Greycity- Elementis Magi escrita por Selaya


Capítulo 20
Is this the end?


Notas iniciais do capítulo

Greycity chegou ao fim :c But, o capítulo ficou bonitinho, leiam até o fim porque tem surpresas u.u Boa leitura, hoay? o/



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Os olhos marejados embaraçavam sua visão, mas dera tempo de ver o corpo desmaiado do pai de Isaac no chão e ambos socorrendo-o. Limpou as órbitas com o punho e correu até eles verificando se tudo estava bem; a pulsação dele estava fraca. Thalia olhou no relógio e percebeu que perdera duas horas naquela brincadeira e que se estavam perto, precisavam achá-los. Isaac assentiu e começou a andar junto da morena, sua mãe ficaria cuidando do pai enquanto ambos procuravam. Silêncio total. O acastanhado lhe perguntara se tudo estava bem e ela negou com a cabeça, mas nada disso importava. Embora ele tentasse falar ela ignorava-o, até certo momento que ele cansou e empurrou-a para um morro de grama debaixo de uma ponte. Olhou em seus olhos azuis e viu o quanto eles estavam cansados, vazios, tristes.

— Eu queria falar que está tudo bem, porém eu sei que não está. Eu sei o que você está sentindo, eu pensei que perderia minha mãe também, por causa da maldição. Eu não vou ligar se você quiser explodir, chorar, eu entendo. Só não entenderia se ficasse bem, porque seria desumano. Não se esconda dentro de si própria Thalia, se não você vai desabar, deixe-me ajudar e eu irei garantir que se você um dia deixar-se cair, eu estarei lá para te segurar e garantir que não chegue ao fundo do poço. E se chegar, eu estarei lá com você e serei aquele que vai te ajudar a escalar novamente para o topo. – murmurou o castanho prendendo-a com os ombros acima de sua cabeça, inclinado o suficiente para sentir sua respiração.

Entretanto, a morena não falou nada. Só correu para os braços dele e em meio a lágrimas, jurou ter escutado algo. Ela bateu algumas vezes com os pés no monte de grama e percebeu estar duro demais. Cavou com as mãos, sentindo a terra entrar por debaixo das unhas, até encontrar uma roda. Era uma cápsula! Pediu ajuda ao castanho sem saber onde haveria uma pá ou algo parecido, teriam de tirar com a mão o que não seria muito fácil e levaria muito tempo. O sol já tinha se posto e imaginou aonde diabos estaria Tyler, bom, antes de seu celular molhar, ela havia mandado um SMS dizendo que ele deveria vir para Dominium.

Thalia pegou uma telha de uma ruína qualquer e começou a tirar a mistura de grama e terra, olhando para o castanho fazer o mesmo. Logo mais começaria a chover e ficaria mais fácil, já que tudo viraria lama, foi o que pensou. Entretanto, a chuva só começou a cair quando o trabalho fora acabado, cerca de três horas depois. A cápsula estava praticamente descoberta e a roda para abri-la parecia emperrada, mas tudo que a morena fez foi congelá-la com uma esfera e quebrá-la com um chute, aproveitando o momento para descarregar.

Abriu a porta e desceu as escadas com cuidado, estava lotado de gente em um pequeno espaço e o mal odor invadiu suas narinas. Uma garotinha de doze anos abraçou-a quando viu-a e reclamou sentir fome, ela estava tão magrinha que fez a morena sentir pena, pelo visto eles não comiam a dias, mas ao menos tinha água no bebedouro. Gritou para que todos fizessem uma fila por ordem de tamanho e subissem as escadas. Observou-os subir e viu quem era o último, um rostinho conhecido: Chris. Thalia abraçou-o e o louro acabou tirando-na do chão de tão forte. Ele estava diferente, seu rosto estava machucado e sujo.

— Boyzinho, que saudade! Estava receoso de que não viria me salvar... Mas afinal, acho que você é minha heroína. Quantas vezes vai me salvar? Opa, acho que é sua vez. Primeiro as damas. – murmurou rindo e apontando para a escada.

— Quantas forem necessárias. Não vou perder mais ninguém! – disse rindo e subindo as escadas, seguida pelo loiro.

