Uma Razão Para Viver escrita por Veritacerum


Capítulo 11
Capítulo 11 – Começando a Amar


Notas iniciais do capítulo

Olá, sim, sim, sim!! Sem descupas, a não ser a falta de tempo. Faço um juramento mágico, sobre a minha varinha. Esta fic não será abandonada, nunca!! Descupe a demora e eu prometo postar mais rápido, eu juro. Bem, sejam bem vindos os leitores novos!!!!!! Espero que continuem acompanhando e comentando. Seus comentários me ajudam a escrever mais rápido e me dão inspiração. Obrigada pela recomendação!!! Esttou muiiitooo feliz!!! Me dão mais? Por favor?? Boa leitura!



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Capítulo 11 – Começando a Amar

Severo parou bruscamente assim que as palavras saíram da boca do diretor. Girando nos calcanhares, ele se virou para ver o estrago que cometera a criança. Assim que seus olhos pousaram no menino, seus batimentos cardíacos pararam de bater em seu peito. Harry estava ali na cama, enrolado em uma bola e tremendo de medo, sua pele tão pálida quanto a de si próprio. Se amaldiçoando mentalmente, Severo caminhou até a lateral da cama e pôs uma mão no ombro do garoto. Foi um erro.

Harry se desenrolou e se afastou tão rapidamente quanto podia do homem de preto, do professor Snape, ele se lembrou. Por mais que ele odiasse a admitir, ele estava aterrorizado com o comportamento do homem. Na verdade, ele sabia que Snape não iria bater nele na frente do diretor, mas velhos hábitos eram difíceis de esquecer.

_ Harry?

Ele foi tirado de seus pensamentos por uma voz gentil que o chamava ao seu lado. Ele ergueu a cabeça lentamente e seus olhos verdes e cheios de lágrimas encontraram os negros do professor. Harry nunca pensou que algum dia iria ver sentimentos naqueles olhos, mas ao que parecia esse dia tinha acabado de chegar.

Lá Harry viu desespero e arrependimento, algo que o deixou intrigado. “Por que ele está demonstrando isso?”, - pensou ele rapidamente.

Severo não sabia o que fazer, além de encarar os olhos do filho que mostravam medo, medo dele. Em um impulso, ele se sentou na beira da cama, o que fez Harry recuar mais um pouco, e estendeu a mão.

_ Harry? – chamou baixinho.

Harry voltou a encará-lo e sufocou um soluço.

_ Harry, me escute... – ele se debruçou na cama, tomando o cuidado de não se aproximar tanto do garoto; um gesto que não passou despercebido por Harry. _ Eu não vou te machucar, nunca. Eu estou com muita raiva, mas não de você e sim dos seus parentes que te machucaram. Você consegue me entender?

Harry o encarou por alguns segundos e acenou com a cabeça devagar. Ele entendia.

_ Eu nunca vou te machucar ou deixa-lo trancado e sem comida – continuou ele, os olhos negros presos pelos verdes, que lentamente estavam parando de produzir as lágrimas que ele nunca mais queria ver em sua vida. Ainda com a mão esticada, ele inclinou mais para a criança.

_ Eu não estou bravo com você – disse ele, reunindo toda a sinceridade que podia em uma frase.

Vendo a mão esticada, Harry a pegou hesitante. Os dedos finos e longos se fecharam sobre a sua pequena mão e o toque quente e gentil o fez se inclinar na direção do homem. Sem pensar, Severo estendeu os braços e reuniu o filho neles, dando um pequeno sorriso quando Harry se agarrou em suas vestes como se fosse uma tábua de salvação em alto-mar. E lá, protegido pelos braços gentis, Harry quebrou.

Harry não se lembrava da ultima vez que ele havia chorado. Normalmente quando ele apanhava dos Dursley, ele só ia para seu armário e tremia de medo, as lágrimas só vinham quando o sono tinha se apoderado dele. Mas agora era diferente. Harry nunca fora reunido nos braços de alguém; ele nunca havia sido confortado em sua vida, a não ser por Rony e Hermione, mas eles eram diferentes. Ele queria um adulto, ele precisava de um adulto.

Severo estava um pouco assustado com a atitude da criança, mas depois de um tempo ele relaxou e apertou Harry mais perto de seu peito. O garoto chorava como se nunca tivesse chorado em sua vida. Ele conseguia sentir a dor, o medo e a tristeza que emanava de seu filho como raios em alta velocidade.

Harry estava com o rosto enfiado em suas vestes e ele já podia sentir seu peito molhado pelas lágrimas do garoto. Severo acariciava os cabelos de Harry enquanto esfregava círculos em suas costas murmurando palavras de conforto, que ele não fazia a mínima ideia de como elas foram parar em sua boca. Uma olhada para cima e ele avistou Minerva limpando suas lágrimas, Madame Ponfrey, que olhava para o diagnóstico de Harry e soluçava e o rosto cansado e assustado de Dumbledore, que estava parado de pé a sua frente.

