Crônicas de uma Vida Ninja escrita por Lindsay Mistam


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Olá, há quanto tempo, não? Será que alguém se lembra dessa história? Quem é vivo sempre aparecer haha.

Boa leitura!



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No capítulo anterior:  

 

"Ela não sabia se o que via era realmente o que pensava, então o chamou, gritou, ele nem sequer olhou para trás. Aproximou-se do portão e assustou-se com a imagem que viu. Não, aquilo não estaria acontecendo. Por que Naruto faria algo assim? Ele não estaria simplesmente saindo em uma missão? Por que agora? Por quê? As grossas lágrimas corriam soltas por sua face pálida e, desesperada, Hinata corria sem rumo pela Vila. Não conseguia. Então pensando no pior, corria sem rumo, com as lágrimas caindo cada vez mais rápido de seus olhos perolados. Kiba estava certo, não era correto criar esperanças com o loiro, ele nunca a amara, amara apenas a rosada, ela deveria saber disso antes, agora estava machucada. Lembrou-se dos momentos dela com Naruto, nada mais e nada menos do que amigos." 

 

Tinha que ir para casa, mas ela não queria ir e receber um sermão de seu pai, já estava péssima. 

 

Perdida em seus devaneios, surpreendeu-se com a presença que desejava mais que tudo que realmente o fosse. É, o quanto o seu dia ainda podia piorar?" 

 

Capítulo 2 

 

Acordara com o barulho estridente, seguido de um praguejo suficientemente alto para trazê-la à realidade. Ainda atordoada, levantou-se da cama, passou a mão pelo rosto pálido e percebeu os seus olhos inchados. Imediatamente as lembranças do dia anterior inundaram a sua mente, trazendo consigo um sentimento angustiante que Hinata esperava nunca mais sentir.

 

Havia sido abandonada. Ignorada. Mas afinal, por que mesmo ainda se importava com alguém que não dava a mínima para ela? Não sabia. Quem sabe fosse apenas masoquista, gostasse de sofrer. Não importava o quanto se esforçasse para ser reconhecida, ele só teria olhos para Sakura. Ela seria apenas a estranha, a tímida.  

 

O que aquilo significava? Por que Naruto havia ido embora da Vila? Não sabia e sentia-se novamente tola e ingênua por esperar que Naruto retribuísse o sentimento que ela tinha por ele desde de sua infância. Por que ele lhe diria, afinal?  

 

Acordou de seus devaneios ao perceber que Kiba encontrava-se a sua frente tentando finalmente conseguir sua atenção.  

 

—Hey, Hinata? Você está me ouvindo? –  Perguntou o Inuzuka depois da milésima tentativa de chamar a atenção de Hinata.  

 

Kiba, que havia derrubado todo o café da manhã e ficado muito irritado com o fato, percebeu que não devia ter praguejado tão alto ao lembrar de certa hóspede em seu apartamento de solteiro.  

 

—Desculpe, o que dizia? – Hinata ruborizou ao notar que não havia percebido a entrada de Kiba no seu então quarto temporário, que por sinal, era de Kiba.  

 

Ao notar a distração da garota e o estado em que se encontrava depois da noite anterior, Kiba odiou um certo loiro por fazer um anjo como aquele sofrer daquela forma. Como ele podia ser tão idiota? Rangeu os dentes, deixando uma Hinata ainda mais desconfortável. Ao perceber o comportamento da garota, afastou tais pensamentos e decidiu que no momento, mais importante que seu ódio por Naruto, era o bem-estar de Hinata. 

 

— Eu não devia ter entrado dessa forma no quarto, Hinata, mas é que estou preocupado com você e essa sua expressão não ajuda muito. – Kiba falou meio constrangido depois de invadir o quarto da moça. 

 

— Obrigada por se preocupar Kiba-kun, você é um ótimo amigo, mas agora já estou bem. – Sorriu tentando passar confiança não só ao amigo preocupado, mas a si mesma. 

 

 Kiba então preferiu não persistir mais no assunto, para que não tornasse o clima ainda mais pesado. As palavras da garota não saiam de sua cabeça "Você é um ótimo amigo", será que era somente esse o tratamento que ele queria receber da morena? 

 

Deu privacidade à garota para que pudesse fazer sua higiene matinal. Deixou o assunto momentaneamente de lado, mas ele iria descobrir exatamente o que aconteceu na noite anterior.  

 

Hinata observou o amigo se retirar do quarto e, assim que o mesmo saiu de seu campo de visão, desfez o sorriso falso e sua expressão era vazia, não havia mais lágrimas para chorar. Havia chorado o suficiente noite passada.  

