Greycity- Elementis Magi escrita por Selaya


Capítulo 5
Eles estão a caminho




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POV’S THALIA

Eu sei que não era o momento mais adequado para pensar nisso, mas Isaac tinha um delicioso e doce cheiro de ervas bem fortes, isto combinado com seu hálito de hortelã. Estar em seus braços passava uma sensação de segurança, tirando o fato de terem duas pessoas querendo me machucar bem agora. E uma delas, Miriã, rosnou implicando com o acastanhado que acabara de chegar.

— Saía daqui! Esse jogo só pode ser jogado por três.

— Acho injusto dois contra um... Quero brincar, se não terei que contar... – disse o acastanho. Toby contorceu seu rosto em fúria e fez um barulho estrondoso que eu assemelhei a de um cachorro. É uma mania, cada pessoa é um animal.

Mas além de tudo, Isaac corria perigo. Não, não, não, se ele se metesse nessa o casal iria mata-ló! Como iria explicar que ele teria de ir... Ainda mais quando eu não queria que ele fosse.

— Isaac, vá! Eu sei me virar, isso é só... uma briga de garotas! Eu falei a Liz que não gostava dessa daí e eles vieram querendo explicações.

A morena do nariz empinado e seu namorado riram alto. E então percebi que fazia papel de tola. Eles não podiam usar magia na frente de tolos... Sentei-me na beirada da cama e tentei digerir. Depois dei um sorriso de canto e exclamei:

— Sabe Miriã... Acho que tens inveja de mim. Bem, veja só: tenho uma vida perfeita, tenho amigos maravilhosos, coisa que você não tem. As pessoas gostam de mim e quando me veem não acham que eu sou uma garota metida igual você... – certo, isso era bem legal.

— Do que você está falando garota, eu vou te... – urrou e arqueou sua sobrancelha.

— Estragaram a brincadeira... Vamos embora, Miriã. – disse Toby descendo primeiro a janela e logo depois a outra morena pulando em seus braços.

Isaac fez uma carranca como se não acreditasse em nada que eu disse, mas logo passou a mão no cabelo um tanto constrangido pelo silêncio.

— OK, quer alguma coisa? Está com fome ou... Bem, vamos tratar desses machucados. – disse dando por fim, um sorriso que me aliviou.

Apontei para a gaveta onde tinha o kit de socorros. Mas lembrei que havia coisas comprometedoras e disse um corrido “deixa que eu pego” que Isaac não pareceu ligar.

— Não vou ficar prestando atenção em suas calcinhas. Fique de boa. – ele abriu a gaveta tirando dali uma caixa branca e pequena, só que ele não a fechou. — São pequenas... Bonitas, rendadas. Quer dizer, você tem um diário também, tem algo sobre mim nele?

OK, eu deveria estar corada de raiva e vergonha, com uma mínima vontade de mata-ló.

— VOCÊ DISSE QUE NÃO IA OLHAR! E não, eu não escrevi! – bufei quase gritando.

— Oras, que pena... Eu poderia te recompensar! Ele passou o indicador sob meus lábios que tinham uma mínima quantidade de sangue, que aconteceu logo quando eu caí. Passou um algodão molhado e — Aiê! – murmurei agonizada com a ardência...

— Quer ser recompensada? Então fique quietinha! - ele disse soltando um riso. — Tire. – exclamou apontando para a calça do meu pijama.

— Mas o quê? Tá ficando maluco rapaz? – disse provavelmente tomada pelo rubor.

— Tem arranhão ou não tem? – bufou o outro seguido de uma ironia — Eu já vi outras garotas de shorts, algumas até sem, vá Thalia.

Esse comentário de alguma forma me incomodou. Fiz uma careta e fui para o banheiro tirando a calça e colocando um shorts jeans com alguns rasgos.

Isaac riu. O por quê eu não sei. Talvez das minhas pernas ossudas. Mas ele me puxou para seu colo e limpou os pequenos arranhões do meu joelho causados pela queda e pela espada. O mais fundo era na panturrilha que acabou tendo de enfaixar. Após isso ele lavou as mãos e disse ter que ir embora pois ainda tinha de ir pra escola. Agradeci e deitei-me tentando dormir, afinal eram oito da manhã e jovens normais dormiam essa hora... mas eu estava chorando.

FIM POV’S THALIA

Enquanto isso a cidade de Londres mantinha-se agitada. Coisas estranhas começavam a acontecer: fortes nevascas, ventos fora do normal e animais que amanheciam mortos. Até mesmo a seita mantinha-se conturbada. No banco real, curiosos homens de capuzes vermelhos com pequenas folhagens detalhadas em dourado caminhavam, e, logo atrás um homem de capuz negro que não mostrava sua face era carregado por fortes homens, sendo um asiático e um afrodescendente. Este só desceu de seu “trono” ao chegar em uma ala, que quase ninguém parecia perceber. Tinha aspecto velho, com teias de aranha e bichos estranhos não reconhecidos.

—Um mês... Adiante. Duas pessoas. Convenção. – disse o homem depositando cinco kunys na mão do outro que pareceu entender tudo. Ele mordeu uma das moedas e riu mostrando seu dente prateado a ele. Um moreno surgiu com fortes olheiras e com face confusa. Ele contraía o pescoço para trás e para frente e carregava com si um colar com dentes afiados tão realistas que... Bem, eram de verdade.

