Little Hell escrita por Diana


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Olá!!!

Finalmente, hein! É meu presente de natal adiantado pra vocês kkkkk Brincadeira!
Novamente, desculpas pela demora e espero que gostem desse capítulo!

Então, como foi postado às pressas, não foi betado.. Minha beta vai puxar minha orelha por isso :P Qualquer erro, me avisem!

No mais, boa leitura!



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Capítulo 11

Annabeth foi guiando Clarisse pelas ruas da cidade. Mentalmente, ela agradeceu a outra garota por ter lhe emprestado o casaco. Fazia um frio intenso em cima da moto, e Clarisse não ajudava em nada correndo demais.

Por vezes, Annabeth se pegava apertando demais a outra e só soltava quando Clarisse grunhia alguma coisa ou parava em algum sinal. Os quinze minutos passados naquela moto foram os mais aterrorizantes de Annabeth. E quando ela não estava preocupada com o velocímetro da moto, ela estava encarando as costas de Clarisse, sentindo o perfume da outra que o vento trazia.

– Chase. – A voz grave lhe assustou e Annabeth se deu conta de que tinham estacionado na porta de sua casa. – É aqui?

– É.. É sim. – Annabeth balbuciou e Clarisse lhe ajudou a descer da moto.

Um frio cortante alcançou a loira e ela se encolheu mais ainda enquanto procurava a chave na bolsa que trazia. Clarisse apenas observava. Era estranho. Ela se sentia estranha observando Annabeth. Ali, à luz pálida dos postes, a loira parecia mais linda ainda. O vestido azul, os cabelos cacheados presos num coque, o semblante atento. A visão praticamente acalmava Clarisse.

– Obrigada pela carona. – Annabeth disse e encarou os olhos castanhos da outra. Clarisse pareceu ficar sem jeito.

– Não foi nada. – Clarisse deu de ombros e percebeu os olhos cinzentos lhe avaliando enquanto Annabeth se aproximava. A morena retesou o corpo e segurou o guidom da moto com mais força, não gostando nada do jeito que a loira a olhava. – O que foi?

Como se estivesse numa disputa interna, Annabeth parou a meio centímetro da morena, deixando o silêncio abraçá-las. O olhar inquisidor de Clarisse sobre si perdia a agressividade constante, Annabeth notou, e pareceu se decidir. Ela pousou uma mão no rosto da morena e depositou um beijo casto na bochecha da outra.

– Boa noite. – Annabeth sussurrou e mirou os olhos castanhos. Clarisse sentiu o corpo estremecer ao toque quente da loira.

– B-Boa noite. – A morena conseguiu gaguejar, odiando se sentir daquele jeito perto de Annabeth.

– Me mande uma mensagem quando chegar em casa? – A loira perguntou e, se sentindo incapaz de verbalizar qualquer coisa, Clarisse assentiu.

Annabeth se afastou e Clarisse ligou a moto. A morena lançou outro olhar à loira e se lembrou que seu agasalho continuava com ela. Clarisse ponderou em deixa-lo com ela, mas sabia que passaria frio em cima da moto sem ele.

– Chase? – Ela chamou e Annabeth notou o tom de voz um pouco mais brando. – Minha blusa.

– Ah. – Annabeth meio que ruborizou e entregou a blusa a Clarisse.

Não mais resistindo à pequena distância que se instalou entre elas, Clarisse puxou a loira para si e uniu seus lábios. Ela sabia que provavelmente não teria uma chance melhor do que aquela. No início, sentiu medo ao perceber os lábios da loira ariscos e tensos, mas a sensação passou rápido.

Pega pela surpresa, Annabeth logo se deu conta do que se passava. Timidamente, ela enlaçou o pescoço da morena enquanto as mãos de Clarisse brincavam de ir até sua cintura. A loira soltou um gemido abafado ao dar permissão à língua da wrestler. O perfume rústico de Clarisse a incitava mais do que o cheiro de maresia que vinha de Percy e Annabeth se perguntou o que estava fazendo.

A língua de Clarisse massageava a sua e buscava explorar cada canto de sua boca. A loira estava se perdendo no jeito quase doce que Clarisse a estava tratando. Talvez fosse por isso que Silena gostasse da wrestler. Mesmo aparentando ser bruta, Clarisse sabia dosar a suavidade de seus atos quando queria. Quando o ar lhe faltou, Annabeth se soltou de Clarisse com relutância. A loira ainda mantinha os olhos fechados, como se tentasse decorar cada momento daquela noite.

Annabeth estava tão entretida com Clarisse que mal notou a porta de sua casa se abrir e a voz autoritária da mãe lhe chamar. A loira se separou da outra num pulo e se virou para a mulher que as encarava com um olhar inquisidor.

– Annabeth. – A mãe lhe chamou e lançou um olhar desgostoso à Clarisse. A morena bufou e não se deixou intimidar. – Está na hora de entrar.

– Cl-claro. – A loira hesitou um pouco antes de responder. – Só estava agradecendo Clarisse por me deixar em casa. – A mulher desviou o olhar da filha para a moto e seu cenho se fechou ainda mais, mas evitou a discussão.

