Lucas:– O que tu tá fazendo aqui hein idiota? Não foi o bastante magoar tanto a Manu? - Eu lancei um olhar de agradecimento pra ele por me defender.

Rodolfo:– É cara, o que tu ainda quer aqui? Não dava pra ficar no lixo que tu estava e deixar a Manu seguir em frente? - Ele se aproximou dele, o que fez recuar um passo.

xXx:– Calma, eu só quero falar com a Manu, em particular.

Manu:– Eu não tenho nada pra falar contigo, Pedro. - Tentei parecer indiferente

Pedro:– Manu, eu só quero conversar contigo. Sem ressentimentos.

Art:– Sem ressentimentos? Tu magoou uma princesa que nem a Manu, por uma aposta babaca. Tu fingiu gostar dela só para ganhar um mês naquelas baladas toscas e agora tu vem querer... - Ele fez voz de deboche. - Conversar sem ressentimentos? Ah cara, vai tomar no cu. Tu não merece nem sequer um olhar da Manu, nem sei por que tu ainda tá aqui.

Ok, aquilo sim me surpreendeu, ninguém tinha me defendido daquele jeito antes. Talvez tenha sido naquele momento que tudo começou a acontecer.

Pedro:– E tu, quem é? Quem tu pensa que é pra se meter entre nós dois?

Art:– Eu? Eu sou... - Eu interrompi ele por causa de uma ideia maluca que surgiu na hora.

Manu:– Ele é meu namorado.

Todo mundo me olhou como se eu fosse louca, menos o Pedro, ele olhou surpreso pra mim.

Pedro:– Namorado?

Manu:– É, namorado. Por quê? Tu pensou que eu ia ficar sofrendo pelo resto da vida por causa daquela brincadeira idiota?

Pedro:– Não, eu...

Manu:– Tu nada, agora vai embora daqui. Vai apostar com o Gabriel, vai embora daqui Pedro. - Eu segurei as lágrimas.

Ele saiu de cabeça baixa.

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Pedro. O misterioso AR da Manu, ele fez alguma coisa que magoou a Manu e ganhou a raiva de todos os amigos dela. O lindo, porém idiota, é o melhor amigo do Gabriel, um dos motivos da raiva da Manu pelo primo.‎

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Quando eu vi que ele estava a uma distância segura eu soltei as lágrimas que estavam embaçando minha visão. Os meninos só ficaram na minha frente pra impedir que ele visse que eu estava chorando e sinceramente isso foi melhor que qualquer consolo. Quando eu finalmente consegui parar de chorar eles saíram da minha frente:

Art:– Tá melhor agora?

Manu:– Tô. - Funguei.

Rodolfo:– Certeza anãzinha? - Ele falou preocupado.

Manu:– Certeza. - Ri do apelido.

Lucas: – Ok, agora que história foi aquela de dizer que o Art é teu namorado?

Manu:– Foi uma ideia maluca que me veio, na hora eu nem pensei em nada, mas se me perguntarem de novo eu digo que a gente terminou, eu falei pra ele pensar que eu superei ele.

Art:– Olha Manu, pelo que tu me contou esse menino foi um idiota contigo e se for pra fazer ele se sentir mal tu pode continuar fingindo que eu sou teu namorado. - Ele deu de ombros.

Manu:– Sério? - Sorri.

Art:– Sério.

Manu:– Ai valeu Art. -Abracei ele, sem segundas intenções, só um abraço de amiga. Uma amiga grata pelo sacrifício dele.

Art:– De nada.

Manu:– é temporário, eu prometo, no máximo em um mês a gente finge que brigo e que terminou, aí tu vai ficar livre.

Eu me recuperei e finalmente a Nanda chegou, o Lucas finalmente me informou que a Ju não ia vir, tinha faltado. Ela teve a mesma reação dos meninos ao ver Pedro, veio direto me perguntar se era ele mesmo, eu confirmei e contei da cena doida que tinha acontecido.

Ela me apoiou e disse que eu podia contar com ela. Ficamos conversando besteira até tocar, eu até que me animei mais um pouco, subimos pra sala e o pra minha "felicidade" o Pedro era do 1º 02. Pelo menos na aula eu ia ter um pouco de paz. E foi nessa paz que eu percebi. Se ele tinha voltado, a Van também. A Vanessa era irmã do Pedro, mas era uma das minhas melhores amigas antes de eles se mudarem pro Rio por causa do emprego do pai deles.

A nossa amizade foi a única coisa boa que sobrou do meu "relacionamento" com ele. Depois que eu comecei a namorar com ele, nós viramos melhores amigas. Foi ela que descobriu da maldita aposta dele com o Gabriel. Os dois apostaram que ele não ia nunca conseguir namorar comigo. Assim que ela descobriu ela me contou e quase matou o Pedro. E mesmo eu ainda estando magoada com ele no dia da viagem deles eu fui me despedir dela.

