Crônicas de uma Vida Ninja escrita por Lindsay Mistam


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o primeiro capítulo da história. Espero que gostem. Boa leitura!



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Capítulo 1 

A Guerra termina. A Aliança Shinobi consegue derrotar Madara, trazendo finalmente a paz ao mundo ninja. Tudo estava em perfeita harmonia.

Naruto acordara mais cedo do que de costume aquela manhã. Abriu os olhos preguiçosamente e passou as mãos pela cabeleira loira em uma tentativa inútil de retirá-la dos olhos. Estava mais feliz do que nunca, afinal conseguira alcançar o sonho de seu pai, mestre e irmão discípulo, que sonharam que um dia houvesse a época em que todos poderiam entender uns aos outros. Uma época em que não houvesse guerra. Uma época de companheirismo.

Observava o Monte Hokage de seu quarto, mais precisamente, o rosto de seu pai, Yondaime Hokage. Deitado em sua cama, enquanto admirava a paisagem e o lindo céu azul, característica marcante daquele belo dia, pensava em tudo que tinha acontecido em sua vida; em como conseguira acabar com a guerra, salvando a todos os seus amigos, derrotando Madara e Obito, que havia se sacrificado usando o Rinne Tensei*(Jutsu no qual o portador do rinnegan pode reinfundir energia de nova força de vida para os corpos daqueles que morreram),revivendo aqueles que foram mortos na guerra, o que ocasionou sua morte. Uma forma de se redimir por tudo que causou.

Apesar das mudanças, aquilo não era o que Uzumaki Naruto esperava. Aquela não era a verdadeira paz pela qual almejava. Infelizmente nem tudo estava perfeito. Seu irmão, companheiro de time, que vivera grandes aventuras e momentos importantes como membro do time 7, ainda não estava de volta. Falhara em libertá-lo do sentimento de vingança, em libertá-lo do ódio e principalmente em cumprir a sua promessa feita a sua amada companheira de time, que, mesmo depois de tantos anos, nunca conseguiu esquecer a forma que ela implorou para que trouxesse seu companheiro e grande amor de volta a vila.

Mesmo que doa, não poderia deixar de atender o pedido de sua irmã, companheira de todos os momentos, que, apesar de não vê-la da mesma forma que a via na época em que fizera a promessa a ela, de trazer Uchiha Sasuke de volta a vila, não podia deixar seu companheiro viver nas trevas. Assim como Haruno Sakura viver com culpa em sua vida. A culpa de ter falhado em convencê-lo no dia de sua fuga, no momento em que tomara aquela decisão que mudaria a sua vida. Não, não deixaria que as coisas continuassem assim. Daria um jeito naquilo, cumpriria a sua promessa.

Absorto eu seus pensamentos, Naruto tomou sua decisão. Falaria com Tsunade o quanto antes para pô-la em prática. Afastou tais pensamentos, ao perceber a presença de um ANBU na janela de seu quarto, lhe informando que a Hokage solicitava a sua presença em seu escritório. Acenou respondendo um “Hai”, levantando-se rapidamente. O ANBU havia sumido em uma nuvem de fumaça.

Olhou novamente pela janela, uma forte ventania bagunçou ainda mais seus cabelos rebeldes. O loiro teve um mau pressentimento sobre seus pensamentos anteriores. Seria mesmo o melhor a se fazer? Levantou-se rapidamente de sua cama, indo em direção ao banheiro. Tomou um banho rápido, logo depois fazendo a sua higiene matinal. Preparou rámen para seu café-da-manhã, consumindo-o logo em seguida, claro, depois de 3 minutos. Desceu apressado as escadas, e depois de algum tempo, já estava caminhando em direção ao prédio Hokage. Não sabia o que poderia acontecer, apenas precisava disso. Era o que importava no momento.

(...)