A cápsula estava vazia, mas a bomba ainda estava ali, o que preocupou Thalia. Eram 22:00 o que significava, apenas duas horas para salvar Dominium. Desistir e deixar aquelas pessoas estava fora da lista. Ali viviam pessoas de bem sim, que não tinham culpa de estarem ali. Tyler estava aonde? Via os jovens comemorarem sua saída e acabou prestando atenção no tamanho de seus sorrisos. Pela primeira vez, ela tinha feito algo certo? A sensação era ótima, fazer o bem. Um arrepio percorreu seu corpo quando começou a chover e sentiu uma presença em seu pescoço, ouviu sua voz grossa e rouca murmurar seu nome perto de seus ouvidos: Logan.

Thalia imediatamente levantou-se do chão e pegou sua espada. Gritou para Isaac levar os jovens até sua mãe, para ficarem sã e salvos e verificar se Tyler estava pelas redondezas; entretanto, tudo que queria era que aqueles jovens não observassem o que viria a seguir: a tão esperada batalha. O bem contra o mal. Logan sorria de forma incomum como se soubesse o que viria a seguir. Ele tentara atingir Thalia com uma nuvem de fogo que se esvaiu ao ar. Ela estava em vantagem, ela tinha a proteção dos grandes sábios, ele não poderia atingi-la, ele não tinha proteção da seita ou do clã. Imediatamente a morena largou a espada. Sorriu de forma perversa e fez uma super sequência de esferas de gelo, que Logan acabou desviando ao murmurar “retro”; pequeno detalhe esquecido: Logan era um manipulador agora.

— Thalia, ambos estamos em desvantagem, mas você está em maior. Vê que minha magia elementar não pode atingi-la, entretanto minhas palavras sim? Você sabe que sou um cara muito justo, então vamos fazer assim: duelo de espadas. – disse dando um sorriso.

A morena assentiu e não perdeu tempo antes de partir para cima do moreno. As mãos firmes na espada proporcionaram-lhe movimentos retos, mas Logan era rápido e desviara. Thalia dera alguns passos para trás e agachou-se bem na hora que o outro movimentou sua lâmina para si, na intenção de tocar-o estomago. Levantou-se rapidamente e tentou fazer um cruzado, na intenção de confundir o adversário: nada feito, ele movimentou a espada de modo que ambas ficassem no ar cruzadas fazendo um barulho ecoar sobre o local. Em poucos momentos o tinir das espadas era frequente.

Até que Thalia percebeu o que Logan estava querendo fazer: distrai-la para esquecer do passar das horas e deixar a bomba explodir. Provavelmente ela perdera trinta minutos nesta brincadeira. Olhou-o de forma abismada e caiu no chão, não por vontade própria, mas sim porque Logan estava manipulando-na.

— O que eu deveria fazer com você, Thalia... Eu penso isso há muito tempo. Eu já pensei em arrancar seus órgãos, eletrocutar, decepar, mas todas alternativas parecem fracas demais para uma garota tão forte. Tem que ter uma morte digna! Mas acho que achei uma alternativa... Meu pai caiu numa cratera e você vai cair numa cápsula com uma bomba prestes a explodir. Legal, não? – murmurou dando uma risada alta.

— Seu pai não foi forçado, foi um acidente! Pelo amor Logan, não seja hipócrita, a morte de seu pai era tudo que você sempre quis. Tudo isto por causa de rejeição? Tudo isto por falta de amor? Dweni te amava, Logan! Ele não iria querer isto.

— E eu também não estou forçando a nada, olhe só, estou longe de você. Era sim o que eu sempre quis, mas eu queria que fosse por minhas mãos! Thalia, você nunca enfrentou a rejeição, então é óbvio que acha tolice. Ou talvez tenha né, já que sua mãe te trocou por poder. Dweni me amava e você matou-o, então é óbvio que ele iria querer vingança. Adeus Thalia. – murmurou com os punhos cerrados fazendo a morena levantar-se e andar na direção da cápsula, até ela descer as escadas enquanto ele murmurava palavras em alemão.

