Corpo de Humana... Coração de Yokai escrita por Caramelkitty


Capítulo 13
Sucumbindo ao veneno




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Naome caminhava descalça pelo campo apreciando a Natureza à sua volta. Colheu um ramo de flores brancas e cor de rosa e decidiu usá-las para construir uma grinalda. Analisou as cores das plantinhas na sua mão e sorriu, ao ver que combinavam perfeitamente com o quimono que iria usar no jantar dessa noite. A bela moça queria estar linda e elegante para Miroku, o monge que a paquerara. Gostara dele, apesar do estilo pervertido. Pois é, ela bem vira que o monge dera em cima de todas as outras raparigas na divisão, mas ela mantinha esperanças de se vir a tornar especial. Era um pouco prepotente, a bela Naome. E quem poderia culpá-la? Não havia um só rapaz que não se deleitasse com a visão dos seus cabelos ao vento, nem um que resistisse aos olhos verdes como duas esmeraldas. Oh, sim, decididamente ela iria conquistar Miroku.

Os ouvidos pouco apurados da humana não conseguiram detectar um rastejar discreto entre a erva. Quando percebeu a presença sinistra, já não conseguiu evitá-la. Uma dor forte e repentina no pé, fez a jovem gritar. E ainda bem que o fez, porque senão seria tarde para encontrar o corpo de Naome que se esvaía de vida. Kagome, que estudava no lado oposto da clareira ouviu o grito de Naome. Pousou o livro e correu na direção dela.

Ainda antes de Kagome se aproximar, Naome perdeu o foco nos olhos. As flores espalharam-se pelo chão pois a jovem não tinha mais forças para segurá-las. Caiu lentamente no chão e perdeu os sentidos, impedida de pronunciar mais qualquer som.

Kagome olhou assustada para o corpo desmaiado de Naome e por estar alerta conseguiu ouvir o som de rastejar. Os seus olhos rumaram pela vastidão do campo procurando qualquer sinal de movimento, para saber em qual direção devia fugir.

Inuyasha surgiu nesse momento, já com a espada desembainhada e fincou a sua tesaiga a centímetros dos pés de Kagome que saltou de susto.

– INUYASHA! Que susto, ias cortando o meu pé! – Reclamou Kagome, levando uma mão ao peito, onde o coração batia acelerado.

– Teme, conseguiu escapar! – Resmungou Inuyasha, olhando para o lugar onde as ervas rasteiras davam lugar à floresta.

Kagome pôs-se de joelhos e examinou a face pálida de Naome. A vida esvaía-se do corpo da rapariga a uma velocidade impressionante.

– Inuyasha, temos de levá-la ao vilarejo! Está muito fraca!

Inuyasha pegou na jovem e correu para a aldeia. Kagome seguia-o desajeitadamente pois não tinha a velocidade do Hanyou.

– O que foi aquilo, Inuyasha?

– Um Hebi Yokai! Ele alimenta-se da energia vital das vítimas implantando um veneno nelas. Um veneno de atuação muito rápida. Há um antídoto, mas não sei se o conseguiremos arranjar a tempo. Kagome, fica dentro do casarão, em segurança, eu vou sair para matar o Yokai. Ele é muito perigoso.

Kagome assentiu. Não queria ser um estorvo para o Hanyou. Inuyasha pousou Naome no futon que encontrou disponível. Imediatamente o pai da rapariga, chefe do vilarejo chegou atraído pela confusão e tratou de perguntar o que se estava a passar.

– Senhor, a sua filha foi envenenada por um Yokai! – Começou Kagome a tentar explicar.

– NANI? - Gritou o homem. Ele ajoelhou-se diante da filha e começou a alisar os belos cabelos da jovem. – Naome, querida filha,... ela vai ficar bem?

– Não sei, temos que arranjar o antídoto.

– Então pelo que esperam? Sugu ni, a minha filha está a morrer! Onegai, façam qualquer coisa! – Implorava o pobre homem, quase arrancando os cabelos grisalhos com enormes gotas de suor a escorrerem-lhe pelo rosto.

Miroku e Sango chegaram nesse momento, salvando uma atrapalhada Kagome que ainda não conseguira admitir que não sabia onde arranjar o antídoto, ou melhor, ela nem sabia o que era o antídoto.

– O que aconteceu, Kagome? – Perguntou Miroku com aparente calma.

– Eu não sei bem, o Inuyasha disse que foi um Yokai serpente!

