Sozinha nas Sombras escrita por Sleepyhead


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

O Prólogo ficou pequeno porque é apenas uma iniciação, ou seja, uma apresentação da história, espero que gostem



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Desde que nascera. Clarisse nunca conhecera outro lugar que não fosse o orfanato em que morava desde os dois anos de idade. Ninguém nunca havia se interessado em adotá-la, nem ao menos recebia visitas. A freiras daquele lugar nunca contaram exatamente o que tinha ocorrido a seus pais, nunca soube os detalhes de suas mortes, mas colocara na cabeça que havia sido apenas um acidente.

Os dias no orfanato eram longos. Para uma garota de quase dezesseis anos, ficar trancafiada em um prédio sujo e acabado como aquele era horrível. Os outros órfãos não pareciam notar como aquele lugar era uma verdadeira prisão, os outros olhavam para aquele prédio e viam um lar, uma construção antiga e maravilhosa, amavam estar ali. Por esse motivo, Clarisse nunca se encaixou naquele ambiente lúgubre, não tinha amigos já que as pessoas a ignoravam como se ela fosse uma parede, como se ela fosse invisível aos seus olhos, mas, ela nunca havia se importado, nunca tivera a vontade de se aproximar daquelas pessoas e duvidava que pudesse ter uma conversa produtiva com algum deles.

Ela não se considerava um gênio, suas notas não eram grande coisa compara às dos outros, mas ainda assim era muito inteligente, sempre tivera um fascínio por livros de mistério e era nisso que era boa, resolver enigmas . Ou ao menos, ela achava que era boa, nunca tivera a oportunidade de resolver algum, e sabia que naquele lugar monótono não encontraria nenhum.

Os residentes do orfanato Golden Angels estudavam no próprio orfanato, tendo aulas a tarde inteira e eram liberados ao entardecer , o período da manhã era reservado para aulas de música, dança ou clubes focados em metas educacionais, e a noite era tempo de estudar para possíveis testes surpresa, aquele lugar era basicamente, um colégio interno.

Ao fim do dia Clarisse já estava esgotada, odiava estar ali, mas não se imaginava na casa de estranhos, por mais que fosse um lugar infernal – mesmo tendo freiras – ela se sentia segura estando ali, dentro de quatro paredes, na privacidade do seu quarto que milagrosamente não era obrigada a dividir. As paredes do cômodo eram magenta, lisas, havia uma cama no centro e ao lado desta, uma mesinha e uma guarda-roupa minúsculo, não possuía muitos objetos de decoração, apenas o porta retrato com uma foto daqueles que a haviam dito serem seus pais e a mochila esfarrapada presa a um torno.

O cardápio de refeições de Golden Angels era divido pela semana. Na segunda serviam um assado de cordeiro, terça era o dia do peixe, na quarta era um básico ensopado de frango, quinta serviam algum tipo de torta salgada, no sábado eram fatias de batata com molho e no domingo podia vir qualquer coisa, era considerado o dia do prato surpresa por alguns.

Não dava tempo para sair, mesmo que as freiras deixassem. A única vez que ainda saia do orfanato era em seu aniversário, que já passara. Uma das freiras a chamava – talvez fossem sorteadas para isso – e a mandava vestir algo decente, “ Temos que preservar a imagem da nossa presada Golden Algens” – falavam todas as vezes, poderiam ao mesmo trocar o disco – Aquelas freiras provavelmente tinham problemas com Clarissa. Nunca tinham mostrado interesse no que ela falava. A garota nunca tinha recebido um sorriso vindo delas.

E eram assim que se passavam os dias, as semanas, meses e anos no orfanato. Com uma vida monótona e chata. Nenhum daqueles órfãos seriam lembrados. Clarisse queria ser lembrada. Queria que todos soubessem quem ela era. Não apenas toda a Londres, mas, o mundo inteiro. Ainda não tinha pensado como faria isso. Mas estava na sua lista de coisas que pretendo fazer. Quase todos os anos eram acrescentadas coisas nessa lista e ninguém no orfanato –nem mesmo as freiras – sabia da existência dela.

Além da lista, existia o seu precioso diário, quase sempre se esquecia de escrever nele, mas era seu único amigo no momento. As folhas bolorentas e amareladas, a capa de couro desgastada, um pequeno toco de lápis. Um caderno no qual escrevia e desabafava suas angústias ,seus mais preciosos segredos... suas alegrias.

E quando todos estavam dormindo em Golden Angels – até a Clarisse - era nesse momento que os enigmas e mistérios apareciam. Os tão amados mistérios de Clarisse. Golden Angels tinha uma história. Clarisse também teria a dela. Ela só não sabia disso...ainda .

CONTINUA...


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Notas finais do capítulo

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