Uma Razão Para Viver escrita por Veritacerum


Capítulo 10
Capítulo 10 - Descobertas


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos!!! Me descupem pela demora, mas essas duas semanas foram cheias de provas e trabalhos de escola. Mas estou de volta!! Sejam bem-vindos, leitores novos!! E continuem, leitores antigos!! Pesso que não liguem para os erros de ortografia, mas achei que vocês queriam o cap o mais rápido possível. Prometo que amanhã vou arrumar todos os erros. Por isso, não liguem se acharem! (e vocês vão achar, acredite). Boa leitura!!



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Capítulo 10 – Descobertas

Dumbledore disse para que Severo e Harry esperassem ele levar Petúnia de volta para casa e assim resolver as coisas. Neste meio tempo, os dois ficaram deitados lado a lado no piso de madeira da sala de jantar, só seus olhos dizendo alguma coisa.

Harry tentava buscar o olhar frio, raivoso de seu professor de poções, mas não estava conseguindo encontra-lo naqueles olhos negros. Por sua vez, Severo buscava o orgulho e a arrogância de Potter, mas se lembrou de que o garoto não tinha nada disso.

_ Agora vamos acabar com isso – disse a voz de Dumbledore, que agora se encontrava em pé atrás da cabeça de ambos.

_ O que você fez com ela? – perguntou Harry, um ponto de curiosidade em sua pergunta.

Dumbledore piscou para ele.

_ Oh, nós aparatamos.

Harry não pôde deixar de dar uma pequena gargalhada, o que atraiu os olhares dos dois homens.

_ Suponho que ela tenha apreciado a viagem? – perguntou ele divertido.

_ Ah sim! Ela quase fez seu pequeno-almoço voltar para fora – respondeu o diretor, seus olhos brilhando mais do que o comum.

_ Espero que ela tenha extrunchado – falou Severo com esperança.

_ Ah, Severo! – repreendeu Dumbledore, embora seu sorriso o tenha traído. _ Você está bem, meu caro?

Snape ergueu uma sobrancelha para ele.

_ Sim – respondeu, mas seus olhos não se fixaram no diretor e sim em Harry. Ele fez sinal para

Dumbledore, que se aproximou do rapaz ainda no chão.

_ Sim, enquanto você tinha aquela conversa agradável com Petúnia Dursley – ele piscou para Harry -, eu percebi que Harry quebrou a perna – Dumbledore ergueu uma mão para parar Snape que tinha aberto a boca para falar. _ Vamos leva-lo para Hogwarts, Madame Ponfrey irá cuidar disso com as mãos nas costas.

Snape fez que sim com a cabeça e foi em direção a lareira. Ele destampou um pequeno pote verde e o depositou no console da lareira.

_ Eu vou pegar... – Snape começou, mas parou ao notar Dumbledore parado atrás dele, Harry confortavelmente em seus braços, a cabeça em seu peito. _ Bem, vamos.

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Harry despertou com uma pequena claridade que entrava por baixo de suas pálpebras. Ele se sentia quente e confortável, mas ele não conseguia se lembrar de onde estava. Suas memórias foram voltando, e sua última lembrança era o diretor dizendo “Ala hospitalar de Hogwarts”. Ele gemeu. Outra vez aqui?

_ Ah, Sr. Potter. Vejo que acordou – disse uma voz conhecida ao lado da cama.

Harry tentou fingir que ela estava errada, que ele ainda estava dormindo, mas não deu certo. Soltando uma maldição entre os lábios, Harry abriu os olhos lentamente e sua visão estava borrada. O garoto estendeu a mão para o lado procurando os óclos, mas tudo que encontrou foi um braço que apoiava uma cabeça.

Assim que sua mão bateu em seu braço, Severo abriu os olhos e encarou o garoto a sua frente, que tentava focar sua visão em si.

_ Professor? – veio a voz baixinha. _ É o senhor?

Snape apanhou os óculos e os depositou no rosto do garoto.

_ Sim, Potter... Quero dizer, eu...

Harry estendeu a mão e tocou o braço de Snape sorrindo levemente.

_ Está tudo bem, senhor. Potter é o meu nome... Eu acho.

Severo ergueu uma sobrancelha, mas deixou o assunto morrer. Ele ainda não estava preparado para enfrentar tudo aquilo. Ele tentou entender aquela situação várias vezes, mas a sua única conclusão era que aquilo era real e que o garoto era seu filho.

_ Potter, agora preste atenção e beba essas poções – disse Madame Ponfrey, tirando Snape de seus pensamentos.

Ele viu a carranca do garoto em direção a bandeja de poções e deu um pequeno sorriso por dentro.

