Greycity- Elementis Magi escrita por Selaya


Capítulo 10
Hope and fight...




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POV’S THALIA.

Muitas coisas estão acontecendo ao mesmo tempo. A sobrecarga é muita para uma garota de 16 anos que até umas semanas atrás ainda assistia Barney; ultimamente estou perdendo todos os episódios por causa dos treinos e isso está me deixando muito nervosa. O meu primeiro treino? Maravilhoso, nossa, eles me trataram extremamente bem sabe? Me socando!

No começo do dia, eu ainda estava deitada quando eles pularam minha janela. Me jogaram água para acordar, e infelizmente acordei, tendo de me trocar em um minuto e descer até o porão para treinarmos. Eu estava pronta para tirar os bonecos de papelão que usei outro dia para treinar, até Toby aparecer de surpresa carregando uma espada nas mãos.

— Se preocupe com poderes depois, primeiramente aprenda a usar uma dessas. Lembra-se da batalha na qual você morrerá? Pois então... – murmurou puxando minha mão e depositando o material afiado em minha palma, a espada emergia num dourado reluzente e em seu cabo, pequenos detalhes formavam um dragão com pequenas pedrinhas coloridas em um azul celestial que demonstravam que ali, continha magia.

— Não se pode usar magia... Seria jogo sujo! Quero vencê-lo, mas honestamente. – murmurei aflita, logo gritando um “ai” com um tapa que levei na cabeça.

— Você fala tantas besteiras que resolvi te estapear cada vez que falar uma besteira... Isso teve sentido? – murmurou Miriã fazendo uma carranca, mas logo continuou. — De qualquer forma, ninguém proibiu de usar magia, que eu saiba o trato diz que não pode usar seus poderes... E isto não são seus poderes!

Olhei para Elizabeth que chegara a pouco tempo, sussurrei para ela algo como “faça eles pararem” mas ela balançou a cabeça negativamente e riu. Segurei a espada com força, e rodopiei tentando me acostumar com seu peso, o que infelizmente não foi possível, deixei-a cair. O casal deu uma gargalhada extravagante e alta, e até mesmo Beth deu uma risada discreta, mas quando olhei-a, ela simplesmente parou.

Miriã e Toby pegaram duas espadas de comprimento muito mais longo que a minha, ambas eram de prata e vossos cabos eram muito mais decorados. Como se fosse super normal atacar seu namorado, Miriã tentou acertá-lo, mas o rapaz desviou rapidamente com sua espada. Em poucos minutos o silêncio fora cortado por uma série de sons ecoando como tinidos que se tornou uma nota de metal raspando, o choque da lâmina de prata grossa, sem nenhum momento parar, aquilo era como uma música. Era envolvente a onde de golpes e defesas na luta habilidosa que eles faziam, aparentemente sem medo nenhum mesmo estando sem roupas adequadas para isto. Ele apontou sua lâmina para a esquerda e ela lançou-se para sua cintura, temendo acertá-lo, mas tudo que ele fez foi recuar e dobrar sua perna esquerda para varre-la bem no peito, gritando “touché” ao atingi-la.

— Isso é inválido! Seu...seu... Me dê logo essa espada, eu vou ensinar logo essa maldita! – rosnou a outra.

— É inválido uma perdedora ensinar outra perdedora... Deixe comigo, docinho. Ela tem que aprender com o campeão. – murmurou Tyler com um sorriso malicioso no rosto.

Ele pegou a espada rapidamente como uma folha de luz e posicionou-se atrás de mim. Sussurrou em meu ouvido para que eu mantivesse meu peso sobre o pé direito, abraçou meus braços segurando a espada junto de mim perto de meus pés e balançou-a para frente e para trás. Num momento muito breve, fez com que a espada se levantasse e soltou meus braços. Fiz movimentos de zigue-zague para tentar estabilizar o peso. Sussurrou outra vez, para que eu elevasse meu pé direito para trás seguido do outro, assim recuando. A luz do sol brilhando em sua espada mostrava-me que já era dia e isso se confirmou quando uma buzina ecoou no local. Olhei para ambos e entreguei a espada a Tyler, subindo as escadas acima até parar na sala principal onde abri a porta e deparei-me com Isaac.

— Oie... Vim ver se não quer uma carona pra escola, acho que sua suspensão acabou não é? – murmurou dando um sorriso torto.

— Infelizmente não irei a escola hoje, Isaac. Mas amanhã, se você puder, venha me buscar... Eu prefiro motos do que ônibus lotados sabia? – disse fazendo bico por não poder passar mais um tempo com o acastanhado, mas ainda tinha trabalho a fazer.

— Bom, hoje vai ter uma revisão para a prova de amanhã... Se quiser depois da aula posso lhe trazer.

