School Days escrita por Ryro


Capítulo 3
Capítulo 3- Ainda é o segundo dia




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O resto do uniforme já havia chegado,junto com a hora do jantar,a irmã de Christie,Natasha,nos levou ao refeitório onde havia centenas de mesas,cada uma com o nome do quarto. Se algum aluno (a) resolvesse sentar na mesa que não fosse do seu quarto,receberia uma punição.

As punições variavam de lavar os pratos após durante um certo tempo,fazer redações ou baterias de exercícios,cortar a grama dos campos,limpar a sala do diretor,encerar o chão,varrer folhas,organizar papeladas,dentre muitas outras coisas...

Apesar de sua incrível cara de puta e safada (igual a da irmã),Natasha parecia entender bastante sobre o colégio. Ela nos explicou que amanhã teríamos que ir a secretária pegar nossos horários de aulas. Só teríamos aulas daqui dois dias,depois de amanhã haveria um teste para o coral da escola. Nos avisou para ficarmos longe das "Três Vadias",que no caso foram as três garotas que invadiram nosso quarto.

–-- E claro,não se esqueçam de nem olhar para o namoradinho de Clarie. Ela morre de ciúmes daquele garoto,deve ser porque ano passado ela namorava com um universitário aí,ele adorava por um par de chifres nela... O namorado mudou,mas os chifres continuam surgindo... --- Ela fez uma pausa,parou em frente à uma mesa com oito cadeiras metálicas.--- Bom,essa aqui é a mesa de vocês,ali vocês pegam os pratos e serão servidos.--- Natasha apontou para um lugar cheio de pratos,com duas senhoras rechonchudas servindo o jantar.--- Aliás,vejo vocês às 23:30,para seus rituais de iniciação.--- Ela deu um sorriso e saiu rebolando em direção a uma mesa distante da nossa.

Uma sensação de medo surgiu em mim quando pensei nesse tal ritual,principalmente porque o toque de recolher era 22:00,depois disso não era permitido nenhum aluno fora de seu quarto,e eu não estava nem um pouco afim de fazer serviços obrigatórios no meu segundo dia de aula.

Após jantarmos macarrão com almôndegas e pudim de sobremesa,voltamos ao quarto e falamos sobre esse ritual de iniciação. Todas fomos para cima de Christie,mas ela disse que não sabia de nada e que a irmã negou falar sobre esse ritual.

Na opinião dela seria uma espécie de festa do pijama. Anne disse que elas deveriam estar nos zoando. Tiffany e Angella concordaram que era algum ritual satânico ou de bruxaria. Samantha achava que seria uma festinha particular regada de bebida,garotos fortões e drogas. Amber e Natallye disseram que provavelmente iríamos receber algo simbólico. Eu só esperava não ser morta e nem receber algum castigo no dia seguinte.

O tempo demorou a passar,mas finalmente chegaram as 23:30. Chequei pela janela,toda a escola estava em completo silêncio e escuridão,era aterrorizante assim. Todas as garotas já tinham vestido seus pijamas,caso ocorresse como Anne falou. Começamos a cochichar sobre talvez elas não virem mesmo.

23:35,já tínhamos chegado à conclusão que Anne estava certa. Quando estávamos nos preparando para nos enrolarmos nos cobertores e dormirmos,alguém fala:

–-- Já indo dormir,garotas,mas e nosso ritual?

Era a voz de Natasha. O quarto estava em completa escuridão,não dava para enxergar nada.

Natasha começa a sussurrar:

–--Vamos meninas,se levantem,logo logo os guardas soltarão os cachorros,isso irá dificultar muito as coisas. Pisem com o calcanhar,dessa forma a madeira não range.

Pelo visto todas as garotas resolveram não relutar e se levantaram da cama e seguimos apenas o reflexo branco da camiseta de Natasha. Pisando da forma que ela nos tinha ensinado,fomos parar até a entrada do dormitório.

