E juntos saíram do Salão Comunal da Grifinória. Harry tirou do seu bolso (que havia sido alterado com um feitiço indetectável de extensão) a sua capa da invisibilidade. Gina estranhou, mas, não falou nada. Seguiram em silêncio embaixo da capa até o jardim. Andaram alguns metros e quando Harry julgou seguro despir a capa, assim o fez e sinalizou que poderiam sentar na grama a luz do luar.

— Pronto, agora que estamos sozinhos pode me dizer, o que está acontecendo? – Perguntou Harry.

— Não está acontecendo nada... – respondeu Gina.

— Como não? Hoje você está muito estranha e nunca te vi falar daquele jeito com Rony.

— Não é nada...

— Gi... Por favor, me diz... Só assim vou poder te ajudar... Lembra que te falei uma vez que você pode confiar em mim e me contar tudo?

Gina apenas balançou afirmativamente a cabeça.

— E então, pode me dizer?

— Ah, Harry... É que... Não tem sido fácil estes dias...

— O quê? Fala com relação a guerra? As perdas?

— Também. Mas...

— Mas...

— Sinto como se fosse perder você...

— Mas como assim perder? Tudo já acabou.

— Não sei, é uma impressão.

— Mas pode ficar tranquila que nada nos ameaça mais.

— Eu sei...

— Gina Weasley, não me convenceu. Tem mais alguma coisa?

— Pelo visto, não consigo esconder nada de você não é?

— Não mesmo.

— Ouvi dizer, que você é o rapaz mais cobiçado do mundo bruxo agora...

Harry gargalhou e realmente ficou sem acreditar no que estava ouvindo.

— É sério isso? É isso que está te incomodando?

— Não entendi a risada.

— Ô Gi... Você sabe que é só você que eu AMO.

— Mas... Vou ter sérios problemas por conta de ter outras garotas atrás de você daqui pra frente...

— Gina, foi VOCÊ que eu escolhi pra ser minha namorada. E é com VOCÊ que quero casar futuramente. Não é possível que pense em algo que possa nos atrapalhar, depois de tudo o que passamos juntos.

— Eu sei que sou uma boba... Me perdoa?

— Não tem o que perdoar... Mas, de onde tirou um absurdo desses?

— Me mandaram uma carta que dizia que não sabe o que você viu em mim, que você pode ter uma mulher melhor do que eu...

— Não acredito que fizeram isso contigo em um momento desses? Quem fez isso?

— Não sei, é uma carta anônima.

— Isso é um absurdo! E me admira você cair em uma conversa dessas. Sempre te vi como uma garota tão forte...

— Não sei se sou tão forte assim...

— Claro que é! Agora desmancha essa cara e vamos aproveitar esse momento. Olha só que lua linda!

— Harry, me promete uma coisa?

— O que você quiser...

— Promete que... Caso algum dia você perceba que não me ama mais, você vai me dizer?

— Gina, pelas graças de Mérlin! Eu não vou terminar contigo, sério. Eu te amo! Se não for com você, não será mais ninguém. O que preciso fazer para você acreditar em mim?

— Tudo bem, tudo bem... Eu acredito. Eu também te amo meu amor.

E Gina deu-lhe um selinho e deitou sua cabeça nas pernas de Harry. Que automaticamente começou a fazer cafuné.

— Olha Gina... Sei que por conta de tudo, não estive muito presente em sua vida nos últimos anos. Mas prometo que tudo vai ser diferente daqui pra frente. Ok? E vamos ter muitos momentos como esse que estamos agora.

— Certo.

E Harry beijou Gina e ao mesmo que beijava a deitou na grama. E os dois ficaram assim por um bom tempo se beijando e curtindo o momento.

No dia seguinte...

[Salão Comunal da Grifinória]

Harry estava sentado no sofá lendo seu livro de poções.

— Harry?

— Oi Hermione.

— Conversou com a Gina?

— Sim. Agora está tudo bem.

— Que bom... Enfim, sei o que angustiava ela e bem... Nem bem chegamos ao colégio e ela ouviu coisas.

— Coisas?

— Algumas garotas dizendo que dariam em cima de você, que iriam abrir seus olhos, que não sabe o que você faz com a Gina... Essas coisas.

— Mas isso é ridículo, nunca fui cobiçado e agora acontece isso?

— Bom, sei que suas intenções com a Gina são as melhores. Mas, você precisa passar essa confiança pra ela.

— Eu entendi, conversamos sobre isso ontem.

— Bom, fico feliz que tenha entendido tudo. Enfim era isso que eu queria falar contigo.

— Poxa, que é isso... Só quero o melhor para meus amigos!

— Hã... E você e Rony?

— Estamos bem.

— Sem brigas?

— Por incrível que pareça, sem brigas. – Hermione sorriu.

— Que bom!

— Pelo visto, isso era apenas um sintoma do que estava guardado e que gritava desesperadamente no peito dos dois para sair.

Harry sorriu.

— Pois é... Fico muito feliz por vocês.

Neste momento Gina e Rony desciam as escadas.