 

Olhou pela janela e observou a paisagem. O dia estava nublado, porém o sol dava indícios que ia aparecer a qualquer momento dentre as nuvens. Sentiu a leve brisa passar e bagunçar seus cabelos azulados. Um novo dia acabara de começar e ela não poderia ficar se lamentando naquela cama para sempre.  

 

Levantou-se, fez sua higiene matinal. Desceu as escadas do apartamento de Kiba e avistou o mesmo aprontando a mesa do café-da-manhã que aparentava estar realmente delicioso.  

 

— Hinata! Finalmente saiu do quarto, veja o que... 

 

— Kiba-kun, eu lamento muito, mas infelizmente tenho que ir para o clã. Meu pai deve ter percebido meu sumiço e estarei encrencada se não voltar logo. A-arigatou por ter me acolhido na sua casa ontem. 

 

— Não precisa me agradecer, Hinata, somos companheiros de time afinal. – Disse com um olhar penetrante, que fez a morena corar e retirar-se rapidamente do apartamento se desculpando mais uma vez por não ficar para o café-da-manhã. 

 

Na noite anterior, enquanto Hinata observava a saída de Naruto da Vila, Hinata encontrou Koi, do Clã Hyuuga que com certeza havia sido mandado por seu pai, à sua procura. Se não fosse Kiba aparecendo bem na hora e distraído o rapaz para que Hinata pudesse sair dali, com certeza enfrentaria uma dor de cabeça ainda maior de reclamações e humilhações oriundas do líder do Clã Hyuuga, seu pai.  

 

Queria ficar um pouco mais de tempo com Kiba, seu ótimo companheiro de equipe e melhor amigo, porém, a morena não podia ficar. Despediu-se rapidamente do moreno que fez a expressão de desentendido, mas que não a impediu de passar. Sentiu-se péssima por dispensar o café que Kiba com certeza teve trabalho em fazer. Ele era um bom amigo. 

 

(...) 

 

Naruto até agora viajou sem descanso. Encontrava-se a uma boa distância de Konoha, não podia esperar para finalmente chegar ao seu destino e encontrar sua amiga de velha data e que iria ajudá-lo em seu treinamento e finalmente trazer seu amigo de volta à vila. 

 

Resolveu parar em uma árvore para descansar e comer um lámen instantâneo.  

 

Sasuke... O que teria que fazer para tirá-lo das trevas? Após a ajuda do moreno na época e sua contribuição para salvar toda a Aliança Shinobi, Naruto finalmente sentiu que tinha recuperado seu irmão, antigo companheiro de equipe e finalmente cumprido sua promessa à Sakura, porém mais uma vez Sasuke se afastou. Não entendia o porquê e desde então não havia tido notícias do Uchiha, mas não iria desistir de trazê-lo de volta. 

 

Acordou de seus devaneios ao ouvir um barulho suspeito. Levantou-se rapidamente da árvore e entrou em posição de batalha. Tudo o que viu foi um lagarto se movendo dentre os arbustos. Riu de si mesmo, o grande herói do mundo ninja se assustando por algo tão simples?  

 

Desistiu de descansar na árvore e decidiu que era hora de voltar à viagem. Quanto mais rápido chegasse, mais rápido poderia começar seu treinamento e cumprir sua promessa. Apressou o passo e foi observado até sumir do campo de visão por uma figura desconhecida que segurava o animal, vulgo lagarto, de agora pouco. 

 

— Uzumaki Naruto, nos encontraremos em breve... 

 

(...) 

 

Hinata finalmente adentrou os portões do Clã Hyuuga e foi observada por diversos membros da família principal, que faziam comentários. Ignorou-os e seguiu caminho até a sala principal, onde os membros da família principal tomavam café-da-manhã. Avistou somente sua irmã caçula, que encontrava-se sentada na mesa, distraída, que não havia percebido a entrada de Hinata na sala.  

 

— Hanabi? – a menina deu um pequeno pulo na cadeira com a fala repentina da azulada. 

 

— Ah, Hinata, finalmente resolveu dar as caras, foi? Dormiu com seu namorado? Finalmente Naruto percebeu o que sente por ele? Como foi?– A pré-adolescente mantinha um sorriso sapeca no rosto, com a tentativa de provocar rubor no rosto da tímida irmã mais velha, que foi bombardeada por tantas perguntas.

 

O que não aconteceu, fazendo-a estranhar. Tudo o que viu foi um baixar de semblante e um olhar triste vindo de Hinata. 