Esse pensamento me animou um pouco e quando tocou pro intervalo eu fui procurar ela nas salas do 2º ano. E achei ela no 2º 01. Assim que eu vi ela eu gritei:

Manu:– VAAAAAAAN!

Ela virou pra ver quem estava chamando e assim que ela me viu veio correndo pra me abraçar:

Van:– MANUUUUUUU!

A gente se abraçou e ficamos assim por uns dois minutos. Depois de matar a saudade e contar as novidades finalmente fomos encontrar o resto da galera.

Manu:– Gente, vocês lembram da Van?

Nanda:– Claro. - A Manu abraçou ela.

Rodolfo:– Oi princesa. - Ele também abraçou ela.

Lucas:– Prazer, eu sou o Lucas. - Ele levantou todo animado e foi abraçar ela e a secou.

Art:– Prazer, eu sou o Arthur, mas pode me chamar de Art. - Ele também abraçou-a.

Van:– Prazer, meu nome é Vanessa, mas pode me chamar de Van. é van que nem o carro. - Ela fez careta pro apelido que eu tinha dado a ela.

Ela sentou com a gente e ficou conversando, colocando todas as novidades em dia. E finalmente a gente chegou no assunto perigoso:

Van:– Manu, tu sabe que o meu irmão... - Eu interrompi ela.

Manu:– Sei, ele veio tentar falar comigo hoje de manhã.

Van:– E tu ignorou né?

Manu:– Nem iria precisar já que os meus heróis, - Apontei pros meninos. - me defenderam com muita convicção.

Van:– Ainda bem. Ei, vamos no banheiro comigo?

Manu:– Vamos.

E no caminho pro banheiro eu entendi o que ela queria:

Van:– Amiga? Me responde com sinceridade. Tu ainda gosta do Pedro?

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Vanessa. Era uma das melhores amigas da Manu, antes de se mudar, é irmã do Pedro, mas abomina o irmão pelo que ele fez com a amiga. É toda fofa, mas se mexer com os amigos dela ela vira uma fera.‎

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Manu:– Olha amiga, eu vou te falar a verdade, eu não sou apaixonada por ele, mas eu não esqueci ele totalmente, eu escondo de todo mundo, mas eu ainda gosto um pouquinho dele, mesmo que eu não tenha o menor motivo pra isso. Acho que talvez eu nunca vá esquecer ele porque caralho, eu amei aquele viado, então não dá pra esquecer de uma hora pra outra, ainda mais agora que ele voltou pra Fortaleza. Talvez se eu encontrasse alguém que fosse bom o bastante, alguém por quem eu me apaixonasse talvez eu esqueça um pouco ele.

Van:– Ai amiga, isso não me deixa feliz eu admito, porque tu sabe que depois daquilo que o meu irmão fez, cara eu tive vontade de bater nele até ele parar de respirar. Sério, desde aquela época eu nunca mais tratei ele como meu irmão.

Manu:– Van, eu não queria estragar a tua relação com teu irmão.

Van:– Manuela Urbano Albuquerque, nos 16 anos da minha vida eu nunca encontrei uma amiga melhor do que tu, então nunca, nunca mesmo se culpe pela minha relação com o meu irmão, o único culpado do jeito que eu trato ele, é ele próprio, se ele não tivesse sido o babaca que ele foi eu não iria tratar ele desse jeito, então não se culpe por isso.

Manu:– Ai palhaça, te amo. - Abracei-a.

Fomos no banheiro, ela só ajeitou o cabelo e voltamos pra mesa onde a gente tava. Confirmei o trabalho com a galera e ficamos conversando. O Gabriel, acho que de propósito, resolveu falar comigo justo quando tava com o Pedro.

Gabriel:– Priminha, a tia falou que tinha um presente pra mim, tu sabe o que é?

Todo mundo na mesa toda ficou tenso e eu fiquei calado, encarei ele e fiquei esperando ele se tocar e ir embora.

Gabriel:– Não vai responder?

Manu:– Não caralho, tu ligou lá pra casa ontem, porque não perguntou pra ela? Não sou tua empregada pra ficar te avisando o que ela vai te dar.

Gabriel:– Nossa, quanto estresse, isso tudo é porque o ex voltou, foi?

Foi aí que eu perdi o controle, ele encher meu saco, beleza, implicar com todo mundo, beleza. Mas falar do Pedro pra mim, aí já é demais. Eu levantei da mesa e coloquei toda a minha raiva, todo o meu ressentimento, tudo de ruim que eu tinha no murro que eu dei bem no nariz dele.