_ Severo? – chamou a enfermeira.

Snape desviou o olhar de Harry e encarou a mulher.

_ Eu preciso ir ver o diretor. Você pode dar as poções para ele?

_ Claro – respondeu ele gravemente.

A medbruxa lançou um olhar surpreso ao professor e saiu em direção a porta, se virando na soleira.

_ Pode enfiar garganta abaixo se ele não tomar por vontade própria, Severo – e depois saiu.

Snape deu um sorriso malicioso e Harry se encolheu para o outro lado da cama, ficando o mais longe possível do seu professor sem se levantar. Snape percebeu o gesto e o sorriso desapareceu.

_ Bem, eu vou facilitar as coisas para você – disse ele tirando um pequeno frasco das vestes.

Ele foi até a bandeja e deixou cair uma gota em cada uma das poções. Guardou e pegou o primeiro vidrinho que Harry sabia que não iria gostar.

Snape se aproximou e pressionou a garrafinha nas mãos do garoto. Harry pensou em recusar. Ele não sabia o que Snape tinha posto no vidro. Mas pensando bem, se o homem realmente quisesse envenená-lo, ele já teve muitas oportunidades.

O garoto encontrou os olhos do professor e jurou que avistou dor, mas logo a máscara fria voltou em sua superfície. Respirando fundo, ele virou o vidro de uma vez.

Aquilo não era o que ele esperava. O gosto de laranja preencheu sua boca e a poção foi para baixo com tanta facilidade como se tivesse sido água. Harry ergueu os olhos e sorriu.

_ Obrigado.

Severo balançou a cabeça e empurrou as outras poções para ele. Harry as bebeu sem reclamar, seus olhos nunca deixando os negros de seu pai. Assim que tudo terminou, o garoto se jogou de volta aos travesseiros e fechou os olhos. Quanta coisa havia acontecido em sua vida em tão poucos dias. Sem saber o porquê, ele abriu os olhos e se agitou quando não avistou Severo na cadeira de costume. Sem pensar, ele jogou as cobertas e se ajoelhou na cama, soltando um grito de dor.

_ Harry, o que você está fazendo? – perguntou uma voz grave ao seu lado.

Harry se virou e em um segundo relaxou. Severo estava ali em pé, seus olhos com preocupação.

_ Eu pensei que você não estava mais aqui – respondeu ele baixinho, suas bochechas ganhando um tom avermelhado.

Severo ficou surpreso. Desde quando o garoto precisava de sua presença? E desde quando ele, Severo Snape, ficava feliz ao saber que precisavam de sua presença? “Oh Merlin, isso é o que chamam de sentimentos paternos?”, - pensou o homem divertido.

Sem perceber, ele estendeu a mão e empurrou o garoto para os travesseiros, dando um pequeno aperto em seu ombro. Olhando para a criança deitada a sua frente, o professor começou a ver algumas pequenas mudanças no rosto do garoto. Harry estava mais pálido, seus cabelos mais escuros, suas maçãs do rosto estavam mais saltadas, mas seus olhos continuavam os mesmos; os olhos de sua amada Lílian.

Quantas vezes Severo ficou olhando para aqueles olhos verdes cheios de alegria e esperança? Quantas vezes ele acordara chorando depois de um sonho com Lílian? Ele não saberia contar. Os sonhos com a mulher amada e os pesadelos com os Comensais da Morte, Severo não ficava surpreso ao se ver derramando a poção do Sono sem Sonhos garganta a baixo noite após noite. Na verdade, Severo já estava admitindo que Alvo estava certo. Ele estava viciado na poção. O homem foi tirado de seus pensamentos ao sentir uma mão pequenina dando um leve aperto na sua.

Ele olhou para baixo, diretamente dentro daqueles olhos verdes que agora estavam transbordando de preocupação. E lá, naquele momento, ele prometeu a si mesmo que iria cuidar e proteger o garoto contra tudo e contra todos.

_ Senhor? – chamou Harry baixinho.

Severo piscou e voltou a encarar o rapaz.

_ O senhor está bem?

Os cantos da boca do professor se curvaram para cima e ele acenou com a cabeça.

_ Sim, Harry. Como você está se sentindo?

Harry pensou. Dizer que ele estava com dor era um eufemismo. Não havia um membro que não doía. Foi então que um riso amargo escapou de seus lábios.

_ Eu me sinto como se eu tivesse sido pisoteado por um cavalo de guerra.

Severo riu baixinho. O garoto não poderia ter se expressado melhor. Neste momento as portas duplas se abriram e Madame Ponfrey entrou seguida de perto pelo diretor e a professora Mcggonagall.