– Obrigada, Clarisse. – Ela disse seca e mandou Annabeth entrar com um gesto que a loira obedeceu rapidamente. – Tenha uma boa noite.

A mulher lhe ofereceu um último olhar desaprovador e entrou, acompanhando a filha. Clarisse sentiu a irritação crescer e colocou o capacete. Quanto antes saísse dali, melhor, ou ela acabaria falando ou fazendo besteira.

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A manhã despontava atrevida entre as janelas do quarto e se refletia nas paredes brancas. Uma luz pálida dançou no rosto de Reyna, lhe convidando a acordar. A mulher afasta o rosto um pouco e busca por mais espaço na cama, mas se vê barrada por um outro corpo. Reyna sente seus músculos enrijecerem e o sono ir embora rápido.

Ela esfrega os olhos e tenta se lembrar de onde estava. Uma dor de cabeça, típica daquela trazida pela bebida, ameaça lhe assolar e Reyna a ignora completamente. Ela se vira a fim de reconhecer quem dividia a cama consigo e sente seu coração bater mais rápido ao perceber que o ar do quarto parecia carregado de um perfume suave e já conhecido. Piper. A mente de Reyna gritou e ela se viu obrigada a concordar.

Reyna sentia sua agitação crescer. Como fora parar ali? Ela arriscou um olhar para o próprio corpo e só se encontrou envolta pelos lençóis finos, a única coisa que a protegia do frio parecia ser o calor que dividia com a adolescente ao seu lado. Reyna forçou a memória, a cabeça doendo com a tentativa.

Entretanto, a tentativa não se mostrou infrutífera e Reyna recebeu com um rubor no rosto as lembranças da noite anterior. Desde a briga no baile até as provocações de Piper e, finalmente, a decisão de ceder aos seus próprios desejos. Reyna se lembrou dos gemidos, das palavras, do gosto inebriante e misterioso. Se lembrou o quanto ela própria parecia precisar e apreciar a procura e luxúria com que as mãos macias lhe percorriam o corpo.

A morena suspira pesado e decide aproveitar mais daquele momento. Não havia mais muito o que se fazer. Ela estava na casa de Piper, tinha de esperar a garota acordar. Calmamente, ela volta a se aconchegar ao lado da adolescente.

A mulher sente o rosto ruborizar quando percebe Piper mais perto. Seus seios acolhiam as costas da garota e, ignorando todos os avisos que sua razão lhe dava, Reyna deixa um braço repousar na cintura esguia e a traz para mais perto. O sono e a nostalgia voltando a lhe instigar um cansaço bom. Reyna se sentia capaz de dormir por séculos.

Reyna se permite ficar um tempo mais ali. Mesmo estando em um acalorado conflito interno, ela se demora bebendo a visão nua de Piper. Era tentador, ela não podia negar. A garota tinha um semblante tranquilo e seu sono parecia leve. Reyna leva uma mão aos fios castanhos e os acaricia suavemente.

A garota não dá sinais de que acordaria tão cedo e Reyna se deixa ficar ali até mais do que acharia sensato. Mas ela sabia que falar em sensatez agora era no mínimo hipocrisia.

Um calor gostoso percorre Reyna quando ela vê Piper acordar. As orbes caleidoscópicas cheias de sono, e o corpo esguio se espreguiçando faz a morena morder o lábio inferior para reter a excitação que ameaçava crescer em seu interior.

Numa lentidão deliciosa, Piper se vira para si e apóia a cabeça num dos braços. A garota trazia um sorriso divertido e malicioso nos lábios. O silêncio começou a pesar entre elas e Piper se viu admirando os cabelos negros agora livres da trança típica que Reyna usava.

– Bom dia. – Piper sussurra e se aproxima mais.

– Bom dia. – Reyna mal reconhece a própria voz, rouca. À luz opaca que passava pelas cortinas, Piper parecia mais bela e a morena se pegou segurando a própria respiração. Ela queria que Piper tomasse a atitude de iniciar uma conversa.

Piper nota o olhar perdido e parece se dar conta da garganta seca. Ela não queria admitir, mas Reyna mexia consigo. O nível de irritação que chegava quando perto da morena contrastava com o próprio desejo que sentia ao vê-la nua e incerta, tão diferente da arrogante e altiva Reyna Arellano que conhecia.

Se sentindo incapaz de resistir, Piper fecha a distância entre elas com um beijo, surpreendendo Reyna com a atitude. A garota deixa suas línguas se convidarem a uma dança tímida e um pouco desengonçada, diferente da luxuriosa da noite anterior.

Reyna se perdia no gosto de Piper. Ela não conseguia definir a miríade de sensações que lhe assolava. Um pensamento amargo, entretanto, lhe começa a martelar. Ela se lembrou das palavras de Jason sobre Piper poder ser uma diversão e retesou o contato. Quando fixou os olhos nos bonitos de Piper, Reyna não soube o que dizer. Ela esperou, enquanto a dúvida lhe parecia cada vez mais ampla.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Encontro vocês nos reviews!
Beijos!