Intrínseco escrita por Ilana Sodré
"Meus silêncios "
No fim,
Quando os males são passageiros,
Ele vem.
Quando nada mais se quer ouvir,
Ele vem.
E em fim,
É o fim.
É um barulho sem tamanho.
É um zunido que maltrata.
É a solidão mandando lembrança
E dizendo: eu estou em casa!
A ausência se espalha.
Se torna falta
Que se transforma em vazio
E eu me inundo nele
O silêncio acalma
Enobrece a alma
Empobrece o medo
E descansa o ser
E eu
No meio da rua
Me sinto nua
Sem você
No meio de tanta gente
Sozinha no mundo
Cercada de anjos
E monstros noturnos
Ouço os gritos
Que machucam os ouvidos
Pedidos de liberdade
Marcados pela saudade
E, hora ou outra
Deixo-me ouvir
Na balburdia da individualidade
Sei que não sou aqui
O silêncio me cala
Me amordaça, me violenta
Choro aprisionada no vazio frio
Que me sustenta
A boca atenta, tenta
Os lábios ágeis abrem
A língua enrola e chora
A fala cala, irada
Esperando poder ser
E em menos de um segundo,
Num baque surdo e mudo
Eu descubro no meu mundo
Que silêncio é você.
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