Sakura caminhava pela vila depois de sair do hospital do qual passara a noite de plantão. Depois de seu ótimo desenvolvimento e ajuda na Guerra, Tsunade a promoveu como capitã do hospital de Konoha e, assim como Naruto, um dos novos sennins da Folha. Havia adorado, é claro, mas sentia-se incompleta, como se nada realmente fizesse sentido em sua vida sem ele.

Onde estaria afinal? Durante a Guerra, surpreendeu-se com a ajuda repentina de Sasuke na batalha contra Madara. Tal fato reascendeu um sentimento que há muito tentara sufocar.

Inútil.

A cada dia que passava, sentia esse sentimento ainda mais forte, o que a machucava. Machucava saber que esse amor é algo platônico, que jamais iria acontecer, ou que, apesar das circunstâncias, insistia em manter a tola esperança de um dia ser correspondida. Odiava a si mesma por nutrir tal sentimento.

Por que tinha que passar por tudo aquilo novamente? Sasuke não havia mudado de ideia sobre a vingança? Por que então não voltou para a Vila?

Milhões de pensamentos e perguntas rondavam por sua mente, mas, por mais que se torturasse com tais lembranças em uma tentativa falha de conseguir respostas para seus questionamentos, nunca conseguiria entender o que se passava na mente de Sasuke. Ou melhor, no fundo, realmente sabia, mas negava a si mesma e insistia na ideia de que um dia voltaria, que um dia pudesse dizer “eu te amo” e ser retribuída, que pudessem ambos ser o sustento que precisavam.

Balançou a cabeça tentando esquecer, pelo menos por enquanto, os problemas e seguir para sua casa para que pudesse descansar depois de um exaustivo plantão no hospital. Bem ao longe, surpreendeu-se ao reconhecer quem vinha em sua direção. Aquele loiro inconfundível, com sorriso contagiante, capaz de eliminar a tristeza de qualquer um. Companheiro de todos os momentos, aquele que tem sido seu ombro-amigo nas horas difíceis, que, mesmo que esteja destruído por dentro, mostra seu melhor sorriso de forma que elimine a tristeza alheia. Esquecendo-se de si próprio para ajudar quem quer que seja. Esse é Uzumaki Naruto. Estranhou ao notar o olhar pensativo e feição fechada, o que não era comum de sua personalidade. O que acontecera afinal?

Naruto que, até então, não havia notado a presença de Sakura, também se surpreende com sua aparição repentina. Para tentar esconder aquilo que perdurava em sua cabeça, Naruto abre um grande sorriso que, embora pareça realmente feliz, não passou despercebido por Sakura. Seus olhos escondiam angústia e sofrimento, recheados de culpa. Sakura encolheu os ombros ao notar o estado de seu companheiro de time.

—Yo, Naruto! Como vai o Grande Herói do Mundo Ninja? – Sakura sorria sapeca, dando ênfase ao título, orgulhosa da posição do loiro. Quem diria que o mais idiota da academia evoluiria tanto?

— Não me chame assim, Sakura-chan. Sou apenas Uzumaki Naruto, só fiz meu dever como ninja da folha. Hahaha. – Naruto disse risonho e meio envergonhado com o comentário da rosada. A mesma retribuiu sorrindo novamente. O sorriso de ambos morreu, com a seguinte fala: – Embora não tenha sido o suficiente para trazê-lo de volta.

Os dois agora encontravam-se com uma expressão melancólica, relembrando os momento do time 7, quando ainda completo. Sakura entendeu o motivo de seu estado ao se esbarrarem no caminho.

— Não se preocupe Naruto, sei que um dia poderemos sorrir juntos com o time sete reunido novamente. – Sakura tentou consolá-lo, apesar de ser ela quem precisava de consolo.

— Está tudo bem, Sakura-chan. Eu ainda não desisti da minha promessa. – Sakura que até então mantinha a expressão sofrida, assustou-se com a mudança repentina de humor do Uzumaki. Apesar de tentar manter a expressão forte, escondendo todos os seus verdadeiros sentimentos, era óbvio que nada estava bem, mas, involuntariamente, torceu para que tudo ficasse bem.