— Logan... Está tudo certo. Um mês, meu rapaz. Longo mês...- disse a figura irreconhecível da capa referindo-se ao moreno, agora identificado como Logan.

Voltando ao universo de Greycity, Thalia mantinha-se raivosa. Por que ela tinha de ser a última a saber? Por que todos escondiam algo de si? Embora se achasse uma garota fraca e chorona queria mudar. Queria ser confiante como... como Isaac. Ouviu pequenas pedrinhas na parede. Acordou com a cara inchada e foi abrir a janela. Viu um rapaz forte, louro, de olhos grandes e verdes... Chris.

— Hey! Posso entrar? Nossa, tu tá péssima. Que menina chorona, nem parece que é homem. Tô subindo a árvore!

— Você pode usar a porta... – mas era tarde, porque o louro já estava subindo. Ele trazia consigo uma garrafa térmica consigo que logo ao chegar ofereceu a morena que aceitou.

— Qual o motivo do choro agora, boyzinho? – riu.

— Não consigo explicar, minha garotinha. – exclamou Thalia bebericando o chocolate e deitando-se na cama.

Chris não falou nada. Ele apenas deitou-se também, sem pedir permissão, sem soltar um pio e abraçou a outra, forte, seguro. Ela aninhou-se no pescoço do maior. E então as últimas lágrimas rolaram e ela dormiu. Só acordou no dia seguinte, e o outro não estava mais lá.

Arrumou-se com um coque desajeitado e uma regata branca com uma calça jeans. Um delineador e um brilho labial apenas e um punhado de maçãs na mochila. Surpreendeu o tanto que dormiu, mas compensou a noite anterior que não dormira, treinando com o pai.

No ônibus, sentou-se do lado de Liz. Chris mantinha um semblante pensante que confundiu Lia. Ninguém falava nada, pois não tinha assunto. Mal chegaram na escola e Isaac chegou todo animado

— Não vamos a escola hoje... Vamos nos divertir! – exclamou

— Eu topo. – disse não querendo ir para a aula de dona Hilda.

Chris e Liz mantinham-se olhando para baixo mas ao Thalia dar um tapinha na costa dos dois eles assentiram. Isaac puxou-a pela mão e nós corremos. "Não somos jovens se não aproveitarmos, não é?" - pensou a morena.

Com uma venda nos olhos, o acastanhado puxou-a para um lugar estranho. Tinha cheiro de mato, que provocou-a uma careta. Ao outro tirar a venda, ela observou: era um local fechado mas que parecia um camping. A música soava alta demais e haviam muitos jovens. Uma moça ruiva passou carregando uma bandeja com drinks. Thalia arriscou-se a pegar um, mesmo Chris resmungando. Ela bebeu e fez uma carranca, dividiu-o com Isaac que tomou tranquilamente.

Aos poucos a moça se soltava e arriscava uma dança. O som indicava uma música conhecida: Lightning. Ela puxou os outros para o meio da pista e mais um drink que Thalia bebeu, desta vez sem fazer careta. E assim foi indo. Os jovens carregavam bastões de luz, fogos e tudo que garantia a diversão. Até Chris não estava fazendo careta. Porque esta era a hora de diversão. Só Liz parecia desconfortável. Mas Lia não.

Ela dançava e Isaac a acompanhava, ambos não tinham fôlego para falar, como se alguém tivesse roubado o ar. Ele segurou o queixo da outra e olhou em seus olhos brilhantes e azuis. Ele estava perto de selar seus lábios no da morena e ela não iria parar. Mas então a voz doce da loira exclamou:

— Thalia tem um cara estranho me olhando... Ele tem uma cicatriz no olho e tem cara de mal. – murmurou fazendo bico.

Lia direcionou os olhos por todo o salão, eram tantos jovens, alguns com purpurina no corpo, outros pintados e alguns com... farinha? Mas não viu ninguém com uma cicatriz. Isaac também procurou e fez uma face de desentendido.

— Acho que devemos ir embora... – exclamou Thalia preocupada, pois poderia muito bem ser um estrupador ou algo do tipo.

— Não acho que seja pra tanto... Ela está com a gente, não está? – e deu um sorriso tranquilizador. Começou a tocar outra música de batida rápida e dançante.

— Eu amo essa música! – e lá vai ela novamente.

Fora uma tarde extremamente divertida. Ela estava transpirando, com cheiro de bebida e com o cabelo espalhafatado. Ela se perdera dos amigos e até mesmo de Isaac. Conheceu novas pessoas como uma japonesa cujo nome era Megumi e um rapaz ruivo chamado Alan. Despediu-se de seus colegas de festa e foi procurar os amigos mas só encontrou Chris e Isaac quase se esbofeteando.

— ESPERA, o quê aconteceu? Chega! – exclamou.

— Bem... Lizabel sumiu. – disse ambos em coro.


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Notas finais do capítulo

Lixoso. Mas eu estou em semanas de prova então... Talvez eu poste menos porque a criatividade sumiu, preciso realmente de nota.



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