–-- Se eles pegarem a gente aqui vã...--- Começou a sussurrar Natallye.

–-- Se,falou certo,se. --- Sussurrou Natasha.

Natasha fez um gesto para seguirmos ela,ela seguiu andando até a estradinha que dava para o estacionamento,a capela e a saída. Só quando senti a terra arenosa aos meus pés,me dei conta que estava descalça,agora não tinha volta.

Paramos em frente a capela,que estava horripilante. Te juro, estar em frente a uma capela enorme feita de pedra,em um lugar escuro cheio de árvores,é a pior c0isa do mundo.

Natasha deu uma volta na igreja e foi parar aos fundos dela,onde tinha uma porta com alçapão,como um porão. Ela abriu aquela porta. É agora que morro.

Ao contrário de velas pretas,um bode sem cabeça e pentagramas,encontramos 7 garotas com garrafas de vodka na mã0,papéis,música de clube de striptease e outras coisas estranhas.

–-- Sejam bem vindas!!--- Disse uma garota com um roupão de tigre.

–-- Garotas,essa é Janne.--- Disse Natasha.

Após sermos todas apresentadas umas às outras,uma garota morena chamada Leslie começou a explicar o que era “O Ritual”.

–-- Todo ano,um grupo de garotas do 3° ano,escolhe outro grupo de garotas,e meio que apadrinhamos elas.

–-- Isso acontece em toda a escola?--- Perguntei,meio tímida.

–-- Não. --- Respondeu rapidamente Lydia,a garota do roupão. --- E vocês não podem contar isso para ninguém.--- Disse em um tom ameaçador.

–-- Ninguém. --- Reforçou uma garota baixinha chamada Abigail.

–-- E claro,cada uma apadrinhará uma garota,e isso ocorrerá agora.

Lydia veio em minha direção rapidamente e disse que ficaria comigo, as outras garotas foram escolhidas logo depois. Após sermos escolhidas,nossas madrinhas nos davam algum amuleto que elas mesmas tinham feito,para que “nos desse sorte pela vida”. Ganhei um colar com um círculo redondo de madeira,com um “H” talhado,de Lydia.

Após toda essa cerimônia,as gar0tas começaram a conversar sobre assuntos aleatórios que não têm tanta importância. Era quase 01:00 quando Abigail distribuiu copos descartáveis para todas as garotas.

–-- Para que é isso?--- Perguntei.

Minha pergunta foi respondida quando ela encheu meu copo de vodka.

–-- Mas... Eu tenho 14 anos,eu não posso beber,e...E... Se alguém soubesse... --- Amber começou a gaguejar.

–-- E... Nada,apenas beba esse copo. Faz parte do ritual.--- Disse Hanna,uma garota que não tinha se pronunciado muito,até agora.

Eu estava pensando em colocar na boca e depois jogar fora,se não fosse o olhar atento de Lydia...

Senti minha garganta queimando, vi meu copo ser enchido novamente. Acho que eu já estava bêbada.

6:30 acordei morrendo de dor de cabeça,não me lembrava nada da noite anterior,apenas uns flashs que vinham em minha memória,mas eram passageiros. Minha calça do pijama que era azul claro,estava toda suja de terra e minha camiseta branca,estava com cheiro de álcool e espere... UMA MANCHA DE SANGUE!!

Tirei minha blusa para examinar e encontrei um corte de uns 7cm próximo ao meu ombro. Acordei as garotas e perguntei o que eu faria.

–-- Você tem que ir na enfermaria.--- Disse Christie

–-- Não,não!! Se ela for na enfermaria vão perguntar o que aconteceu.--- Disse Anne.

–-- Vão nos descobrir,vamos saber que bebemos e aí...--- Tiffany começou a falar e chorar.

–-- Olha,vamos fazer assim,vamos esperar para ver o que acontece com o machucado. Agora temos que descer,tomar nossos banhos e pegar nossos horários na secretaria.--- Disse Anne calmamente.