— Trarei o Sasuke de volta. Não voltarei atrás com minhas palavras, esse é meu jeito ninja. – Naruto disfarçou dando um de seus melhores sorrisos. Sakura não queria estragar o momento e trazer à tona o sentimento de angustia e sofrimento novamente e contentou-se em acreditar em suas palavras.

— Arigatou, Naruto. – Sakura, apesar de sua personalidade forte e durona para com Naruto, sempre adorou as atitudes do loiro de sempre apoiá-la em tudo que precisava. Realmente um verdadeiro amigo, um irmão.

— Hãn? – Naruto estranhara o agradecimento de Sakura. Pelo que agradecia?

— Ah! É mesmo, queria te perguntar. O que faz acordado assim tão cedo Naruto? – Sakura não entendeu ao encontrar Naruto naquele horário da manhã, já que não era de seu feitio.

— Bem, a oba-chan mandou me chamar até sua sala, então acordei mais cedo que de costume. Mas e você, Sakura? Não sabia que você acordava assim tão cedo. É para treinamento?

— Não, Naruto. Na verdade, nem dormi essa noite, estava de plantão no hospital.

— Entendo. Bem, terei de ir ou a baa-chan irá me dar uma bronca daquelas. – Sakura riu com o comentário. Realmente certas coisas nunca mudavam.

— Certo, Naruto. Desculpe tomar seu tempo. Já vou indo, preciso realmente descansar.

— Você nunca incomoda, Sakura-chan. Já vou indo. Já né! – Disse Naruto já caminhando até o escritório da Hokage, deixando uma Sakura pensativa para trás.

A Haruno então observou Naruto se afastando de seu campo de visão e muito confusa pensando:"Mas, afinal, o que está acontecendo? Aquele não parecia o Naruto de sempre...” Deixando de lados suas dúvidas, Sakura caminha em direção a sua casa, onde descansaria depois de um árduo dia de trabalho.

Afinal, ninguém era mais como sempre.

(...)

Hinata caminhava com Kiba até o campo de treinamento, o que já era costume todas as manhãs. Kiba sempre foi muito protetor em relação à Hinata. Odiava o fato dela ter se apaixonado por Naruto, um idiota, para Kiba. Ria internamente ao imaginar que Kiba achasse que ela e Naruto possam ter algo. Ela entende que ele só quer protegê-la, mas também não precisava ficar assim, tão irritado, afinal Naruto não a via dessa maneira como ele pensava. Ela era apenas uma amiga para ele, que não faria a menor diferença em sua vida. Jamais a amaria. Ele apenas tinha olhos para Sakura e para mais ninguém.

Doía, doía pensar nisso, assim tão claramente, mas infelizmente, era a dura verdade e teria que se conformar com isso.

No caminho os dois haviam se encontrado com Naruto, que não conversou muito, já que teve de se dirigir imediatamente ao escritório da Hokage, de acordo com ele. A forma que Hinata olhava Naruto irritava profundamente Kiba. Não queria vê-la sofrer por aquele idiota.

Hinata, que durante todo o percurso encontrava-se calada, resolveu então se pronunciar:

— Kiba-kun... Não precisa ficar com tanta raiva. Está tudo bem. Não é nada do que está pensando.

— Hinata! Você não entende, não entende que eu só quero protegê-la? Não quero que crie falsas esperanças com o Naruto. Tudo para ele é a Sakura e você sabe disso! Ele nunca teria olhos para você! - Kiba, que também estava calado, finalmente respondeu a Hinata, gritando e esbravejando. Ao perceber a reação do amigo, Hinata arrependeu-se do que acabara de fazer.

Estava de cabeça baixa, ouvindo todas aquelas verdades que, embora ela já soubesse de tudo aquilo, era duro para ela, era difícil ouvir todas aquelas verdades sendo jogadas na sua cara daquela maneira.

O que poderia fazer afinal?

O amava e sempre o amaria. Faria de tudo para que ele a enxergasse e sentisse o mesmo por ela um dia. Achava-se ingênua por imaginar algo que, aparentemente, seria impossível de acontecer, mas não podia evitar sentir.