— Bom dia meus amores. – Gritou Gina do pé da escada.

— Bom dia! - Responderam Harry e Hermione.

— Preparados para a hora da tortura? – Perguntou Rony.

— Deixa disso Rony e vamos logo, já estamos atrasados. – Cortou Hermione.

E os quatro seguiram para a sala de aula onde conheceriam o novo professor de poções. Todos se sentaram e aguardavam ansiosos quando foram surpreendidos pela entrada dele.

— Bom dia alunos! – Falou um senhor bonito, moreno, alto e musculoso ao entrar na sala. Que fez algumas alunas suspirarem quando passou.

— Bom dia professor! – responderam todos.

— Bom, meu nome é Antônio Norrells. Serei seu novo professor de poções este ano. É um prazer conhece-los e ter figuras tão ilustres em minha sala. – falou olhando para os quatro amigos. – Enfim, este ano aprenderemos muitas coisas. Mas hoje, quero começar com algo leve. Então, abram seus livros na página dez.

— Poção Estimulante? – Questionou Hermione.

No livro mostrava a poção e seus ingrediente:

Botão de prata

Aliquente

Descurainia

Lona

Romã

— Sim, senhorita... Granger. É um prazer conhecê-la, já ouvi falar muito bem da senhorita diversas vezes. – Este comentário deixou Hermione corada e as orelhas de Rony extremamente vermelhas. – Bom... hoje aprenderemos a Poção Estimulante. Alguém sabe para que ela serve?

Hermione levantou a mão (como sempre) e o professor permitiu que ela falasse.

— É uma poção que anima a pessoa, fazendo com que ela tenha vontade de realizar coisas.

— Muito bem senhorita Granger, 10 pontos para a Grifinória!

— Agora quero que peguem todos os ingredientes e sigam as instruções que irei colocar no quadro.

E todos acompanharam a aula do professor Antônio. Ao final guardaram seus pertences e saíram da sala.

— Muito boa a aula desse professor. O que acharam garotos? – Perguntou Gina no meio do corredor.

— Não gostei dele não. Me lembrou o jeito pomposo de Gilderoy Lockhart.

— Que exagero Rony! – Disse Hermione.

— Claro que iria defendê-lo ele até deu uma leve paquerada em você.

— Para com isso Ronald. Ele só fez um comentário!

— Não sei não, achei ele muito assanhado.

Hermione revirou os olhos.

— Acho que vou ter que mostrar pra ele que você já tem namorado.

— Que besteira Ron!

— Se não se lembra, não éramos para estar mais no colégio. Então, não seria nada estranho se você tivesse algo com um professor de Hogwarts.

— Acontece, que não estou interessada nele por três motivos. Primeiro, sou aluna e ele professor, segundo, eu já tenho um namorado que é VOCÊ e terceiro, ele não me atraiu de nenhuma forma.

— Bom, nunca se sabe...

— Olha Rony, pára com isso. Qual aula teremos agora? – Cortou Harry.

— História da Magia. – Disse Gina.

— Perfeito! Vamos, porque mais tarde ainda teremos teste de Quadribol. – Disse Harry.

— Não tem teste, você irá voltar para seu posto de apanhador. – Disse Gina.

— De forma alguma. Saí e tenho que fazer teste como qualquer outro aluno.

— Olha Harry, todos nós do time já decidimos isso. O posto de apanhador é seu e o de goleiro volta a ser o do Rony.

— Legal. – disse Rony.

— Não pode ser assim Gi. – retrucou Harry.

— Mas, assim será. – Disse finalizando.

Hermione apenas ria da situação.

— E a senhorita, não pense que estará de fora dessa viu? – Disse Rony e Hermione.

— O quê? Nunca me verão no time de Quadribol.

— No time, talvez não. Mas, voando em vassoura sim. – disse Rony.

— Não entendi. Qual parte de: não estou no time de Quadribol você não entendeu.

— E qual a parte de: vou cumprir einha promessa de colocá-la em cima de uma vassoura você não se recorda?

— Não vai insistir nisso ainda...

— Claro que vou. O nosso encontro com a equipe é apenas no final da tarde então prepare-se porque depois do almoço iremos voar.

— Tem alguma chance de conseguir escapar?

— Nenhuma. – disse Rony.

Hermione fez uma cara de desespero que despertou a risada de Harry e Gina.

Eles tiveram aula de História da Magia e finalizaram assim as aulas no período da manhã. Almoçaram no Grande Salão junto a todos os outros e em seguida Rony e Hermione foram para a parte externa do castelo enquanto aguardavam Harry e Gina trazerem as vassouras.

— Preparada?

— Rony, por Mérlin. Deixa pelo menos fazer a digestão.

— Certo. Mas, está me enrolando...

— Ron... Você sabe que odeio voar...

— Nem vamos voar tão alto. Eu prometo.

— Tá bom... Não adianta pedir não é?

— Não mesmo. – disse cruzando os braços e sorrindo.

— Não consigo dizer não a você quando faz essa cara.

E Rony deu-lhe um selinho.

— Hã! Hã! – Pigarreou Harry. – Preparados?