Miroku observou de perto a jovem moça desmaiada, analisando-lhe a palidez da pele e a sua temperatura.

– Hum... ela ainda está quente. Acho que podemos salvá-la! – O homem que segurava a mão da filha e que enterrara a cabeça nesta, levantou os olhos chorosos, com uma nova esperança. Afastou-se e deixou Miroku realizar o seu trabalho.

Miroku procurou um pequeno pote nas suas vestes roxas. Tomou um gole do fluido pouco viscoso e logo de seguida dobrou-se sobre Naome, depositando o líquido na boca da jovem com a sua própria. Todos ficaram mudos de choque. Sango sentiu que o coração tinha dado uma cambalhota. Miroku tinha beijado Naome... e na frente dela. Está certo que não fora bem um beijo, mas houve contacto de lábios, portanto...

– Miroku, para que foi isso? – Perguntou Kagome abismada.

– Este remédio não pode entrar em contacto com o ar, senão solidifica instantaneamente. Tive de mantê-lo húmido até chegar a Naome.

Sango conteve-se para não dar com o osso voador em cima da cabeça de Miroku. A justificação era plausível, mas o ciúme falava mais alto. Mesmo sendo para salvar uma vida. Sango sentiu-se logo culpada por estar com raiva porque afinal, o monge não fizera nada de errado.

Naome tossiu e todos os olhares se focaram nela. A jovem abriu os olhos com dificuldade porque ainda se sentia fraca e olhou em volta confusa.

– O que aconteceu?

– Foste envenenada por um Yokai, filha! O monge Miroku salvou-te a vida! - Explicou o pai com um sorriso aliviado no rosto. Virou-se então para o monge e dobrou-se todo, até estar completamente estendido no chão, murmurando agradecimentos infinitos.

Naome só lhe lançou um olhar ternurento, lambendo os lábios onde ainda havia resquícios de remédio.

– Domo arigatou! – Disse com a voz mais doce que o mel, quase num tom sedutor.

A temperatura na divisão pareceu aumentar 10 graus, com o fogo que formava uma aura em torno da exterminadora.

Entretanto, o Yokai serpente procurava uma nova vítima pois sentia que a sua fonte de energia lhe fora tirada. Mas a aldeia parecia deserta, pois todos os aldeões se trancaram em suas casas, com medo do Yokai (já tinham sido avisados que ele andava à solta pelos arredores). Frustrado já estava a pensar que teria de se contentar com a energia vital fraca dos simples animais, quando sentiu a presença de uma criança.

A pequena descuidada fugira da cabana algumas horas atrás e agora espalhava um monte de bróculos e cenoura em frente à toca de um coelho.

– Ei amiginho oelhudo. Vem comer eses legumes detesáveis, a minha mãe qué obigá-me a comê-los mas eu odeio legumes. Sei que ocê vai apeciá-los, senhor coelho.

Inebriado pelo doce cheiro da ingênua criança, o Yokai foi-se aproximando silenciosamente. Mas, para azar deste, havia um outro Yokai por perto. Takara surgiu na frente da serpente e trespassou-a com as suas garras sem qualquer dificuldade.

Se fosse qualquer outro humano, talvez Takara não se tivesse intrometido, mas era uma criança e ela sempre protegera esses humanos em miniatura, que ela achava tão puros e inocentes. Como eles podiam crescer e tornar-se horríveis? Depois de acabar com o Yokai, Takara voltou-se lentamente com receio de ter assustado o rapazinho, mas ele apenas ficara a olhá-la com admiração.

– Uau, uma gatina podeosa! Faz di novo!

Takara sorriu orgulhosa. Para manter a sua nova aparência de Yokai gata ela tinha de ingerir bastante sangue, mas aquilo já não mais a incomodava. Continuava com nojo, mas o resultado compensava. Ela tinha estado muito alegre naqueles últimos dois dias, sentia-se uma Yokai e os outros finalmente a começavam a ver como tal.

Foi então que sentiu uma tontura. Cambaleou e apoiou-se na árvore mais próxima. Sentiu uma súbita fraqueza.

«O que é isso?» Pensou a Hanyou. «Eu nem sequer estou ferida.»

Não conseguiu pensar muito mais, logo caía inconsciente no chão.


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Notas finais do capítulo

Acho que ficou um pouco apressado, não?
Me desculpem, bloqueio criativo é assim mesmo :P
Tudo o que escrevo fica corrido...
Apesar disso quero comentários, viu?



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