Será que um dia ele se apaixonaria por ela? Será que um dia ela poderia ser correspondida em seus sentimentos?

Não sabia. Desde a luta contra Pain, quando declarou-se para Naruto, ele nunca havia lhe procurado para dizer se sentia o mesmo ou como a via. Fato este que desanimou ainda mais a garota. Não importasse os riscos e pressentimentos de que no fim só sairia ainda mais machucada, não se importava. Decidira que se mostraria forte a Naruto, que não ficaria mais para trás. Nada mais importava no momento. Tanto as repreensões de seu pai por ser a herdeira do Clã Hyuuga ou de seu companheiro de time, Kiba. Ela tinha o direito de ser feliz, de escolher. Apenas não queria continuar ouvir todas as repreensões de Kiba e deixá-lo decidir em seu lugar a decisão que ela própria deveria tomar.

Hinata havia mudado. Continuava a garota meiga e boa de sempre, mas não desmaiava toda vez que encontrava o amor da sua vida na sua frente. Prometera a si mesma que seria forte, que evoluiria por ele.

Ao perceber a expressão da garota, Kiba repreendeu-se ainda mais por ter dito aquilo a ela. Como conseguiria colocar em sua cabeça o quanto sairia machucada no fim de tudo? Ou como poderia expressar o sentimento que cada vez crescia mais em peito pela morena?

— De-Desculpe, Hinata! E-Eu não queria ter dito isso... Eu só-... - O Inuzuka estava tentando se desculpar pelas verdades ditas, mas foi interrompido pela morena.

— L-lie, Kiba-kun! Eu sei que você está falando a verdade. S-só é difícil... Difícil ouvir...! - Disse ela, tentando disfarçar o choro e mostrando um sorriso forçado a Kiba.

— Hinata, eu...

— Só não admito que fale mal dele na minha frente! – Hinata disse com a voz sem apresentar nenhum sinal de fraqueza ou arrependimento, o que surpreendeu ainda mais o Inuzuka com a evolução e mudança de expressão repentina da Garota. – Eu só quero, quero poder tentar, lutar por ele. Sei a realidade e que ele não sente o mesmo por mim, mas eu lutarei para mostrá-lo que farei de tudo para estar ao seu lado... – Kiba não ousou pronunciar nenhuma palavra. Não queria perder a amizade da garota com qualquer outra coisa que dissesse a respeito do loiro, o que tornaria ainda mais difícil conquistar seu coração. – Mas obrigada por se preocupar. – Hinata esboçava um sorriso que, na visão do rapaz, mostrava a quão bela aquela garota era, um dos motivos que o levou a se apaixonar.

— Eh... - Ele a olhou e depois olhou para frente com muito arrependimento das palavras, mas era a verdade, e uma hora ou outra a morena as escutaria. - Veja! Já estamos chegando! - O campo de treinamento estava bem adiante, só mais alguns passos e chegariam lá.

Kiba novamente permanecia calado. Não ousou pronunciar mais nada a respeito com Hinata. Jamais se perdoaria caso a machucasse. Essa era a mais pura verdade. Os dois sabiam disso, mas ele não podia se intrometer na vida da morena desse jeito. Era ela quem deveria tomar as decisões de sua vida. Ele fez o que pode para alertá-la e não seria por esses meios que faria Hinata apaixonar-se por ele. Esse sempre fora o desejo de Kiba, sempre fez tudo para conseguir ter Hinata consigo, que pudesse um dia ter a sonhada família ao lado da Hyuuga. Porém, tudo estaria acabado, desde que percebera o grande amor que a mesma possuía por Uzumaki Naruto. Sentia ódio pelo Uzumaki, ainda mais vendo-o fazer Hinata sofrer daquela maneira. Mas não desistiria tão facilmente dela.

