O resgate de Hermione escrita por Angel Black


Capítulo 8
Prisioneira




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Hermione abriu os olhos. Não conseguia lembrar onde estava. Custou para que seus pensamentos desanuviassem. Estava um pouco tonta e com muita fome e sede. Estava deitada sobre lençóis macios e caros e coberta por acolchoados ainda mais luxuosos. A cama era um dossel luxuoso com madeira nobre e adornada. O quarto era enorme e bem decorado com dois criados mudos que combinavam com a cama, assim como o toucador.

Só havia uma pessoa no mundo que ela conhecia e que costumava ser ostensivo: Draco Malfoy!

Aquela consciência de que estava no território inimigo lhe despertou os ânimos e ela deu um impulso no próprio corpo para se levantar. No mesmo instante que seus pés tocaram o chão, sentiu todo o quarto entrando em um redemoinho e apoiou as mãos na cama para não desmaiar.

– Concentre-se, Hermione! – disse ela a si mesma, fechando os olhos e respirando fundo. – Eu preciso sair daqui!

Não havia sinal da sua varinha. Draco não era bobo, nem nada! Maldito Malfoy!

Ela revirou as gavetas do toucador e ainda procurou embaixo dos travesseiros, onde ela mesma costumava esconder a varinha antes de dormir, mas não havia sinal da sua única defesa contra um dos mais temidos criminosos de toda Inglaterra, quem sabe do mundo.

Mas como viera parar nas dependências de Draco mesmo?

Sua mente lhe traía. As imagens iam e vinham. Ela se lembrava de estar sendo torturada por Valashei e então... oh, Deus... Malfoy? Malfoy lhe salvara? Lembrava de estar em seus braços, protegida por ele.

Ela o perseguira por anos, anos a fio, incessantemente, atrapalhando seus negócios escusos, fechando cercos e agora... agora ele simplesmente a salvara? Isso não parecia estar certo. Ela precisava sair dali... de qualquer forma.

Hermione correu para a porta como podia, apoiando-se nas paredes para não desmaiar. Parecia que seu corpo havia sido atropelado por um caminhão e depois fora colocado numa máquina de carne moída. Como a poção Cruzarium era poderosa! Ela já havia sido torturada antes, mas nada fora como aquilo.

A porta estava trancada. Ela tentou abri-la, bateu com força na madeira, mas teve medo de gritar ou pedir ajuda. Se pudesse evitar contato com Malfoy, melhor.

No afã de escapar daquele lugar, encaminhou-se até a janela. A janela estava trancada também. Usou o belíssimo e ornamentado banquinho do toucador para tentar quebrar a janela, mas nem um arranhão se formou no espelho.

Ela tentou ainda uma vez e outra e outra... já sentia o desespero tomar conta de sua alma, quando sentiu duas mãos sobre seus ombros e ela petrificou, deixando cair o banquinho.

– O que é que você está fazendo, Granger?

Ela sentiu a voz grave de Malfoy e a sua respiração sobre seus cabelos. Ela começou a tremer. Não podia controlar o próprio corpo para se manter insensível a presença de seu inimigo. Simplesmente não havia como.

– Oh, Deus. Draco... por favor, não me machuque! – implorou ela, usando o primeiro nome dele propositalmente. Assim, quem sabe, ele lembraria dos tempos de escola em que... bem não se pode dizer que eram colegas, mas... talvez houvesse um coração dentro desse ser desprezível... - por favor, Draco...

– Não vou machuca-la, amor! Não quando você é tão preciosa para que eu consiga o que eu quero! – disse ele, no seu habitual tom zombeteiro.

Ela se virou para olhar em seus olhos azuis. Ele parecia estar se divertindo enquanto ela estava naquele estado miserável de implorar pela própria vida. Maldito Malfoy!

– O que vai fazer comigo? – perguntou ela, tentando recuperar o folego. Mesmo depois de ela ter se virado para ele, ele continuava a segurar seus ombros. Ela não gostava daquele toque em seu corpo e porque ela não gostava, mais ele parecia gostar de tocá-la.

– Uhm... – murmurou ele, como se estivesse pensando nas opções do que fazer com ela, descendo os olhos para seu corpo. Hermione o acompanhou, percebendo que ela estava vestida com uma finíssima camisola, com um grande decote em V e insinuosamente transparente. – Realmente a camisola ficou bonita...

– Oh, Deus! – ela se desvencilhou de seus braços e pulou na cama, cobrindo-se até o pescoço com a coberta.

Malfoy abriu sorriso um largo e gargalhou baixinho algumas vezes.

– Granger... Granger... tão poderosa e dona de si por um lado. Tão doce e inocente por outro... é o que eu gosto em você, amor. Nunca ninguém se entendia ao seu lado.

– Vá pro inferno! – disse Hermione, sentindo seu rosto ruborizar, embora quisesse se manter indiferente.

– Vou, sim... mas não agora! – disse Malfoy, sentando-se na beirada da cama. – Quero saber como você está... ainda está sentindo dores?

As sobrancelhas de Hermione se arquearam.

– Por que está preocupado comigo?

– Já lhe disse: você é preciosa para que eu consiga o que eu quero! – respondeu ele, puxando a coberta de Hermione, para pegar suas mãos. No pulso de Hermione, havia uma bandagem que lhe circulava o pulso por onde estivera içada durante a tortura de Valashei. – Deixe-me ver o outro pulso!

– E o que é que você quer? – perguntou Hermione, curiosa, enquanto lhe dava a outra mão. Depois de averiguar ambas os pulsos, Draco deu um pequeno beijo nas costas de ambas as suas mãos, o que desconcertou Hermione.

– Mais um dia e as mãos estarão novas em folhas. E seu corpo? Há algum lugar em que você sinta alguma dor específica?

Como Hermione não respondeu, Draco adicionou:

– Oh, amor... você chegou aqui muito mal... quem você acha que lhe deu banho e colocou essa camisola?

Hermione ficou ainda mais ruborizada.

– Seu corpo, Granger... há alguma dor específica em seu corpo?

Hermione balançou a cabeça sem ser capaz de responder. Draco sorriu mais uma vez.

– Está bem, por enquanto... – disse ele, levantando-se.

– Você não respondeu à minha pergunta! – falou ela, antes que ele fosse embora. – O que é que você vai fazer comigo? Por que eu sou preciosa para você?

– São suas perguntas, Granger... – disse ele, sorrindo. – Você é minha moeda de troca. É a garantia de que Snape limpará minha ficha e eu estarei livre para sempre de Azkaban. Assim que ele me der a carta branca, eu te entregarei a Harry.

– Snape jamais fará isso! – retrucou Hermione.

– Reze para que ele o faça, Hermione! – disse Malfoy, num tom sério. – Ou você será minha para sempre!


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