_ Severo – ele sussurrou -, nós vamos sair para deixa-los a vontade. Eu volto depois do jantar.

Severo assentiu e apertou os braços em volta de Harry. Malditos trouxas, malditos trouxas! Eles iriam pagar por fazer seu filho sofrer, nem que fosse a última coisa que ele iria fazer na vida.

_ Severo, depois você pode passar a pomada nos ferimentos dele, por favor? – perguntou Madame Ponfrey, agora enxugando os olhos.

_ Claro – respondeu o professor.

Os passos se distanciaram e logo as portas duplas bateram fechadas, deixando os dois sozinhos.

_ Shhh... Vai ficar tudo bem, criança... Tudo bem... Shhhh...

Com o passar dos minutos Harry foi se acalmando e começando a pensar com mais clareza. Não, oh Merlin... Eu estou chorando como um bebê nos braços de Snape? Oh não... Um rubor foi subindo de seu pescoço e se espalhando por suas bochechas, e Harry se enterrou mais nas vestes de Severo para tentar evitar que o homem visse seu constrangimento. Mas é claro que tudo em sua vida dava errado.

Severo reparou no rubor que se espalhava no rosto do garoto e tentou não rir quando Harry se enterrou mais em suas vestes. Era claro que ele estava com vergonha de desmoronar na frente de alguém, principalmente esse alguém sendo ele. Severo forçou Harry a se afastar o suficiente para que ele pudesse olhar em seus olhos.

Harry não queria encontrar o olhar do homem, ele estava muito envergonhado para isso. Em vez disso ele fitava sua calça do pijama com uma admiração fingida, isto é: até que Severo estendeu a mão e ergueu seu queixo de modo que Harry não tinha escolha a não ser para encará-lo.

_ Não precisa sentir vergonha, todos nós precisamos chorar. Eu não vou brigar com você por causa disso. Você entendeu?

Harry acenou afirmativamente, mas a mão em seu queixo apertou.

_ Sim, senhor – disse ele com os olhos presos nos de Severo.

_ Bom garoto – sussurrou o professor, cardando os dedos pelos cabelos de Harry, que voltara a se acomodar em seu peito.

Severo tirou a varinha de sua manga e convocou os três frascos de poções, tirou a rolha e encostou nos lábios de Harry.

_ Vamos lá, vamos aliviar as suas dores.

Harry bebeu de um gole só e fez uma careta para o professor. Por que todas as poções tem que ter um gosto horrível?

_ Outra – disse Severo, os cantos de seus lábios esticando para cima.

_ Água – pediu Harry com a voz rouca.

Severo conjurou um copo de água gelada e Harry bebeu avidamente. O copo desapareceu ao aceno da varinha do professor e em estantes ele sentiu os braços fortes o puxarem para mais perto e se aconchegou, seus olhos caindo quase imediatamente.

_ Shhh, durma... Eu estou aqui, ninguém vai te machucar. Durma...

Depois de algum tempo Severo sentiu o corpo de Harry relaxar, o que significara que o garoto finalmente havia conseguido dormir. O homem abaixou o rosto perto do esfregão de cabelos negros e respirou fundo, trazendo para si o cheiro de seu filho. Por Merlin, ele estava ficando mole. Severo fez uma careta, mas não deu sinais de que iria por a criança na cama. “Liwy, o que estou fazendo?”, - pensou o Mestre de Poções, seu rosto ainda pressionado nos cabelos de Harry.

Como seria daqui para a frente? Como ele iria se dar com o garoto? Será que ele, Severo Snape, o Morsego das Masmorras, o professor sarcástico e frio de toda Hogwarts, será que ele iria conseguir?

As portas que levavam a enfermaria se abriram e Madame Ponfrey entrou, seus olhos já haviam secados, graças a Merlin. Severo não tinha certeza se conseguiria lhe dar com duas pessoas chorando no mesmo dia.

_ Ele dormiu? – perguntou a enfermeira, desamassando os lençóis da cama de Harry.

_ Depois de chorar os olhos para fora, sim. Ele conseguiu dormir.

Popy estreitou os olhos para ele.

_ Alvo pediu que você fosse até seu escritório assim que pudesse.

Severo ergueu uma sobrancelha. O que o velho queria agora? Bem, conhecendo o diretor como ele conhecia, alguma coisa iria sair desse encontro. Com calma para não acordar Harry, o professor se levantou e pôs a criança na cama, puxando os cobertores até os ombros magros. Passando a mão pelos cabelos de Harry ele se virou, sua capa girando atrás dele e saiu pelas portas duplas.

