas Krum, o ministro da Bulgária estava bem. Foi ele quem informou que Hermione estava presa na masmorra, para onde Harry correu imediatamente.

Não havia sinal de Malfoy, nem de Hermione, mas encontrou alguns homens de Valashei mortos, então sabia que isso tinha a ver com Malfoy.

Depois de organizado o caos no Ministério da Bulgária, Harry correu para o Castelo de Malfoy e encontrou-o jogando cartas com Jamanta numa das salas do castelo, completamente alheio a Harry e a Henriette que estavam cobertos de fuligem e ferimentos superficiais. E agora, Malfoy evitava dizer onde Hermione estava...

– Vamos, Malfoy. Foi para isso que viemos... para salvar Hermione. Onde ela está?

– Já lhe disse, Potter! – falou Malfoy, sorrindo. – Hermione está a salvo.

– Ela pode estar ferida, precisando de cuidados.

– Já cuidei dela. – falou Malfoy, lançando uma carta na mesa e tomando outra. – Ela está a salvo e vai permanecer a salvo, comigo, até que você garanta a sua parte do acordo. Minha ficha limpa na Inglaterra!

– Eu honrarei minha parte do acordo, Malfoy. Entregue-me Hermione, agora! – esbravejou Harry.

– Vou entregar no momento em que eu receber uma carta de Snape dizendo que sou um homem livre para ir e vir a qualquer lugar. Minha ficha limpa em troca da Hermione.

– Maldito Malfoy... – falou Harry, bufando.

– Agora saia do meu castelo. Jamanta irá te levar até Londres. Como eu sou generoso, vou lhe dar uma semana. Daqui a uma semana, Jamanta irá busca-lo novamente e então, trocaremos.

– E se eu não conseguir a carta em uma semana? – perguntou Harry, preocupado.

– Então, você nunca mais verá a sua doce Hermione Granger... – falou Malfoy com um olhar pesado para Harry que estava pálido.

Malfoy sorriu quando Harry saiu. Sabia que agora ele tinha algum tempo com Hermione.

Levantou de sua mesa de jogos e entrou por um corredor, subindo dois lances de escadaria até o terceiro andar. Entrou num dos quarto e fechou a porta atrás de si, guardando a chave em seu bolso.

Entre os lençóis de cetim, Granger dormia tranquilamente, mas Malfoy sabia que ela não estava tranquila. Assim que passasse o efeito do antídoto que ele lhe dera para combater o cruzarium, as dores retornariam. Não com tanta força, não como antes, mas fortes o suficiente para abalar qualquer pessoa.

Ele sentou-se na beirada da cama e tirou uma mecha de cabelos de seu rosto. Ela estava pálida e fraca, analisou ele preocupado. Quando pensava em sair do quarto para buscar algo para que ela pudesse beber, viu seus cílios se abrindo.

– Dr... draco...? – balbuciou ela, tentando se mover.

– É melhor ficar parada, Granger... as dores podem voltar a qualquer minuto. – falou ele, colocando a mão sobre o ombro dela quando ela fez menção em se levantar.

– As... dores... as dores vão voltar? – perguntou ela, com os olhos marejados.

– É possível, Hermione... mas não se preocupe. Se retornar com força, eu tenho uma poção que pode retardar e reduzir o efeito

– Oh, Deus! – ela balbuciou com medo e agarrou sua mão. Depois de respirar fundo algumas vezes, ela simplesmente desmaiou.