Ao vê-la entrar, o moreno trancou a porta, mas como a roda estava quebrada ele teve de colocar algumas pedras em cima. Isaac não voltaria tão cedo e logo a bomba explodiria, o que deixou Logan feliz. Olhou em seu relógio que apontava cinco minutos para 00:00 e imaginou se conseguiram arranjar um substituto para o cargo de líder, embora não tenha conseguido cumprir seu objetivo, ele não iria desistir. Quem quer que fosse o líder, seria morto por suas mãos, o que seria bem fácil com Thalia, a justiceira, fora de cena. Correu, afinal não queria estar no lugar quando ocorresse a explosão.

Enquanto isto, Thalia estava recostada numa cama improvisada que os jovens humanos fizeram. Ela queria que sua morte fosse fácil, então tentava dormir para ter menos sofrimento. Se existisse céu ou algum lugar para que as pessoas boas iam após a morte, ela pensava que não estaria lá. Ela tinha matado e por isto, tudo de ruim que estava acontecendo era por tal motivo. Se ela não tivesse matado Dweni, quem sabe Logan teria compaixão? Compaixão, paixão, fazia pensar em Isaac, que ao menos teria chance de se despedir, mas talvez ele merecesse alguém melhor.

Talvez Thalia devesse sofrer por seus atos, então ela levantou-se e pois-se ao lado da bomba. Ela só sentia pena dos moradores dali. Murmurou um “Adeus” sem voz e tudo ficou claro. Sentiu o calor em sua pele, os estilhaços e a dor que lhe causaram, até que tudo ficou escuro demais e ela se foi.

Isaac correu com Tyler pela água e depois em terra firme, mas tudo que deu de cara foi a cápsula destruída e a fumaça espalhando-se pelo local. Algumas casas próximas foram atingidas pela explosão, mas por sorte não foram muitas. O castanho deu-se conta de que Thalia não estava ali e as lágrimas, involuntariamente, começaram a descer. E desceram mais rápido do que o normal, e em poucos minutos ele estava soluçando. Jogou-se na grama e começou a rolar, berrando o mais alto que podia e puxando os próprios cabelos. A dor que sentira podia ser comparada a de cinquenta facadas. Ele chorava e gritava a ponto que assustava Tyler que sentia-se culpado.

Toby olhou para o estado do outro e seus olhos marejaram-se, mas nenhuma lágrima saiu. Ele desceu as escadas da cápsula e viu o corpo da morena no chão, tudo ainda pegava fogo, mas ele podia absorver então não se machucava. Pegou o pequeno corpo nos braços e subiu, colocando-a do lado do castanho, que colocou os ouvidos no coração para tentar ouvir algo e nada. Ela estava queimada, sangrando e continuava linda. Ele carregou o corpo até encontrar sua mãe e os outros. Chris fora o primeiro a chorar. Isaac deixou a garota no chão e assim tudo ficou escuro.

Ela abriu seus olhos azulados e deu de cara com ele. Um sorriso formou-se em seus lábios e ela tentou levantar-se para beijá-lo, mas não conseguiu.

Uma cânula atrapalhou-a, estava levando soro ao seu corpo. Arqueou a sobrancelha: no céu haviam hospitais? Levantou a mão e viu que estava enfaixada. Mas que diabos estava acontecendo? E por que os pais de Isaac, Tyler e Miriã estavam ali? Todos tinham morrido? Fez questão de livrar-se de todos aqueles tubos, não estava doente, estava morta; entretanto fora impedida pelo acastanhado.

— Hey anjo, você nos assustou! Pareceu que tinha morrido, não tinha batimentos nem nada... E então depois de meia hora, do nada, tu voltou a respirar, entretanto não acordou por longos seis meses, ficou em coma. Tive medo de te perder, mas nós conseguimos, você conseguiu! Tu absorveu uma parte da explosão e isso ajudou muito, somente algumas casas foram atingidas. Dominium está de pé, quer dizer, bom... Ainda está em ruínas, mas não que você tenha feito, foram feitas há muito tempo... Acho que você entendeu! E foi evacuada, não tem mais ninguém lá!

— É darling, você está viva, mas seu pai desapareceu. Nós estamos vivos e eu nem sei porquê, não conseguimos um líder a tempo e ao que parece Joseph não morreu, é a única teoria solúvel e foi feita não por mim, deixo claro. Tyler demorou porque ficou preso com uns membros do clã, peço desculpas por ele! – Miriã desabafou.