— Não! – disse Hermione.

— Sim! – disse Rony e Gina.

— Então vamos.

E foram para o campo de Quadribol.

— Ron, melhor ficar aqui...

— Mione, você vai ver. Não vou te deixar cair.

— Rony, deixa ela ver como a gente faz e depois ela vai. – Interrompeu Gina.

Gina e Harry subiram na vassoura e levantaram voo bem devagar.

— Não sei como fazem isso. – Disse Hermione.

— Olha, volto já. Vou ali buscar uma coisa. – Disse Rony.

— Vai me deixar aqui sozinha? – Perguntou Hermione.

— Espera, sei de uma coisa que vai ajudar. – E saiu em direção ao castelo.

— Podem ir, vou esperar ele aqui.

— Tudo bem. Vamos Harry?

— Ok. Vamos. Até daqui Hermione. – e levantou voo.

Hermione ainda ouviu um: “te esperamos aqui em cima”.

Gina e Harry agora voavam lado a lado e brincavam no ar com as vassouras, tentavam tocar as mãos, mandavam beijos um pro outro. Uma cena bastante bonita de ver entre dois namorados. Algo jamais visto em duas pessoas montadas em uma vassoura de Quadribol. Agora Rony voltava com um frasco nas mãos. E Hermione ficava curiosa.

— O que é isso?

— Beba!

— Mas o que é isso?

— Beba!

— Ronald Weasley não vou beber até que me diga.

— Poção Estimulante, beba!

— Não vou beber isso.

— Vamos Mione, vai ajudar...

— Como conseguiu isso?

— Peguei ué?

— Escondido?

— Pedi ao professor... Lógico que não né? Claro que foi escondido.

— Agora não bebo mesmo...

— Por favor Mione, você não imagina o trabalho que deu pra conseguir.

— Vou beber, porque sei que se eu não subir nessa vassoura hoje não vou ter sossego e sem isso também não conseguirei – E desatarraxou a rolha do frasco e virou o líquido de uma só vez.

Rony ficou surpreso mas, feliz. E perguntou:

— E então? Como se sente?

— Leve... Confiante... Corajosa... É estranho.

— Bom... E agora, vamos?

Hermione suspirou e respondeu:

— Vamos!

Rony pegou a vassoura sentou e ofereceu a “garupa” para Hermione. Ela sentou e segurou firme sua cintura.

— Bom, primeira instrução. Vou levantar voo e ficaremos a apenas um metro do chão. Ok?

— Ok.

— Vou andar em linha reta e depois farei um curva para a direita. O seu corpo terá que acompanhar o movimento que eu fizer. Entendeu?

— Sim.

— Certo. Não preciso pedir que segure minha cintura não é?

— Óbvio que não.

— Ok. Mas sei que está se aproveitando da situação hein!?

Nem deu tempo de Hermione responder que já estava no ar.

— Aiiii!

— Que foi?

— Que susto! Precisava ser tão rápido. – Dizia Hermione socando as costas de Rony.

— Se fizer isso, vamos cair...

— Já parei... Já parei – Dizia uma apavorada Hermione.

— Acho que a poção não fez efeito...

— Claro que fez... Se não estivesse funcionando nem estaria aqui!

— Ok, vamos em linha reta e depois a esquerda.

E Rony voou vinte metros à frente e virou à direita. Pôde sentir Hermione pressionar junto a seu corpo e também acompanhar seu movimento.

— E então?

— Assustador, mas, consegui. Pronto?

— Claro que não. Esse foi o primeiro movimento.

— Vem logo pra cá Hermione! – Gritava Gina.

Hermione apenas estirou a língua.

— Você me paga ruiva! – Brincou Hermione.

Gina apenas mandou um beijos no ar.

— Ei, presta atenção. Vamos repetir o exercício anterior, mas... Agora vamos voar pra direita e pra esquerda.

— Ok...

E seguiram voo, Rony seguiu em frente, virou a direita, mas, quando virou a esquerda Hermione se desequilibrou e quase cai da vassoura. Mas, os reflexos de goleiro de Rony ajudaram a segurá-la.

— Opa! Tudo bem?

— Sim. Ufa! Bom, vamos subir?

— O quê? Quer mesmo subir?

— Quero.

— Ok. Vamos devagar.

A medida que Rony subia Harry e Gina aplaudiam a coragem de Hermione.

— Aê Mione! – gritava Gina.

— E os quatro voavam vagarosamente pelo céu de Hogwarts. Até que depois de um voo de aproximadamente vinte minutos as três vassouras retornaram ao solo.

— Poxa, Mione parabéns! – disse Harry.

— Que coragem! – completou Gina.

— Obrigada gente. Olha, acho que vou querer repetir.

— Não sei não... Deixa o efeito da poção passar e aí você diz se realmente vai querer repetir a dose.

O comentário de Rony arrancou gargalhadas dos três amigos.

Mesmo assim, Hermione ainda deu um voo baixo já sem a companhia do namorado.

Logo após, retornaram para o interior do castelo. Pois só no final da tarde os três se juntariam ao time.