Hinata e Kiba finalmente chegaram até o campo de treinamento. A morena permanecia em silêncio e bastante séria olhando em direção ao garoto. O mesmo estranhou um pouco a atitude da Hyuuga, mas entendeu o que aquilo representava. "Me desculpe... Hinata".

(…)

O Uzumaki chegou no prédio Hokage e subiu as escadas rapidamente, afinal estava muito curioso para saber o motivo da Hokage ter lhe pedido que comparecesse ao seu escritório. Logo chegou até a porta e bateu, recebendo um "entre" como reposta da Hokage. Ao chegar na sala, Naruto percebe que Tsunade não estava sozinha, estranhando o fato. Junto a ela, também estavam os dois conselheiros e Shizune.

"Mas o que está acontecendo?"

— Tsunade-oba...-Sama, mandou me chamar? - Disse se livrando de levar mais um soco da Senju.

— Bem, eu lhe chamei para te dizer uma coisa que vai te animar bastante. - Falou a Tsunade já esperando a provável reação de Naruto ao ouvir o que tinha a dizer.

—E o que seria? - Questionou ficando mais animado.

— Bem, já que recebeu uma nova classificação ninja, terá sua primeira missão como sennin. Uma missão rank S.

— Nani? - Naruto não acreditara que acabou de ouvir. Finalmente recebeu a missão que a tanto esperava.

— É isso mesmo, Naruto! Você passou de Genin para Sannin. Não me interprete mal, eu sei que você já tem força para se tornar um Hokage, mas precisa ganhar mais experiência. Você recebeu esse título de Sannin, para que pudesse aprender mais e amadurecer, para que assim, você possa realmente se tornar um Kage. Eu sei que você é capaz disso! - Disse dando um sorriso de motivação a Naruto. – E essa missão é uma forma de testá-lo para ser o futuro Hokage.

— Hai, ainda precisa aprender muito para se tornar um Hokage. Ser um Kage não é brincadeira! - Disse Koharu com um ar de superior. Deixando Naruto bem irritado com aquela atitude.

— Bem, como eu já disse ele só precisa adquirir um pouco de conhecimento, apenas isso. Não precisamos mais falar sobre isso. - Respondeu Tsunade botando um fim naquele assunto que estaca irritando extremamente Naruto.

— Bem, obrigado por confiarem essa missão a mim. Não irei decepcioná-los. Com certeza irei me tornar um Hokage um dia, dattebayo! - Naruto falou, enquanto dava um grande sorriso, mas logo voltando a uma expressão séria. Tsunade sorriu com o que disse e completou:

— Você partirá hoje mesmo Naruto. Obtendo sucesso, será um passo ainda mais perto para se tornar Hokage. – Naruto sorriu com o que foi dito pela Senju. – A missão poderá ser longa, você tem um prazo de 2 anos para voltar a Vila e irá me contatar de tudo que acontecer durante a missão.

Naruto surpreendeu-se com a revelação. Dois anos? Não seria muito tempo? E seus amigos? E ela? Poderia ficar tanto tempo longe?

Não importava, realizaria a missão o mais rápido possível para que voltasse à Vila e realizasse seu grande sonho.

— O que foi, Naruto? Parece preocupado.

— Não foi nada, Tsunade-sama, bem se não se importa estou me retirando.

— Hai... Pode ir. - Falou Tsunade um pouco preocupada com a atitude de Naruto, mas logo voltou aos seus afazeres dispensando os conselheiros, afinal, ela tinha muito trabalho pela frente e não queria mais aturar aqueles velhos rabugentos. Abriu uma garrafa de sakê e começou a preencher a papelada cotidiana.

(…)

Hinata e Kiba haviam treinado bastante naquele dia. A morena não dirigiu mais nenhuma palavra a Kiba sobre o que havia acontecido mais cedo.