— Não era pra contar isso agora, Miriã! E ah, Logan está vivo. E Miriã está grávida de dois meses, e o filho não é meu! – bufou Tyler sendo interrompido por sua namorada que deu-lhe um tabefe na cabeça e exclamou que era dele sim.

— Quantas novidades... Meu pai? Onde diabos... Joseph? Não, é impossível. Logan não vai estar por muito tempo. Ah, parabéns. Vocês vão casar ou algo do tipo? – murmurara a morena com a voz sonolenta.

O casal problema fez uma careta ao ouvir a palavra “casar” o que fez Thalia dar uma risada. Ela olhou ao redor e vira que a sala estava com muitas pessoas, bem lá atrás estava Chris e os outros jovens que ela salvara; o louro mantinha um sorriso tímido e acenou para ela assim que ela viu-o, soltou um sem voz “ei garotinha” para ele que gargalhou. Aos poucos todos foram saído da sala porque o horário de visitas acabara, só ficando Isaac que era seu acompanhante. Thalia abriu para sorrir, porém logo fechou. Eram tantas coisas para falar... Começou a dizer com a voz rouca:

— Quantos foram? Você sabe, os mortos de Dominium... E como isso foi possível, quer dizer, eu não deveria conseguir absorver uma explosão, o feitiço fora para Tyler, não para mim!

— Cinco, entretanto você não devia culpar-se por isso e tão pouco omitir seu sorriso para ver os outros sorrirem... Eu não sei, só Edmund teria uma explicação, mas bem, ele sumiu.

— Isso é ruim? Pra mim é uma virtude sabe, não ter egoísmo... Não devo sorrir porque aqueles que morreram com certeza não sorriram quando sentiram a explosão! Eu preciso achar meu pai então.

— Para mim, é quase um crime... Artigo número duzentos e sessenta e seis diz que sorrisos bonitos não devem ser escondidos ainda mais quando eu gosto tanto dele. Por enquanto, contente-se em descansar, nós procuraremos, certo? – murmurara o castanho vendo a morena assentir e fechar lentamente as pálpebras.

Isaac depositou um beijo em sua fronte e saiu. Pegara sua moto e dirigira até o colégio, onde fora andando até chegar ao porão. Vira os gritos ecoando-se pelo lugar e sorriu orgulhoso vendo os pequenos magos treinando. Deu dois tapinhas no ombro de Tyler e riu.

— Quem diria que estaríamos trabalhando juntos, cara. Mas valeu por treiná-las, sabe, eu não teria tempo... Quando você casar-se com Miriã não vai se mudar, não é? – murmurou escutando o som das espadas tinindo em um lado, enquanto no outro via as esferas celestiais dançando por todos os lados. Sentira um vento bagunçar seu cabelo e arqueou as sobrancelhas.

— Nem eu... Sei lá cara, eu só queria ser alguém diferente de meu pai, ajudar verdadeiramente os magos, não tornar-me um Logan da vida. Bleh, casar. Eu só estou fazendo isto porque ela concordou que seria um relacionamento aberto! Eu não sei se irei ficar aqui. Ei Melissa, eu já disse para não fazer tufões aqui dentro, quer destruir o colégio inteiro? Ao menos sabem que nós estamos aqui! – bufou mostrando a língua para a pequena garota que aparentava doze anos.

Eles eram fortes apesar de serem jovens. Isaac sorrira, era bom eles terem alguém para se apoiar. O castanho na verdade, teve de descobrir e redescobrir seus poderes sozinho e isto com certeza causou-lhe problemas.

Poucos dias passaram-se. Thalia estava de volta e segurava firmemente a mão de Isaac enquanto seguiam em liderança; Tyler e Miriã logo depois, sendo seguidos por variados jovens. Um sorriso confiante brilhava em seus lábios enquanto caminhavam pelo salão. Aparentemente, a polícia tinha interditado ali e tirado todos os corpos, tudo mantinha-se em faixas amarelas.

— Vocês vão ficar aí de vigia e se nós precisarmos chamaremo-lhes pelo code “Mahrem” certo? – disse olhando para os diversos rostos atrás de si.