Assenti com a cabeça e dei um aceno enquanto ele voltava a sua motocicleta. Desci as escadas correndo e já com a respiração descompassada pelo esforço, peguei a espada. Observei meu cabelo negro em cascata bagunçado pela euforia e prendi-o com um elástico, num rabo de cavalo bem firme, nada deveria me atrapalhar. Tentei não demonstrar medo e afrouxei o modo como segurava a espada, trazendo-a levemente para perto do corpo para que o sentido da lâmina não fosse desviado. Avancei para o outro, mas ao ver o objeto pairar no ar, recuando o mais rápido possível.

— Wow, eu acho que tenho um talento natural para isto. Deixe-me acertá-lo, Toby. – provoquei-o, mas para minha surpresa lá estava Toby com uma perna quase tocando o chão e apontando a espada para mim.

En garde! – gritou o rapaz de modo bem assustador.

Voltei a posição normal e lancei a espada a frente, com os braços totalmente estendidos e as lâminas agora dançavam. Toby não recuou, saltou para frente e empurrou a espada rente á lateral da costela. Senti um choque e percebi que a magia que continha na espada era eletricidade. Elevei minha espada mais uma vez, se chocando com a de Toby e fazendo uma cruz acima de nossas cabeças. Tentei novamente atacá-lo, mas ele era muito bom e em uma distração minha, mergulhou sua espada que chocou-se contra a minha, segurei-a de modo frouxo e ele acabou derrubando-a e a ponta da sua espada tocou-me no tronco. Ele gritou "touché" e tracejou sua espada para o convés, sorrindo branco. Novamente senti o choque que me fez chiar.

— Você é boa nisto... Na primeira aula de Miriã, ela não conseguiu segurar a espada e quando conseguiu quase me cortou o pescoço! Mais algumas aulas e já podemos partir para o próximo assunto, seus poderes. Ah, a magia na espada, bem a potência da descarga foi mínima, mas com Thomas, iremos colocar o máximo de eletricidade possível. Aliás, se por acaso você perder a espada como hoje... Use os poderes. Esqueça todo o trato apenas coloque fogo nele. E depois recupere sua espada e execute-o. Sabe como é, ele é um mago manipulador, com apenas uma palavra pode fazer o fogo sumir... Mas ainda sim, será difícil matá-lo. Ainda acho melhor juntar-se a ele... e eu também me juntarei. E bem, você tem cheiro de hidratante de rosas, é muito bom. Até as próximas aulas, Thalia... – disse murmurando a última parte em voz baixa e rouca. Ele piscou e saiu pela porta, junto de Beth que balançava a cabeça negativamente e exclamava “finalmente, minhas bebidas”.

Segurei minha espada com firmeza e toquei-lhe a ponta. Talvez eu precisasse de uma maior... Estava decidido, eu derrotaria Thomas, a seita e quem mais viesse. Sentia-me forte, decidida e esperançosa, pois eu não iria morrer assim, eu iria vingar minha mãe. Tal pensamento, fez me sorrir, ao subir as escadas. Novamente a campainha ecoou e atendi, encontrando Isaac. Passei a tarde inteira treinando? Tudo passou tão rápido...

— Céus, ela passou uma revisão muito grande! A aula de biologia foi um tédio porque você não estava lá para me tocar... Brincadeirinha! Você não vai entender nada do que a velha de matemática passou, é melhor eu entrar e te ajudar. –disse sorrindo brincalhão.

Abri espaço para que o acastanhado entrasse. Ele sentou-se no sofá e retirou a jaqueta negra de couro, a qual pendurei no cabideiro. Peguei seu caderno e observei a capa avermelhada com seu nome escrito em letras de grafite, logo abaixo se encontrava “Lilian, Marcos, Thalia” em letras menores e de tinta dourada. Tentei conter minha curiosidade, o que foi em vão.

— Quem são Lilian e Marcos? E hum, essa Thalia sou eu mesmo não é? Você o customizou! Que legal...

— São as três pessoas mais importantes para mim. Lilian e Marcos são meus pais... E sim é você. – disse se espreguiçando calmamente. — Eu não quero me meter mais... Eu vi o carro do casal problema quando vim lhe buscar. Você não deveria andar com eles...

— Que eu saiba você não conhece-os... Eles podem ser gentis, sabia? – menti, menti pra valer, eles não eram nada legais.

— Ele eu não conheço... Mas ela, muito bem. De tempos passados... Como foi seu dia? – ele fingiu uma tosse para disfarçar o assunto.

— Conhece, senhor Isaac? Bom saber disso... O que foi, namorou ela? Provavelmente né, ela é muito bonita mesmo... Não mude de assunto! - murmurei sem sabe o que dizia, eu não tinha nada a ver se Isaac pegou Miriã ou não! Era óbvio que ele pegou várias garotas, ele era bonito, gentil, rico e tinha um sorriso de perder o fôlego. Mas sentia-me nervosa, com vontade de socar ambos. Não era um momento de sensatez, sentia uma raiva profunda, e mesmo sentindo raiva de uma coisa que aconteceu quando mal sabia que os dois existiam! Bom, poderia ser qualquer uma, mas logo Miriã? A garota que daria tudo para matá-la?