O garoto sentia-se culpado por fazer a menina se sentir daquela maneira. Mas não pôde se conter. Tinha que abrir os olhos da Hyuuga sobre o que estava fazendo consigo mesma, iludindo-se de uma paixão que jamais iria se concretizar. Um amor platônico, que apenas machucaria a menina a qual tanto amava, portanto, não deixaria que isso ocorresse. Mas percebera que precipitou-se ao tentar decidir a vida de Hinata por seus meios. Era ela quem decidiria isso e ele não poderia se intrometer. Sentia-se mal com tudo que estava acontecendo. Não queria magoar Hinata. Não queria que as coisas ficassem desse jeito.

O Inuzuka foi interrompido de seus pensamentos ao levar um grande golpe de Hinata no rosto. Estava tão distraído que não percebera a iniciativa do movimento por parte da morena. O impacto foi tão grande que o garoto foi arremessado com força no chão, caindo bruscamente.

Kiba ficou impressionado pela força aplicada por Hinata naquele golpe. É, ela realmente ficara forte...

Hinata ficou desesperada, estendendo a mão para que o garoto pudesse se levantar. O mesmo permanecia com a mão no rosto, mais precisamente no local onde recebera a pancada. Embora a menina ainda estivesse um pouco chateada com Kiba, naquele momento esqueceu de tudo que tinha ocorrido, preocupada com o estado de seu companheiro de time. "Baka, como pode ser tão descuidado?" Pensava enquanto dava um sorriso tímido.

Kiba permanecia boquiaberto com o que acabou de acontecer. "Mas que força, Hinata..." . A menina não sabia onde por a cara.

Kiba levantou-se rapidamente e encarou Hinata. A mesma continuava imóvel e mais vermelha que um pimentão.

— Kiba-kun... G-gomenasai!

— Está tudo bem, Hinata... - O Inuzuka dava um sorriso em direção à menina, que parecia não entender a atitude do garoto.

— B-bem, eu...

— A culpa foi minha, eu que me distraí durante o treinamento e acabei sendo acertado por um golpe de extrema força de sua parte.

— Gomen... - A Hyuuga continuava a pedir repentinamente desculpas a Kiba. Porém foi interrompida por um abraço por parte dele, que assustou Hinata.

— Hinata, já chega. Eu é que deveria me desculpar. Eu não quero que fique chateada comigo, você é uma pessoa muito importante para mim e não quero perder a sua amizade. Eu sei que o que fiz foi errado e...

— Lie. Eu já te disse Kiba-kun... Está tudo bem. Não estou mais preocupada com isso e nem chateada com você. Por isso não se preocupe! Eu te entendo e jamais acabaria com a nossa amizade. - Disse Hinata, logo depois dirigindo um sorriso tímido a Kiba. O garoto ficou sem reação às palavras da morena. Mas logo entendeu tudo o que ela dissera e não deixou de sorrir também.

— Arigatou, Hinata! - Disse Kiba, retornando então ao seu treinamento com Hinata.

(…)

Era noite em Konoha. As folhas das árvores balançavam de acordo com o vento frio, que se estendia por toda a vila, anunciando a provável chegada de chuva. Muitos moradores e ninjas já dirigiam-se às suas casas.

Tsunade permanecia em sua sala, atrás de uma pilha de papéis, com os quais não estava com nenhum ânimo para que pudesse assiná-los. Abriu uma de suas gavetas e tirou de lá uma garrafa de sakê, que não perdeu tempo, abrindo-o imediatamente e bebendo, deixando o líquido descer goela a baixo. Shizune já havia ido para casa a essa hora, por isso a Senju podia debruçar tranquilamente da bebida que tanto gostava. Porém, algo a preocupava. A ideia de Naruto, ao deixar a vila, ainda intrigava Tsunade sobre o que o menino teria em mente. O que teria feito o Uzumaki mudar tão rapidamente? Não apenas a ideia de saída da vila, mas tudo preocupava Tsunade. Será que conseguiria realizar a missão? Não sabia, apenas tinha que confiar nele e esperar que a surpreendesse como sempre fez.

Levantou-se da mesa e passou a observar a extensa noite que fazia-se presente em Konoha.