Severo andou a passos largos pelos corredores vazios, agradecendo a Merlin que não havia nenhum estudante para entrar em seu caminho. Bem, na verdade havia um, mas este estava dormindo na ala hospitalar e além disso era seu filho. Merlin, desde quando ele começou a ver o garoto como seu filho? Oh bem, ele era e não havia nada que Severo podia fazer. Na verdade ele não queria fazer.

_ Gota de limão – sussurrou o professor para a gárgula. O velho sempre tinha que inventar essas senhas bizarras. Ele não sabia como os dentes do diretor não havia caído ainda. O professor tinha certeza de que Alvo sabia que ele detestava dizer as senhas em voz alta. E se algum estudante ouvisse? Sua reputação iria por água abaixo.

_ Entre, Severo – disse o diretor quando Severo bateu a porta.

O escritório de Dumbledore continuava a mesma coisa; os pequenos instrumentos de prata que soltavam baforadas de fumaça, os quadros que fingiam dormir e Fawks estava debruçada em seu poleiro atrás da porta.

_ Você queria me ver, diretor?

Dumbledore sorriu e fez sinal para ele se sentar.

_ Gota de limão? – perguntou ele, seu brilho fixo no professor.

Severo fez uma careta e enrolou os lábios em desgosto. Ele não tinha ideia do por que que Dumbledore ainda oferecia essas malditas gotas de limão para ele depois de todos esses anos. Talvez um dia ele iria aceitar, só para ver a surpresa no rosto de Alvo.

_ Não, obrigado.

Dumbledore empurrou a lata de doces para o outro canto da mesa e se inclinou na direção de Severus.

_ Onde você vai levar Harry?

Severo ergueu uma sobrancelha interrogativamente. Ele iria levar Harry para casa, não ia? Não. Ele definitivamente não iria levar Harry para morar na rua da Fiação. Jamais ele iria levar a criança para crescer no mesmo ambiente em que seu pai o havia espancado noite após noite. Ele ergueu a cabeça para olhar nos olhos de Dumbledore.

_ Tudo menos a rua da Fiação – disse ele, sua voz firme.

Dumbledore acenou com a cabeça, seus olhos perdendo o brilho habitual.

_ Eu acho que eu tenho a solução para você – disse o diretor rapidamente.

Severo não disse nada, mas ficou ali sentado, encarando o velho.

_ O nosso antigo Quartel-general.

O rosto de Severo perdeu a sua máscara e ele deixou a surpresa dominar.

_ A Sede da Ordem? – perguntou ele incrédulo.

_ Sim. Está desocupado e o mais importante, protegido. Harry precisa dessa segurança, Severo. Você sabe disso. Eu sou o fiel do segredo e Voldemort teria que me matar, por que eu não iria revelar a localização.

Ninguém disse nada por um tempo, mas era um silêncio confortável, cada um sabia no que o outro estava pensando. O quartel-general da Ordem tinha boas e más lembranças para os dois homens, mas os dois sabiam que lá era o lugar mais seguro para Harry. E embora Severo não tinha dito em voz alta, ele iria morar no inferno se fosse preciso para manter Harry seguro.

_ Tudo bem, Alvo – suspirou Severo. _ Assim que Harry for liberado por Popy, nós estamos indo para a Sede.

Dumbledore sorriu e seus olhos voltaram a brilhar loucamente, para desgosto de Severo. Será que o velho nunca iria parar com aquele brilho maldito?

_ Muito bem, meu filho. Eu estou indo para arrumar as coisas para vocês dois. Como Harry está?

Severo concordou e quando começou a se levantar, o flu rugiu para a vida e o rosto de uma atormentada Madame Ponfrey entrou em foco.

_ Alvo, Severo, que bom que os encontrei – disse ela rapidamente, seus olhos presos em Severo.

O homem foi até a lareira e fixou seus olhos negros nos da enfermeira.

_ O que aconteceu?

_ Harry. Parece que ele teve um pesadelo e eu não posso tocá-lo. Eu preciso de ajuda, Severo.

Severo não esperou mais tempo. Assim que Madame Ponfrey desapareceu das chamas, o professor apanhou um punhado de Pó de Flu e jogou no fogo. As chamas se tornaram verdes e Severo entrou na lareira.

Assim que seus pés tocaram o chão da ala hospitalar, um choro sofrido chegou aos seus ouvidos, causando uma pontada em seu peito. Ele correu para a única cama ocupada e a visão que seus olhos encontraram fez seu peito doer mais. Harry estava enrolado em uma bola, seu rosto enterrado nos joelhos e seus braços protegendo seu peito e sua cabeça. Todo o seu pequeno corpo tremia com soluços desesperados e ele parecia mais pequeno e frágil como qualquer criança de dois anos de idade que acorda assustada no meio de uma noite fria.


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Notas finais do capítulo

Então?? O que acharam deste?? Me digam!!!!!!! Beijos e abraços



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