O que eu estava fazendo?? Me sentia completamente louca. Tudo estava ali, na minha frente. A verdade. Mas mesmo assim, eu não conseguia acreditar.
Estava tudo muito confuso na minha cabeça, estava tudo normal e de repente tem uma carta da minha suposta "mãe biológica" e então o suposto treinador na minha porta e eu simplesmente não posso acreditar. Onde eu estava?!
Agora a pouco, Isabel me mostrara tudo na escola de treinamento. Gostei muito da maior parte da escola, os corredores extensos, as salas de pesquisa, salas de treinamento, salas de aulas teóricas. Tudo muito novo, limpo, moderno, tecnológico, me fez até sorrir.
Só não gostei de uma parte:
Os quartos. Metade daquilo tudo era simplesmente um lixo, os dormitórios eram sujos, fedidos e escuros. Estava tudo claro e limpo, de repente Isabel abrira uma porta e simplesmente tudo virou um lixo. Teias de aranha e mormaço para todo lado e o lugar parece um pesadelo.
Estava de noite, bem tarde e eu simplesmente me sentia tonta, como se eu estivesse sonhando, como se eu tivesse que voltar pra casa. Eu estava confusa e nada fazia sentido. Mais cedo perguntei para Isabel quando eu ia conhecer minha mãe biológica e ela simplesmente disse:
– ai querida, ela é muito importante por aqui sabia? Você deve se sentir orgulhosa. Provavelmente na parte final do processo.
De repente encontro uma palavra que descreve tudo: ameaçador. Isso tudo me faz sentir pequena, como se eu não pudesse fazer nada em relação a Isabel, a Alan, a esse lugar. Nada para voltar pra casa e subitamente percebo que eu estou sendo estúpida, não posso dar tanta confiança assim para essas pessoas, isso é uma atitude completamente estúpida de uma criança para qual eu diria: queria sua mãe não te ensinou a não falar com estranhos?
Essas pessoas são desconhecidos completos, esse lugar é desconhecido completo, eu tenho que tentar manter o controle.
Deito na cama dura e fico pensando no que aconteceria amanhã. Treinamentos? Provavelmente teriam outros "alunos" certo? Uma escola de treinamento.
Recapitulo tudo mentalmente como se no dia seguinte eu fosse ter um teste muito difícil. Resolvo entrar na "brincadeira" dos guardiões por um momento, eu tinha que me situar.
Eu, Astrid, sou uma guardiã. Uma guardiã do quinto mundo por ser descendente de Peter Howard por parte de minha mãe. Estava numa escola de treinamento para guardiões e completamente sozinha. Eu tinha que encontrar um jeito de saber exatamente o que estava acontecendo e, principalmente, e sei que isso pode soar muito idiota ou parecer loucura, mas preciso ficar viva, como disse Isabel, tenho que lutar. Pelo que? Não sei. Talvez eu saiba amanhã.
Me acomodo na cama com apenas um fino acolchoado sobre a madeira dura, tento relaxar e mesmo com o mormaço, o cansaço de vence e eu simplesmente caio num sono profundo.

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