Dumbledore foi até o outro lado da cama de Harry e pôs a mão em seu ombro.

_ Que bom que você acordou, Harry. Acho que temos que discutir os resultados dos diagnósticos de Popy.

Severo ergueu a cabeça para encarar o diretor, seus olhos faiscando de raiva.

_ O que você quer dizer com isso, Alvo? – rosnou ele.

_ Se acalme, Severo – pediu o diretor calmamente.

Severo bufou.

_ Pare de enolar e diga logo, mulher! – exclamou ele olhando para a enfermeira.

_ Tudo bem, tudo bem! – respondeu ela rapidamente.

Ela enfiou a mão no avental e retirou um rolo de pergaminho e o entregou a Dumbledore. O diretor desenrolou e começou a ler. A cada linha que lia, mais pálido ele ficava. Seus olhos azuis já não brilhavam com a intensidade habitual; suas mãos começaram a tremer, e ele teve que se sentar na cadeira antes ocupada por Severo. Seu olhar deixou o pergaminho e se prenderam em Harry, que estava sentado na cabeceira da cama, suas pernas encostadas ao peito magro.

_ Por que? – perguntou ele em um sussurro. _ Por que você mão disse nada a ninguém?

Harry ergueu o olhar dos lençóis e o prendeu nos olhos de Dumbledore. O diretor nunca parecera tão velho para ele em toda a sua vida. Os olhos, sempre alegres e seguros, agora estavam cheios de preocupação, vergonha e desespero. O garoto abaixou a cabeça. Não havia nada que ele pudesse fazer por Dumbledore.

_ Mas o que está acontecendo?! – perguntou Severo perigosamente, seu rosto a centímetros do de Dumbledore.

_ Aqui, leia – respondeu o diretor calmamente.

Severo arrancou o pergaminho das mãos do diretor e começou a ler. Não, não podia ser. Duas costelas quebradas, contusões mal curadas, cortes antigos que não foram cuidados, hematomas no peito e nas costas, um pulso torcido e assim seguia a lista. Suas bochechas, antes tão pálidas, estavam mais vermelhas do que a bandeira da Grifinória. Sua respiração acelerou e seu corpo começou a tremer de raiva. Como se atreviam? Como puderam fazer isso com uma criança indefesa? Aqueles trouxas espancavam seu filho durante toda a vida! O que Lílian iria dizer se soubesse que seu amado menino era espancado por sua própria família? Ela estaria horrorizada! O garoto nunca tivera carinho em toda a vida e mesmo assim ele não crescera revoltado. Seu coração estava orgulhoso do rapaz e com ódio de seus parentes. Ele sempre soube que Petúnia não valia nada, mas ao ponto de bater... Ou melhor, espancar seu sobrinho?

_ Severo? – chamou uma voz ao seu lado. Ele se virou e encarou Dumbledore que pairava sobre ele com curiosidade.

_ Alvo... Eu-eu vou mata-los! – exclamou ele se levantando com violência, sua cadeira tombando para trás. _ Como eles se atrevem?! Como puderam colocar as mãos no meu filho?!

Harry, que estava com a cabeça apoiada nos joelhos, ergueu os olhos e encarou Severo. Uma sensação quente se espalhou por seu peito e seu coração começou a bater mais rápido. O que era aquilo que ele estava sentindo? Na verdade, em toda a sua vida Harry nunca ouviu alguém o defender com tanta força.

_ EU VOU VOLTAR LÁ E VOU MATÁ-LOS! – continuou Severo. Aquela altura ele não se importava com o seu tom de voz, não se importava com as palavras que saía de sua boca, e sim com o sangue que ele teria dos parentes que abusaram do seu filho. Na verdade, no fundo de sua mente ele sabia que o Comensal da Morte estava ressurgindo.

Harry estava muito assustado com a súbita raiva do pai; na verdade, ele odiava gritos. Principalmente quando os gritos eram acompanhados pelos olhos, que só confirmavam as palavras que saíam de sua boca. Ele estava com medo. Sem conseguir se controlar mais, Harry se encolheu contra a cabeceira e puxou suas pernas contra o peito e começou a tremer enquanto as lágrimas desciam por seu rosto. Oh Merlin, como ele odiava chorar.

_ Severo! – gritou Dumbledore, agarrando o braço do homem e o sacudindo com violência. _ Pare com isso agora mesmo! Não deixe que o antigo... Bem, não deixe que ele tome sua mente! Se acalme, você está assustando seu filho!


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Notas finais do capítulo

Então??? O que acharam deste?? Comentários? Por favor!!!!
Beijos!!
PS: Não liguem para os erros, vou arrumá-los.