Destinos escrita por DetRood


Capítulo 10
Novas Descobertas




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> Na grande casa, tia Olga que era enfermeira formada cuidava dos ferimentos dos rapazes

Na grande casa, tia Olga que era enfermeira formada cuidava dos ferimentos dos rapazes.

 - Não se preocupem, Valery está bem... Seus sinais vitais estão normais, ela só está dormindo profundamente... – Ela limpava o corte da cabeça de Dean. – Jack está lá em cima, esperando ela acordar...

Os rapazes estavam exaustos, feridos mas com a sensação de dever cumprido.

 - Hey Sammy, depois dessa eu quero umas férias! – Dean fazia uma careta de dor por causa do ferimento que a tia estava cuidando.

 - Ah meu jovem, se está fazendo careta por causa de um cortezinho desses, experimente parir nove filhos sem anestesia! – Tia Olga terminava de suturar o corte.

Enquanto isso, tio Jack aguardava ao lado da cama esperando a sobrinha acordar.

 - Pelo visto conseguimos, tio... – Sorrindo, Valery abria os olhos lentamente, a cabeça doía como nunca.

 - Minha garotinha... – Tio Jack apertava a mão machucada da sobrinha, as lágrimas brotavam.

 - Por um instante pensei que fosse perder você...

 - Ah tio... O senhor me criou, me conhece o suficiente para saber que eu não desisto assim tão fácil... – Ela tentava se ajeitar na cama com dificuldade, seu corpo todo doía.

 - O que aconteceu lá embaixo, minha querida? – Tio Jack olhava para ela de maneira séria.

 - Tio... - Ela abaixou a cabeça – Eu... Não me recordo direito... Eu... Senti algo muito estranho...

 - Estranho como?...

 - Como... Se aquela criatura tivesse alguma espécie de conexão comigo... Ele pôde enxergar coisas na minha mente, e eu pude sentir a presença dele, o poder dele...

Ela estava se sentindo confusa por causa da dor de cabeça e todo o cansaço físico e mental.

“ – Era ele, então...” – Tio Jack pensou, quase alto.

 - E num instante, num instante só, eu senti que podia controlar o poder que ele tinha... Foi isso o que fez com que conseguíssemos vencê-lo...

Tio Jack ouvia atentamente, pensando em como ele iria revelar mais informações a respeito de seu passado.

 - Mas não conseguimos acabar com ele, tio... Eu sei... Eu, eu... Sinto...

A detetive estava com os olhos marejados, se sentindo fraca, mas agora não tinha vergonha nem receio pois estava na presença de seu amado tio.

- Minha querida, apenas descanse agora...

 - Tio, o que diabos aconteceu comigo naquela noite! – Valery aumentou o tom de voz – O que mais o senhor escondeu de mim durante todo este tempo!...

Tio Jack suspirou, e decidiu de vez contar o que omitira desde que eles trouxeram aquela pequena criança para a casa deles.

Neste instante os irmãos entraram silenciosamente no quarto e escutaram toda a conversa.

***

 - Quando eu te encontrei entre os corpos de seus pais, você estava coberta de sangue... E com os ouvidos sangrando... E pediu para que eu falasse para as pessoas que estavam gritando ao seu redor que parassem, pois você não agüentava mais ouvi-las...

Todos ouviam atentos.

 - Só que, minha querida... Não havia ninguém lá...

Tio Jack olhou para os rapazes surpreso pois não tinha visto que eles entraram no quarto.

 - Pode continuar tio...

Valery sabia que depois de tudo o que aconteceu naquela caverna podia confiar plenamente nos irmãos Winchester. Até mesmo coisas sobre ela que ela não sabia até aquele momento.

 - Durante alguns dias você agiu de maneira estranha, como se pudesse ouvir coisas que as outras pessoas não conseguiam ouvir... Daí decidimos fazer uma consulta com uma grande amiga minha, sensitiva e praticante de Bruxaria Antiga, e pedi que a analisasse... E espantada, ela me disse que você era especial...

 - Especial como? – Sam intrometeu-se na conversa.

 - Ela também não sabia explicar, mas decidimos preservá-la, e ajudá-la a ser uma criança normal... Através de um ritual antigo, protegemos seu corpo e fizemos uma espécie de ‘limpeza’ em sua mente... Para que você não se recordasse do que havia acontecido naquela noite, nem sofresse por causa de suas conseqüências...

 - Isso explica porque sobrevivi a tantos acidentes!... Valery respirou fundo.

Sam concluiu que certamente a detetive era mais uma das ‘crianças especiais’ das quais sabia que o demônio tinha planos para eles...

- Só que, de alguma forma, o reencontro com esta criatura desencadeou algo que estava guardado...

Valery tentava entender o que aconteceu com ela. A forte dor de cabeça a impedia de raciocinar direito. Fechou os olhos e respirou fundo.

 - Então quer dizer que de alguma forma eu estou ligada àquela criatura! Mas como!...

Sam sentou-se ao lado dela, e resolveu partilhar o que sabia sobre isso.

 - Valery, conseguimos nos conectar mentalmente porque eu também... Tenho uma espécie de ligação com ele... Mas nem nós sabemos exatamente o que é...

Dean olhava para os dois sentados na cama, e pensava como seu destino era traiçoeiro!

Se envolver com alguém que se fosse preciso, algum dia, teria que matar...Assim como deveria fazer com o seu irmão, a mando de seu pai.

Mas sabia que isso não aconteceria, nunca. Ele sempre estaria lá, protegendo-o, zelando por ele, para que nunca acontecesse o pior.

E agora assim seria com ela, talvez.

***

Durante o fim daquela manhã e à tarde os caçadores descansavam merecidamente.

Sam refletia sobre quais eram afinal os planos do demônio para aquelas pessoas cujas habilidades psíquicas eram latentes, e por que tinha que ser assim...

Dean pensava em todos aqueles dias que passaram em Austin, e no encontro que tiveram com o demônio que levou a alma de seu pai.

Pensava também nos momentos que havia passado com a detetive, e em como ela estaria confusa diante de tantas revelações sobre seu passado e agora sobre seu futuro...

Como seu irmão passava pelo mesmo dilema, ele pensava que de alguma forma poderia ajudá-la...

“ - Mas que droga, Dean! Ela tem família, sabe se cuidar!” – Revirava-se na cama. Algo o incomodava, não sabia o quê.

Levantou-se e foi até o quarto onde Sam descansava.

Antes de entrar viu que Diana estava ao lado da cama com uma bandeja no colo, conversando com seu irmão.

 - Tome, este chá lhe fará bem... – A voz doce da moça era inconfundível.

 - Obrigado, Diana...

 - Hey, deixa o tio Jack pegar vocês que ele vai te dar uma lição, irmãozinho... – Dean entrou no quarto e sentou-se do outro lado da cama.

 - Só vim trazer um chá para seu irmão, Dean... Se quiser, também trago um para você, não há problema – Diana lançou o mesmo olhar frio que a prima possuía, e Dean concluiu que aquilo era mesmo de família...

 - Não, obrigado... Só quero saber se Valery está bem...

 - Oras, ela não está com você?  - Diana lançou um olhar preocupado – Ela não está no quarto, pensei que tivesse ido até o seu...

Dean ficou meio sem graça pelo tom de voz usado pela moça, como se ela estivesse insinuando que ele e a detetive estariam, juntos.

 - Er... Não... Eu não a vejo desde hoje cedo...

Diana se levantou rapidamente e foi procurá-la nos outros cômodos da casa.

Já era final de tarde, e as nuvens se juntavam no céu anunciando uma bela tempestade.


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