— Que diabos de code é esse? Tia Thalia, nós treinamos por muito tempo, queremos batalhar! – murmurava a garotinha ruiva de nome Melissa.

— Ei, respeito! Mahrem é o deus da guerra etíopes, super famoso e tal, fui eu que escolhi! Calma baixinha, eu hein, acha que é fácil assim? Não vai ter batalha nenhuma hoje, nem pra nós, muito menos pra vocês. Respeitem os mais velhos, senão levam tapas. – interferira Toby levando um tabefe de Miriã, novamente.

Thalia riu da situação, mas logo sentiu um frio na espinha. Olhou para o buraco abaixo e imaginou quantos degraus teriam de descer. Viu no meio de tantos magos, Chris e chamou-o já que ele seria o segundo a descer. Assentiu dando uma última olhada no salão e jogou a escada improvisada de corda e madeira, congelando-a na pontas para que ficasse segura. Avisou para ficarem de olho porque logo degelaria e assim a corda iria cair. Desceu as escadas com cuidado, demorando cerca de quinze minutos para chegar ao solo. A escuridão tomava o lugar então ligou a lanterna.

Demorara quase uma hora hora para apenas cinco pessoas descerem e o grupo dera de cara com quem justamente procuravam: Logan. Seus olhos castanhos brilhavam conforme chegava mais próximo da luz. Thalia fora a primeira a chegar perto do moreno e apertar firmemente seu pescoço com ambas mãos.

— Você veio procurá-lo, certo? Procurar seu pai. Então diga-me agora onde está o meu! – resmungou com a voz alta mas suas mãos fraquejaram ao ver a figura que estava vindo atrás dele. Os olhos mongólicos brilhando em azul e os cabelos louros contrastando com a pele extremamente alva: Dweni.

— Eu lá vou saber. Por que diabos eu me preocuparia com aquele velho do seu pai? Ele ao menos serve para algo. Está abismada, Thalia? Ver aquele que matou não deve ser muito bom... Mas irei explicar-lhe: é o seguinte, Thomas morreu e não deixou nenhum herdeiro, eu tomei o lugar dele, eu estou poderoso e posso matar vocês agorinha mesmo. – disse sorrindo branco.

— Eu vou te matar! Seu desgraçado, mald... Ah quer saber, não importa! Pode estar poderoso, entretanto nós estamos em maioria. Mahrem... Mahrem! – gritara novamente mas nenhum sinal no talkfone.

— Seus amigos, creio que estão presos... Quem disse que está em maioria? – Logan gargalhou seco e ouvira gritos ecoando sobre o local; aos poucos Thalia conseguira ver o manto verde chacoalhando-se com o vento, enquanto iam em queda livre. Rodavam e divertiam-se como pudessem controlar a gravidade até que chegaram ao solo e encararam a morena, Logan pronunciou-se novamente. — Viu? O clã nunca está acabado... Meninos, deem-me a honra de começar.

Neste momento Logan movera os punhos para o chão que começara a tremer, aos poucos o piso começara a agitar-se, fazendo ondulações que proporcionaram a queda da morena, entretanto ela não fez nada, só riu e mandou continuar, o que enfurecera o moreno que começara a murmurar as mesmas palavras esquisitas que fizeram-lhe contorcer-se de dor, sem pedir para parar. Isaac tentou-se conter, porém não conseguiu.

— Chega desses joguinhos. Retire a câmera, Miriã. – disse a outra que entregou-lhe o aparelho sem devaneios. — Logan, você não será líder do clã, seita ou qualquer coisa. Eu te filmei e aqui está a prova de que você usou seus poderes na frente de humanos e segundo o artigo doze do livro secreto, isto pode dar-lhe problemas. Além disso, temos provas também que você mexeu no destino trazendo a mãe de Thalia e Dweni da morte. Não sabemos como fez isso, mas também está errado! Por isto, comunicamos não só o representante da seita, que está aqui e é seu pai, como os grandes sábios por meio de ritual. Aproveite eles enquanto pode, quando o relógio bater dezoito horas, ou seja, daqui a cinco minutos, eles sumirão. – murmurou mostrando ao moreno, o pai que estava logo atrás num manto vermelho e que fora na direção do filho.