— Não namorei... Ela não é garota para isso. Foi só... curtição, eu tinha 15 anos e ela era uma colegial, só isso. – disse arqueando uma sobrancelha, mas logo deu uma gargalhada alta. — Meu Deus, dona Thalia, a garota mais difícil, rabugenta e linda que existe com ciúmes de uma vadia como Miriã? Estou me sentindo importante, sabe a pessoa só sente ciúme da outra quando esta é importante. Estou sentindo alguém me amando?

— De modo nenhum! Te amando, tremenda ilusão... Só me incomodei pelo fato de ela ser uma filha da mãe e mesmo assim você ficar com ela só porque ela é “gostosa”. Além disso, não importa, fique com quem quiser, não é como se estivéssemos namorando mesmo... – rosnei, sem saber o que fazia ou o por quê de tanta raiva que sentia.

— Como assim? É óbvio que estamos namorando. Ou precisa de um pedido oficial? Hum... dona Thalia quer um pedido com anel e tudo, ela é moça direita... Em breve eu trago um anel bem lindo, ok? Aguarde.

— NÃO É ISSO! PARA ISAAC AGORA! Não quero pedido oficial ne... – não terminei de falar pois meu pai interrompeu entrando na sala, e eu me tornei mais vermelha do que já estava, se é que fosse possível.

— Estou interrompendo alguma coisa? – Edmund disse fazendo uma careta, ele não tirava os olhos do acastanhado, como se fizesse um raio-x... ou mutilasse ele pelos olhos. Ele tinha uma face contraída, fazendo com que as rugas aumentassem tornando-o um homem velho e bravo...

Isaac sussurrou em meu ouvido: “acho que essa não é a hora de pedir a permissão não é?” e eu balancei a cabeça negativamente.

— Isaac veio trazer uma revisão para a prova de amanhã... Eu tive de faltar hoje, você sabe a razão. – murmurei aflita, mostrando o caderno e tendo certeza de que tampei meu nome com o indicador.

— Ah sim, jovem Isaac, pode ir, eu ajudarei ela no que for necessário... Sou muito inteligente e entrei pro exército, ainda guardo algumas relíquias como uma metralhadora dos anos 80. Também me formei em advocacia... – murmurou ele.

— É brincadeira dele, vou te levar até a porta. Muito obrigada viu? Te vejo amanhã! – disse levantando-me, mas papai me impediu e conduziu o acastanhado até a porta. Bufei e peguei o caderno para começar a estudar.

FIM POV’S THALIA

Enquanto Thalia levava um sermão e tinha uma conversa constrangedora com seu pai, longe dali, mais precisamente em Londres, ocorria uma agitação no palácio principal que era medonho e elegante ao mesmo tempo, num estilo gótico. A gritaria na sala de estar era muita e Joseph era o culpado por isso. Seus olhos revelavam fúria, e o seu visual de “papai noel” foi abaixo com a carranca que ele fez. Então um moreno de aproximados 18 anos, 1,82 de altura, chegou movendo-se lentamente mas com um sorriso no rosto, tornando-o meio sinistro com as olheiras que ele tinha e seu cabelo em pé.

— Joseph, descobriram a data da convenção... De acordo com nossos rastreadores já foram três jovens que deixaram Greycity e olhando os dados do aeroporto, não marcaram prazo de volta. Ainda segundo os dados, um deles é aquela coisa... você sabe, um luminoso. Senhor, o nosso sistema não mente! Não é apenas um dos nossos mexendo nos sistemas, somos vários e todos indicam a mesma coisa. Graças a mim, conseguimos pegá-los antes do voo, eles estão trancados, Alicie está vigiando-os.

— Avise os dois normais e solte-os em Greycity, mas coloque uma pulseira rastreadora em ambos... E quanto ao luminoso, faça o que quiser com ele, Logan. Só não deixe-o vivo.

— Papai, posso colocá-los naquela máquina de dar choque? Ou naquela que puxa os braços e mãos até rasgarem? – implorou o garoto que tinha apenas 15 anos, mesmo que aparentasse 18 ou mais.

— Não me chame de pai! E não, não vai usá-las para algo tão comum... Elas devem ser usadas em ocasiões especiais não com lixo... Arranque a cabeça e ateie fogo. Simples, rápido e barato. Não se esqueça de cortar na diagonal. Suma daqui! Tenho mais com que me preocupar. Vou dar kunys a algum empregado para que ele arranje um voo para antes da data. Assim, pegaremos eles de surpresa. Ligarei para Edmund para que ele se apresse, ou se não, matarei-o. – disse o velho alisando sua barba grisalha.

A seita iria chegar antes do previsto. Estariam os jovens magos prontos para a convenção? Ninguém poderia impedi-los... Logan teria uma diversão a mais. Joseph acabaria com tudo rapidamente. E então, com centenas de mortes... Tudo estaria ok? Para Edmund não.


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