Enquanto pensava em tudo que ocorrera ultimamente, Tsunade continuava a beber, enquanto terminava mais um dia exaustivo de trabalho, atrás de uma pilha de papéis, com os quais não terminaria de assinar tão cedo.

(...)

Hinata continuava a treinar sozinha no campo de treinamento. Kiba havia ido embora, devido a um compromisso de última hora, a qual sua irmã, Hana, havia chamado-o de volta para casa. Mesmo contra sua vontade, Kiba teve que retirar-se rapidamente do campo de treinamento, devido à insistência de Hinata, que negava a si mesma a prender o moreno com ela, enquanto tinha que voltar rapidamente para casa. Kiba havia saído de lá muito irritado pelo fato de deixar Hinata sozinha ali, desculpando-se por isso. Mas a morena entendia plenamente e não havia guardado o menor ressentimento do menino.

Já estava ficando tarde e Hinata deveria voltar rapidamente para casa, caso o contrário, poderia causar sérios problemas com seu pai, Hiashi. Andava pela vila, com certa dificuldade, devido ao vento frio.

No apartamento do Uzumaki...

Acordou tomando para seus pulmões uma grande quantidade de ar. Estava suspirando; nervoso; suando; seus olhos aterrorizados. Acabou de acordar de um pesadelo. Sonhara - ou ao menos recordava - de que em sua infância, todos, sem exceções, o ignoravam; repudiavam; desprezavam e que não tinha ninguém ao seu lado, nenhuma pessoa, nem a Kyuubi, ninguém. Mas não era apenas sua infância, em sua adolescência também. Aquelas pessoas de seus sonhos gritavam dizendo que ele era um monstro, que não deveria existir. O monstro que devia ter morrido.

Logo se recuperou. Olhou para a janela, a noite já predominava os céus, decidiu que já era hora de partir. Arrumou suas coisas e saiu do apartamento, trancando-o. Desceu as escadas com agilidade, logo então chegando até o portão da Vila. Pensou ter ouvido alguém lhe chamar, mas já estava longe e pensou realmente ter sido apenas sua impressão. Finalmente chegara a hora de partir rumo a sua missão. Poderia treinar e trazer seu irmão, melhor amigo de volta e finalmente tornar-se um Hokage. Não tinha tempo a perder. Apertando os passos, retirou-se da vila mal sabendo que essa viagem mudaria totalmente seu rumo.

Enquanto uma jovem Hyuuga caminhava pela vila...

Caminhava pela vila, com certa dificuldade devido ao vento frio. Pensou em chegar logo em sua casa, mal podia imaginar o que seu pai imaginaria ao chegar a essa hora da noite.

Viu alguém saindo da vila, os seguranças do portão não estavam ali. Foi logo conferir, surpreendendo-se ao reconhecer a pessoa que saia por aquele portão. Era seu amado, Uzumaki Naruto.

Ela não sabia se o que via era realmente o que pensava, então o chamou, gritou, ele nem sequer olhou para trás. Aproximou-se do portão e assustou-se com a imagem que viu. Não, aquilo não estaria acontecendo. Por que Naruto faria algo assim? Ele não estaria simplesmente saindo em uma missão? Por que agora? Por quê? As grossas lágrimas corriam soltas por sua face pálida e, desesperada, Hinata corria sem rumo pela Vila. Não conseguia.

Então, pensando no pior, corria sem rumo, com as lágrimas caindo cada vez mais rápido de seus olhos perolados. Kiba estava certo, não era correto criar esperanças com o loiro, ele nunca a amara, amara apenas a rosada, ela deveria saber disso antes, agora estava machucada. Lembrou-se dos momentos dela com Naruto, nada mais e nada menos do que amigos.

Tinha que ir para casa, mas ela não queria ir e receber um sermão de seu pai, já estava péssima.

Perdida em seus devaneios, surpreendeu-se com a presença que desejava mais que tudo que realmente o fosse. É, o quanto o seu dia ainda podia piorar?

Continua...


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Comentários? Favoritos? Recomendações? (brinks xP)