Depois dessa pequena conversa,todas concordaram em não falarem nada,até eu,que achava que estava próxima da morte.

Todas pegamos nossos uniformes,toalhas e seja lá o que fossemos usar para tomar banho e descemos enfileiradas até o banheiro. Graças a Deus, o banheiro tinha as cabines dos chuveiros fechadas,então ninguém veria meu machudado.

Até agora eu não estava sentindo nada,até eu ter molhado meu braço... A dor foi tanta que fiquei com vontade de me jogar no chão e começar à gritar,mas aguentei firmemente,mesmo que por dentro eu estivesse louca para ir correndo para a enfermaria.

Depois de pegar meus horários,fui procurar saber onde seriam feitos os testes para o coral. Eram no auditório,onde cheguei meio atrasada,já que fui a última da fila. Após 40 minutos olhando para frente,resolvi olhar para trás e dei de cara com um menino inexplicavelmente,lindo. Ele tinha os cabelos ondulados e dourados,e olhos azuis turquesa.

–-- Fila grande,não?--- Disse ele.

–-- Ahn... Aham.--- Eu respondi meio sonsa.

Ele era daquelas pessoas tão bonitas que acabam nos deixando sem jeito de até passar perto delas.

–-- Eu não sei ao certo porque temos um coral,talvez seja para manter o visual antiquado...--- Ele disse meio pensativo.

–-- Ou só para ter esse trabalho todo... --- Eu disse,ainda tímida.

–-- Ahhh,desculpe meus maus modos,meu nome é Simon,Simon Hanstings.--- Ele estendeu a mão.

De repente tudo parou e eu me dei conta que eu estava conversando com o irmão de Clarie,Simon...

–-- Ahn,Megan Mitchel-Adams.

–-- Então, você é de que ala?

Ele estava puxando assunto comigo,meu Deus,por quê?

–-- Marshal...9,e você?

–-- Fields 56... Bem,agora é sua vez.--- Ele disse,apontando para a porta.

–-- É... Sim...

–-- Foi bom te conhecer Megan,espero te ver por aí.

Eu não consegui dizer nada,então tentei sorrir da forma menos estranha possível para Simon.

Subi ao palco,uma senhora de cabelos ruivos cacheados,meio gorda e vestida com roupas de hippie pediu para que eu cantasse “Aleluia”,junto a ela estava um senhor magro e sério,com um bigode branco enorme.

Após ter cantado,ela ficou de pé e começou a me aplaudir,com vários vivas,o senhor ao lado dela balançou a cabeça e gritou “OK,PRÓXIMO”.

Fui para meu quarto,em dúvida se eu tinha passado ou não do teste. Mesmo que o coral fosse uma coisa muito cafona,eu queria ao menos ter uma pequena participaçãozinha nas comemorações da escola...

16:00 seria o teste para os times da escola,ninguém era obrigado a fazer,como o coral,mas vi que muitos alunos e alunas haviam se interessado. Para as meninas não tinham muitos esportes, natação,vôlei,atletismo e futebol. Resolvi fazer um teste para vôlei.

O teste foi bem,mas no fim dele tive que ir correndo encontrar as meninas e saber o que fazer.

Por uma votação (sério mesmo?) de 5 à 4,fui levada à enfermaria,eu deveria dizer que estava andando distraída e bati em uma árvore.

Fui atendida por uma enfermeira de uns 66 anos,com um sorriso doce no rosto.

–-- Vocês jovens deviam prestar mais atenção por onde andam....--- Ela disse enquanto enfaixava meu braço.

Fiquei mais tranquila quando ela disse para ir lá durante 6 dias após o jantar trocar o curativo. Ela me deu uma pomada para passar no machucado e me mandou ir dormir.

É,parecia uma eternidade que eu já estudava nesse lugar,eu até fiquei feliz, até me lembrar que era apenas o segundo dia na escola.


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