 

— Onee-san, está tudo bem? – Hanabi agora mantinha um olhar realmente preocupado. 

 

— Não é nada demais, Hanabi, eu só dormi na casa de uma amiga depois do restaurante com o pessoal ontem. – Forçou novamente um sorriso, na tentativa falha de convencer a irmã mais nova de que estava tudo bem. Queria que realmente estivesse. 

 

— Hum? Se você diz... – Hanabi fingiu-se vencida no momento, mas que iria descobrir a verdade iria. – Otou-san exigiu sua presença assim que aparecesse no seu escritório. Não tinha uma cara muito boa não.

 

— Certo, obrigada, Hanabi. – Disse a azulada indo em direção ao escritório do seu pai, deixando uma curiosa Hanabi para trás.  

 

Uma conversa com seu pai não era o que poderia se considerar "agradável", porém não iria recuar. 

 

(...) 

 

Sakura acaba de encerrar mais um plantão exaustivo no Hospital de Konoha.

 

Depois da grande guerra, o número de plantões da rosada tem aumentado, como uma forma de esconder a tristeza cada vez mais crescente em si, mantendo-se ocupada nos seus afazeres médicos.  

 

Sakura ganhou grande reconhecimento por seus feitos na 3ª Guerra Ninja e embora devesse encontrar-se feliz por tudo aquilo ter terminado, sentia-se incompleta. A razão disso era lógica e mesmo que quisesse negar, achando-se uma boba imatura por manter esse amor que a sufoca depois de tanto tempo, não podia ignorar, mesmo que tentasse. 

 

Dirigia-se a cantina do hospital, para que finalmente pudesse comer algo no café-da-manhã, antes de ir para casa, após uma exaustiva noite de trabalho que, apesar de em tempos de paz, em um hospital sempre teria algo a fazer. 

 

Comprou um café e alguns biscoitos e sentou-se em uma mesa afastada dos outras pessoas que encontravam-se ali. 

 

De longe, avistou Ino, que chegava para mais um dia de trabalho. Encontrava-se radiante, algo que era costumeiro, principalmente depois de Ino e Sai assumirem relacionamento. A loira fala pelos cotovelos, cumprimentando todos no hospital. Era óbvio que Sai e Ino se gostavam, todos já tinham notado isso, apenas eles mesmos que não, o que não causou espanto quando eles contaram que estavam namorando. 

 

A loira avistou Sakura e imediatamente mudou seu semblante de animação para preocupação ao notar o estado dela. A rosada estava se sobrecarregando demais com o hospital na tentativa de ignorar o que sentia. A Inuzuka odiava o fato de sua melhor amiga estar agindo daquela maneira, principalmente por quem não dava a mínima pra ela! Qual é, tava na hora de ela seguir em frente. 

 

— Sakura! Por Kami! Você está sem dormir faz o que?  Uma semana? Já disse para que pare de pegar os plantões de outras pessoas, amiga. Você não pode mais viver assim. – Ino soltava as frases com grande exaltação, o que influenciou para que a rosada franzisse o cenho em reprovação. 

 

— Ino, entendo que queira me ajudar, mas não pode ficar se metendo na minha vida dessa maneira. Eu sei o que é melhor para mim e estou ótima!  

 

— Sakura, é claro que não está ótima, amiga. Pode estar me dando bronca agora e tentar me enganar, mas posso ver... Você ainda gosta do Sasuke. Eu sei, é difícil esquecer, mas a melhor forma para isso é conhecer outras pessoas, Sakura. Não pode fica se matando no trabalho, olhe para você! – Aquilo fez o coração da Haruno apertar. Será que conseguiria esquecer Sasuke? 

 

— Ino, não precisa se preocupar ok? Foi só um favor que eu estava devendo a Amaya e cobri o plantão dela noite passada, e é só! – Iria se levantar dali, estava sentindo uma dor de cabeça e aquela falação não ajudava em nada, mas quando tentou andar, sentiu uma tontura. 

 

— Sakura! – Não conseguiu entender mais nada, sua vista escurecia e a voz de Ino estava cada vez mais distante. Apagou, para o desespero de Ino. 

 

(...) 

 

Hinata ia em direção ao escritório de seu pai um tanto quanto nervosa, afinal, seu pai controlador tinha a capacidade de humilhá-la por qualquer pequeno deslize que o fosse, quanto mais depois de ter sumido na noite anterior sem permissão. O que soava ridículo, ela já deveria ser dona do próprio nariz! Espera, estava pensando mesmo naquilo? Só pensava mesmo, porque não teria coragem de falar em voz alta ao seu pai autoritário. Ou será que não? 