— Eu não morri, filho. Eu tenho controle sobre quase tudo, tolo fora você achando que uma queda iria me fazer morrer. Para mim, poderiam lhe matar, entretanto acho que ser um humano, coisa que você despreza, torturaria-lhe mais.

Logan gritou enquanto as lágrimas rolavam por seu rosto, era a segunda vez que ele chorava em sua vida. Ele puxou os fios negros e tentou abraçar o pai que afastou-se, o que fez as lágrimas secarem dando lugar a um olhar obscuro. Em um movimento rápido ele lançou a espada em direção ao peito do velho que logo caiu enquanto o sangue fluía do ferimento que Logan fizera. Estava morto.

Embora Thalia achasse que o moreno faria algo em seus últimos cinco minutos de poderes com eles, tudo que fizera fora abraçar o albino ao seu lado e chorar. Observou Miriã e Tyler abraçados e entendeu o por quê dele estar tão abalado: o pai morrera sem saber que ele era seu filho.

— Você... você vai me abandonar, não é? Todos abandonaram mesmo quando eu era poderoso, imagina agora que eu serei um nada. – murmurara para Dweni em voz alta e embalada em soluços.

— Nunca... Eu estarei aqui, para todo o sempre, Logan. – dissera o loiro ninhando o moreno em seus braços e flutuando no ar em direção ao salão, até ambos sumirem de vista. Foram seguidos pelos outros magos negros e Thalia imaginou se podia flutuar também; era melhor não tentar: subiu pelas escadas mesmo.

Sete meses passaram-se e Thalia arrumava as malas fazendo bico, nunca imaginara que um dia sairia de Greycity e ali estava.

— Eu realmente preciso ir para Londres? Sério, essa garota acabou de ter um filho, eu não acho que seja bom para meu filhão ir para Londres, se fosse Vegas, talvez. – murmurara Tyler fazendo careta.

— Você iria adorar que fosse Vegas, corrigindo. Tem sim cara, você tem que assumir o cargo lá no palacete, eu sei que você não quer, entretanto pode passar o cargo para quem quiser depois. Além disto, tem que nos ajudar com a busca pelo pai de Thalia que está por lá.

— Vai passar para você, Isaac. O bebê ficará bem, ué, mas não sei se posso dizer o mesmo de Greycity, mesmo que Logan não seja mais um problema... É isso que viramos, um tipo de seita? Tyler o líder, nós os conselheiros... Estranho. - dissera Miriã.

— Greycity ficará bem e nós iremos voltar quando quisermos, o bom filho a casa torna! Tyler é o líder, ele pode mover o palacete para cá, mas não para Vegas! Seita? Não é muito sombrio, nós somos... – Thalia parou para olhar o anel de noivado firmado em seu dedo por um momento. — Uma aliança. Uma aliança de magos, ué. – disse rindo e fechando as malas.

Olhou por um momento a sua casa e depois saiu, deparando-se com várias pessoas, dentre elas os magos que foram treinados, os humanos que salvou e Chris, abraçado de sua nova namorada, uma garota que estava presa com ele na cápsula. Sentiu-se importante por um momento e não uma inútil. Em dezesseis anos de idade fizera coisas boas e pretendia fazer muito mais ao lado deles. Isaac, agora seu noivo, abraçou-a dizendo que iriam voltar e ela assentiu, depositando um beijo em seus lábios, lembrando-se da primeira vez que falou com ele e do primeiro beijo na festa. Lembrou-se de Lizabel dançando nela. Lembrou-se de Elizabeth reclamando em seu ouvido. Aquela era sua história em Greycity e jamais seria esquecida.

E é por isto que eu repasso ela a vocês.


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Notas finais do capítulo

;-; oka, enfim... O que eu posso dizer? Bom, Greycity foi minha primeira fic e tal, e ela é meu xodózinho ;0 Certo, muito obrigada por chegarem até aqui, afinal esses capítulos são grandes, não é pra qualquer um. Eu espero que tenham gostado do que leram e tenham se divertido, assim como eu me diverti escrevendo. Quem sabe um dia, ela retorna? É o fim ~corre



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