 

Bateu na porta duas vezes levemente e recebeu um "Entre", assim o fez. 

 

— Mandou me chamar, Otou-san? – Hinata encontrava-se tensa, porém, pela primeira vez se esforçou o máximo para não mostrar-se intimidada diante do líder do Clã. 

 

— Hm... Hinata, como sempre não perde a oportunidade de me envergonhar. – O Hyuuga mais velho levantou-se da cadeira e mantinha o olhar sério. 

 

— O-otou-san, gomen, e-eu... 

 

— Não terminei de falar, Hinata, não me interrompa. – Interrompeu a garota de forma bastante fria. – Não ligo para o que quer que tenha feito ontem à noite, o que não admito é envergonhar o nome dessa família assim como vem fazendo. 

 

Hinata encontrava-se com a fronte abaixada e se segurava ao máximo para que não começasse a tremer, chorar, diante das duras palavras vindas de alguém que devia chamar de "pai".

 

Ele realmente não dava a mínima para ela, como ele mesmo disse. Tudo o que se importava era preservar o nome Hyuuga e uma sucessora fraca inútil como ela era inadmissível. Como aguentou tanto tempo ser humilhada dessa forma sem falar nada? É, quem sabe ele tivesse razão... 

 

— Você entende que com esse comportamento não poderia liderar um clã de respeito como esse, não é, Hinata? Sua liderança só traria desgraça e desonra para todos nós! Você sabe o que tive que aguentar do conselho por seu comportamento inapropriado de ontem? Você... 

 

— Otou-san, como quer que eu lidere um clã, tome as decisões em prol de todos os Hyuugas se sou impedida de controlar minha própria vida? – Hinata interrompeu bruscamente o Hyuuga deixando-o completamente surpreso. — Estou cansada de ser controlada o tempo todo, não me trata como uma filha e sim como a herdeira do clã Hyuuga, pois bem. Agirei como tal. Não me importo com o que o senhor pensa e o que o conselho pensa. Mereço decidir pela minha vida! – O comportamento de Hinata foi visto como uma afronta pelo seu pai, o que era inadmissível ser tratado daquela forma, porém, meio que admirou a tomada de atitude que Hinata tivera tão repentinamente, como uma verdadeira Hyuuga. 

 

Hinata segurava-se para não desmaiar a qualquer momento depois da atitude que tomou, estava muito irritada como sempre vinha sido tratada, aquilo tinha que acabar. Sabia que irritaria bastante seu pai e isso traria consequências, mas no momento não se importou. O que não esperava ver foi um sorriso vitorioso sair do líder do Clã. 

 

— Eu sabia que uma hora ou outra você tomaria atitude, Hinata, como uma verdadeira Hyuuga. – A morena entrou em estado de choque. – Dessa vez eu deixarei passar, afinal, nós Hyuugas não devemos levar uma afronta e deixar barato, não é mesmo? Mas espero que saiba quando usar essa sua arrogância e que isso não se repita comigo. 

 

— V-você armou isso? – Os olhos da perolada começavam a se encher de lágrimas, porém não se permitiria chorar na frente daquele monstro. 

 

— Hinata, entenda. Você é minha filha, amo você e sua irmã, mas o clã vem em primeiro lugar e você tem que estar preparada para assumir, sem fraquezas e... 

 

Hinata saiu do escritório de seu pai em alta velocidade. Não acreditava naquilo. Seu pai a tirou do sério de propósito? Ele queria que ela virasse um monstro como ele. Como ele poderia ser assim tão frio e colocar os interesses do clã acima da felicidade de sua filha? Se é que realmente tivesse qualquer sentimento verdadeiro por ela. 

 

Não se importou, apenas subiu rapidamente para seu quarto e desabou. Não queria pensar mais naquilo, a dor era intensa demais.

 

Seu pai era um monstro, o amor de sua vida não deu a mínima para sua declaração, a abandonou. Como fora tola em iludir-se que as coisas poderiam melhorar.

 

Levantou-se da cama e olhou-se no espelho. Estava devastada, mais uma vez. Por quanto tempo aquilo iria continuar? Por quanto tempo iria ser machucada? Seu pai quer a herdeira perfeita, fria e cruel? Pois ele a terá. Porém não será da forma que ele está pensando. Não será a marionete dele, fingirá que está entrando no joguinho e mudará o clã. Mas para isso, terá que mudar a si mesma. Deveria se tornar outra pessoa.

 

Não seria humilhada por mais ninguém. Não mais. 

 

Continua... 


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Comentários? Até a próxima, espero que não demore tanto!



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